Sentimentos Ocultos escrita por Coffee


Capítulo 1
I. Quando meu olhar cruzou com o seu


Notas iniciais do capítulo

Eu não conseguia tirar essa ideia da minha cabeça e por isso resolvi escrevê-la. Não sei se alguém irá ler, mas terá provavelmente três capítulos, no máximo quatro caso eu decida fazer algum extra... Boa Leitura!



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SENTIMENTOS OCULTOS

Escrita por Coffee

I. Quando meu olhar cruzou com o seu

Devido à pequena diferença de idade e apesar de estarem no mesmo clã, ela quase não o via. Uchiha Fugaku sempre pareceu um sonho distante demais para ser alcançado. Ele estava sempre ocupado demais, treinando e indo a academia ninja quando ela ainda não tinha idade para fazê-lo.

Já ela permanecia em sua casa, seus pais quase não a deixavam sair, e quando ela finalmente começou a frequentar a academia ninja ele já havia saído. De todo modo ela treinou arduamente, esperando que um dia, ele finalmente fosse notá-la.

Tinha o visto algumas vezes, mas naquele dia, havia algo especial.

Ele tinha acabado de receber sua qualificação para jōnin, junto com outros membros do clã, e, por esse motivo a maioria dos componentes estava fora de suas casas, em festa.

Mikoto não tinha ganhado qualificação de jōnin ainda, e embora a festa não fosse para ela, permanecia escondida entre o muro de uma casa e outra, na fresta, esperando a hora em que finalmente o visse.

Ela viu os novos jōnins de longe emaranhados em sakê, mulheres e cumprimentos familiares. Havia tantas meninas em volta deles que era ridículo de sua parte pensar que ela teria alguma chance.

Foi quando ela se virou para trás, pronta para ir para sua casa foi que o viu. Sua boca secou instantaneamente, suas bochechas formigaram e ela apoiou uma das mãos em um dos muros ao seu lado para não cair.

Fugaku estava em pé, assim como ela, entre um muro e outro, com as mãos nos bolsos, o olhar para o nada. Indiferente.

Foi quando ele olhou para ela, que seu mundo girou.

Seus olhares se cruzaram e eles passaram segundos, minutos, horas, se encarando. Ela não tinha certeza. Nem sobre o horário, sobre o tempo, sobre o seu clã ou sobre seu nome.

Ele desviou o olhar do seu, e abaixou-o sobre seu corpo, como se a analisasse por inteiro e ela quis morrer. Naquele momento ela não tinha mais confiança e já não sabia por que diabos queria tanto encontrá-lo antes, afinal como ela poderia despertar algum interesse nele? Patético.

Vamos lá. Fale alguma coisa. Idiota.

— Hum... É... Oi... — O sorriso vincou em seus lábios sem sua permissão — Eu sou Mi—

— Mikoto — Ele interrompeu — Eu sei quem você é.

— Oh! Sabe... É... Nossa... Meu nome... Quer dizer...

Desviou o olhar, pegando a barra de sua blusa e enrolando-as nas mãos, porque ela não sabia o que fazer, não depois dele dizer que sabia da mera existência dela. Aquilo era muito mais do que ela podia sequer esperar, e ela tinha ganhado o seu dia, a sua semana, o seu mês, o seu ano...

Afinal...

Uchiha Fugaku sabia seu nome.

Não importava se era somente isso que ele soubesse sobre ela. Era o suficiente. Pelo menos para o seu coração tolo e apaixonado.

E platônico. Sua mente completou, sem sua permissão.

— E então... Por que... Quer dizer... O que está fazendo aqui? — Ele olhou-a em dúvida — Quer dizer, não que você não possa estar aqui, ou que, que... Quer dizer... Por que não está na comemoração?

Finalmente ele acenou positivamente como se entendesse sua pergunta.

Ridícula. Você é ridícula.

Ela pensava.

E era isso que ele deveria estar pensando.

— Tem muita gente.

Foi tudo que ele respondeu, dando os ombros, como se não se importasse de estar perdendo a festa.

— Oh! Claro. Você... Não gosta de bem... Muitas pessoas... Juntas?

Ele balançou a cabeça negativamente e ela anuiu.

— Acho melhor eu parar de te incomodar e—

— Quer tomar alguma coisa?

O Uchiha disse de repente, como se tivesse acabado de tomar um impulso. Oh, ele devia estar muito bêbado (apesar de não parecer nem um pouco) para chamar alguém como ela para beber alguma coisa, ou talvez ele tivesse algum problema na mente e...

— Claro!

