One Night Stand escrita por Madame Bjorgman


Capítulo 2
In the Dark...


Notas iniciais do capítulo

Oláá a todas as Frozen Lovers!!!! ♥ :3
Primeiramente eu quero pedir mil perdões por esta demora vergonhosa (sintam-se à vontade para me bater na cabeça, se desejarem. kkkk). A rotina do meu trabalho tem ocupado grande parte do meu tempo e por isso demorei mais do que eu esperava para escrever e postar.
Falando agora um pouco sobre a "One Night Stand", há dois alterações a vos comunicar: 1º- Dado esta 2ªparte ter ficado demasiado grande eu me vi na obrigação de dividir mais uma vez o capítulo, o que provocou a conversão da história de Twoshot para uma Shortfic. Por isso, em vez de duas partes haverá quatro partes. Espero que vocês não se importem... ^-^'
2º- Nesta parte haverá momentos um pouco... intensos kkk. Uma pequena amostra do que teremos na parte final.

Bem, não vos irei deter mais my dears :3

Espero que gostem, obrigada pela vossa paciência e desejo-vos uma boa leitura ♥ ^_^



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~ 19:50h - Casa do Kristoff ~

Tudo o que envolvia o ambiente alegre e ploriferante do Blue Velvet foi deixado para trás com manifesta satisfação. À medida que o afastamento tornava-se maior, as recordações do desconforto iam-se esbatendo com considerável rapidez.
No exterior, Anna apercebeu-se de que reinava uma outra agitação... uma forte tempestade parecia formar-se, com o firme propósito de agitar aquela noite, mas por enquanto, a chuva insistente tinha permitido interromper-se por algum tempo.
No entanto, qualquer habitante em Londres sabia que esta condição meteorológica era frequentemente inconstante e não tardaria muito para que a chuva reivindicasse o seu lugar de excelência, tendo em especial atenção de que se intensificava a formação desta mesma tempestade, multiplicando-se o número de relâmpagos que surgiam no céu tenebroso.

Anna estava muito longe de imaginar que este convite a iria levar até à morada de Kristoff, por isso foi compreensível a sua surpresa ao se encontrar diante de uma porta a que o homem de olhos doces denominou como sendo a entrada do seu lar.
Os seus lábios nada pronunciaram perante esta descoberta, sentiu apenas a estranha vontade que a empurrava com ávida força para uma exploração minuciosa do espaço em que Kristoff vivia, sorrindo abertamente quando numa curta e ligeira vénia o loiro a convidou para entrar... Assim que fecharam a porta de entrada atrás de si, o mundo pareceu enfim dar ampla liberdade à abertura de todas as comportas dos céus.
Chuva, vento e medonha trovoada juntaram-se numa sinfonia infernal desordenada, intensificando consideravelmente a força da tempestade. Por sua vez, Kristoff procurou com prontidão encontrar o interruptor que ligaria todas as lâmpadas da divisão onde se encontravam, mas assim que o descobriu e carregou nele nada aconteceu.

– Parece-me que esta noite não teremos luz. - Murmurou o loiro.
– Não me parece ser uma perspectiva melhor do que o karaoke... - disse Anna, encolhendo-se um pouco mais ao sentir um certo desconforto perante a escuridão que a envolvia.

Kristoff deixou escapar uma pequena risada ao ouvir as palavras de Anna.
Não poderia ignorar a negatividade que a falta de iluminação trazia consigo, mas era uma circunstância bastante aceitável, tendo em conta do que se poderia esperar de uma sessão de karaoke deprimente num qualquer bar da cidade londrina.

– Se me fosse dado a escolher entre a minha casa sem luz e uma sessão noturna de karaoke num bar iluminado, creio que para mim a escolha não seria difícil... não hesitaria a ficar em casa.
– Isso explica a falta de amor pelos teus pés, se tiveres o hábito de andar pela casa descalço, claro. - Ripostou Anna, deixando o seu sorriso amplo diluir-se na difusa escuridão.
– Sinto-me subestimado. - prosseguiu o jovem rapaz, fingindo-se indignado. - Atrevo-me a dizer que conheço cada recanto desta casa, mesmo em parcial ou total escuridão.

