Meu Segurança Particular. escrita por Uvinha Lee


Capítulo 65
Pista falsa.


Notas iniciais do capítulo

Yooooooooo, feliz ano novo meus rappers! #FamíliaMSP Tô de volta com mais um capitulão, hein?! Dive in! Boa leitura! ;)



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Os rapazes estavam confortavelmente sentados em um iate luxuoso, mas a garota era a única que não aparentava tanta tranquilidade.

— Flare, você vai acabar surtando antes mesmo de decidirmos o próximo passo do seu pequeno plano maluco contra a McGarden. – Comentou Mard Geer, dando outro gole do conteúdo da taça que segurava e lendo seu livro.

— Eu apenas estou ansiosa. Isso não pode mais falhar. – Respondeu a ruiva. – Aquela pequena... Rapper me dá nos nervos.

— Tudo porque ela é a única que tem o coração do seu amado Rogue? – Ironizou o primo da ruiva sem desviar o olhar do livro.

— Isso não se trata apenas do Rogue. Ela terá o que merece por sempre estar no meu caminho.

— Você foi a única que começou atacando desde o início. – Ele finalmente encara Flare e apoia o queixo na palma da mão. – Ou se esqueceu que acabou com o romance dos pombinhos quando, por sua culpa, o galãzinho foi descoberto publicamente?

— E quem mandou as gravações e fotos para a mídia? – Justificou-se a ruiva.

— Pff.. – Ele se ajeita confortável sobre o estofado do iate. – Não é como se eu gostasse de te ajudar com seus planos passionais amadores. Mas infelizmente o fato é que sabemos muito um do outro, não é... – Comentou o rapaz com olhar ligeiramente sombrio.

— Desde o começo sabia que aquele favorzinho teria um preço alto.

— Do que está reclamando? Eu te ajudei a fugir da clínica, deveria ser pagamento suficiente. – Respondeu o primo, não se importando nem um pouco. Ela se irrita.

— Eu não teria sido internada se não fosse pela sua maldita ideia de me culpar por tudo para se livrar das suspeitas, primeiramente.

— Detalhes. – Deu outro gole e voltou a encarar a página do livro em sua mão.

— Argh! – Ela massageia as têmporas. – Estamos desviando o foco novamente. Nada disso importa agora. – Diz a garota sentando-se ao lado de Mard Geer, que manteve o mesmo olhar indiferente durante todo o diálogo. A ruiva faz uma pequena pausa e encara o primo. – Você quer parar de ler este maldito livro?! Precisamos saber como iremos nos desfazer da vadia McGarden! – O moreno arqueia uma sobrancelha e revira os olhos dando um expiro exausto.

— Arh... Foi mal, priminha. Mas estou chegando ao clímax da história, como posso parar de ler?... – Disse indiferente. – Além disso, eu realmente estou com preguiça. Por que não pede a opinião do velhote, ali? Ele sequer parece estar aqui, de qualquer forma. – Comentou ele, dando outra golada da bebida enquanto desviava os olhos em direção a Porla. A ruiva também o encarou com olhos estreitos.

— Hm. Você está certo... – Disse ela levantando-se e indo na direção de Porla. – Se me lembro corretamente, você não está aqui a passeio. – Disse a ruiva, fazendo o homem fitá-los. – Que tal começar a ajudar com ideias, senhor José Porla? – Ironizou.

— Apenas me perguntava se realmente estamos fora de suspeita depois de sermos vistos propositalmente. – Comentou Porla, aparentemente concentrado e preocupado.

— É exatamente por isso que não precisa se preocupar. – Disse Mard Geer. A ruiva encara o primo. – Como um foragido, é útil que seja visto em um lugar onde você não está mais. Assim, sua filhinha não virá atrás de nós tão rápido.

— Uma pista falsa. – Porla diz consigo e desvia o olhar. – Mesmo assim... Precisamos nos mover rápido. Ela não demorará tanto para chegar até nós. Não subestimem aquela mulher. – Conclui o ex-presidiário.

