Mind Games (interativa) escrita por Isabela


Capítulo 33
Capítulo 32 - Jogos Mentais.


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para vocês! Espero que gostem.



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— Saia de perto de mim! - Carrie libera uma onda de energia telecinética que joga Jonh para dentro da nevasca. Ela podia sentir os seus batimentos cardíacos acelerarem. - Parece que, no fim, seremos apenas eu e você.

— Você sabe quem eu sou, eu sei quem você é. E eu soube assim que eu te vi que nós seríamos bons amigos, mas fomos além disso. E aí eu fui embora. - John se aproxima novamente, sendo atingindo por uma luminária, a dor que sentia em seu ombro se intensificou.

— Cale a boca! - A respiração de ambos estava pesada. Carrie lacrimeja, seu cérebro repleto de emoções.

— Você pode me julgar se quiser, pode me odiar. É tarde demais para desculpas, certo? - John continua desviando dos destroços. - Mas me deixe te mostrar a verdade. Se quiser me odiar depois, me matar, ou o que seja. Não me importa.

— Se eu pudesse te ver através dessa nevasca, estaria terminado. - Carrie ficou sem mobília para atirar, e começou a retirar pedaços das paredes, John podia sentir o quão relutante ela estava. Podia sentir isso na voz dela, que fraquejava. - V-você não sabe no que se meteu, com quem se meteu.

— O que mais eu posso fazer? - John fica de pé em frente à Carrie. - Vá em frente e me acerte com tudo o que você tem. Eu tirei o seu final feliz, o nosso final feliz. Mate-me se quiser, se não tem dúvidas sobre o que você está vivendo. - John estende os braços e encara Carrie, seus olhos verdes se encontrando com um par muito assustado de olhos castanhos. Os olhos castanhos que outrora o olharam com afeto. A garota sente uma lágrima escorrer, um pedaço de concreto e barras de aço estava pronto para ser lançado em John. Terminar tudo isso.

E então ela arremessa o pedaço de concreto.

***

— Como planeja me vencer agora, irmãozinho? - Jessica ri, após atingir o segundo lobo com uma bola de aura, fazendo Akio gritar de dor. - Eu descobri sua fraqueza.

— Talvez. - Diz Akio, levantando-se. Um filete de sangue escorre pelo seu nariz. Não, não era sangue. Tinta. - Mas eu não preciso de desenhos para te derrotar.

— Não. Vai precisar de muito mais do que isso. - Jessica aponta o dedo para Akio. - Rapazes, já sabem o que fazer.

Os dois leões dourados avançam em direção à Akio, que corre para a cozinha. Vasculha rapidamente seus braços, procurando algo que pudesse ajudá-lo. Virou-se para um dos leões e abriu a palma da mão esquerda, liberando uma rede de caça que o prendeu ao chão. O segundo pula em cima de Akio e desfere um movimento que corta profundamente o braço direito de Akio. Ele morde o lábio inferior, tentando controlar a dor, e projeta uma grande rocha para fora de seu peito, rasgando parte de sua camisa. O leão é arremessado para longe, mas logo se levanta. Akio rapidamente desenha um par de portas na palma de sua mão esquerda e a arremessa uma delas para o teto. Ele corre rapidamente para um corredor, a fera ainda o seguindo. Quando estava para ficar encurralado, projetou a segunda porta sobre a parede no final do corredor, atravessando-a e caindo no chão da cozinha. Antes que o "animal" pudesse virar para segui-lo, Akio se levanta e desenha uma parede no início do corredor e retira a porta que desenhara no teto. Ele leva a mão à barriga, devia ter quebrado uma costela, quando Jessica aparece na cozinha.

— Oh... Você ainda está vivo? Que decepcionante. - Ela o encara, e Akio sente seu corpo ceder. - Eu vejo sua aura, sabe? Muito mais do que isso, eu posso controlá-la. Enfraquecê-la. Absorver o pouco da força que te resta para me deixar mais forte. Você não pode me derrotar.

— Jess... - Akio ergue a mão direita em direção à irmã, que ri.

