Dead Joana escrita por saoren


Capítulo 1
Pobre Joana


Notas iniciais do capítulo

Eu fiz essa oneshot há algum tempo, algo leve, cômico e meio que envolvendo a "bendita" Lei de Murphy (que também é Física). Foi justamente quando tomei gosto pela matéria.

It all fits! Enjoy!



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Joana. Aquela típica mocinha do interior que sonha em ser alguém de valor na sociedade. Sonha em conseguir estudar em escola que preste, com ensinamentos sobre ciências exatas em um nível mais digno para alguém de 17 anos de idade.

Um dia Joana acordou, se levantou e seguiu aquela rotina miserável de sua vida miserável. Ao compasso que se arrumava para a escola, escutava os trovões, via os clarões dos relâmpagos, pensava no Sol e em seu futuro emprego em uma agência espacial, ou coisa do tipo.

Joana, por conta das dificuldades que passava, especialmente as familiares, aprendeu desde muito cedo como a sociedade comanda a vida. Seus pais viviam brigando por causa simples, seus irmãos viviam doentes.

Saindo de casa, Joana pegou guarda-chuva na varanda e começou seu percurso lamacento que a levaria para escola medíocre. Suas galochas amarelas faziam um nhec nhec insuportável, mas que a ajudavam a contar quantos passos ela dava até o fim do percurso. Geralmente, chegavam a ser 380 passos. 380 nhec nhecs.

Quando faltavam apenas mais 128 passos, a tempestade parecia ter intensificado e não fosse a visão aguçada da menina, pelo menos isso não era um problema, ela teria esbarrado em um carro velho no meio da estrada. Parecia que a morte estava acompanhando a jovem Joana de perto nesse dia. Por um trisco, ela não morreu naquele instante e se juntou a seus avós, “Que Deus os tivessem”.

Desviando para a lateral do motorista, a menina Joana avistou duas pessoas dentro do veículo, estavam falando ao celular com alguém, qualquer quem. Eles pareciam desesperados. Por que estavam tão agitados? Por que estavam parados no meio do nada? Por quê?

A menina Joana, apesar de gostar de estudar Ciências Exatas, não sabia o que era uma gaiola de Faraday. Dirigiu o punho fechado ao vidro da janela e pensou no Sol pela última vez. Ao encostar os nós de seus dedinhos na janela, o corpo de Joana absorveu toda a descarga elétrica que o automóvel havia recebido.

Talvez fosse esse o motivo pelo qual o casal estava tão desesperado. A jovem Joana não viu sua vida passando como um flash diante de seus olhos. A sorte dela não iria tão longe assim. Seu crânio fora instantaneamente carbonizado, assim como o resto do corpo, obviamente. Ela tinha uma face de horror estampada, especialmente por querer gritar quando sentiu o choque.

O casal mal conseguia abrir a porta do lado do motorista, pois ela estava praticamente grudada ao solo, ainda que este fosse lamacento. Com certo esforço, conseguiram mover o corpo.

O cheiro de queimado se misturava ao de borracha, provavelmente os pés dela derreteram.

A moça, devia ter seus vinte e poucos anos, chorava para o nada, já não bastava eles terem ficado no prego, agora haviam matado indiretamente aquela menina.

O rapaz, tão desesperado estava, começou gritar com as mãos na cabeça “Maldita terra de potencial zero!”

Pobre Joana, morreu ali, sem emprego, sem conclusão de ensino médio, os sonhos destruídos, tudo por que a porcaria da matéria de Física só seria ensinada no segundo semestre do ano letivo.

Pobre Joana. Maldita Gaiola de Faraday.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam, cupcakes?

Obs 3: A fic está marcada na tag "Comédia" por conta do tom cômico, não por ser realmente engraçado, só "colocando os pingos nos is".

Até a próxima fic, ou cap. de outra fic qualquer!



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