Mind Games (interativa) escrita por Isabela


Capítulo 31
Capítulo 30 - Long time no see...


Notas iniciais do capítulo

Oi, jogo rápido hoje porque me atrasei pacas com o meu horário. Espero que gostem, ficou até de um bom tamanho.



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O jato pousou silenciosamente em um heliporto à dois prédios de distância do edifício do Hellfire Club. As nove figuras desceram do veículo.

— Ok, vamos repassar o plano. - Diz John, reunindo os outros em um círculo. Górgona, Camélia e Fauna vão voar ao redor do prédio, para verificar as entradas e saídas do prédio e o quão vigiado está, além do painel. Enquanto isso nós seis vamos descer daqui. Quando chegarmos lá embaixo, eu mandarei uma mensagem telepática para as garotas para nos encontrarem.

— Nós vamos dizer o que descobrimos e dizer onde seria a melhor entrada. - Continua Helena. - Daí Tsukuyomi vai derrubar os guardas usando a melodia arcana. Você trouxe a flauta?

— Não saio de casa sem ela. - Continua Yurie. - Górgona vai encher o local com fumaça, Cirurgiã vai acessar o computador da entrada e desligar as câmeras do prédio. Rouxinol vai desabilitar qualquer alarme que toque.

— E então vamos para os andares mais altos, onde o alvo deve estar. - Finaliza Kate. - Pegamos ela e damos no pé.

— Só faltou a parte em que tentamos não morrer. - Acrescenta Ambrose. - Tribal, pode me fazer um pássaro, por favor?

— Alguma preferência? - Pergunta Akio, pegando uma caneta e arregaçando a manga do braço.

— Algo com uma boa visão. - Diz Ambrose. - E garras.

— Uma águia saindo, então. - Akio termina o seu rabisco, e logo uma águia adulta saiu de seu braço.

— Venha aqui garota, tudo bem. - Ambrose estende o braço e a águia pousa em seu braço.

— Como sabe que ela é fêmea? - Pergunta Akio.

— Ela é mais forte. - Responde Ambrose. - Águias fêmeas são três vezes maiores que os machos. Não é mesmo garota? Eu vou pegar suas habilidades emprestadas, tudo bem? Um pouco dessa sua garra me cairia bem. - A águia abaixa a cabeça e desembaralha algumas penas. - Obrigada.

— É o suficiente? - Pergunta Akio, enquanto a águia voltava para o seu braço.

— Sim. - Diz Ambrose. Seus olhos agora estavam estranhos, idênticos aos de uma águia, mas não se adaptavam ao seu rosto humano. - Não é a mesma coisa do que uma águia de verdade, mas para a minha sorte você é um desenhista realista. Estou pronta para voar.

— Você... Não vão crescer asas ou algo do tipo? - Pergunta Daryl.

— Não, quero dizer... eu até poderia, mas acho que elas chamariam muita atenção desnecessária. - Ambrose começa à flutuar. - E são só um peso extra, sem ofensas para o seu pai, Kate.

— Não ofendeu. - Responde ela. - E você devia me chamar pelo meu codinome, Fauna.

— Desculpe-me ò poderosa Cirurgiã. - Ambrose revira seus olhos de águia. Uma cena aterradora. - Vamos?

— Vamos. - As três levantam voo, e os outros seis descem as escadas até o andar abaixo de onde estavam para pegar o elevador.

***

— Garotas, estamos esperando. - Pensa John. Alguns instantes depois, três vultos pousam próximos à ele. - O que descobriram?

— Uma entrada na frente e uma garagem do lado de trás. - Diz Helena. - Ambas estão cercadas por câmeras.

— O saguão está repleto de guardas. - Acrescenta Ambrose, seus olhos já voltando para a coloração original.

— Isso vai dificultar a nossa entrada. - Resmunga Daryl. - Plano B?

— Bem... - John suspira. - Pela garagem então. A mesma estratégia. Górgona e Rouxinol e eu vamos na frente. Cada um sabe o que tem que fazer.

— Certo. - Phoebe e Serena confirmam com a cabeça.

