Meu Segurança Particular. escrita por Uvinha Lee


Capítulo 69
Dragões gêmeos - O show - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Okay, #FamíliaMSP... Só mais esse capítulo e, agora sim, vou voltar pro foco da faculdade.
Boa leitura!



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Levy estava prestes a entrar em sua van a caminho do estádio de futebol, onde ocorreria o show. Um dos lugares mais populares do Japão por ter sido sede de competições futebolísticas mundialmente conhecidas. Com 3 horas de antecedência, Gajeel se perguntava por que a azulada apenas não esperava um pouco mais para ir, já que ia apenas fazer uma participação no tal show dos dragões gêmeos.

— Está no contrato, Gajeel. Devo chegar com antecedência, mesmo que isso seja apenas uma participação e ordens são ordens. – Disse serenamente, terminando de arrumar seu cabelo em frente ao espelho.

Isso não o fez sentir-se menos entediado ao imaginar quantas horas teriam de esperar até que ela, de fato, subisse ao palco para fazer seu trabalho.

— Além disso – Continuou ela. – Estou apenas feliz por, finalmente, me livrar desse problema que Gil me meteu. Depois de hoje, eu, oficialmente, não terei mais nada a ver com Rogue. – Diz sentindo-se aliviada.

— Isso ainda não explica o fato de eu ter que me fantasiar de aristocrata vitoriano. – Reclama ao checar a própria aparência frente ao mesmo espelho que a rapper estava se olhando, posicionando-se atrás dela abaixando-se para olhar seu reflexo. – Isso definitivamente não é para mim. – Comentou referindo-se ao estilo formal-clássica da peça que vestira. Levy dá uma risada e se vira para encará-lo.

— Quanto drama! Você está perfeito!

— Tch...

— E, se quer saber, essa moda não saiu de circulação. – Ela se aproxima, envolve seu pescoço com os braços enquanto sorri e continua. – Colete listrado, camisa e sapatos sociais adicionados a um belo par de calças feitas por um dos melhores estilistas do mercado... Você se passaria facilmente por qualquer integrante da nata social japonesa.

— E chegamos ao motivo pelo qual odeio esta roupa. – Ela ri novamente e dá um beijo em seu rosto, afastando-se e dando-lhe as costas em seguida.

— Não deixa de ser você apenas porque está se vestindo como um riquinho, Gajeel. – Ela vira parcialmente e o fita. – Aguente só um pouco, ok? – Ela pede com um sorriso.

Ele se põe pensativo. Ela estava tranquila demais para alguém que, no dia anterior, parecia prestes a ir para um velório. Isso o estava deixando inquieto. Não é como se ele tivesse engolido a desculpa que dera mais cedo. Ninguém conseguia mudar da água para o vinho apenas por ter decidido “encarar algo positivamente”.

— Me pergunto por que sequer tenho que “aguentar só um pouco”, quando, normalmente, me visto da mesma forma em todas as suas apresentações... – O tom desconfiado de seu segurança a fez virar-se para encará-lo propriamente. Ela pisca algumas vezes. Ele fitava o chão com as mãos dentro dos bolsos caros da calça social feita para riquinhos mimados. – Você até mesmo me fez arrumar o cabelo... Sem contar que os botões de punho dessa camisa são... Diamantes. – Afirmou quase em tom de pergunta, erguendo um dos pulsos para mostrar o objeto valioso acoplado ao tecido.

A garota o observou sem muita reação por alguns segundos antes de expirar, parecendo impaciente. Ela massageia a testa e vai em direção a ele.

— Por que tenho a impressão de que está tentando me tirar do sério? – Murmurou a azulada.

— Só tem que me dizer a verdade, Levy. Eu sei que isto não é apenas você sendo positiva. – Ela para em sua frente e respira fundo.

— Gajeel—

—... Ter sangue frio não é exatamente o seu forte... – Completa o moreno, interrompendo-a.

— Acontece que—

— E, além disso, você odiou o fato de que mudaram a música. – Ele a interrompe novamente de propósito e ela se zanga, dando-lhe as costas e bufando.