Kristoff não dizia mais do que a verdade, conhecia efectivamente cada espaço como se fosse a palma da sua mão. Mas Anna não pareceu acreditar piamente nesta declaração, deixando escapar uma gargalhada jovial, que foi bruscamente interrompida pelo ribombar monstruoso de um trovão demasiado perto, que se abateu sob as suas cabeças.
Naturalmente que este som desagradável e inesperado fez a alegria efusiva evaporar-se, abrindo espaço a um arrepio pegajoso que foi deslizando pelas costas e nuca de Anna.
A natureza do seu instinto levou-a a procurar um refúgio que a pudesse deter de se agarrar a um potencial histerismo eminente... e através do toque, procurou com urgência a sua rocha de segurança. Apalpando o ar vazio atreveu-se em avançar alguns passos numa direcção que não sabia qual estaria a tomar, e quando o som do trovão perdia finalmente as suas forças, as mãos de Anna encontraram a solidez quente de músculos esculpidos.

Sob as palmas das suas mãos um estremecimento manifestou-se... Anna sabia que naquele momento tocava Kristoff.

Ela esperava encontrar dentro de si um embaraço que a faria retrair-se, levando-a a afastar-se daquele corpo masculino. Mas no seu lugar encontrou desejo, um desejo crescente e pungente, que a arrastava para a concretização da vontade de uma maior proximidade. Após tanto tempo, Anna não conseguia agora evitar que a sua mente fosse invadida pela estranheza de se encontrar naquela condição intensa.
Por quanto tempo se tinha privado de algo assim? Qual fora a última vez que se permitira a entregar ao ímpeto de desejar algo como o contacto físico de um homem?!
Deu por si a suster a própria respiração, como se esse gesto fosse o necessário para que aquele momento não mais acabasse.

Kristoff por sua vez, ao sentir as pontas daqueles dedos delicados percorrer-lhe o abdómen, apercebeu-se de que corria o sério perigo de se descontrolar. Aquele toque leve não o deixava indiferente, mesmo sendo por cima do tecido fino da sua camisa, que na sua mente se assemelhava a uma barreira que se interpunha inconvenientemente... ele queria mais, queria tocá-la como ela o tocava naquele instante, sentindo com grande vivacidade o desejo que crescia também dentro de si.
Kristoff desejou, implorou mentalmente que se manifestasse um novo trovão para que a pouca distância que o separava de Anna fosse dissolvida, e de facto, os seus apelos foram prontamente respondidos... um raio serpenteou pelo firmamento, iluminando por um único instante o espaço, revelando assim os contornos dos dois espíritos inquietos. E quando o trovão ressuou, Kristoff sentiu as curvas de Anna contra o seu corpo.
Um arfar masculino fez-se ouvir audivelmente e Anna não resistiu em sorrir sugestivamente perante esta reacção... as mãos femininas subiram um pouco mais, explorando sensualmente o peito agitado, saboreando com deleite cada estremecimento ao seu toque.

Kristoff não conseguiu resistir ao atrevimento de retribuir todas as carícias de que era alvo, as suas mãos viris rodearam a cintura fina, explorando com igual subtileza a femínea carne arrepiada.
Anna correspondeu a cada gesto, entregando-se um pouco mais a cada centímetro descoberto pelas mãos fortes e experientes, que em silêncio a sabiam conduzir por caminhos que nunca antes imaginara percorrer com um outro homem. Quando Kristoff tomou a liberdade de descer um pouco mais, tomando por entre os dedos ansiosos ambas as coxas, enterrando o rosto no pescoço delicado que tinha diante de si, Anna pensou que iria perder o juízo. Fechou os olhos com força, sentindo-se intensamente ébria com a onda de prazer que a arrebatava em tremenda força.

