Mind Games (interativa) escrita por Isabela


Capítulo 14
Capítulo 13 - Hellfire.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal. Nos vemos bem mais cedo do que o que vocês normalmente imaginariam certo? Estou postando esse capítulo meio que na encolha (nem a Isa sabe que estou aqui), mas é apenas para esclarecer algumas incógnitas e talvez gerar mais algumas.

Gostaria de pedir desculpa pela última demora, essa história está virando um hiatus eterno. Mas nós estávamos nas provas finais da etapa e é realmente difícil se focar em algo que não seja estudar feito um condenado nesse período. Entretanto não ficamos sem fazer nada. Como já devem ter visto, a capa mudou, criamos um teaser (e futuramente um trailer) para a fic, e já temos alguns capítulos parcialmente feitos.

Espero que gostem do capítulo e, para aqueles que ainda não viram, vou deixar o link do teaser nas notas finais.



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Os dias seguintes se arrastavam como a densa neblina que cobrira Nova York naquele dia. Illyana acordou cedo, como em todos os dias. Já que seus pesadelos recorrentes com o Limbo a impediam de ter uma noite de sono tranquila.

Como sempre, descarregou seu estresse no trabalho. Lecionava o que estudantes normais chamariam de educação física, alternando algumas das palavras por "tortura" se chegaria perto de sua real matéria. Embora seus alunos já estivessem acostumados com o seu mau humor matinal, hoje ela estava especialmente motivada à fazer seus alunos suarem os uniformes.

– Jonathan, eu quero mais cem flexões! - Ele se abaixa. - Com um braço! Helena, se você parar sua série para descansar sem minha permissão vai fazer uma pausa permanente no Limbo!

Helena bufa, e pelo canto do olho ela percebe que Daryl dava uma risada silenciosa. Ela conjura um portal sobre um halter de cem quilos, e o teleporta acima da cabeça de Daryl. Ele ergue as mãos a tempo de pegar o halter, mas cambaleia com o peso.

– E isso são cem levantamentos para você, senhor Jones. Duzentos se não conseguir recuperar o equilíbrio em três, dois... Serão duzentos então. - Diz, após vê-lo pender para o lado e cair. - Vocês acham que eu estou exagerando? Isso não só deixa vocês fortes, como também lhes dá resistência. Pegar leve não faz ninguém ganhar uma guerra. - Ela varre os olhos por seus alunos. - Trevor, mais cinquenta polichinelos...

***

Terminadas as aulas, Illyana se dirigiu ao seu quarto. E com dirigiu-se, quero dizer teleportou-se. Deixou as peças de roupa cair pelo quarto conforme se dirigia ao banheiro. A banheira de água morna, tentadora, a chamava. Deitou-se na água e permitiu-se de alguns puros minutos de relaxamento. Mas não adormecera, pelo contrário. Fitava o teto atentamente, afundada em pensamentos e devaneios. Havia anos que não via o irmão. Depois da discussão que tiveram, não havia um dia sequer em que ela não pensasse nele. Ele a odiava, mas ela não poderia culpá-lo... Não depois do que ela mesma havia feito, do que havia dito...

Uma batida na porta chama sua atenção.

– Illyana? - Ela ouve a voz de Jonathan, ao longe.

– Merda... - Sussurra. Ela se levanta cuidadosamente e enxuga o corpo. - Já vou! - Ela abre o guarda-roupa e põe uma peça de roupa aleatória. Depois disso abre a porta. - O que você quer, Jonathan?

– Podemos conversar aí dentro? - Pergunta ele, olhando ao redor. Ela se afasta da porta, fazendo sinal para que entre. - Eu quero sua ajuda.

– Para quê? - Ela cruza os braços.

– Quero sua ajuda para... - Ele respira fundo. - Me levar para Chamberlain.

– E fugir do castigo? Sinto muito, mas como sua professora eu devo dizer não. - Ele revira os olhos, cabisbaixo. - E como sua amiga... - Ele a olha, esperançoso. - Devo dizer não também, que plano imbecil!

– Vamos lá, Illyana! - Ele gesticula com as mãos. - Você que disse para eu ver Carrie, para ter esperanças e para voltar.

– E ainda acho que você deveria fazer isso, mas não agora. - Ela põe a mão em seu ombro. - Não vou arriscar o seu pescoço e o meu, fazendo você sair daqui.

– E se eu te disser que o baile é daqui a uma semana? - Pergunta ele. - Eu só quero vê-la. Por favor.

– Você nem sabe se ela vai. - Argumenta. - E se ela for, estará acompanhada.

– Eu não ligo! Por favor...

– Céus... Não sei se o parabenizo pela persistência ou o insulto pela estupidez. - Ela leva a mão à cabeça. - Dê-me alguns dias para pensar, ok?