— Hoje é um dia importante pra mim, Gajeel! Não foi você mesmo que me incentivou a cantar com o Rogue?

— É. Foi. – Disse ele com olhos caídos e sobrancelhas arqueadas. Ele ainda não estava se convencendo.

— Além do mais, o dueto não é a única música que estarei cantando hoje. – Confessou, cruzando os braços. O moreno pendeu a cabeça ao ouvir a novidade. Finalmente, algo que ele não sabia.

— O quê? – Ele perguntou, estático.

A azulada riu da expressão confusa do segurança.  Ela simplesmente adorava surpreender o “sabichão” Redfox.
 

...
 

Já instalados no seu camarim luxuoso, Sting e Rogue conversavam sobre a nova música que Levy lançaria no show deles.

— Isso não pode ser sério... A Vikky vai mesmo...? – Perguntou o loiro, abismado com a novidade repentina.

— Foi o que o empresário dela conversou com o nosso sobre a participação de hoje. – Respondeu Rogue não muito animado.

— Sem chance de ela querer lançar uma música nova do novo álbum no nosso show. Quero dizer, não é como se houvesse muitos fãs dela num show dos dragões gêmeos. – Ironizou Sting indo em direção ao frigobar pegar um bom energético preparatório. – Ela quer dar exclusividade para a concorrência? Os fãs da Vikky não ficarão com inveja? Tchehehe.... – Brincou Sting puxando o objeto metálico, abrindo a lata que pegara há pouco.

— Não fala besteira. Muitos dos nossos fãs gostam da Vikky. – Falou enquanto checava sua aparência ao espelho seriamente.

— Ah... É, mesmo. Esqueci que só ficamos famosos por causa do seu rolo com a garota. – O moreno o encarou e ele sorria de forma provocativa.

— Ói... Quer arranjar um olho roxo minutos antes da apresentação ou o quê? – Ameaçou ele, fazendo o loiro rir.

— Era uma piada! Relaxa, irmão! – Ele joga uma lata de energético para ele, que a agarrou no ar por reflexo. – Você está muito tenso. – Alerta o loiro se ajeitando confortavelmente na poltrona e pondo os pés sobre a pequena mesa perto do estofado. Rogue expira e joga os cabelos para trás com uma das mãos. Fica pensativo por alguns segundos, mas parece que finalmente tenta ouvir o conselho do parceiro de palco.

— Droga. – Ele se aproxima do loiro e senta-se ao seu lado, apoiando um dos pés sobre a mesma mesinha. – Talvez você esteja certo... – Rogue abre a lata e dá longas goladas, bebendo quase todo o conteúdo enquanto o loiro o observa atônito.

— Isso tudo é pela Vikky? – Pergunta Sting, piscando algumas vezes. O moreno expira sonoramente e fita o chão.

— É só que... Eu nunca imaginei que cantaria com ela novamente. Agora que está tudo prestes a acontecer...

— Está caindo a ficha. – Deduziu o loiro. Rogue não respondeu, apenas terminou de tomar o energético e foi em busca de mais uma. O loiro deu uma risada.

— Mas eu deveria apenas estar animado, certo? De qualquer forma, como disse, ela vai lançar uma música nova no nosso show. Isso é bom para nós. – Diz a si mesmo em voz alta enquanto abre e começa a devorar outra dose de energético.

— É assim que se fala. Mas vê se não acaba com o estoque de bebidas energéticas. Não é como se não pudessem repor, mas não quero passar vergonha se você acabar tendo uma dor de barriga no meio de uma música.

— Tch.. – O moreno finalmente riu.

Os rapazes continuaram conversando à espera do início da apresentação em meio ao barulho dos fãs que cada vez aumentava mais lá fora.
 

...
 

A loira estava sentada frente à penteadeira, no seu quarto, enquanto Yukino a ajudava terminando o babyliss em suas madeiras douradas.

