Mind Games (interativa) escrita por Isabela


Capítulo 32
Capítulo 31 - O Reencontro.


Notas iniciais do capítulo

E cá estamos nós novamente, prontos para mais um capítulo?

Estou trabalhando em um teaser especial para o próximo, não sei se vou terminar em tempo, mas vamos tentar!

Espero que gostem, se tiver algum erro, me avisem.



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— Espera, você conhece esse cara? - Pergunta Ambrose, imobilizada.

— É uma longa história. - Helena lutou para suprimir as lágrimas. - O que você está fazendo aqui Ethan? O que você fez?

— Helena... Você me olha como se eu fosse um monstro. - Diz Ethan, levando uma mão à testa. - Por quê que você tinha que vir aqui...

— Você não está me dando muitos motivos para acreditar no contrário. - Diz Helena. Kate, aproveitando-se do atrito entre os dois, faz uma de suas unhas crescer e começa à cortar os fios que a prendiam. - A escola de mutantes em Paris, também era mentira?

— Não. Eu nunca mentiria para você. - Diz ele. - Eu vim para cá depois disso. Muita coisa aconteceu.

— Me diga o que aconteceu então, se nunca mentiria para mim. - Rebate ela. Helena sente a vibração dos fios detrás de si e percebe o que Kate estava fazendo.

— É verdade, eu nunca mentiria para você. - Ele se aproxima dela e a olha nos olhos, pondo dois dedos no queixo dela e aproximando-o para si. - Omissão, entretanto, é uma coisa completamente diferente. Você ainda pode ficar comigo, eu tenho um nível relativamente alto aqui. Eles vão fazer uma exceção para mim. Suas amigas não terão a mesma sorte, infelizmente.

— Ethan, você... - Helena sente os fios de Kate se romperem, e elabora um plano. Ela respira fundo, exalando feromônios que fazem com que Ethan se aproximasse mais, focando apenas nela. - Eu não posso, eu... - Ela balbucia, propositalmente. Ele se aproxima o suficiente e ela o beija. O beijo, todavia, não durou muito. Ethan sentiu a tez dos lábios queimar pelo veneno, fazendo-o cambalear para trás, com a respiração pesada. - Agora, Cirurgiã!

Kate tira de sua frente os cabos que apenas lhe davam a ilusão de estar amarrada e se joga na direção de Ethan. Ela lhe causa um corte na parte detrás da rótula, fazendo-o ficar de joelhos, em seguida dando-lhe uma joelhada na cabeça. Ethan cai, inconsciente, e os fios que prendiam as outras três imediatamente afrouxam. Mesmo assim, as garotas ainda precisaram da ajuda de Kate para sair de suas "armadilhas".

— Isso é o que eu chamo de "femme fatale ". - Diz Yurie.

— Querida... - Ambrose a interrompe. - ... todas nós somos "femmes fatales".

— É melhor eu curar o ferimento que eu fiz nesse cara... - Resmunga Kate.

— Por quê? - Pergunta Ambrose. - Ele vai ficar bem.

— Talvez não, eu acertei a parte detrás da rótula. Foi profundo. Se tiver danificado alguma cartilagem, artéria ou nervo, ele poderá ter que fazer fisioterapia ou até perder a perna, isso se não sangrar até morrer. - Ela se abaixa para curar o ferimento, que sangrava. - Viu?

— Você devia fazer medicina. - Diz Ambrose. - Venha para o lado das Biológicas, Exatas e Humanas são superestimadas.

— Eu fiz quatro semestres, em Harvard. - Diz Kate, terminando de curar o ferimento e se dirigindo para o computador. - Eles não me ensinaram nada do que eu já não sabia. Meu pai insistiu que eu continuasse, dinheiro não era problema, e foi só pela insistência dele que eu terminei o segundo ano. Primeira da turma, todos ficaram surpresos quando saí. Eu não fui idiota, apenas tranquei o curso, talvez eu volte um dia para conseguir o diploma e atuar na área de verdade.

— Ao menos você sabe o que quer. - Diz Helena, ainda um pouco abalada pelo que acontecera.

— Você devia fazer botânica. - Diz Ambrose.

— Fauna, pare de fazer as pessoas irem para o lado das Biológicas. - Yurie resmunga, voltando para os arquivos. - Só porque você fez medicina veterinária.

— Se elas estivessem falando das Humanas, você é quem iria tentar influenciar as pessoas. - Rebate Ambrose.