***

— Górgona, fumaça. - A fumaça escura e densa encobre as câmeras de segurança, e todo o acesso até o portão. - Rouxinol, use sua ecolocalização para chegar até o portão e o abra com uma rajada sônica. Depois silencie os alarmes.

Um forte som agudo pôde ser ouvido depois de alguns instantes. Depois disso nada aconteceu. John e Serena entram logo depois dela.

— Tem um painel de acesso bem aqui. - Diz Phoebe.

— Agora é comigo. - Diz John. Para a sua sorte, o painel era de última tecnologia, dando acesso à múltiplas funções do prédio. - As câmeras de segurança foram desligadas e os alarmes desativados. Górgona, pode dispersar a fumaça.

A fumaça se torna rarefeita e os outros seis correm para dentro.

— Temos que nos apressar agora. - Diz Yurie. - Vão perceber que as câmeras foram desligadas.

— Devem achar que foi um problema técnico, já que, tecnicamente, os alarmes não foram ativados. - Diz Daryl.

— Não vão cair nessa por muito tempo. - Diz Akio. - Vamos indo.

— Em que andar ela está? - Pergunta Helena para John, que ainda estava no painel de acesso.

— De acordo com a planta do prédio, tem dois andares residenciais. Como nós suspeitamos, perto da cobertura. - Diz John. - Também parece que há uma área designada para pesquisa no décimo andar. Pode ser uma oportunidade.

— Devemos nos manter no plano. - Sugere Kate. - Não precisamos de mais atenção do que já iremos atrair.

— Eu acho que deveríamos ir. - Diz Ambrose. - Podemos conseguir as informações de que tanto precisávamos e assim talvez, apenas talvez, os X-Men não vão nos matar.

— É tentador. - Diz Helena. - Mas eu concordo com Cirurgiã nessa.

— Previsível. - Diz Daryl. - Eu vou com Fauna.

— Até agora temos três a favor e dois contra. - Diz John. - Temos que decidir rápido.

— Eu voto não. - Diz Yurie. - É um risco desnecessário. Podemos apenas informar Mística antes de ela vir para cá. Isso se eles continuarem aqui.

— Nesse caso, é melhor prevenir do que remediar. - Diz Akio. - Eu voto sim.

— E eu não. - Diz Phoebe. - Quanto mais rápido sairmos melhor.

— Parece que você será o nosso voto de Minerva. - Diz John. Todos agora olhando para Serena, que cruza os braços, incomodada.

— Droga. - Diz ela. - Bem, ambos os lados tem pontos fortes, mas como há uma grande chance de que eles peguem tudo e saiam daqui assim que descobrirem que sabemos onde eles estão... Eu tenho que concordar. Eu voto sim.

— Bom, está decidido. - Concluí Daryl. - E agora?

— Certo... - John reflete sobre o assunto por um instante. - Camélia, Fauna, Cirurgiã e Tsukuyomi vão para o décimo andar. Recolham qualquer informação que conseguirem.

— E aonde vamos colocá-la? - Pergunta Kate. - Não temos nada aqui.

— Enviem para o e-mail de alguém, para a NASA, seja lá onde for. Qual é, Ka... Cirurgiã. - Daryl se corrige. - Você é uma hacker.

— Certo, certo. - Kate suspira. - Se você soubesse o trabalho que dá para descriptografar arquivos e depois enviá-los em segurança pela rede. Um pen drive seria bem mais fácil.

— É uma unidade de pesquisa. - Diz Helena. - Nos viramos por lá.

— Certo... Vocês quatro vêm comigo até os andares residenciais. - Diz John. - Sem tempo à perder. Vamos.

Os nove pegam o elevador. Torcendo para que o mesmo não se abrisse antes de chegarem no andar correto. Quando o elevador está no nono andar, John se pronuncia.

— Rouxinol, silencie o elevador e a entrada das meninas. - Phoebe confirma com a cabeça, fazendo um leve gesto com as mãos.