Respondeu, tomando um impulso também. Porque sua mente era confusa demais e pensava demais e caso ela não fizesse as coisas assim, de supetão, nunca o faria.

Eles saíram da fresta entre paredes para voltar ao lugar da comemoração. Ela agradeceu mentalmente por seus pais não serem adeptos a festas e, portanto, por não estarem ali. Já era ruim o suficiente ver as kunoichis mais velhas se virarem para ela como se ela fosse um ser de outro planeta, ou uma ilusão.

Fukagu pareceu não se importar com os olhares que eram direcionados a eles, raivosos e incertos, curiosos e invejosos, ele apenas continuou andando a alguns centímetros dela, com aquela postura séria e elegante que ele sempre tivera.

Ele era o escolhido para ser próximo na liderança do clã, afinal.

Ser elegante devia ser a regra número um dele.

E por esse motivo ela rapidamente e disfarçadamente ajeitou a postura e olhou para frente fingindo que aqueles olhares não eram direcionados a ela.

Não entendia o motivo de tanto alvoroço, eles nem estavam tão próximos assim, tudo bem que ele era o homem mais cobiçado do clã agora, justamente por ser o próximo líder, mas quem em sã consciência veria nela uma ameaça? Ele só tinha chamado-a para tomar algo porque a encontrara sozinha e perdida em um beco, feito um cãozinho abandonado.

Não havia motivo para que aquelas mulheres quisessem a matar.

Ele se serviu de sakê e ela preferiu um amazeke, um vinho de arroz mais suave, ela não era muito tolerante a bebidas alcoólicas principalmente pelo fato de seus pais quase não a deixarem degustar esse tipo de bebida.

Olhou-o, alguns centímetros mais alto do que ela, incerta. Mesmo tentando ignorar os olhares, ela não conseguia, e sentia-se deslocada e até mesmo insegura ali. De todo modo ele pareceu perceber, e começou a andar novamente. Tomando aquilo como um incentivo de me siga, ela o seguiu.

Foram parar mo lugar de início, a fresta entre os muros.

— E então... Eu... Não tive a chance de te... Parabenizar. Então... Parabéns pelo seu novo rank.

Ela teve vontade de jogar sua bebida no chão e ir de encontro a ele, abraçá-lo como as outras meninas faziam, mas ela não tinha coragem para tal, nem bebido o suficiente.

Por isso ela permaneceu segurando o copo em uma mão e segurando com a outra a barra de sua blusa, um traço típico de quando estava nervosa.

— Obrigado.

Ele disse por fim. Passaram algum tempo assim, em silêncio, entretidos com suas bebidas (ela nem tanto), quando ele finalmente disse alguma coisa.

— Você deve pegar sua graduação logo, não?

— Oh! — Ela não conseguiu esconder a surpresa tanto por ele estar conversando com ela, como por ele saber que ela estava prestes a se tornar jōnin — Bem, vai demorar alguns anos, dois ou três, mas considerando nosso tempo ninja, sim.

Ele anuiu e ela sorriu sem poder se conter.

— Passei no último exame chunnin.

Disse, sem saber ao certo o porquê. Apenas... Quis contar...

— Eu sei.

Sorriu, ele sabia mais sobre ela do que um dia ela sequer cogitaria e aquilo a deixava nervosa e feliz ao mesmo tempo. Era gratificante saber que sua paixão platônica sabia pelo menos o seu nome e também sobre sua carreira.

— Eu... Devo ir, meus pais não gostem que eu fique muito tempo fora de casa.

Ele anuiu com a cabeça em concordância. Enrolou novamente a mão livre do copo na barra da blusa.

— Bem... Eu... Vou indo... É... Foi muito bom te ver... E conversar...

Sentiu as bochechas arderem e tinha certeza que ele deveria estar achando-a ridícula. Acenou com a mão depressa e saiu correndo dali.

Não foi uma saída triunfal, no fim das contas, apenas um correr desastrado, com pés se chocando. De todo modo ela já estava longe o suficiente para saber qual seria a reação dele.

Entrou em casa com o coração batendo forte, apressado, parecia querer pular do peito, porque aquele espaço parecia pequeno demais para ele.

Eu conversei com Fugaku. Bebi com Fugaku... Ele sabe meu nome...

Sua mente era um amontoado confuso e estúpido de pensamentos incoerentes. Ela se apoiou na porta, e suspirou baixinho, feliz por seus pais não estar a vendo naquele estado.