— Wow... Cabelos ondulados realmente ficam lindos em você, Lucy! – Disse a amiga, admirada ao ver o resultado do penteado da quase mamãe.

— Hm! Eu realmente adoro cabelos ondulados! – Disse amaciando as madeixas com as mãos, olhando-se. – É uma pena não ter tanto tempo para fazer nada muito produzido... – Ela lamenta, expirando levemente.

— É verdade... Agora que parei para pensar, nunca vi você com um penteado diferente do habitual. – A perolada disse, pensativa. A loira fitou a assistente e segurou sua mão retribuindo o sorriso.

— Yukino... Obrigada por ter vindo aqui apenas para isso. Eu sei que as atividades estão mais tranquilas ultimamente e você e Virgo não precisam vir com tanta frequência até aqui...

— Por favor, Lucy! Somos amigas, afinal, certo? Fico feliz por ter ajudado com o penteado! – Tranquilizou a de cabelos brancos.

— Luuuceeeeeyy!! – Uma voz rouca exclama do andar de baixo. – Estou em casa!!!

— Oh.. Parece que o Natsu-san já está aqui. – Comentou Yukino. Ambas olhando em direção à porta do quarto da loira.

— Hm! Melhor eu me apressar! – A loira se levanta e vai em direção ao closet de sapatos para escolher um. Yukino junta as coisas e as arruma quando o rosado chega e nota sua presença.

— Oh. Yukino-san.

— Natsu-san. – A garota o cumprimenta com um sorriso. – Ah, Lucy já está quase pronta. Está calçando os sapatos.

— Escolhendo, melhor dizendo... – Corrigiu a loira sem sair do closet.

— Confesso que estou surpreso por te ver aqui, ao invés da Aquarius. – Disse o rosado, jogando-se sobre a cama da loira. Yukino deu um risinho.

— Ela apenas nos encontrará lá. – Exclamou Lucy.

— Wóh! – O modelo se estendeu rapidamente com semblante surpreso. – Então ela também vai?!

— Uau.. Não pensei que a Aquarius-san gostava de rap... – Comentou Yukino, confusa e pensativa.

— Não é que ela goste de rap. – A loira finalmente sai do closet, pronta. – É que ela tem um encontro e aconteceu de ser no show dos dragões gêmeos. – A loira deu um risinho.

Não é como se o rosado não estivesse prestando atenção no que Lucy dissera logo após ter saído do closet, mas ela estava simplesmente incrível. O rapaz até mesmo esqueceu de estar surpreso com o fato de Aquarius estar em um show de rap. Tudo que conseguiu pensar foi em como Lucy Heartfilia era linda e como raios ele conseguiu alguém como ela. Ele não se lembrava de tê-la visto mais bonita do que no dia em que viu seu rosto de perto em sua primeira, tecnicamente, segunda noite juntos. Mas, surpreendentemente, ela ainda conseguia ficar mais bonita.

Seus joelhos à mostra por baixo das várias camadas transparentes da “saia” do vestido davam-lhe um ar ainda mais angelical. Vestiu-se em tons claros de um rosa esbranquiçado... Flores feitas com tecidos finos e delicados separavam o busto avantajado do tronco que carregava a barriga de gestante.

Seus ombros, praticamente desnudos pelas alças quase imperceptíveis que sustentavam seu topo, eram cobertos apenas pelas ondas douradas dos cabelos, que caíam sobre eles e balançavam de acordo com seus movimentos e convidavam-se a serem tocados. Seu pescoço tinha uma pequena fita amarrada em volta de cor escura que prendia um pequeno pingente de alguma joia que ele não saberia dizer qual era. E seu perfume era tão sutil e delicado que já havia tomado o ar por completo e ele se perguntava se esse cheiro paradisíaco realmente emanava dela.

— Natsu? – A voz da garota, de repente, se torna o gancho que o arremessa de volta a realidade e ele pula levemente como se seu espírito estivera vagando por um momento. Ele pisca algumas vezes e encara a garota propriamente.

— Hm?