– Mas...

– Não me faça mudar de ideia. - Diz ela. - Agora saia do meu quarto.

Ela conjura um portal ao redor de John, que o leva diretamente para o seu próprio quarto. Ela deita na cama, exausta. Aquele garoto insistente ainda havia de deixá-la louca.

***

– Então vocês querem que eu invada a mente da garota? - Pergunta a idosa careca sentada na cadeira de rodas.

– Sim, Cassandra. - Responde a rainha negra, sentando-se ao seu lado. Pela primeira vez em tempos trajava roupas normais. - Eu chamei Carrie para conversarmos. Eu contarei a verdade sobre nós.

– Não vi onde a minha participação se encaixa Selene.

– Quero que você coloque um gatilho na cabeça de Carrie. - Diz Selene. - Eu ouvi uns boatos... Sobre esse tal baile da escola. Vão fazer algo com ela, e que tipo de professora eu seria se os deixassem impunes?

– Entendo em que ponto você quer chegar. - Cassandra sorri. - Quando isso acontecer, você quer que o gatilho seja acionado.

– Nesse momento eu quero que ela se lembre de tudo o que discutiremos hoje, que ela nos aceite e abrace nossa causa e, é claro, quero que ela reduza tudo e todos naquele baile a cinzas. - Selene sorri sadicamente.

– Mais alguma coisa?

– Sim. - Selene responde após ponderar por um momento. - Quaisquer lembranças que o garoto Frost tenha apagado da mente dela, quero que as recupere e as distorça. Quero que ela o odeie o tanto que eu odeio Emma.

– Será simples. - A senhora arqueia as sobrancelhas. - Considere feito.

– Será recompensada por seu serviço ao lado negro. - Diz Selene, levantando-se. - Eu chamarei você quando estivermos prontas.

– Estarei esperando. - Selene deixa a senhora sozinha e vai para seu escritório. Ela respira fundo antes de conjurar um portal, atravessando-o em seguida. Mal terminou de fechá-lo quando Carrie abriu a porta.

– Mandou me chamar, senhorita Gallio? - Pergunta ela, tomando a rainha negra de surpresa. Ela rapidamente fica de frente para o portal agora do tamanho de uma bola de tênis, impedindo Carrie de vê-lo.

– Carrie... - Ela sorri disfarçadamente. - Pode esperar lá fora só um minutinho?

– Claro. - Carrie fecha a porta, e Selene rapidamente termina o que havia começado. Ela anda em direção a porta, e a abre.

– Obrigada. Por favor, entre. - Selene dá passagem para Carrie, que passa por ela e se senta em uma das mesas à frente da sala. Selene ocupa o lugar ao lado.

– Sobre o que queria conversar? - Pergunta Carrie, inocentemente. Selene respira fundo. Já havia repassado a conversa em sua mente dezenas de vezes, mesmo assim era difícil começar. - Se for pelo incidente de ontem, no banheiro...

– Não... Carrie. - Selene limpa a garganta. - Eu não vim aqui apenas pelo cargo de professora substituta.

– O que quer dizer? - Carrie afasta o corpo para longe da professora.

– Existem pessoas com habilidades especiais, poderes inimagináveis... Mutantes. - Carrie parece tensa, mas Selene continua. - Eu sou uma mutante. E você também é.

– Não. Impossível. - Carrie dá um sorriso incrédulo. - Você é louca.

Carrie se dirige para a porta e Selene agita a mão, fazendo uma camada de energia vermelha cobrir a mesma como uma barreira.

– Posso continuar? - Carrie toca na barreira, e seu dedo é impelido para longe. Ela aperta o dedo, assustada, mas volta para o lugar onde estava.

– Como? Isso...

– Teremos tempo para toda essa explicação depois, minha querida. - Selene abre o portal novamente. - Acompanhe-me.

Carrie atravessa o portal, relutante. Selene a segue, agora com parte de sua confiança recuperada. "O pior já foi.", pensa. Ela guia Carrie até um corredor repleto de quadros.

– Estamos em Nova York, na sede do Hellfire Club. - Selene sorri. - Nessas paredes estão todos os reis e rainhas que já governaram essa organização. Eu e seu pai somos os atuais líderes de um dos lados.

– Meu... Pai? - Carrie franze o cenho. - Ele está vivo?

– Sim. Embora quase tenha sido morto alguns anos atrás. - Uma ponta de sorriso relutava em aparecer nos cantos de sua boca. - Nossa organização não é muito bem vista por certas pessoas.

– O que quer dizer?

– É uma organização criminosa. - Carrie sente um arrepio em sua espinha. - Eu e seu pai somos criminosos. Vilões, por assim dizer. Quando você nasceu eu... Seu pai deixou você sobre os cuidados de Margaret, para manter você longe da guerra.