— Pode poupar seus esforços. Eu nunca fui conhecida por minha piedade. - A palma de Akio começa à brilhar, e um feixe de energia cega Jessica momentaneamente, fazendo-a tropeçar. Ele atira uma corda que se prende nos pés da irmã, e ela cai no chão da sala. Akio se levanta e corre em sua direção, vendo-a se arrastar no chão da sala com suas pernas completamente envolvidas pela corda. Ela atira bolas de energia em Akio que, mesmo ferido, consegue desviar de todas. Jessica se levanta, usando a mesa de canto como apoio. Akio corre em sua direção e ela dá um mortal para trás, fazendo Akio ir ao chão, semi-inconsciente. Ela cai novamente no chão como resultado e se põe a rastejar para longe, tentando retirar as cordas de si. Ela tateia o chão em busca de uma das adagas de Akio, encontrando uma debaixo do sofá, e a usa para cortar suas amarras. Assim que a corda foi cortada, ela se desfez em tinta, manchando as roupas de Jessica. Ela se levanta. -Essa era uma calça de couro legítimo.

— Que lástima. - Diz Akio, sua voz fraca. Ele encara a irmã, do chão. - Era uma ótima calça. - Jessica brinca com a adaga entre os dedos.

— Nada mais justo do que manchar suas roupas... com sangue. - Ela atira a adaga no coração de Akio, e a mesma desaparece, retornando à sua pele. Akio aproveita da confusão de Jessica para atirar a porta que antes colocara no teto para detrás da irmã, e a cega novamente liberando o feixe de luz que desenhara na mão direita. Ela cambaleia e atravessa a porta, acabando no corredor sem saída. Akio destrói as portas, sentindo uma grande pontada de dor. Ele escuta Jessica gritar de raiva, presa, e ri, mesmo com todas as partes de seu corpo doendo. Ele escuta passos apressados vindo em sua direção e suspira, exausto. O rosto de Helena foi a última coisa que viu antes de desmaiar.

***

— Akio? - Helena chama por Akio, ignorando o codinome devido á gravidade de suas feridas. Por toda a sala, objetos produzidos por Akio se desfizeram em tinta. - Eu tenho que te levar para Ka...

— Não conseguiu me prender por muito tempo, não foi? - Jessica volta da cozinha, agora acompanhada dos dois homens de energia dourada. Seu poder não estava forte o bastante para mantê-los em formas diferentes. - Oh... Espero que você lute melhor do que meu irmão.

— Seu... - Helena franze o cenho, assumindo uma posição de combate. Ela olha para Akio, apagado. Ela tinha de protegê-lo. - Você me parece bem acabada. Estava presa, certo? Algo me diz que se ele não tivesse apagado você não sairia de lá tão cedo.

— Eu teria dado meu jeito. - Jessica dá de ombros. - Mas algo me diz que ele não tem muito tempo, então é melhor você lutar melhor do que fala.

— Não se preocupe. - Helena sorri falsamente, sabendo que havia certa verdade nas palavras de sua adversária. Akio estava morrendo. Ela teria de derrubá-la rápido, mas Akio já havia a deixado cansada, embora Helena também estivesse exausta de abrir seu caminho até ali. - Essa luta vai demorar menos do que essa conversinha.

—Chega de embromação. - Jessica manda os guerreiros de energia avançarem em Helena, ao passo que ela se recupera da luta com Akio. Helena usa de sua fraca, porém existente, habilidade com aerocinese, para levitar Akio para fora da sala, enquanto voa para desviar dos golpes desferidos pelas formas douradas. Ela procura por vasos de plantas ao redor da sala, não encontrando nada além de alguns pequenos bonsais ao redor da sala e vasos de flores com nada além de água dentro. Estava lutando contra o tempo, contra si mesma e com uma adversária potencialmente perigosa em um ambiente desfavorável.

E estava para perder.

***

John fechou os olhos por um breve instante conforme o bloco de concreto aterrissou suavemente ao seu lado. John abaixou os braços quase que imediatamente, e se aproximou.

— Não tão perto. - Diz Carrie, fazendo um gesto para que ele se afaste.

— Eu preciso tocar em sua cabeça para estabelecer um elo mais forte. - Diz John.

— Eu pensei que telepatas pudessem fazer isso apenas olhando para alguém. - Questiona Carrie, cruzando os braços.

— Uma conexão física fortalece a mental. - Diz John, levemente incomodado e excitado ao mesmo tempo.

— Tanto faz, só... - John aproxima suas mãos nas têmporas de Carrie. Ele sente o corpo dela relaxar.

— Feche os olhos. - Pede John. Carrie o faz. Os dois sentem uma força os envolverem e quando abriram os olhos novamente estavam em um salão branco em forma de cubo, com uma porta em cada parede.