Mard Geer e Flare se entreolham.

— Tch... Começo a achar que sua filha tem poderes sobrenaturais... – O moreno faz uma pausa e se inclina lentamente em direção ao cúmplice. –  Ou é apenas você que é um grande bunda mole? – Diz o moreno encarando Porla com sorriso provocativo.

— Apenas escute o conselho de quem tenta escapar dos olhos dessa mulher por anos, fedelho.

— Na minha visão, isso é apenas você sendo uma vergonha como criminoso. – Disse tranquilamente, enchendo outra vez sua taça com bebida.

— Argh. Essa discussão já começa a me irritar. – A garota caminha em direção à proa, encarando o mar à frente.

— Tudo se torna fácil quando se tem um papai rico para bancar tudo, não é? – Continua Porla. A ruiva vira o rosto relativamente ao ouvir o comentário do rapaz. Ela franze a sobrancelha e desvia o olhar, parece pensar em algo.

— Aí é que se engana, meu caro. Meu velho já está abaixo de sete palmos. – Porla arqueia uma sobrancelha. – Não que eu não tenha realmente herdado todo o dinheiro dele. – O garoto sorriu com olhos caídos enquanto deu outro gole de sua bebida.

— Roh... Será que é isso que te prende à moçoila ali? – O garoto manteve seu sorriso em silêncio enquanto encarava o pai da Scarlet. – Vocês mataram o homem e fizeram parecer um acidente?... – Porla se inclina lentamente em direção ao rapaz. – Pode se abrir, todos somos pecadores aqui, garoto. – Mard Geer dá um pequeno expiro num risinho.

— Esperem! – Os rapazes desviam o olhar para a garota, estranhamente animada, que vinha na direção deles. – Acho que sei onde podemos levar a McGarden.

— Ah, é? Conte-nos sua brilhante ideia, priminha. Mal posso esperar pra ouvir isso. – Ele deu outro gole.

— A fábrica de bonecas do finado tio Tartaros que você ajudou a falir.

— Você quer dizer a fábrica abandonada e cheia de bonecas sinistras dos nossos pais que fica praticamente no meio do nada? – Perguntou o moreno. – Urg. Por que não podemos apenas apagá-la com um veneno.

— Não. – A ruiva se aproxima e parece determinada. – Ela, acima de tudo, tem que saber que eu serei a responsável por tirar sua vida.

— Tch... – O moreno finalmente se levanta e respira fundo. – Se é assim, comecemos o planejamento o quanto antes.

— De preferência, antes que Erza nos encontre antes que eu possa me mandar do país. – Disse Porla.

— Não se esqueça que só darei o que quer se conseguir o que eu quero, senhor José Porla. – Lembrou a ruiva. O foragido se levanta e se aproxima da garota lentamente, encarando-a de perto com um sorriso sinistro.

— Então melhor que não percamos tempo, de fato.

A garota não recuou enquanto continuava encarando o homem à frente. Mard Geer terminou sua taça de bebida até a última gota e passou entre os dois, entrando na parte interna do iate.
 

...
 

Romeo e Wendy vão até a varanda, Lyon e Juvia os seguem enquanto os mais novos sentam-se às poltronas. Através do vidro molhado pela chuva, que começara a cair há algum tempo, era possível observar a bela vista das luzes dos prédios, casas vizinhas e postes de luz. A sacada da casa das Lockser era grande o suficiente para caber dois, mas era óbvio que quatro não ficariam confortáveis naquele espaço. Mais que isso, Juvia e Lyon sabiam que os pequenos precisavam passar um tempo a sós.

— Bem... Lyon, você quer ver nossa biblioteca? – O perolado a olhou e arqueou uma sobrancelha. Ele logo entendeu.

— Oh... Claro. Estou curioso para conhecer seu gosto para livros. – Ele sorriu e ela correspondeu ao ver que ele havia entendido a mensagem. Ele encara o menor. – Romeo, voltarei logo.

— Tá bem, dindo. – Respondeu Romeo. Juvia também resolveu se pronunciar antes de sair.

