Gui: Você é o meu sonho.

Manu(abre os olhos): Então transforme em realidade.

Gui(sorri): Pensei que estivesse dormindo.

Manu: Só estava descansando os olhos,mas eu estava atenta a qualquer movimento.

Gui: Desculpa pelo que aconteceu,eu não sabia que aquele psicopata apareceria do nada.

Manu: Não foi sua culpa.Você tinha que ir cuidar para que o campo de refugiados desse certo.Você era o governador.

Gui: Mas esqueci da minha família,coisa que eu tinha medo que acontecesse se eu virasse governador de lá.Virei e olha o que houve.Nem em uma semana de posse e já aconteceu aquilo tudo.Odiei ser o governador.

Manu: Você cuidou de mim e dos outros como um rei.Agora vendo o tanto que você fez por todos nós do grupo,percebo que você criou uma grande confiança em si,sabe se virar sozinho,cuidar de nós,ter uma familia,é maduro.

Gui: Eu mudei muito de antes para agora?

Manu: Sim.

Gui: O que,por exemplo?

Manu: Antes você era um menino,agora você é um homem.Meu homem e dos nossos filhos.

Gui(sorri): Gosto quando me chama de seu.

Manu: É a verdade.Você é meu bonitão.

Gui: E você é a minha Manubela.

Manu: E não se esqueça disso.

Gui: Quando eu vi aquele louco perto de você e dos gêmeos,a arma apontada,o tiro que você levou,eu enlouqueci.Eu ficaria maluco se acontecesse algo com você e os bebês.

Manu(sorri): Eu sei,eu notei.Gostei de te ver lá.Me senti melhor.

Gui: Mesmo eu não sendo o Leal?

Manu: Te amei por não ser o Leal.

Gui: Você está bem?

Manu: Sinto um pouco de dor,mas vai passar.Que lugar é esse?

Gui: Era um casarão da minha família,na praia.Era esse lugar que eu pretendia levar todos vocês para vivermos sem zumbi.

Manu: Conseguiu cumprir a promessa,amor.

Gui: Eu deveria ter cumprido antes.

Manu: Acho que a vida é um pouco disso.A gente sofre pra no final,valer a pena e darmos valor.

Gui: Em pensar que eu ia pela cabeça daquela gente que eu pensava ser meus amigos.

Manu: Você gostava muito deles.

Gui: Gosto mais de você e da vida que eu tenho ao seu lado.Com amigos como eles,eu prefiro ficar sozinho.

Manu: Sofremos muito pra chegar nesse lugar.Não só chegar nesse lugar,mas chegar nos sentimentos que temos agora.Meu amor por você é ainda mais forte do que antes,do que no inicio.Você me magoou muito,mas me fez sentir um amor que é bem maior que a mágoa.

Gui: Eu vi o quanto você sofreu fisicamente e emocionalmente.Estou mais aliviado por te ver aqui,como antigamente quando nós dormíamos juntos.Era muito bom acordar e te ver do meu lado,beijar você,fazer amor com você,ter você.(passa a mão no rosto dela)Me perdoa por tudo.Meu passado é passado e é lá que ele vai ficar pra sempre.

Manu: Sério?

Gui: Sim.Deixa eu curar as feridas que eu fiz no seu coração?

Manu: Você vai ferir de novo?

Gui: Prometo que não.Confia em mim,meu amor.

Manu: Te amo muito,Gui.(beijando o rosto todo dele)Muito,muito,muito.

Gui: Te amo também,linda.A partir de agora,só quero te fazer feliz.

Manu(sorri): Você sempre faz.

Gui puxa todo o corpo da Manu para o seu,passa a mão pelas costas dela sem blusa,pressionando os dedos em suas costas e a beija.Um beijo calmo,beijo demorado,beijo carinhoso.Manu coloca a perna por cima da perna do Gui e passa a mão pelo braço dele.Os bebês começam a chorar,provavelmente com fome de novo.Manu se levanta,pega eles e dá de mamar,Gui somente olhava e sorria.

Leal(aparecendo do nada): Gente,eu vim diz...(levando uma almofadada na cara)Ai,meu nariz.

Gui(se levanta,o empurra para fora do quarto e fecha): Ta louco,mano.Você quase vê minha mulher sem blusa.

Leal: Foi mal,eu não sabia.Não precisava ser tão agressivo.

Gui: Fala logo o que você quer.

Leal: A Cigana e os outros estávamos pensando em fazer uma noite especial hoje.

Gui: Especial?

Leal: É.Celebrar esse lugar que vai nos fazer felizes para o resto da vida.

Gui: Seria uma boa.

Leal volta para onde estão todos e avisa que Gui e Manu aceitaram,todos ficam contentes.Depois de dar o mamar as crianças,Gui e Manu almoçam e resolvem cochilar junto aos gêmeos na cama,abraçados,sentindo o calor um do outro,o cheiro um do outro,o amor um do outro como nos velhos,nem tão velhos assim,tempos.Quando já estava quase anoitecendo,Gui estava deitado na cama de barriga pra cima,parecia assustado,se mexia um pouco,ele estava tendo um pesadelo.Ele via seu grupo enfileirados,assustados,alguns chorando.Calafate passava na frente deles,os olhava fundo.Ramiro,Brena e Sandro estavam vestidos de alma-de-gatos e segurava ele em frente a seu grupo.Calafate diz para o grupo olhar o sol,pois eles sentiriam o sol tocar em suas cabeças.10 alma-de-gatos que estavam atrás do grupo,atiraram na cabeça de cada um que estava ali.Gui ficou apavorado,olhava,não tinha caído a ficha,olhava todos ensanguentados no chão.Ramiro,Brena e Sandro sussurravam em sua cabeça que ele escolheu errado,Manu era a escolha errada e todos pagavam por isso.Calafate dá um sorriso sarcástico,mas escuta um barulho de alguém se arrastando.Ao olhar,nota que Manu se arrastava para longe dali,ela tinha levado um tiro de raspão,estava viva,mas ferida,os bebês estavam bem.Calafate caminhou até ela e Gui berrou para que ele não fizesse mal a ela e aos bebês.Gui se debateu até ser solto,mas Ramiro e Brena atiraram nele quando ele tentou correr até Calafate para impedir.Gui colocava sangue pela boca,estava caído,com dor,mas não deixava de olhar Calafate,que parou em frente a Manu e apontou a arma.Gui somente sussurrou o nome de Manu
e escutou um barulho de tiro.Ele despertou na hora,passou a mão na cama e não sentiu Manu.Logo abriu os olhos e só viu os bebês acordados,pareciam arrumadinhos,como se tivessem saído do banho,se mexiam e resmungavam baixinho.Gui se sentou,passou a mão no rosto e teve vontade de chorar.Ele se sentiu culpado por tudo.Um cara como ele que era sempre protegido,teve que virar um protetor.Ele tinha medo,muito medo,medo que acontecesse algo.Ele se aproximou dos bebês,sorriu,beijou eles,brincou com eles.Depois se levantou e procurou Manu pelo quarto,mas não a achou.Gui foi pra sacada do quarto,fechou os olhos e suspirou.