— Consegui entrar agora. - Diz Kate. - Acho que o amigo tecnopata da Camélia era quem estava me causando problemas.

— Eu achei um CD. - Disse Helena.

— Ele é virgem? - Pergunta Kate.

— Não sei, espera. - Ambrose pega o CD das mãos de Helena e o tira da embalagem. - Ei, CD, tu já liberou a perseguida pra alguém?

— Pfff... - Yurie e Helena riem, brevemente, parando após escutarem o som agudo de um grito. - Isso foi Rouxinol? Oh, não...

— Ok, me passe o CD. - Diz Kate. Ambrose o passa para ela. - Temos que ser rápidas se quisermos ajudar o pessoal lá em cima.

— E vocês, acharam algo útil nos arquivos? - Pergunta Helena.

— Só uma Pholcus phalangioides. - Diz Ambrose, encarando as outras três, que a olhavam confusas. - Aranha doméstica.

— Fale em nossa língua, por favor. - Pede Yurie. - Cirurgiã, estamos prontas para ir?

— Estamos em 7%. E eu temo que não vou conseguir concentrar tudo em um CD. - Diz Kate. - Vocês deveriam ir, eu encontro vocês lá.

— Alguém deveria ficar com você. - Diz Helena. - Por precaução.

— Eu fico. - Diz Yurie. - Vão.

Helena e Ambrose assentem com a cabeça, e caminham até o elevador. Enquanto esperavam, ouviram Kate pedir para Yurie procurar mais CD's ou por um pen drive.

— Só não perguntem sobre a vida sexual dos CD's! - Grita Ambrose, o elevador chega. - Isso é estranho!

Elas escutam um resmungo e uma risada fraca, entrando no elevador. Tinham esperanças de os amigos estivessem bem e que não houvesse muito tumulto.

Céus, como estavam enganadas.

***

Tribal, fique por perto.— Disse John, telepaticamente. Os dois estavam adentrando uma sala de estar aparentemente vazia.

Alguma ideia de onde ela está?— Pensa Akio, ciente de que John o escuta. John faz uma varredura telepática pelos cômodos mais próximos. Ele a localizou rapidamente. Os treinamentos no Cérebro realmente calibraram suas habilidades. Ela não estava só. Sentiu cinco presenças além dela. Uma dessas era a garota com quem ela andava, Jessica.

Tente não fazer barulho, eu sei onde ela está. Agora seria um bom momento para desenhar.— Akio acena com a cabeça e começa à rabiscar pelo corpo. John o observou por um instante. Era incrível a capacidade que ele tinha de fazer, com apenas alguns traços, figuras complexas. John viu pássaros, lâminas, lobos, cordas e algo que parecia uma rede de caça. Akio guarda sua caneta num dos bolsos traseiros e arregaça as mangas, fazendo sinal de que estava preparado. - Tem dois guardas na cozinha, atrás de nós. Ela está com mais três pessoas em uma sala no final do corredor.

Na cozinha primeiro?— Pergunta Akio, John confirma com a cabeça. - Eu te dou cobertura ou...

Sim. Eu vou tentar derrubar os dois de dentro para fora.— John se agacha, virando em um pequeno corredor que ia na direção da cozinha. Ele viu os dois guardas. Estavam armados, então presumiu que não eram mutantes. Isso deveria ser fácil. Teria de derrubar um de cada vez. John entra na cabeça do que estava mais próximo de si e o usou para se aproximar do segundo, que estava de costas, e deu-lhe uma forte coronhada na cabeça com a arma que tinha em mãos. O homem desmaia. Em seguida, John finaliza o homem que controlava, fazendo-o apagar. - Tudo limpo.

John, tem alguém vindo para a sala.— Diz Akio - Eu vejo três vultos. Eu estou escondido, mas não vai demorar muito até que eles me localizem.

Droga, fique abaixado. Talvez eles passem por você, eles podem estar indo para os corredores. - O inconfundível som de vidro quebrando faz John praguejar, enquanto corre para a sala de estar. Era a garota que andava com Carrie, e perto dela haviam dois homens feitos de luz dourada. Ela e Akio se encaravam, incrédulos.

— Nêmesis... - Diz Akio, Jessica olha para John, percebendo agora sua presença. - Vá atrás dela, eu tenho que bater um papo sério com a minha irmã.