— Wendy... Se precisar de algo, pode me chamar... Estaremos na—

— Biblioteca. – Interrompeu a garota, ela parecia um tanto desanimada, mas virou-se à irmã com um sorriso. – Te ouvi, maninha.

— Oh... – Juvia e Lyon trocaram olhares ao perceber a atitude da menina. – Certo... Ahm... É por aqui, Lyon...

— Hm. – O perolado a seguiu, deixando-os sozinhos.

O som dos pingos de chuva na vidraça foi o único som por alguns segundos antes do garoto, que observava o perfil da azulada, quebrar o silêncio.

— Então... Você vai mesmo voltar, não é... – A menina fita Romeo rapidamente e volta a encarar os pés.

— Hm... – Ela assente. Romeo percebe que a menina estava desanimada e tenta animá-la.

— Qual é, não é como se você não fosse voltar nas próximas férias, certo? – Ela respira fundo e expira.

— E não vou... – O menino se surpreende e a fita com olhos levemente arregalados.

— N-Não? – Wendy percebe a surpresa do amigo e finalmente o encara.

— Eu intercalo as festividades de fim de ano. Passei esse natal com a minha irmã... E o próximo passarei com a minha mãe, na Inglaterra. Só voltarei novamente em dois anos...

— Oh... – O garoto fita os pés, abaixando o olhar, pensativo. Não parecia triste, tentava pensar em algum lado positivo que animasse a garota. Não que ele tivesse tido tanto tempo para isso.

— Mas não pense que a aposta acabou. – Ele desviou o olhar para encarar a garota, que já parecia mais determinada. – E nem preciso falar que você não pode trapacear de forma alguma! – Disse ela levantando o indicador. O garoto deu uma risadinha, aliviado por vê-la menos triste.

— Heheh... Tudo bem. Essa aposta é chata se você não estiver perto para me ver ganhá-la de qualquer forma. – Deu de ombros e sorriu com olhos fechados. A menina pareceu surpresa com o comentário.

— O quê?... Quer dizer que não se importa se minha irmã ficar com o Gray?

— A verdade é que... Toda a coisa da aposta foi divertida desde o início porque... B-Bem... – A menina arqueou uma sobrancelha. O garoto trocou olhares com a azulada por um momento e corou. Ele pareceu mudar de pensamento ao ver a expressão da menina. – M-Mas isso não quer dizer que vou facilitar para meu irmão! – Ele cruzou os braços e olhou para o lado, ainda vermelho. A garota pareceu confusa e franziu a sobrancelha.

— Então ainda quer ganhar a aposta. – Afirmou de forma interrogativa.

— Agora que falou, eu nem mesmo lembro se decidimos algum prêmio para o ganhador! – Observou ele.

— O prazer de saber que estava certo desde o início. Esse é o prêmio! – Disse ela, confiante, com mãos à cintura. O menino pareceu se entediar com o prêmio da tal aposta. – De qualquer forma... N-Não vá achando que isso acabou. Mesmo de longe eu... – Ela fez uma pequena pausa e respirou novamente para terminar sua frase. – Eu estarei me certificando de que Juvia goste mais do Gray! – O garoto observava um tanto aflito a menina, que tentava ser forte. – Além disso, irei te ligar todos os dias, assim não terá tempo para planejar nada!

— Heh... – Ele se levanta e se aproxima da garota que parecia conter-se. – Acho que vou gostar disso. – A menina pisca algumas vezes e encara o menino que sorria serenamente fitando-a. Isso não ajudou a azulada a conter a umidade em seus olhos. – Foi legal.

— Huh? – Seus olhos vermelhos fitam os olhos serenos do menino que a abraça subitamente.

— Foi legal te conhecer.

— Romeo..? – O garoto sorri ao ouvir a voz surpresa da menina.