– Eu... eu não consigo... estás a deixar-me louca. - Sussurrou Anna, levando a mão direita ao pescoço de Kristoff.

O loiro deliciou-se com estas palavras, deixando escapar um som gutural que se assemelhou a uma risada prazerosa. Nunca poderia negar como se sentia irremediavelmente atraído por esta jovem e voluptuosa mulher de longos cabelos arruivados. Na sua mente ela assemelhava-se a uma doce visão de uma ninfa que tinha a capacidade de o deixar à beira de um desejo cego tão intenso, que nem mesmo ele se imaginara capaz de sentir. A única certeza que lhe povoava a consciência era que a desejava loucamente, queria-a só para ele! Como seria capaz de resistir à doce melodia que o chamava através daquele corpo que pulsava por entre os seus braços?! Parecia-lhe impossível naquele momento...

Assim ficaram os dois, por breves instantes, numa espécie de abraço irresistivelmente cúmplice, onde a única manifestação momentânea dos corpos eram as respirações alteradas. Duas almas que finalmente se tinham encontrado, agindo em ritmo da atracção e do desejo que os ia consumindo em ardente e vagarosa combustão.
Com um delicado e doce atrevimento, Kristoff ousou tocar com os lábios sedentos a pele alva do pescoço fino, beijando-a levemente. E ao inalar o delicioso perfume feminino, o loiro sentiu-se completamente perdido... mas aquilo ainda era só apenas o começo.
A sua visão apelou com teimosia por algo mais, os olhos cor de mel começavam a ansiar por ver Anna diante de si, em toda a sua perfeição e graça.

Mas para a concretização de tal vontade era necessário uma breve e provisória privação...
Contra a sua própria vontade, Kristoff afastou-se da fonte do seu desejo, recebendo como recompensa um som inteligível, articulado por Anna. Sentiu a proporção da dor quase física que lhe percorria as células do corpo ao se sentir apartado do calor sensual das curvas femíneas. Ao saborear tamanha fina iguaria, Kristoff sabia que não poderia aguentar agora ao voltar a viver apartado do toque leve dos dedos delicados de Anna.
Incorreu-lhe no espírito que se a sua visão desejava tocar, assim como as mãos já tinham tido o privilégio de o fazer, não faria sentido que os dois permanecessem indefinidamente naquele espaço mergulhado em escuridão o resto da noite.
Por isso, procurando encontrar as mãos de Anna, e aconchegando-as depois por entre as suas, sugeriu-lhe para que se deslocassem para um outro recanto da casa muito mais acolhedor.

– Vamos. Há um outro lugar bem mais confortável, com janelas grandes, onde poderemos ver a tempestade e a chuva a cair lá fora... - Disse Kristoff.
– Para onde me levas? - Questionou Anna, sentindo com um novo fulgor a sua curiosidade manifestar-se.
– Aguarda um pouco e verás... - Respondeu-lhe com doçura.

Anna não poderia fazer mais do que confiar, depositando naquelas mãos másculas a sua própria segurança e expectativa. Observando em seu redor, mesmo sabendo que estava provisoriamente impossibilitada de ver qualquer coisa que fosse através do escuro, Anna soube instantaneamente de que a sua confiança em Kristoff era absoluta e que dificilmente poderia ser abalada. A sua vontade estava disposta a entregar-se às expectativas que estavam guardadas nos momentos que se seguiriam.

Uma das mãos alheias abandonou as suas, para depois sentir que a que permanecera, entrelaçava discretamente os dedos nos da sua mão esquerda, levando-a através da escuridão pelas divisões que desconhecia.
Anna pôde concluir efectivamente que Kristoff conhecia com extraordinário detalhe o espaço que o envolvia, caminhando sem uma única vez hesitar através do absoluto breu, o que causou uma forte e positiva impressão na opinião da ruiva, levando-a a manifestar com rapidez uma autocensura para com a sua séptica opinião que exibira minutos antes.
Gostou da firmeza gentil depositada sob a sua mão, apreciando a solicitude meiga com que aquele único contacto corporal a conduzia. Se o receio mais desperto era esbarrar acidentalmente contra algum objecto que estivesse pelo seu caminho, com Kristoff esse medo era injustificado.

