A mocinha e o vilão escrita por Tia Lety


Capítulo 1
Capítulo 01- a mocinha




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narração de: Agnes

Oi! Meu nome é Agnes e eu tenho 16 anos. Estou no segundo ano do ensino médio, e até que estou bem feliz. Minha vida é bem calma, e eu gosto disso, é bom levar uma vida leve. Vou falar um pouco de mim, eu moro com meu padrasto e com seu filho, Wesley, de dezoito anos. Minha mãe morreu na sua lua-de-mel com Jorge, meu padrasto. Ela era viciada em bebidas, e mesmo sabendo disso, Jorge tentou mudá-la, mas num piscar de olhos, já era tarde demais. Eu já conhecia meu padrasto à dez anos, já que minha mãe era meio lerda em negócio de amor. Eles começaram amigos, tipo convidar para comer em casa, depois começaram a namorar e eu conheci Wesley e blá, blá, blá. E foi por isso que eu preferi morar com ele do que com o meu pai. Assim que eu nasci, meu pai deixou minha mãe para viver com sua querida "amiga", Vanessa. Odeio aquela mulher...

Wesley e eu montamos um sebo, e ficou muito bom admito. Quando eu saio da aula, tenho que cuidar do nosso pequeno empreendimento.

Eu gosto da minha vida, gosto até da minha aparência medíocre. Tenho cabelos longos e castanhos, geralmente presos à um coque, tenho olhos meio estranhos, tipo, ao redor da pupila, é meio amarelado, mas ao redor é verde. Vai entender... Enfim, tenho meus curtos 1,55 e... É isso.

Já era primeiro dia de aula de novo! Que droga... Escutei o barulho mais doce que uma pessoa gostaria de ouvir numa segunda feira de manhã: o som do despertador. Levantei da minha cama e desliguei aquele som nojento. Rodei o pescoço e estralei meus dedos. Chamei Wesley e ele se virou, querendo mais minutos para dormir. Desde pequeno, Wesley nunca se acostuma a acordar cedo. E quem tem que acordar? Eu, claro.

—Levanta logo Wesley.— chamei

Ele me deu um dedo do meio e se virou. Vou ter que passar o ano inteiro fazendo isso? E é em caso de teimosia que eu tenho uma panela e uma colher de pau. Peguei a panela e bati nela com força com a colher de pau, fazendo Wesley se tremer por inteiro.

—Já acordei!— ele se sentou— Chata.

Tomei banho e fui me arrumar. Coloquei minha blusa básica, uma calça jeans rasgada nos joelhos (sinceramente, do que é feito essas calças?), e meus tênis all star. Jorge estava com um pedaço de pão na boca e tentava colocar a gravata. Eu era a mulher da casa. Fui até ele rindo e tomei a gravata das mãos dele. Suspirei e perguntei:

—Você quer o quê? Borboleta? Nó comum? Ou...

—Comum.— fiz o nó e sorri

—Tenha um bom dia.

Beijei a bochecha do meu padrasto, ele sorriu pra mim e saiu pela porta apressado. Eu ia de carona com o Wesley, mas parece que ele encalhou no banheiro. Bati com força na porta. Com certeza ele estava dormindo sentado na privada.

Depois de muita, muita enrolação, finalmente estávamos no carro. Wesley havia tirado a carteira de motorista com dezessete, mas só ganhou o carro com dezoito.

—Vê se arranja um namoradinho.— riu ele

—Que garoto de dezesseis anos gostaria de uma menina que gosta de música clássica?— mudei o rádio para Beethoven.

—Realmente... assim você não facilita. Eu sou o motorista. —ele mudou para Acdc— E eu escolho a música.

Eu nunca vou me misturar com a minha casa. Jorge e Wesley amam rock.

Wesley parou em frente à minha escola e quando eu abri a porta ele falou:

—Não ganho nem um obrigado?

Dei língua pra ele e saí do carro. Vi de cara minha amiga, Karine. Ela correu até mim e me abraçou. Ela começou a tagarelar sobre suas férias na Argentina e que estava ficando com um garoto da sala ao lado.

Andávamos falando sobre nossas férias até um garoto se esbarrar em mim, deixando os meus livros caírem. Ele continuou andando como se nada tivesse acontecido.

—Ei!— chamei ele

Ele se virou e eu apontei para os livros no chão. Claro, a obrigação dele era me ajudar, já que foi ele que derrubou.

—Você derrubou seus livros e...?— falou ele

—Eu derrubei?! Foi você! Não vai nem pedir desculpas?

—Eu não me lembro de ter feito isso.— ele tirou uma garrafa da mochila e bebeu— se eu não me lembro, é porque nunca aconteceu.

Todas as pessoas assistiam a cena e comentavam. Karine não falava nada, nem ousava mesmo respirar.

—Ridículo...— murmurei, apanhando meus livros do chão

Ele se virou, irritado e caminhou em passos pesados até mim. Ele peitou comigo.

—O que foi que disse garota?

—Isso que você ouviu.

Olhava para o seu rosto barbado longe do meu. Eu nunca pareci tão baixa. Ele devia ter 1,80, ou algo assim. Tinha olhos negros, cabelos castanhos raspados da lateral. Era a figura de um garoto rude e mal-educado.

Ele apanhou um dos livros que estava no chão e bateu com força com ele no meu peito.

—Satisfeita?!

—Não. Quero um pedido de desculpas.

—Vá se danar...

Ele meteu as mãos no bolso e saiu andando pelo corredor. Que garotinho mais irritante. Quem era ele afinal? Karine tocou no meu rosto e perguntou:

—Amiga? Você está viva ainda?

—Claro que estou.— tirei as mãos dela do meu rosto

—Aquele garoto é uma lenda! Ele foi expulso de três colégios, e você acabou de peitar ele! Está louca?

—Ele não me assusta.

—Eric não lhe assusta?! Você não sabe de nada do que ele fez mesmo...

Karine me disse que ele foi expulso do primeiro colégio por quebrar os dois braços de um garoto, depois foi expulso do segundo colégio por fumo no terraço e depois foi expulso do terceiro colégio por quebrar uma das portas de sala de aula. É, o histórico dele não era muito bacana, mas mesmo assim ele não me assusta. Só basta Eric ficar no quadrado dele e eu no meu! Pronto!

Fui com Karine para sala até ver a figura que eu menos queria ver: Eric. Não acredito que ele está na mesma sala que eu! Que inferno. O estudei. Eric usava alargador, os braços malhados eram cobertos de tatuagens, até os dedos. Possuía uma curta barba crescendo na sua face. Sabe o que era pior? Era que ele estava olhando diretamente para mim.


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Notas finais do capítulo

u.u



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