— Vou sentir sua falta. – A menina deixa algumas lágrimas caírem e sorri secretamente antes de o garoto soltá-la para fitá-la de novo. Ela cora com o olhar de Romeo e não evita um sorriso envergonhado. Ela empurra levemente um dos ombros do moreno com o punho, enquanto limpa o rosto com o dorso de sua outra mão.

— O que é isso, agora?... Está tentando me amolecer para não perder a aposta? – Brincou ela, fazendo o garoto dar um risinho.

— Você me pegou... Heheh... – Ele fez uma pequena pausa. – Ói.Wendy. – A menina o encarou novamente e piscou algumas vezes. – Isso definitivamente não acabou. – Ele estende a mão. – Não foi você quem disse antes?... Guerra é guerra! – Ela o fita surpresa e dá um risinho apertando a mão do garoto.

— Hm! – Ela assente e parece mais animada. – Guerra é guerra. Definitivamente nos encontraremos de novo, Romeozito.
 

Na biblioteca.

A branca tira outro livro da estante e mostra para Lyon.

— Esse é outro livro da Levy. – Ela dá um risinho. – A biblioteca dela está tão cheia que acabo guardando alguns dos seus livros favoritos.

— Me admiro que ainda haja tempo para ler.

— Oh não... Acabo de lembrar que devo chamá-la de Vikky perto de pessoas que trabalham com ela.. – Lembra a azulada. – Ela, provavelmente, me daria uma bronca se me ouvisse agora. – Ela dá um risinho.

— Claro... O nome artístico. – O perolado ri. – Não se preocupe, acho que todos nós sabemos o nome real de Vikky.

— É mais que isso... Na verdade, seu nome artístico também foi um meio de deixar seu passado doloroso para trás. Ao menos para os olhos do mundo... – A menina sorri serenamente e repõe o livro na estante. O perolado a encara por um momento e faz uma pequena pausa antes de lançar.

— E você, Lockser? – Ela eleva as sobrancelhas e o fita ainda com braços erguidos segurando o livro no lugar que pusera.

— Hm?

— Qual é a sua história?

— A m-minha história? – Ela repetiu.

— Estou curioso... Todo esse tempo e agora percebo que não sei tanto sobre você.

— Ah... B-Bem... – Ela desvia o olhar e caminha em direção a um dos puffs no centro da sala de livros. – Não é tão interessante, verdade... – Diz um tanto constrangida pelo pedido do rapaz.

— Me deixe decidir isso. – Ele sorri e a encara com expectativa. Ela dá um risinho olhando para o lado. Inclina-se ligeiramente sobre o puff e põe a palma da mão sobre o cotovelo. Lyon se ajeita também no puff onde sentara e põe-se atento. – Então?

— Bem... Nossos pais são japoneses, assim como eu. Wendy nasceu na Inglaterra, nossos pais foram para lá quando nossa mãe ainda estava grávida de Wendy por causa do trabalho do papai, que o transferiu para o escritório sede por ter se destacado. Nessa mesma época descobri que havia sido aceita na faculdade que me inscrevi, então preferi continuar aqui para estudar música... Pouco depois de me formar, descobri que nosso pai havia cometido suicídio. – O perolado pareceu atônito.

— Juvia... Eu sinto muito. Não queria que se lembrasse novamente...

— Hm. Tudo bem, Lyon. – Ela sorriu serenamente apesar da expressão um tanto triste e continuou. – Já faz muito tempo. Não é como se pudesse me esquecer, de qualquer forma... – A garota abaixou o olhar enquanto se lembrava.

—... O que aconteceu? – O rapaz parecia interessado.