— Boa sorte para vocês quatro. - Diz John, telepaticamente, para as garotas. A porta se abre, sem fazer ruído. Helena vai primeiro, tomando cobertura atrás de um grande vaso de plantas. As outras três se aproximam dela e se agacham, recostadas na parede. Kate olha para Helena, que fitava, boquiaberta, um grupo de cientistas. Ela estava pálida, algo lhe disse que se ela não estivesse sob o efeito do poder de Phoebe, um grito teria saído de sua boca. Ela reconhecia o jovem de olhos cinzentos, o garoto que uma vez ela aprendera à amar.

— Ethan...

***

A porta do elevador se abre novamente, e os cinco dão de cara com um grupo de quatro seguranças armados, ao final do corredor com uma única saída pela direita.

— Rouxinol, as armas! - Grita John, enquanto os cinco saíam do elevador. - Presságio, dê-nos cobertura!

Daryl ergue os braços de maneira protetora, criando uma barreira que impede as balas de os atingirem, as armas não faziam nenhum som, graças à Phoebe. E os gritos falhos pedindo reforços não podiam ser escutados, um deles corre para chamar ajuda pessoalmente enquanto os outros continuavam atirando.

— Que desperdício de munição. - Diz Akio. - E agora? Esperamos até ela acabar?

— Para quê? - Sorri Daryl, de canto de boca, com um movimento de empurrão, a parede de energia avança pelo corredor, derrubando e arrastando os objetos que encontrava. Pilastras com bustos de mármore e vasos de plantas faziam parte dos escombros que se acumulavam. Por fim acertaram os atiradores como uma pequena avalanche, não sendo suficiente para encobri-los, mas os fez cair. Daryl então desfaz a barreira e Serena voa em direção aos atiradores, exalando baforadas de gás sonífero e mantendo-os no chão.

— Vamos... - Diz ela. - O próximo corredor está livre.

— Eu vou na frente. - Diz Daryl, ele caminha á alguns passos adiante dos outros e ao virar o corredor, recebe uma coronhada na cara, o que o faz cair. O atirador se prepara para atirar, quando Phoebe grita. Não foi um grito qualquer, a propulsão dele fez o agressor ser atirado para a parede. Os outros cobrem os ouvidos até que ela pare.

— Desculpem. - Diz ela, estendendo a mão para Daryl. - Esqueci de deixar vocês no mudo.

— Você provavelmente salvou minha vida. - Diz Daryl, limpando o sangue que lhe escorria do nariz. - Não há pelo que se desculpar. E esse filho da mãe quebrou meu nariz.

— Cirurgiã pode dar um jeito nisso. - Diz Akio. - Mas se nós ouvimos isso, significa que...

A porta do final do corredor se abre, com um estrondo, e cinco seguranças a atravessam. Daryl instintivamente fez outra barreira. Em seguida, uma mulher e dois homens, todos de terno, atravessam a porta.

— Eles não estão atirando. - Diz Phoebe. - Devemos nos preocupar? - Um dos homens faz uma bola de fogo e a atira na barreira. Ela não a atravessa, mas as chamas botam fogo no tapete.

— Vamos tomar isso como um sim. - Diz John. - Presságio, mantenha a barreira de pé. Está na hora de eu fazer alguns joguinhos mentais...

John libera uma rajada telepática poderosa, que faz os cinco seguranças armados desmaiarem. Os homens de terno parecem titubear um pouco, mas a mulher permanece inalterada. Ela cerra os olhos na direção de John, e ele ouve a voz dela em sua cabeça.

— Vai ter que fazer bem melhor do que isso para me derrubar, docinho. - John sente uma dor de cabeça aguda e sacode a cabeça.

— A mulher é uma telepata. - Diz John. - Vou mantê-la ocupada. Vocês cuidam dos outros dois, os atiradores não vão levantar por um bom tempo.

— Ok. - Daryl desfaz a barreira. Ele e Serena correm para o homem pirocinético, que dispara mais bolas de fogo em suas direções. Akio e Phoebe correm em direção ao outro homem, que fica invisível.

— Drog... Ai! - Akio cai para trás, com a força de um soco dado pelo seu agressor. Phoebe consegue se sair bem, sua audição aguçada a fazia desviar dos ataques que lhe eram desferidos.

— Você caiu muito rápido, Tribal. - Diz ela, dando um soco no ar e acertando o rosto do homem.