***

— Camélia, cuidado! - Ambrose fica entre Helena e um grande bloco de concreto retirado do chão por um mutante com geocinese. Ambrose impede o bloco de avançar e o empurra de volta para o remetente. - Acho que você deixou isso cair!

— Fauna, como? - Pergunta Helena, confusa.

— Formigas levantam sete vezes o seu peso. - Responde Ambrose. - E ainda dizem que usar 42 nunca vai te ajudar em nada.

— Obrigada. - Diz Helena, ficando de costas para Ambrose e fazendo algumas raízes das plantas nos vasos derrubarem um grupo de soldados que vinha pelo corredor. - Eu estou preocupada com Tsukuyomi e Cirurgiã. Elas deveriam ter voltado.

— Não deveríamos ter vindo sem elas, mas não acho que esses três teriam aguentado muito se não tivéssemos. - Responde Ambrose, referindo-se à Daryl, Serena e Phoebe, que estavam mais à frente do corredor. - De onde é que eles estão vindo?

— Alguns pelos elevadores de onde viemos. - Diz Helena, observando Ambrose disparar teia de aranha por seus pulsos, agarrando e puxando um mutante para a sua direção, e finalizando-o com um chute no peito. - E acho que devem existir mais elevadores e salas nesse andar.

Um pulso de energia prateada derrubou uma onda de soldados que se aproximava. Yurie surgiu, acompanhada de Kate.

— Já não era sem tempo. - Diz Helena. - Segurem as pontas aqui, eu tenho que ir atrás de Nêmesis.

— Funcionou? - Pergunta Ambrose, Kate confirma com a cabeça. - Como foi para você tirar a virgindade daquele CD?

— Se sobrevivermos à isso... - Resmunga Kate, conforme mais uma onda de soldados e mutantes virava o corredor. - ... eu vou te matar.

***

John não perdeu tempo e atravessou a sala, desviando do que parecia ser uma bola de energia lançada pela garota. Ele não perde tempo em fazer a tubulação estourar, e faz uma barreira de gelo entre a sala de estar e o corredor que dava acesso aos quartos, impedindo-a de o seguir tão rapidamente, mesmo se derrotasse Akio.

Ele ouviu o barulho de pessoas correndo pelo corredor. Ele pôde sentir os dois guardas se aproximando. Um deles lançou uma rajada óptica, que atravessou a parede e acertou o ombro de John. O uniforme absorveu bastante dano, mas John ainda sentiu o ombro queimar. Antes que os seguranças atravessassem o corredor, John aproveitou-se da água que escorria pelas paredes para envolver a sua queimadura em gelo. O frio não lhe machucaria mais do que o calor o faria. Usou da mesma para fazer espigões de gelo, e disparou-os pelo corredor. Ouviu um urro de dor, e soube que ao menos um havia acertado seu alvo. O segurança atingido vira o corredor, com a perna esquerda sangrando, seus olhos adquirindo uma tonalidade vermelha. John soube o que estava para acontecer e o atordoou com uma rajada telepática. Foi forte o suficiente para fazê-lo desmaiar. John sabia que o outro segurança devia estar por perto. Não poderia perder tempo lutando contra ele. Se abaixou em direção ao homem desmaiado e tocou em sua têmpora. Foi fácil entrar em sua cabeça, rapidamente apagou algumas memórias e alterou o alvo do segurança. Quando se assegurou de que ele não seria mais uma ameaça para si, o acordou.

— Que bom que você está vivo. - John disse, em um tom convincente. O segurança o olhou, confuso.

— O que aconteceu? - Pergunta ele.

— Acalme-se Luke. - Diz John, tendo descoberto o nome do segurança enquanto vasculhara sua mente. - Foi um dos seguranças, ele te derrubou. Você está ferido, mas vai ficar bem. Temos que continuar a missão.

— A missão... Sim. - Ele se levanta, com a ajuda de John. O segundo segurança aparece no final do corredor. - Foi ele quem me derrubou?

— Sim. - Mente John. - Segure-o, eu tenho que terminar o que começamos.

— Com prazer. - As íris dos olhos de Luke ficaram vermelhas, o segundo segurança desapareceu por um dos corredores, sabendo o que estava por vir. John correu para o corredor oposto. Essa foi uma ótima hora para conseguir um aliado.

***

— O que você está fazendo aqui Akio? - Pergunta Jess, com uma de suas sobrancelhas arqueadas.

— Eu poderia perguntar o mesmo. - Diz Akio. - Nossos pais achavam que você estava morta.