— Por alguns meses, papai trabalhou como um dos contadores de maior confiança na sede. Mas um desfalque nos lucros foi descoberto e ele levou toda a culpa, assim como os outros. – Continuou. – Ele era inocente, é claro... Mais tarde descobriram que o real ladrão era o próprio filho do dono, mas já era tarde demais. Nosso pai apenas não aguentou tamanha desonra e injustiça... – O perolado a ouvia atento com sobrancelhas franzidas. – Nesse momento eu já estava trabalhando com Levy. Ela ajudou minha família e esteve comigo até que tudo fosse resolvido para mamãe e Wendy. Por isso não pude apenas abandoná-la para morar com elas, e também precisava ter dinheiro para ajudá-las. Por sorte recebemos uma boa indenização pelas consequências da falsa acusação, boa o suficiente para que não dependessem mais de mim. Desde então, Wendy tem vindo ficar comigo durante as férias quando não posso ir até lá. Mamãe quis que convivêssemos, mesmo que não possamos nos ver o tempo todo. – A azulada percebe o silêncio e encara o perolado, que parecia refletir. Ela dá um risinho e se levanta. – Eu avisei... Minha história não é tão menos trágica que a de Levy... Certamente não vale a pena contar às pessoas.

— Pelo contrário. – Ela o encara. Ele se levanta. – Conhecer a história das pessoas, mesmo que seja trágico... Faz com que possamos entender melhor como são hoje. Te admiro ainda mais depois disso. – Ela o encara e dá um risinho.

— Lyon.. – Ela parece grata. O perolado a fita por alguns segundos e logo muda a expressão facial, animando-se.

— Mas não é como se não quisesse saber mais sobre você. – Brincou ele dando as costas Seus olhos parecem captados por algo e ele pensa um pouco com uma sobrancelha arqueada. – Que tal... Talentos desconhecidos?

— Talentos? – Ela dá um risinho. – Na verdade, depois que comecei a trabalhar com Levy, aprendi a fazer muitas coisas. – Lyon caminha até uma estante enquanto Juvia fala.

— Dança. – Diz ele, encarando a garota em seguida. Ela eleva as sobrancelhas.

— D-Dançar?... – Ela olhou para o lado. – Não, eu sou um pouco desastrada, na verdade...

— Alguém com coordenação motora para tocar pianos e costurar roupas deve saber movimentar os pés e o corpo facilmente.

— Pode parecer ridículo, mas acho que tocar piano é mais fácil do que dançar com alguém...

— Está de brincadeira, certo?

— Pianos têm pedais próprios para pisar, diferente dos pés... De quem quer que esteja dançando comigo. – Disse com um sorriso constrangido. O perolado riu e virou-se para a vitrola que vira em cima da estante.

— Isso ainda funciona, certo?

— Ahn.. Claro... – Diz ela, aproximando-se do rapaz e observando o que ele estava fazendo. – Ouço músicas clássicas enquanto leio. É realmente confortante. – O perolado encara os discos empilhados nas prateleiras de baixo. – Você deve pensar que sou um tanto antiquada, não é? Quem tem uma vitrola hoje em dia?... – Ri timidamente.

— Você se surpreenderia. – Ele a encara com um sorriso. – Nós temos mais em comum do que pensei, senhora Lockser. – Ele escolhe um dos discos e coloca para tocar.

A música é lenta e começa suavemente. O rapaz fita a azulada, estendendo sua mão em direção a ela.

— Me permite essa dança? – A garota parece relutante, mas acaba dando uma risada e segurando sua mão.

— Você venceu, senhor Vastia. Dancemos, então. – Disse a garota com um sorriso. O rapaz sorria satisfeito. Ele pôs a mão em sua cintura e a trouxe para perto, encostando seus corpos. A garota apoia sua mão livre sobre o ombro do perolado, que desliza para o lado, guiando os movimentos de ambos.
 

You're in my arms

And all the world is calm

The music playing on for only two

So close together

And when I'm with you

So close to feeling alive

Você está em meus braços

E o mundo todo está calmo

A música está tocando apenas para nós dois

Tão perto juntos

E quando estou com você

Tão perto de me sentir vivo
 

A azulada ainda não havia pisado em falso enquanto dançava e parecia surpresa por estar conseguindo sequer ficar de pé quando estava tão perto de Lyon. E sempre que se separavam para rodopios ou movimentos mais longos, ele se certificava de trazê-la para si novamente. A garota sentia uma pressão em seu diafragma e seus pelos se arrepiavam sempre que seus corpos se chocavam. Era como se ela estivesse conhecendo um lado novo de Lyon.
 