— Está no mundo da lua, é? – Perguntou ela com uma mão na cintura, batendo o pé em frente a ele. Ele parecia ainda estar saindo da espécie de transe que a beleza de Lucy o pusera.

— Oh... Desculpe.

A essa altura, até Yukino já havia ido sem que ele percebesse. A loira continua.

— Então, vai me ajudar a carregar isso? – Ela estende sua bolsa. – Tenho que levar umas pantufas para o caso de ficar com os pés doloridos, já que escolhi ir de salto. Mas, uma vez que vamos no meu carro, isso não deve ser um grande probl—

Seu rosto é, repentinamente, puxado pelo rosado e a loira solta a bolsa que estendera em sua direção ao tocar o pescoço do garoto, por reflexo. Lucy sente seu coração gelar por um segundo e seu corpo se arrepia ao toque contraditoriamente suave e forte do Dragneel, que mistura suas respirações e degusta vorazmente seus lábios antes de separar-se e encarar a garota ofegante em sua frente por um momento. Ele acaricia o rosto da menina com o polegar e analisa seu rosto, checando-a da cabeça aos pés.

— Ei... O que deu em você de uma hora para a outra? – Perguntou a loira, sem se mover para longe.

— Me desculpa, eu não queria te desarrumar. É só que... – Ele eleva os olhos para encontrar os dela e continua. – Você está realmente linda, Lucy... – Ela cora e pisca algumas vezes desviando o olhar com um sorriso sem graça.

— Natsu..  – Murmura manhosa em tom de protesto. Ele ri, adorava sua expressão quando estava envergonhada.

— Eu apenas quis fazer isto aqui, já que seria embaraçoso agir apaixonadamente com minha namorada em público, certo? – Ela ri. – Não tenho certeza se conseguiria aguentar até voltarmos para casa. – Ela empurra seu ombro enquanto ele ainda a segurava perto.

— Bobo. – Ela se aproximou para beijá-lo pela última vez antes de apressá-lo para irem de uma vez.

Ela não perderia o show por nada. Não depois do que Levy lhe havia contado.
 

...
 

E a casa dos Fullbusters estava agitada. Um pequeno Romeo estava eufórico, pois ouvira algo que nunca pensou que iria sair da boca do seu irmão mais velho.

— Gray, é sério. Se isso for uma brincadeira... – Avisou o mais novo tentando conter sua animação.

— Já disse que não é uma piada, pirralho. Nós vamos mesmo ao show dos dragões gêmeos. Além disso, o papai também vai estar lá com a Aquarius.

— Sem chance! Então era mesmo o papai no celular? – Perguntou com olhos arregalados e um grande sorriso.

— Será que devo gravar minha resposta para cada vez que me perguntar algo óbvio? – Falou o moreno.

— Wohohoh!! Isso é demais!!! Mas pensei que não gostasse de rap. – Questionou Romeo.

— É, não posso dizer que me tornei um fã... Mas depois que nos aproximamos de Vikky, estou mudando de ideia com relação a isso.

— Ah... É verdade. – Disse o pequeno, olhando para o lado. Gray arqueou a sobrancelha ao perceber a repentina mudança de humor do garoto ao lembrar-se da proximidade com Vikky. Afinal, isso aconteceu através de sua amizade com Wendy.

— Ói, que cara é essa de repente? Não deveria estar dizendo que sou o melhor irmão do mundo ou coisa do tipo? – O mais velho bagunça o cabelo do garoto que ri e dá um sorrisinho.

— Bem... É verdade que você está bem menos chato. – Concorda ele.

— Ói, seu pirralho. Eu nunca fui chato.

— Você era sim, só não quer admitir. – Deu de ombros ironizando.

— Tch! – Ele cruza os braços. – Você é um pequeno mal-agradecido. Será que devo mandar sua surpresa voltar de onde veio? – Perguntou o moreno inclinando-se para encarar o irmão na mesma altura com um sorriso provocativo. Romeo o encarou com olhos arregalados.

— S-surpresa?!