– Que guerra? Minha mãe... Isso não pode ser verdade.

– É sim. - Selene suspira. – É muita coisa para absorver, mas... Eu espero que entenda.

– E minha mãe de verdade, quem ela é? – Carrie a encara. – Você pode me contar?

– Não. - Selene põe a mão em seu ombro, seu olhar era triste. - Mas devido às circunstâncias talvez descubra isso muito em breve.

– É essa tal guerra, não é? - Selene assente com a cabeça.

– Você não terá de se preocupar com isso. Não é sua guerra. - Selene abre uma porta e as duas entram em uma sala com uma secretária, que rapidamente se levanta e faz uma reverência. Carrie a fita por um instante e Selene simplesmente a ignora. - Por enquanto vamos nos focar em você. Acho que quer conhecer o seu pai.

– Ele está aqui?

– Está. Logo atrás daquela porta.

– Com licença minha rainha, eu creio que o vosso rei esteja em reunião. - Diz a secretária, trêmula. - A porta está trancada por dentro e ele não retorna meus recados.

– Homens... - Selene levanta a mão e a tranca da porta é envolta por uma energia vermelha, desmontando-se em seguida. Carrie arregala os olhos. - Tire o dia de folga, Elizabeth. Eu assumo daqui.

A secretária faz outra reverência e se retira. Selene segura a mão de Carrie e as duas atravessam a porta. Shaw estava virado de costas para a porta, e dois homens conversavam com ele.

– Perdemos Daimon para o lado branco. - Diz ele. - Teremos que suprir sua vaga...

– Shaw. - Selene o chama, mas ele a ignora. - Shaw!

– Pode me dar só um instante Selene! - Ele se vira para gritar com ela, mas é surpreendido por Carrie. - Vocês dois, saiam daqui.

Os dois homens se retiram. Shaw se aproxima e abraça Carrie, que o retribui com lágrimas nos olhos.

– Minha filha... Eu esperei tanto tempo para fazer isso.

– Eu achei que gostaria de vê-la. - Diz Selene. - Temos muito que falar.

– Você cresceu tanto... Olhe só para você. - Shaw acaricia o rosto de Carrie. - Certamente. Vá chamar Cassandra para podermos continuar.

– Nem se dê ao trabalho. - A velha senhora entra na sala com sua cadeira de rodas.

– Como ela...?- Carrie balança a cabeça, confusa.

– Sou uma telepata, querida. Agora se sente.

Carrie se senta na poltrona em frente á lareira. Cassandra fica de frente para ela.

– Prometo que isso não vai doer. - Ela põe a mão em uma de suas têmporas.

– O quê...? - Carrie paralisa, e adormece.

– Interessante. - Diz Cassandra. - Ela é de nível cinco. Nada mal para pais de nível quatro.

– Ela sabe de algo sobre Emma e o filho? - Pergunta Shaw.

– Espere um segundo, o garoto fez um bom trabalho nesse bloqueio... Pronto. - Ela pisca como se seus olhos tivessem sido expostos a uma luz forte. - Certo. Pouca coisa. O garoto contou para ela o básico da guerra. E de como você matou o pai dele. Isso logo antes de partir.

– Ele disse aonde iria? - Pergunta Selene.

– Não. - Responde Cassandra. - Mas ela o viu novamente depois disso, e acho que a garota Rasputin estava com ele.

– Illyana? - Shaw caminha pela sala.

– Essa mesmo. - Cassandra respira fundo. - Não tem muita informação útil aqui. Digam-me o que querem que eu altere e reprima para acabarmos logo com isso.

– Altere as memórias dela com o garoto. Faça com que ela o odeie. - Diz Shaw.

– Jonathan, o nome é...

– Dane-se o nome dele! - Shaw franze o cenho. - Apenas faça.

– Achei que gostaria de saber. - Cassandra revira os olhos. - Feito. Próximo item.

– Faça ela se lembrar de hoje, e nos entender. - Pede Selene.

– Feito. Devo reativar os poderes? - Selene e Shaw fazem que sim. - Certo... Geocinese, aerocinese, tecnopatia, telecinese, telepatia, pirocinese...

– Acabou?

– Estou terminando de armar o gatilho para uma situação de grande humilhação. - Diz Cassandra. - Já que não temos informações mais específicas.

Passam-se alguns minutos de silêncio.

– Acabei. - Cassandra move a cadeira em direção à porta. - Ela deve acordar daqui a algumas horas. Levem-na de volta o mais cedo possível.

A velha se retira, deixando-os sozinhos com a garota desacordada. Uma ponta de sorriso se formou no canto de sua boca. Logo todos saberiam do que Carrie era realmente capaz.


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Notas finais do capítulo

https://www.youtube.com/watch?v=YEOoknO6SIQ