— Onde estamos? - Pergunta Carrie, afastando-se lentamente de John.

— Na minha mente. - Diz John, sorrindo. - Dizem que os telepatas têm os pensamentos mais organizados.

— Vamos direto ao assunto. - Resmunga Carrie, John olha para baixo, chateado. Ele levanta uma das mãos e a porta da direita abre. Ele faz sinal para Carrie seguí-lo e ela o faz, relutante. Eles aparecem em um dos corredores da escola. - Como?

— Espera. - John faz um sinal para que ela faça silêncio. - Estamos ali.

Carrie arregala os olhos ao ver uma versão antiga de si mesma conversando com John.

— Eu... eu me lembro disso. - Ela gagueja. - Você se sentou no meu lado e eu te perguntei o por quê.

— Sim, mas isso foi só o começo. - John abre a porta de uma das salas de aula. Carrie a atravessa, sendo levada para uma pequena lanchonete.

— Você tinha congelado o café no carro... - Carrie franze o cenho. - ... quando eu te contei sobre a bola de queimado. E daí fomos para o cinema e você alterou a mente da minha "mãe".

— Você está se lembrando. - John respira aliviado. - Isso é bom.

— Talvez. - Ela dá de costas para John. - O que mais você tem para me mostrar?

— Por aqui. - John abre a porta da lanchonete, e Carrie se depara com uma cena dos dois patinando no gelo.

— Doutor Connors e... - Carrie leva uma mão à cabeça.

— Doutora Samantha. - John sorri, caminhando até o carro. Ele abre a porta do veículo, que dava para a antiga casa de John em Chamberlain. A lareira estava acesa, e ele e Carrie estavam sentados no chão, ela com a cabeça no ombro de John enquanto o mesmo cantarolava uma suave melodia.

— Nós assistimos Marley&Eu. - Disse Carrie, corando. - Foi um dos melhores dias da minha vida.

— Está pronta para mais? - Ela faz que sim com a cabeça, e John segura sua mão.

Ela estava se lembrando, e não parecia desapontada.

***

Helena finalmente conseguiu imobilizar os dois guerreiros com a ajuda dos bonsais mais próximos, quando uma bola de energia passou próxima ao seu rosto.

— Fitocinese, aerocinese... Nada mal. - Diz Jess. - Mas vejamos como se sai com sua energia drenada.

Helena sente o corpo fraquejar, e é forçada à pousar no chão. Ela tenta se utilizar de seus "recém controlados" poderes de aerocinese para criar uma corrente de ar poderosa, jogando Jessica contra uma estante de livros. Na estante havia uma pequena árvore bonsai, Helena rapidamente faz um gesto com as mãos e a planta cresce descomunalmente, suas raízes quebrando a madeira e o concreto. Raízes mais finas e galhos flexíveis envolvem Jessica dos pés à cabeça, deixando-a imóvel.

— Como eu disse. - Helena respira fundo. - Isso não ia demorar. - Ela ouviu uma tentativa de grito de raiva vir de Jessica, mas focou em Akio, apoiando o braço dele ao redor de seu pescoço e carregando-o até os corredores. Ainda havia certa movimentação no andar, mas apenas dos elevadores de onde vieram. Helena vê Kate e Daryl recostados em um canto distante, enquanto os outros continham os reforços insistentes. - Cirurgiã! - Kate se vira para Helena e Akio, arregalando os olhos ao ver o estado de Akio. Daryl também se levanta.

— Acho que meu nariz vai ter de esperar. - Diz Daryl, levantando Akio do chão e carregando-o com os dois braços para onde Kate o estava tratando.

— Como isso aconteceu? - Pergunta Kate, rasgando o que restou da camisa de Akio, após tirar-lhe o casaco de couro.

— Uma mutante com Auracinese e Matriz de Honra. - Diz Helena. - Ele apagou assim que eu entrei.

— E a mutante? - Questiona Daryl.

— Lidei com ela. - Diz Helena. - Espero que ela goste de paisagismo.

— Você está sangrando. - Helena passa a mão pelo nariz. Sua mão volta manchada de sangue.

— Deve ter sido quando ela absorveu minha energia. Eu vou ficar bem. - Helena se aproxima de Kate, agachando-se ao lado dela. - É com ele que devemos nos preocupar.