— Nah. Você não aceitaria nada de um irmão chato, de qualquer forma. – Ergue-se, fechando os olhos e virando-se para o lado oposto. O comentário de Gray despertou sua memória para um detalhe que passara despercebido.
 

~...~
 

Gray estava deitado em sua cama com o notebook no colo e parecia entretido com algo que via até que seu telefone toca. Ele atende e parece satisfeito.

— Yo, velhote. – Ele faz uma pequena pausa e depois ri. – Tá, eu já sei. Estou brincando. E então, aquela encomenda dará certo?... Tch! – Ele ri novamente. – Aposto 50 pratas que todos vão adorar isso, principalmente o pirralho.

No momento em que o moreno cita o apelido “carinhoso” que costumava usar para referir-se ao seu irmão mais novo, Romeo, coincidentemente, passava por perto do quarto do rapaz e o ouviu. Ficou confuso por um momento, mas achou que isso não tinha nada a ver com ele, de qualquer forma, então apenas seguiu para aonde estava indo.
 

~...~

O pequeno piscou algumas vezes e segurou o braço do rapaz, puxando-o.

— Ói, não é como se você não continuasse sendo meu irmão mais velho! Você tem que me tratar bem de qualquer forma! É seu dever como irmão mais velho!

— Ah é?! E o seu dever de irmão mais novo não era ficar no meu time para namorar com a Juvia? – Rebateu com as mãos na cintura.

— Oh... – Romeo desviou o olhar coçando a cabeça e o moreno arqueou uma sobrancelha. – Sobre isso... Heheh... Bem...

— Tá, tá! Apenas vá se arrumar de uma vez. Nós iremos com o papai e Aquarius.

— Wóh! Eles virão aqui para nos pegar?

— Esperava que ele fosse te deixar ir de moto comigo?

— Bom, temos um motorista de qualquer forma... – Ele disse, pensativo. – Ele está tão ocupado ultimamente que mal pode vir até aqui.

— Acontece que se nós iremos para o mesmo lugar, é apenas lógico que ele queira ir conosco, justamente por não podermos passar tanto tempo com ele.

— Oh... Isso faz sentido. – Ele pisca algumas vezes.

— E também, a encomenda surpresa está com ele.

— A surpresa!... – O garoto exclama. Ele já havia esquecido. – Sobre isso.. O que é?

— Você verá quando eles chegarem. E isso é em aproximadamente... – O garoto checa seu relógio. – A qualquer momento, então anda logo, pirralho! – O mais velho empurra a cabeça do mais novo.

— E voltamos ao irmão chato!

— Ói, o que disse aí? – Esbraveja Gray enquanto Romeo se afasta com um sorriso amarelo.

— Vou me arrumar! – Disse ele correndo em direção ao seu quarto.

— Tch... – O rapaz observa a animação do garoto e não segura um riso, mas só depois que Romeo some de sua visão. Ele não podia perder a pose de chato... Ou melhor, de irmão mais velho.

...

Vikky, Gajeel, Juvia e alguns membros da equipe tanto dela quanto dos dragões já estavam propriamente instalados em seus postos. Juvia e Gajeel estavam com a azulada em seu camarim e aguardavam o começo da apresentação da dupla de rappers, que era reproduzida ao vivo em uma TV instalada no local.

— Ótimo, não só terei que ouvir todo o show, como terei que assistir... – Diz Levy consigo indo em direção ao novo amigo que fizera. – Por sorte, tenho você pra me distrair! – Ela agarra o bichano que estava confortavelmente deitado sobre o frigobar da rapper e o beija, abraçando-o.

— Oh... Eu quase esqueci que o Lily estava aqui... É estranho termos um mascote agora, não é?.. – Diz Juvia, sorrindo ao ver as brincadeiras de Levy com o gato de Gajeel.

— Me pergunto porque sequer o trouxe. Isso não é lugar para animais. – Diz Gajeel, que tomara o sofá inteiro deitando-se com os pés cruzados e apoiados sobre um dos “braços” do móvel. Suas madeixas negras caídas na outra extremidade do estofado, ele mantinha os olhos fechados e os braços cruzados.