A life goes by

Romantic dreams will stop

So I bid mine goodbye and never knew

So close was waiting, waiting here with you

And now forever I know

All that I wanted to hold you

So close

A vida passa

Sonhos românticos irão parar

Então eu digo meu adeus e nunca saberei

Tão perto eu estava esperando, esperando aqui com você

E agora para sempre eu sei

Tudo o que eu queria era te abraçar

Tão perto
 

O rapaz podia sentir suas mãos suarem frio. Seu coração desregular no peito. O cheiro do cabelo dela era melhor do que ele havia imaginado. Tê-la tão perto... Agora ele não queria ser tão cortês. Ele queria tomá-la para si, não queria deixá-la ir. Queria que aquela dança durasse para sempre. Ela estava linda e sorria o tempo todo. Estou te fazendo sorrir agora, Juvia?
 

So close to reaching that famous happy end

Almost believing this was not pretend

Now you're beside me and look how far we've come

So far we are so close

Tão perto de alcançar aquele famoso final feliz

Quase acreditando que isso não é mentira

Agora você está ao meu lado e veja como chegamos longe

Tão longe estamos...tão perto
 

Juvia nunca havia se sentido tão diferente com relação ao perolado até agora. Eles nunca haviam se tocado tanto até agora. Nunca haviam ficado tão perto... Até agora. Aquele era o sorriso mais sincero que já havia visto e ele parecia feliz. Algo em como ele a olhava era aquecedor. Ela quase podia desejar que aquela dança durasse mais tempo, só mais um pouco... Agora estavam os dois no meio de uma biblioteca dançando ao som de uma música lenta tocada numa vitrola antiquada. A azulada ri consigo enquanto rodopia sem soltar a mão do perolado. Mas um passo em falso a faz desequilibrar-se.

— Ops! – Ele é levado para baixo ao tentar sustentar a branca, que acaba apoiada em um dos joelhos do rapaz, que apoia sua mão nas costas dela. A garota cobre o rosto com as duas mãos, pelo susto e o rapaz ri.

— O final perfeito. – A garota abaixa suas mãos para espiar e percebe que estava deitada sobre uma das pernas do rapaz, enquanto ele a segurava pela cintura. Pareciam estar posando no encerramento de uma performance. Ela começa a rir.

— Acho que sim.. – Ele a suspende para levantar-se, mas ela perde o equilíbrio novamente, apoiando-se nele.

— Juvia?

— Tudo bem, me levantei rápido demais... – Ela ri constrangida. Ele a encosta sobre uma das estantes de livros e mantém seu corpo encostado ao dela.

— Juvia... – Ela sobe seu olhar e encontra os olhos do perolado.
 

How could I face the faceless days

If I should lose you now?

We're so close

To reaching that famous happy end

Almost believing this was not pretend

Let's go on dreaming for we know we are

So close

So close

And still so far

Como eu poderia enfrentar os dias

Se eu devo te perder agora?

Nós estamos tão perto

De alcançar aquele famoso final feliz

Quase acreditando que isso não é mentira

Vamos continuar sonhando, pois sabemos que estamos

Tão perto

Tão perto...

E ainda assim, tão longe
 

A azulada fita o rosto do rapaz há centímetros do seu.

— Hm.. – Ela responde fitando seus olhos. Ele acaricia a bochecha da garota, que não desvia seu olhar. Ele não fala mais nada. Apenas diminui a distância entre seus rostos. A azulada podia ver a vermelhidão de seu rosto, mesmo estando tão perto. Isso a fez sorrir pouco antes de tocarem seus lábios timidamente.

A garota põe sua mão sobre o pulso do rapaz. Ainda sentindo o calor dos lábios de Juvia, o rapaz se afasta para encará-la. Agora que percebera o olhar da garota, seu rosto parecia queimar pela vergonha.

— D-Desculpe... – A azulada pisca algumas vezes e dá um risinho.

— Lyon—

— Juvia?!