— Para você é fácil. - Akio pega uma caneta e começa à desenhar em sua mão. Um óculos se forma em sua mão e ele o põe. - Agora sim o jogo está equilibrado.

— Óculos com visão infra-vermelha? - Pergunta ela, enquanto Akio puxava um chicote desenhado anteriormente ao redor de seu braço.

— Sim. - Com um movimento, Akio enrola o pulso do homem invisível e o puxa, fazendo-o cair. Akio então usa o comprido fio do chicote para amarrá-lo. - Ta-da! Embalado para presente.

— Haha... - Mais pessoas de terno surgem pelo corredor de onde eles vieram. Phoebe fica ao lado de Akio. - Droga, de onde eles vieram?

— A telepata pediu reforços. - Diz John, ainda concentrado em sua luta pessoal. A telepata era muito poderosa para ele.

— Sou mesmo, querido. Você não vai aguentar por muito tempo. - Ela pensa, em sua cabeça. Ele sabia que ela estava certa, ele não era tão poderoso quanto sua mãe. Emma teria derrubado ela com um simples pensamento. Ele não conseguiria derrubá-la. Não sozinho.

— Rouxinol, desestabilize a telepata com uma propulsão sonora! - Grita John, Phoebe se vira na direção da telepata e lança um poderoso grito que apenas a telepata pôde ouvir. A mulher leva as mãos à cabeça, e John a derruba com uma investida telepática final, ao passo que Serena paralisa o homem com uma exalada de gás.

— Eles ainda estão vindo! - Diz Akio.

— Tribal, você vem comigo. - Diz John. - Vocês três segurem eles!

John e Akio correm pela porta, deixando Daryl, Serena e Phoebe segurando os mutantes que tentavam matá-los.

***

— Tsukuyomi, use a sua melodia arcana. - Diz Helena, após se recuperar do choque. Yurie puxa uma flauta de suas vestes, que davam a impressão de serem um quimono, mas sem tanto volume. Notas agradáveis à audição foram tocadas. Os cientistas pareciam confusos e tentavam achar a fonte do som, mas conforme a melodia prosseguia, eles ficavam mais lentos e sonolentos. Ethan percebeu isso e tentou cobrir as orelhas com as mãos, mas logo cedeu à música e caiu no chão, adormecido. As garotas saíram de onde estavam.

— Eu vou dar uma olhada nesses computadores. - Diz Kate. - Vocês fiquem atentas. E se acharem algum pen drive ou CD, por favor tragam para mim.

— Eu vou dar uma olhada nos cientistas. - Diz Helena. - Talvez haja alguma coisa importante com eles.

— Nós vamos checar os arquivos. - Diz Yurie, referindo-se à ela e à Ambrose. Helena se aproxima de Ethan, enquanto as duas vasculhavam as pastas de arquivos.

— Ethan... - Sussurra Helena, para si mesma. - Em que você se meteu? - Ela se abaixa, dando uma olhada no garoto. Ele não tinha nada nos bolsos do jaleco além de um bloco de notas com cálculos soltos e uma caneta. No bolso da calça, apenas o celular. Ela olha para o seu pescoço, onde reconheceu o presente de despedida que dera para o garoto. Um pingente simples, feito com a casca de uma noz, corda e um cristal. Ele ainda o tinha, ela pensou. Talvez ele ainda se importasse. Passou a mão pelo seu queixo, que estava áspero. Ele ficava muito bonito de barba, sua mão foi deslizando por sua bochecha até parar em sua orelha. Ela sentiu algo duro ali.

— Que estranho. - Diz Kate. - Algo está impedindo meu acesso. Não importa o quão rápido eu descriptografe esses arquivos, mais firewalls são erguidos... - Helena sente seus dedos tocarem em uma espécie de comunicador, e ela o puxa. Ela é puxada para trás por alguma coisa forte, e escuta as garotas também enfrentando algum tipo de problema. Ethan abre os olhos e se levanta. Ele estava controlando os fios. Elas estavam amarradas em sua teia.

— Helena... - Ethan estava surpreso e confuso, mas não deu o braço à torcer. - Já faz muito tempo, não?




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Notas finais do capítulo

Vejo vocês na próxima segunda!
Até.