— Eu nunca pude ter nenhum bichinho de estimação... E eu sempre amei gatos. – Comenta a rapper acariciando a barriga do bichano que tentava morder seus dedos sempre que ele os afastava. – Mas meu pai não gostava de animais e depois que saí de casa passei algum tempo sem ter onde morar e, depois disso, bom... Me tornei uma rapper famosa, mal tinha tempo de cuidar de mim mesma.. – Continuou ela pensativa e com olhos melancólicos por um momento. Gajeel abriu os olhos e a espiou sem fazer muitos movimentos bruscos. Ele trocou olhares com Juvia que o fitou sorrindo.

— Eu... Vou sair um momento para saber quando exatamente você entrará...  – Disse Juvia, levantando-se. O moreno entendeu claramente que ela queria deixá-los sozinhos por algum motivo.

— O quê? Tá brincando, Juvia? Praticamente acabamos de chegar, o show sequer começou. – Disse Levy desviando sua atenção de Lily.

— E prefere saber o quanto antes quando você terá que entrar, ou apenas quando alguém vier avisá-la que faltam 5 minutos para sua vez em cima do palco?! – Disse Juvia com uma das mãos na cintura. Gajeel e Levy a encararam surpresos com a atitude da assistente que pareceu mais uma professora irritada com o barulho da classe. – Oh my... Eu... Fui muito grossa agora mesmo, não fui?

— Parece que alguém tem andado muito com o tio Gajeel. Gostei da atitude. Gihihi...

— Me desculpe... Eu apenas estou um pouco ansiosa com esse show. – Disse a assistente, apreensiva.

— Não se preocupe com isso, Juvia. Eu não podia estar melhor, você deveria ficar tranquila também. – Sorriu. – Não demore muito, está bem? Você precisa estar comigo quando eu for chamada.

— Hm! Me desculpa de novo... Eu não demoro! – A garota saiu rapidamente com o rosto vermelho pela atitude que tivera há pouco. A rapper ainda mantém o olhar no lugar por onde a amiga saíra e fica pensativa por um momento.

Juvia não sabia que ela realmente estava bem. Mas talvez tanto tempo vendo-a fingir um sorriso tenha feito a afirmação perder a credibilidade mesmo quando realmente era verdade. Um movimento repentino do felino em seu colo a tirou dos pensamentos. Aparentemente, as madeixas caídas de Gajeel estavam mais interessantes que suas carícias.

— Ói, Lily! Nem pense em colocar essas patas no meu cabelo. – Ele se levanta e agarra o animal, erguendo-o em frente ao seu rosto. – Sabe o quanto tive que suportar para ficar desse jeito? – O felino miou tentando se soltar das mãos do segurança de Levy. – O quê, finalmente consigo te intimidar? Sua nova dona está te acostumando mal, é isso?

Levy ri ao observar o rapaz brincando com seu gato. Mas ouvi-lo chama-la de “nova dona” do Lily a fez sentir-se estranhamente... Bem.

— Não seja mau e apenas deixe-o brincar, Gajeel. – Disse ela. Ele a encarou e depois voltou seu olhar para Lily.

— Parece que é seu dia de sorte. – Ele roçou o punho sobre a cabeça do gato e o pôs no chão. Ele logo correu em direção a uma bolinha jogada do outro lado do camarim.

— Eu realmente gosto de te ver interagindo com o Lily. Nem parece o cara durão que é o tempo todo. – Confessa Levy.

— Gh... O que quer dizer? Não é como se eu fizesse nada especial com ele. Tch.. – Ele se justifica e ela ri.

— Se não te conhecesse bem, diria que está prestes a corar, senhor Redfox.

— Pfft. Não me confunda com uma certa baixinha que fica vermelha por tudo. – Ironiza ele.

— Ei, isso... Não tem nada a ver.

— É mesmo? Então não fica com vergonha facilmente?

— Não! – Ela cruza os braços.