– Cuidado com os degraus. - Avisou o loiro, impedindo-a por segundos de avançar.

Ao colocar o pé no primeiro degrau, facilmente compreendeu que o anfitrião da casa tinha a intenção de a fazer subir uma escada que dava acesso ao andar superior.
Na mente fértil de Anna, aflorou todos os pensamentos que lhe eram permitidos surgir naquele curto instante. A insaciável curiosidade oferecia-lhe um infindável leque de cenários que poderia desvendar por si própria assim que chegasse ao dito lugar confortável, dotado de janelas suficientemente amplas para que pudessem ter a oportunidade de apreciar a tempestade que se movimentava lá fora com alguma fúria.
Mas apesar da mente tagarela não conseguir parar de cogitar sobre qual seria o aspecto do lugar para qual o Kristoff a encaminhava, os lábios de Anna permaneceram cerrados, porque tinha-lhe sido prometido que dentro de instantes descobriria por si mesma e a curiosidade alcançaria finalmente a sua satisfação.

– Por aqui. - Indicou Kristoff, virando à esquerda, após alcançarem o topo da escada. - Só teremos de atravessar um pequeno corredor...

Anna estreitou mais o aperto em que a sua mão se encontrava retida, sentindo a correspondência instantânea com que o seu gesto era retribuído. A sensação que aquela troca simples de gestos mudos provocava jamais poderia ser transmitida por todas as palavras concisas, porque nunca haveria suficientes para tal. Restava-lhes apenas sentir e usufruir dos sentimentos que despertavam com profunda e crescente intensidade por cada passo que davam... Kristoff deu por terminado o percurso ao parar diante de algo, levando Anna a discernir de que era muitíssimo provável que estivessem diante de uma porta.

Uma repentina hesitação materializou-se e abateu-se sob os membros de Kristoff, subjugando-o numa inércia momentânea. Era como se, pela primeira vez naquela noite, finalmente a sua consciência emitisse o primeiro alarme das consequências que pudessem advir com os seus actos... Kristoff teria de admitir a forma como a sua consciência dominava todos os parâmetros da sua vida, algemando-o ao velho conforto da concha em que vinha vivendo desde a única ocasião em que lhe tinham partido o coração.

Mas nesta noite tudo era diferente... pela primeira vez, não era o alarme da sua consciência que ressoava na mente alvoraçada, mas sim o medo de voltar a tentar dar a oportunidade de permitir que uma mulher entrasse no seu mundo.
Ao sentir o aperto gentil que lhe afagava a mão com carinho e os dedos femininos enlaçados nos seus, fê-lo descobrir como esse medo agora lhe parecia tão ridículo aos seus olhos. Todo esse mesmo medo esfumou-se quando descobriu ali mesmo que estava disposto a ceder passagem a Anna directamente para o seu coração.
Enchendo por inteiro o peito de ar, voltando depois a soltá-lo todo de uma vez, Kristoff levou a mão livre à maçaneta da porta e rodou-a com disposta e pronta rapidez, fazendo movimentar-se a madeira num rangido curto.