Naquela noite ela sonhou com cabelos escuros, um olhar penetrante e uma voz imponente que não abandonava seus ouvidos em momento algum. Ela sonhou até com um toque, tímido e quente. No outro dia sua mente continuava o mesmo caos e ela se sentia ainda mais envergonhada por ter sonhado com ele.

Ela foi para uma missão, como fazia na maioria dos dias, e quando chegou em casa já passada das dezoito. Seus pais estavam sentados no sofá, juntos, e as únicas vezes que eles faziam isso era quando ela fazia alguma coisa de errado (o que era muito raro).

— Tadaima.

— Tadaima.

Sem vontade de perguntar o que ela tinha feito para eles estarem ali, tirou os sapatos e começou a andar rumo à cozinha, seu pai não deixou que continuasse.

— Mikoto.

— Sim?

Seus pais não faziam o tipo amorosos, eles eram secos, e só conversavam quando era necessário. Ela não puxara a eles, segundo algumas de suas amigas, e ela não sabia se isso era bom ou ruim.

— O próximo líder do clã esteve aqui, Fugaku.

Seu coração começou a bombardear sangue depressa, e sua mente voltou ao caos em que estava ontem e hoje de manhã, do modo que sempre ficava quando ouvia apenas o nome dele.

Assentiu com a cabeça incentivando seu pai a continuar.

— Ele pediu sua mão.

Ela se apoiou na poltrona do seu lado para não cair. Suas pernas bambearam e ela jogou seu corpo no estofado, seu pai entendeu sua reação do modo errado.

— Ele é um ótimo partido Mikoto, será o próximo líder e precisa de uma mulher ao seu lado, deveria estar honrada que ele tenha o escolhido.

E estou. Não poderia estar mais feliz.

Ela levou as mãos à boca, ainda perplexa, e sentiu algumas lágrimas quentes escorrerem de seu rosto.

Uchiha Fugaku quer se casar comigo...

Ele... Veio pedir a minha mão...

Ele...

— Você deve aceitar isso Mikoto, e ser uma boa esposa.

Eu aceito pai.

Eu aceito...

Eu farei de tudo para ser a melhor esposa...

Ela quis dizer, mas nenhuma palavra saia de sua boca. Ela tentou abri-la para dizer algo, mas por ela passou apenas um soluço.

— Eu e seu pai também não nos conhecíamos quando casamos, o amor vem com o tempo.

Oh não, mãe... Vocês não estão entendendo... O amor já está aqui, está aqui há muito tempo, tão forte e tão grande que mal consigo controlá-lo...

Em meio ao choro ela sorriu, e seus pais olharam-na em dúvida. Ela não se importou, apenas subiu as escadas depressa, sem pedir licença, mesmo sabendo que mais tarde eles ralhariam com ela em repreensão pelo seu comportamento.

Entrou em seu quarto e encostou a porta, andando até a cama e se jogando nela. Tudo aquilo parecia um sonho e ela tinha medo de acordar.

Fugaku havia a pedido em noivado, para os seus pais.

Como uma tradição do clã agora eles sairiam juntos para se conhecerem melhor, treinariam juntos para conhecer suas habilidades ninjas e depois quando o tempo chegasse se casariam no meio de todo o clã. Com kimonos bonitos, pessoas alegres, comidas e bebidas a vontade.

Mas ela tinha certeza que não repararia em nada disso quando a hora chegasse. Apenas repararia nele, em sua beleza, seu jeito e seu comportamento, como fez a vida inteira. E depois veria que ali, ao lado dele tão elegante e imponente como sempre fora estava ela.

Uma mulher que o amou desde pequena, que reparou em minúcias dele, que lutou para chamar sua atenção. Que não se arrependia de jeito algum de, naquele dia, ter saído de sua casa com a intuição de encontrá-lo.

Ela conseguiu, havia o encontrado, e de algum modo (que ela não fazia a ideia de como) havia chamado a atenção dele. E em meio há tantas moças muito mais bonitas e inteligentes que ela, ele a escolhera. Apenas ela.


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Notas finais do capítulo

Olááá para você que chegou até aqui! Obrigada por ler! Alguém aí que também lê Agridoce notou de onde vem a insegurança do Sasuke? Hahaha! Acho que deu para perceber que isso é genético! Mas vamos combinar que esses dois aqui tem muito mais coragem que os dois de lá!
.
Não sei se alguém realmente chegou até aqui, por esse não ser um casal muito recorrente nas histórias, mas caso você esteja lendo isso, deixe sua opinião na caixinha aqui em baixo! ♥
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No próximo capítulo teremos uma palhinha do Itachi e do Sasuke delícia!



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