No dia seguinte,Manu notou que a febre do Manuel tinha passado.

Gui(colocando a camisa): Passou?

Manu: Sim,agora sim.Com o papai aqui né,ele logo melhorou.(sorri)

Gui: Vou fingir que não é pelos remédios.(dá um beijo na cabeça de Manuel)Eu estava me olhando no espelho.

Manu(colocando Manuel no berço): E o que viu?

Gui: Me vi sem um olho,to parecendo pirata.Eu estou horrível.

Manu: Deixa eu ver.(tira o curativo do olho dele)Nossa,seu olho está parecendo o da coruja Zeus.

Gui: Que Zeus?Que coruja?

Manu: Era uma coruja cega que tinha a imagem da galaxia dentro dos olhos.Seu olho está igual o dele..Bom,vou te amar até se você ficar sem os braços.

Gui: Olha que eu quase fiquei.Bom,eu vou pra caça.

Manu: QUE?

Gui: Manuela.

Manu: Guilherme,você nem melhorou do olho,nem dos braços e está tudo enfaixado.Pode sossegando o facho aí.

Gui: N...

Manu: E ponto final.(sai andando)

Gui: Mulher teimosa.

Manu foi pro lado de fora e viu o grupo pronto para a caça.

Andrew: Olha,Manu.Leal me deu essa perna mecânica,poderei ir para a caça.

Manu: Fico feliz,mas é melhor você treinar primeiro a usar ela antes de ir pra caça pra não ter problemas.Já me basta o que houve com o Guilherme.

Andrew: Ta bom.

Manu: Leal,Bruna e eu iremos buscar medicamentos já que quase não deu para buscarmos e mais comidas.Lucia e Cigana ficam de olho nas crianças,Andrew,o Padre e Gui consertarão a casa caso tenha algum problema nela.

Manu,Bruna e Leal partiram rumo a caça,mas eles nem notaram que Gui imitou Lucas e foi escondido no porta-malas.As crianças estavam cada dia mais espertas,mais prestativas,sempre aprendendo mais e mais com os adultos e sempre ajudando.Chegando na cidade,Leal estacionou e cada um foi procurar coisas.Leal conseguiu roupas,Bruna conseguiu comida e Manu medicamentos.Gui saiu do porta-malas e notou que tinha um cervo se aproximando,seria uma ótima janta.Ele atirou sem pensar e isso atraiu zumbis das casas que foram pra cima de Manu,Leal e Bruna.Os 2 saíram correndo dos locais e notaram Gui na rua.Gui os manda entrar no carro,todos entram e fogem.As ruas estavam tomadas por zumbis,toda hora atropelavam um.Os zumbis eram problemas,até notarem que a gasolina tinha acabado e já estava quase anoitecendo.

Gui: Droga.

Leal: Que foi?Por que parou?

Gui: Eu não parei,o carro parou.Acabou a gasolina.

Bruna: Ah não.Na rua,cheia de zumbis,sem gasolina,sem perspectiva de vida.Estamos ferrados.

Manu: Guilherme,eu falei pra você ficar em casa,por que veio,seu idiota?

Gui: Acha mesmo que eu deixaria você andar sozinha por aí?Já me basta tudo o que já houve conosco.

Manu: Que raiva,não deveria ter feito isso.Não percebe que você não está totalmente recuperado?Parece que não tem piedade do seu corpo.

Gui: Meu corpo aguenta muita coisa,mas meus sentimentos não.

Bruna: Você tem sentimentos?(Gui a olha)É brincadeira,só pra não perder o costume do passado.

Leal: Vamos andando para algum lugar até conseguirmos um local calmo pra conseguir gasolina ou conseguir outro carro.

Todos concordam e saem do carro.Eles não conseguem um carro,pois os poucos que tinham na rua,estavam quebrados.Leal resolveu procurar por materiais e peças para consertar algum carro que tinha gasolina.Bruna estava encostada no carro anotando uma coisa em um caderno pequeno.

Gui: O que está fazendo?

Bruna: Anotando os dias.

Gui: Os dias?Está querendo que chegue algum dia especial?

Bruna: Não,é que desde o apocalipse zumbi,eu resolvi não me perder no tempo.Sabe como é,não existe mais luz,nem calendários,nem horário.Eu resolvi sempre anotar a data em que estamos.

Gui: E que dia é hoje?

Bruna: É natal.

Gui: Natal?Nossa,passou bastante tempo já desde que tudo aconteceu.Nessas horas,eu estaria com a minha família celebrando.

Bruna: Bom,você tem agora uma família que você criou sozinho.Isso também é muito especial.

Gui: É,apesar que Manu está brava comigo,eu to cego de um olho,meus braços feridos,meus filhos longe,perdemos pessoas,estamos longe da família.

Bruna: Você deveria não se importar com as coisas ruins e olhar para as coisas boas.Você tem 3 de sua família,é melhor que nada.Você ainda tem um olho,melhor que não ter os dois.Seus braços estão feridos,mas você ainda os tem.Acho que isso mudou em você também,você se importando com as coisas.

Gui: Eu peço desculpas a você se pareci frio e sem sentimentos.A gente conversou bem pouco na época sem zumbis,eu te achava legal.

Bruna: Eu te achava super simpático,mas um idiota.Pra mim,você era o burro mais burro que existia.Manu era uma princesa,madura,trabalhadora,sempre buscava pelos sonhos,por coisas que a levavam pra frente.Enquanto você se distanciava de boas pessoas e se grudava em pessoas sem futuro que paravam no tempo e não queriam nada da vida,somente beber,fumar e zuar.

Gui: Naquela época,eu estava mais cego do que agora.

Bruna: Digamos que o cego de antes era o pior,era odiável.Talvez perder tudo foi o melhor que aconteceu com você.Dê muito valor a Manu,ela aguentou muita coisa e uma dessas coisas foi você.

Gui: O que ela falava de mim?

Bruna: Manu é uma mulher muito sensível e dócil,se entrega fácil para quem ela acha que merece e ela achava que você merecia.Ela te achava diferente,especial,mas aos poucos você foi mostrando que não era assim.O sonho foi virando pesadelo,você se afastou de todos,mudou a personalidade,foi se aproximando de quem não trazia nenhum beneficio para você e ela somente observava e tentava compreender.O pior não era quando ela te xingava e demonstrava ódio,o pior era quando ela desabafava,chorava e se mostrava quebrada.Claro que ela,como uma boa atriz,não demonstrava isso,pois isso era problema dela e mais ninguém.Eu te odiava somente por ver ela mal por sua causa e desejava que aparecesse alguém que a fizesse te esquecer.

Gui: E apareceu?

Bruna: Apareceu.

Gui: Quem?

Bruna: O novo você.