— Roh... – Ele se levanta e agacha-se em frente a ela com um sorriso. – Então não irá ficar com vergonha se eu disser que li toda aquela tal de fanfic sobre eu ser um lobisomem ou coisa do tipo. – A garota arregala os olhos.

— O quê?! – Ele leu aquilo?!

— Eu não sabia que você era afim desse tipo de coisas... Por que não me disse antes? Nós podíamos ter simulado uma perseguição...

— Do que está falando agora?! – Ela pisca algumas vezes inclinando-se para trás enquanto ele se aproximava.

— Eu posso até uivar, se quiser.

— GAJEEL! – Ela se levanta repentinamente fazendo-o desequilibrar-se, puxando-a com ele, ao caírem. A rapper acabou por cima dele, que batera a cabeça no chão. – Oh, não... Gajeel? Gajeel?!! – Ela sentou sobre seu abdômen e deu tapinhas em sua bochecha, mas ele não abriu os olhos. – Droga!!...

— Bu! – Disse o rapaz abrindo os olhos subitamente.

— Gyaa!!!

Ele se ergueu e, apoiando uma das mãos nas costas da rapper, a puxou para baixo de si.

— Gajeel!! Seu... Idiota! Eu realmente comecei a ficar preocupada! – Disse ela dando socos no peitoral do moreno que acabou por imobiliza-la.

— O que será isso que estou vendo? Será uma Levy corada? – Provocou aproximando seus rostos com um sorriso irônico.

— Não acredito que me preocupou apenas para provar que está certo! Urgh! – Ela tenta soltar os pulsos que Gajeel segura contra o chão.

— Gihihi... Me desculpe. Mas a verdade é que adoro quando está com vergonha.

— Não tem nada para adorar, isso é embaraçoso. Me solta! – Ela se debate e ele cede.

— Tudo bem, tudo bem! – Ele sai de cima dela e inclina-se, estendendo sua mão para levantá-la. – Me desculpa. Eu estou bem, vê? – Ela o encara desconfiadamente antes de bufar e ficar emburrada.

— Idiota. – Ela segura a mão dele, que a surpreende levantando-a rapidamente com sua força. Ele a puxa para si e a encara de perto. Ela arregala os olhos e pisca confusa com o súbito movimento do segurança.

— Prometo não te preocupar mais. – Ela faz bico e desvia o olhar, fazendo-o rir. Ele puxa seu rosto e suga os lábios da garota, que não resiste e apenas o deixa toma-la para ele. 

...

A campainha alarma na residência dos fullbusters e o mais novo prontamente vai até a porta gritando por seu irmão, que falava no celular.

— Não brinca, então vocês também vão ao show? – Pergunta Gray, que havia recebido uma ligação do rosado há pouco.

— Hm! Estou no carro com Lucy agora, você está no viva-voz. – Respondeu o rosado.

— Boa noite, Gray. – Disse a loira, encostada à poltrona do carro enquanto o rapaz comandava o volante.

— Oh.. Yo, Lucy-san...

— De qualquer forma, te liguei para avisar que também estaremos lá. Podemos ficar todos no mesmo lugar. – Disse Natsu.

— Mas somos amigos da Levy, é provável ficarmos nos lugares VIP’s. Acho que acabaríamos nos encontrando de qualquer jeito. — Comentou a loira. O rosado arqueou a sobrancelha e fez bico acenando a cabeça ao concordar com o pensamento da namorada.

— Acho que sim, heh. Meu pai e Aquarius também vão, nós iremos com eles. – Disse Gray.

— Sem chance! Ele é o paquera da Aquarius-san?! – Surpreende-se o rosado.

— Tch... Você é mesmo avoado. Eles estão saindo juntos há algum tempo. – Provocou Gray.

 Ói, eu estou prestes a ser pai de gêmeos! Tenho outras coisas para me preocupar além da vida amorosa da ranzinza da assistente da minha namorada.

— Exceto que essa notícia é do século passado. – Disse Gray referindo-se ao fato de que Silver e Aquarius já estavam juntos a tempo suficiente para que Natsu finalmente descobrisse.  