Do lado oposto daquela porta, Anna encontrou um quarto admiravelmente espaçoso, onde o preto e o branco clássicos faziam a sua sóbria exibição. Do lado direito toda a parede tinha sido substituída pelas grandes janelas, de onde se poderia ter um ângulo satisfatoriamente vasto do exterior. As leves cortinas que as cobriam encontravam-se naquele noite tempestuosa puxadas para trás, permitindo que a luz dos cadeeiros exteriores banhasse toda a superfície do quarto, absolutamente alheios à escassez de electricidade que abundava no interior das residências, continuando a funcionar.
No alto do tecto, sob uma cama de casal, em madeira escura e agradavelmente espaçosa, recortava-se uma magnífica claraboia, que poderia dar ao espaço uma luz agradável do luar nas noites mais calmas. Era um quarto que tinha alguma primazia pela simplicidade, mas era uma simplicidade elegante, masculina...
Não foi difícil para a perspicácia de Anna alcançar a certeza de que os seus olhos observavam o recanto mais íntimo de Kristoff... aquele era o seu quarto.

As pupilas curiosas percorreram toda a extensão do recanto aconchegante, encontrando sempre um toque ténue da presença máscula em qualquer objecto pessoal... Um longo banco almofadado branco, que repousava ao fundo do leito de lençóis imaculados; uma cadeira encostada à parede, onde jazia uma peça de roupa solitária, completamente esquecida naquela manhã pelo seu dono; um espelho de corpo inteiro com a sua moldura negra minuciosamente esculpida com detalhes intrínsecos; uma única prateleira mais distante, a transbordar de livros diversos...
Anna sempre amara com fervor o prazer de ler um livro.
Ao sentir brotar no peito a vontade de explorar a extensa colecção literária de Kristoff, a sua mão libertou-se do aperto caloroso e antes que se permitisse a entrar no quarto, olhou directamente nos olhos cor de mel, pedindo uma silenciosa permissão para o fazer. Naturalmente que o coração agitado do jovem loiro não impôs qualquer proibição a este pedido. A resposta veio sob a forma de um sorriso que já percorria as terras de um homem completamente rendido à paixão, Kristoff cedeu passagem à silhueta esbelta para o interior do seu quarto com a maior das satisfações.

Com vagarosidade Anna deixou-se levar e depressa aproximou-se dos livros que pediam para serem admirados. Impulsionada pelo seu próprio entusiasmo, elevou os dedos finos até aos livros, percorrendo e lendo os títulos gravados nas lombadas. Demasiado absorta não se apercebia de que todos os seus movimentos eram acompanhados com ávida atenção pelo olhar atento do musculoso anfitrião da casa, impossibilitado de apagar as linhas do sorriso que ainda persistiam nos lábios.
Mas sem qualquer pré-aviso, um dejá vu irrompeu pelos pensamentos desarmados de Anna, provocando em si uma sensação instantaneamente desagradável. Os dedos quedaram-se e afastaram-se com rapidez das lombadas que em segundos anteriores lhe pareciam tão interessantes e agora a repugnavam, como se lhe tivessem produzido um choque eléctrico. Desejou afastar-se, ficando o mais longe possível de todos aqueles livros que agora pareciam ter a capacidade de intensificar aquele dejá vu indesejável.
Mas tudo o que ela fez foi ficar petrificada no mesmo lugar, incapaz de expressar em gestos ou em palavras a pontada dolorosa que lhe atravessava o peito à quase 3 anos. Por instantes Anna foi levada a acreditar que esta dor inoportuna jamais seria debitada do seu coração, independentemente do que pudesse fazer para a reprimir, e essa perspectiva tão sombria acionou um desespero potencialmente crescente.

Foi impossível para a perspicácia de Kristoff ignorar a mudança repentina que se operou no comportamento feminino, levando-o a indagar com um franzir acentuado do sobrolho o que poderia se estar a passar na mente de Anna, que a tinha arrastado para uma expressão tão perturbada.

– O que tens, Anna?! - Questionou o jovem loiro, visivelmente preocupado.
– Não. - Respondeu-lhe a ruiva com rapidez. - Não te preocupes, não é nada de significativo.