— Como ele está? - Pergunta Daryl.

— As áreas roxas indicam sangramentos internos. Tem muitos na área do pulmão esquerdo, ele deve ter quebrado algumas costelas e se houver uma perfuração no pulmão, estamos encrencados. Laceração no braço, profunda, mas foi um corte limpo. Vasos internos do nariz danificados... - Kate continua com uma lista de diagnósticos. - Ele aguentou bastante.

— Você consegue curá-lo? - Pergunta Helena, preocupada.

— Sim, mas vai me levar tempo. Esses ferimentos são bem mais difíceis de tratar do que os do seu amigo lá atrás. - Diz Kate, erguendo as mãos milímetros acima da área roxa do peito de Akio. Lentamente a área diminui.

— Que amigo? - Daryl franze o cenho, Helena se levanta.

— Longa história. Você fica aqui e dá cobertura para Kate, quero dizer, Cirurgiã... você entendeu. - Helena respira fundo e olha para Akio, ainda inconsciente. - Agora que ele está bem, eu vou atrás de Nêmesis.

— Ok. - Helena passa por Daryl, que a segura levemente pelo braço. - Tome cuidado.

Helena dá um sorriso fraco e o beija na bochecha, seguindo adiante e deixando-o se perguntar o que havia acontecido.

***

— Eu me lembro de tudo. - Diz Carrie, de volta ao seu quarto. - Quero dizer, quase tudo. Eu... eu me lembro de você. Eu me lembro de... Deus, o que foi que eu fiz com aquelas pessoas?

— Carrie... - Ela se ajoelha, de costas para John. A nevasca antes existente no quarto para, os seus últimos flocos de neve caindo sobre os dois. John se agacha e a abraça por trás, sentindo o corpo dela tremer dentre seus soluços. - Aquela não era você. Essa é você.

— Como você pode ter tanta certeza? - Pergunta ela, virando-se para ele. Seus olhos marejados. - Não foi você quem causou um massacre.

— Aquela não era a garota doce que eu conheço, a garota tímida que aspirava a ser uma estilista, a garota que me olhava com aqueles olhos convidativos e brilhantes. Você não tinha controle de si. - John acaricia o rosto de Carrie.

— Mas parte de mim queria fazer aquilo. Eu já tinha aquilo dentro de mim, apenas... explodiu. - Ela apoia a cabeça no ombro de John. - Me desculpe.

— Hey, olhe para mim. - Carrie o encara. - Você cometeu um erro, de maneira inconsciente. Não importa mais, isso ficou no passado agora, o importante agora é que você venha comigo para um lugar seguro.

— Você não desiste de mim. Até quando eu estava naquele estado. - Ela deu um meio sorriso. - E você lutou até aqui para me mostrar a verdade.

— Estou tendo minha ajuda. - John arregala os olhos, levantando-se. - Na verdade, meus amigos podem estar com problemas lá fora.

— John... - Carrie se levanta, segurando a mão de John. - Lutaremos juntos, ok?

— Ok. - John sorri, aproximando-se para beijar Carrie, quando a porta abre. Helena encara os dois, com uma cara de surpresa. Ela faz o sinal de positivo com uma das mãos e dá a volta, fechando a porta detrás de si. John estava claramente constrangido, e Carrie ri.

— Você tem bons amigos. - Ela vira a face dele para si e encosta seus lábios nos dele. O beijo que se seguiu foi intenso, acabando momentos depois com ambos ofegantes.

— Eu acho que sempre vou ficar com aquele gostinho de quero mais. - Diz John, sorrindo. Eles saem do quarto, John com seu braço ao redor de Carrie, atravessando os corredores até a sala, onde Helena os aguardava, envergonhada por interrompê-los anteriormente. - Oh, Carrie, eu não sei se você se lembra mas essa é...

— Helena? - Carrie morde o lábio inferior, em dúvida. Helena faz que sim com a cabeça, acenando para ela.

— É bom finalmente ver você em circunstâncias menos... - Helena busca por uma palavra certa, não encontrando-a.

— Letais. - Completa Carrie. - Tudo bem. - Helena dá um meio sorriso e sai da sala, indo para onde os outros estavam. John e Carrie vão logo atrás dela. - Sua mãe sabe que estão aqui?

— Bem... não. - John dá de ombros. - Estamos, basicamente, ferrados.

 


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo será um bônus. Até segunda!



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