— Ya! Parem de discutir! E Natsu, você está dirigindo! Não conversem por tanto tempo, é perigoso. Além disso, nos encontraremos em pouco tempo. – Disse Lucy.

— Ah é.. Sobre isso.. Lucy? – Gray a chama. A loira encara a tela ao lado do volante e pisca.

 Hm? O que foi, Gray?

 O Natsu nunca mencionou que você era fã dos dragões gêmeos. – Comenta ele.

— Tá brincando? Eles são a última coisa que eu escutaria. – Desdenha a garota.

— O quê? Mas então...

— Eu estou indo pela emoção da coisa. — Disse a loira, rindo em seguida.

— Pela... Emoção da coisa? – O moreno pergunta, confuso.

— Desiste. Ela só tem falado por códigos desde que saímos. — Diz Natsu.

— Agora estou curioso. – Pergunta Gray, curioso.

 Apenas esperem. Algo surpreendente, definitivamente, acontecerá no show de hoje, garotos.

O moreno escuta o irmão menor o apressando e ele desvia o olhar.

— É o Romeo. Eu tenho que ir. – Diz ele.

— Hah! Te vejo lá. — Despede-se Natsu

— Até breve, Gray-san!! — Exclama a garota acenando para a tela que mostrava a ligação do rapaz.

Do lado de fora.

Aquarius surge de dentro da limousine pelo teto solar.

— Ói, seus pirralhos, por que estão demorando tanto? Querem chegar quando os repórteres lotarem todas as entradas do estádio?! Ainda temos uma hora de viagem até lá!!! – Gritou a garota para Romeo que já aguardava o irmão à porta.

— A culpa não é minha, o Gray é que está falando com alguém!! – Protestou o garoto.

— Ele não perde as pernas para falar! Arraste-o até aqui e vamos de uma vez! – Ordena a garota.

— Relaxe, Aquarius. Temos tempo suficiente até lá. – Disse Silver calmamente no interior da limo.

— Yo, que gritaria é essa?! – Perguntou Gray ao chegar à saída.

— Olha só quem chegou! A noiva finalmente está pronta? – Brinca a azulada apoiando o queixo na palma da mão.

— Me pergunto o que meu pai viu em você. – Provocou o moreno.

— Eu até mostraria, mas isso seria impróprio. – Ela manteve o sorriso. – Além disso, temos dois pirralhos presentes. Isso seria traumático.

— Tch. – O garoto não segurou o riso, mesmo que ela o irritasse levemente. No entanto, o comentário da azulada atiçou o menor.

— Hm? Dois?... Mas eu sou o único mais novo... – Estranhou o rapazinho.

— Tem certeza? – Pergunta Gray antes da porta do automóvel se abrir e revelar a encomenda trazida por Silver e Aquarius. O garoto arregala os olhos quando se depara com a surpresa.

— Yo... Romeo! – A menina sorri.

— Wendy?! – O garoto parece chocado. Todos riem em sua volta ao notarem sua reação.

— Anda logo e entra, não quero me atrasar para o show! – Ela diz chamando-o com a mão.
 

Acho que esse é o melhor dia da sua vida, Romeozito.

Sem chance!.... Você voltou?!
 

Sem tempo para estar surpreso! Eles seguem para seu destino. Agora falta pouco. Ladies and Gentlemen... Preparem-se para o show dos dragões gêmeos. Porque está prestes a pegar fogo!


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Notas finais do capítulo

É tão chato ter que me afastar de novo depois de recuperar o fluxo da história e ter tantas novas ideias. Que ódio! kkkk... Acreditem, o hiatus é tão ruim para mim quanto é pra vocês. Mas hey, estou no ÚLTIMO PERÍODO da faculdade, o que quer dizer que me formo no fim do ano! Será o último hiatus de #MSP. Yeeeeeeey! Só coisas boas. Mas agora sim... Vejo vocês depois, meus rappers. Até a próxima!



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