As mãos trémulas foram de encontro ao rosto lívido, expondo com clareza a mentira que Anna tinha lançado em resposta a Kristoff. A verdade nua e crua revelava-se em toda a sua força na linguagem corporal, a máscara vacilou do rosto sardento, exibindo a tentativa falhada de uma desvalorização do assunto.
Era mais do que significativo, era desesperante! As memórias rodopiaram na sua mente freneticamente, provocando em si uma forte tontura. Anna já sentia o regresso da névoa húmida sob a visão, como tantas vezes acontecia, assim que as recordações tristes lhe invadiam o discernimento e a forçavam a relembrar pormenor por pormenor os acontecimentos que culminaram no declínio da sua história, semelhante a uma lenta tortura...
Sem hesitações, Kristoff avançou na sua direcção, não suportando mais assistir àquele acto de definhação. E com um toque gentil procurou encontrar uma forma de sentar Anna junto a si, no longo banco almofadado. Na sua própria fragilidade permitiu que a boa vontade do seu consolador se operasse, sendo levada a quedar-se no estofo confortável do banco. Mas ao pensar na hipótese de retirar as mãos do rosto alterado e ver-se novamente confrontada com os vislumbres incómodos das memórias, negou-se determinantemente em fazê-lo. No entanto, a paciente compreensão de Kristoff procurava encontrar respostas.

Sentiu sob as costas de ambas as mãos as palmas e os dedos masculinos, procurando retirar com suavidade aquela barreira que separava o seu olhar embaciado pelas lágrimas das íris de doce âmbar que a encaravam.
Foi-lhe impossível resistir perante o carinhoso gesto que lhe era devotado, por isso, deixou que a vontade do jovem loiro fosse sobreposta à sua. Mas ceder provocou o desabamento do seu espírito, levando-a a entregar-se a um choro aflitivo.
Kristoff jamais poderia tolerar que a tristeza e qualquer outro sentimento de cariz negativo perturbasse a paz mental da mulher que ele agora tanto queria proteger. Tomado por um ímpeto eloquente abraçou com força o corpo indefeso, embalando Anna no calor dos seus braços, procurando apaziguar a dor que a atormentava.

– Eu sei que há algo que te perturba... - Sussurrou Kristoff, afagando-lhe os cabelos com carinho. - Mas eu estou aqui Anna... eu estou aqui, shhh calma...

Pela primeira vez, após tanto tempo, Anna sentiu que voltava a saborear o consolo de que tantas vezes implorava para encontrar nos momentos de maior crise emocional.
A dor lancinante que outrora nunca passava, agora parecia enfraquecer gradualmente. Os ombros agitados foram serenando, as torrentes de lágrimas foram escasseando, deixando apenas uma sombra insignificante da sua aparição sob as maçãs do rosto.

– Obrigado. - Murmurou Anna, deixando transparecer um tímido sorriso.

Kristoff sorriu da mesma forma, prosseguindo com as carícias nos longos fios sedosos, apertando um pouco mais o corpo de Anna contra si.

– Sabes que não precisas de agradecer... - Respondeu-lhe o loiro. - Eu sinto... eu sinto que poderia fazer tudo por ti.

Como não retribuir tamanha dedicação e ardente amabilidade?!
Apercebeu-se de como o seu coração agora já não estremecia de angústia, mas sim de um delicado prazer em consequência às palavras doces que lhe eram dirigidas.
Só havia uma forma de ela retribuir em igual medida: conceder à língua e aos lábios a revelação do seu segredo.

– Se estiveres disposto a ouvir-me, contar-te-ei tudo. - Disse Anna, absolutamente decidida.

E ela poderia ter toda a certeza de que Kristoff ouviria a sua história...


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Notas finais do capítulo

Então, o que é que vocês acharam da 2ª parte?! :3
Estou muitíssimo curiosa para saber o que acharam dos acontecimentos descritos acima! Finalmente a Anna decidiu abrir o seu coração para o Kris! ♥ ♥
Irei aguardar com grande ansiedade os vossos comentários minhas queridas!! ♥
Um beijo enorme para vocês :* :* :*



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