— Meu pai e sua mãe, você quis dizer. - Ela resmunga, dando ênfase no "meu". - Estava tudo indo muito bem até sua mãe chegar.

— Acho que essa não é a melhor hora para uma terapia familiar, certo? - Akio faz com que dois grandes lobos saiam de sua pele.

— Acho que não. - Jessica franze o cenho. - Rapazes, por favor.

Jessica estala os dedos e as duas figuras douradas assumem a forma de leões. Os lobos rosnam e pulam na direção deles. Jessica faz uma bola de aura surgir de sua mão e a lança em direção de Akio, que se joga para detrás do sofá para desviá-la. Ele retira adagas de sua pele e as faz voarem em direção de Jessica. Esta ficou imóvel, com um meio sorriso. Akio quase mandou-as de volta quando um dos leões de energia pulou na frente das adagas, agora presas em seu "corpo", ainda que este parecesse não sentir dor. Jessica retira uma das adagas que ficou presa na parede e a joga em Akio que projeta um escudo de sua pele para protegê-lo.

— Você só pode estar brincando. - Ri Jessica, com escárnio, ao ver a aparência o escudo, que e assemelhava ao do próprio Capitão América.

— Você sabe que eu sempre fui um fã dos Vingadores. - Diz Akio, levantando-se e jogando o escudo na direção dela, como se fosse um disco. Ela dá um mortal de costas, fazendo com que o escudo se prenda à parede. Um ganido alto foi escutado, ao passo que Akio urra de dor e cai de joelhos. Um de seus lobos teve a garganta perfurada pela forte mandíbula de um dos leões, desfazendo-se em tinta. Jessica ergue uma sobrancelha.

— Ora, ora... - Ela sorri. - Eu já ouvi um ditado que falava que a vida de um artista são suas obras. - Akio se levanta, semicerrando os dentes. - Mas nunca pensei que isso tomaria um sentido tão... literal.

***

John escuta os sons de luta se intensificarem detrás dele antes de se deparar com a porta que o separava de Carrie. Ela havia sido clara da última vez, ela não o pouparia. Mas talvez o conhecimento que ela adquiriu sobre Cassandra Nova e sua possível lavagem cerebral, de acordo com a conversa de Jessica e Ethan, possa fazê-la hesitar. John abre a porta e a encontra caminhando de um lado para o outro, visivelmente preocupada. Ela vira a cabeça em direção à porta e recua, sobressaltada.

— Você... - Ela ergue a mão em sua direção. - O que faz aqui? O que você fez com a Jess?

— Nada. - Diz John, erguendo as mãos em sinal de trégua. - Ela está lutando lá fora.

— O que você quer comigo? - Ela o encara. - Você não fez nada além de me machucar.

— Como? - Pergunta John, inconscientemente fazendo a temperatura da sala cair. - Como eu te machuquei?

— Eu... - Ela sacode a cabeça, confusa. - Eu não... Isso não importa.

— Importa sim. - John dá alguns passos em sua direção, ela faz um gesto de empurrar com a mão que o lança na parede. Quando a mão de John toca na mesma, fractais de gelo começam a se espalhar pelo cômodo, como uma infecção. - Cassandra Nova fez isso, Carrie. Você sabe!

— Pare! - Ela lança uma mesa de cabeceira em John, que se joga para o lado.

— Deixe-me te ajudar. - Uma pequena nevasca se formava lentamente dentro da sala. - Eu posso te fazer lembrar, do mesmo jeito que... que eu te fiz esquecer.

— Você apagou minhas memórias. - Ela faz alguns objetos pequenos do quarto levitarem. - Para quê?!

— Para te proteger disso! - A nevasca se intensifica. - Você não acredita em matanças em massa... Você não acredita em vingança! Eu te conheço, eu... Eu sei!

— Não! - Ela lança objetos "no escuro", impossibilitada de ver através da nevasca. John, por outro lado, a atravessa com facilidade. - Você não sabe de nada sobre mim, você é nada!

— Você não acredita nisso, no fundo. - John surge na frente de Carrie, e a segura pelas mãos. Ela tenta se desvencilhar de seus braços.

— Você não vai entrar na minha mente, não vai! - Ela grita.

— Tudo bem... - Diz John, calmamente. - Porque é você quem vai entrar na minha.


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Notas finais do capítulo

Sim, o capítulo acabou. Haha deixo vocês nesse suspense.

Até segunda!