Ambos viram em direção à voz e veem a irmã caçula ao lado de Romeo que os observava estático.

— Wendy? – Lyon se afasta de Juvia. A irmã mais velha continua. – Há quanto tempo está aqui? Não vi quando—

— Você gosta do Lyon?! – Pergunta a garota que pareceu irritar-se. Juvia arregala os olhos e parece não saber o que responder.

— O... Que...

— Então é verdade. – Ela conclui.

— Eu e Lyon somos amigos—

— Então por que ele te beijou?! – Respondeu irritada.

— Wendy! – A mais velha parece surpresa pela atitude e franze a sobrancelha. Wendy vira e corre para sair da biblioteca.

— Ói, Wendy, espera! – Diz Romeo seguindo-a.

A azulada massageia a testa e expira. O perolado se aproxima.

— Desculpa, Juvia. Não queria causar um transtorno entre você e Wendy. – A garota respira fundo e olha para Lyon.

— Eu é que peço desculpas pelo comportamento da Wendy, Lyon.

— Tudo bem, eu não deveria ter te beijado. É natural que tenha ficado com ciúme... – Dá um risinho.

— Não é isso... – Ela dá alguns passos e encara o lugar onde a garota saíra há pouco. – Me refiro às constantes tentativas de mantê-lo longe de mim. – O garoto franze a sobrancelha. Ela o encara. – Por causa da aposta.

—... Aposta?

— Hm. – Ela assente.
 

Na sala.

Romeo finalmente alcança Wendy e segura seu pulso.

— Wendy, espera!

— Você sabia que isso ia acontecer, por isso trouxe ele aqui, certo?

— B-Bem... Não posso mentir que aproveitei a chance. Mas eu também queria vir—

— Parece que não há mais aposta, afinal. Você venceu! – Seu nariz estava levemente avermelhado.

— Ó-Ói! Por que está irritada comigo?! Não é como se o Gray não tivesse feito isso antes! A-Além disso, tia Juvia não disse que gostava do dindo.

— Isso é apenas questão de tempo já que não estarei mais aqui e você terá toda a vantagem!

— Wendy—

— Apenas vá embora, Romeo. E leva o seu padrinho com você! – Ela vira e continua correndo até seu quarto. O menino fita as costas da azulada até que some de seu campo de visão.
 

Na Biblioteca.

Juvia estava sentada à poltrona em frente à Lyon, sentado à outra.

— Então era isso... Aquele pestinha... – Comentou Lyon.

— Isso saiu de controle... Pelo que entendi, tudo não passava de uma brincadeira, mas acabou virando uma espécie de competição entre os dois. E Wendy é extremamente competitiva.

— Isso explica por que ficou tão irritada por nos ver... – Concluiu o rapaz.

— Hm.. – Ela assente, um tanto constrangida, com olhar baixo.

— Mas como você descobriu? – Ela o fita.

— Gajeel.

— O segurança da Vikky?

Ela assente.

 

~...~
 

Na mansão McGarden, a azulada encarava a irmã menor com desconfiança enquanto ela ia em direção à saída para encontrar Romeo. Gajeel, que também estava na sala, balançava a cabeça de braços cruzados, dando um risinho.

— Tch... Esses moleques. – A menina desvia o olhar para o moreno.

— Às vezes tenho impressão de que ela está tramando alguma coisa. Ela anda muito estranha. – Comenta Juvia.

— Talvez esteja. – A garota pisca algumas vezes. – Gihi.

— Gajeel... Sabe de algo que eu não sei? – Ela arqueia a sobrancelha e o rapaz dá de ombros.

— Nah! Não sou dedo duro, Juvinha. Se quiser saber algo, terá que investigar por conta própria. Mas aqueles dois, definitivamente, estão aprontando.  – O rapaz sai, deixando-a pensativa e desconfiada.
 

~...~
 

— Não é como se ele tivesse me dito nada concreto, mas... Depois do que ele disse juntei os pontos e acabei descobrindo sobre a aposta. Ele, provavelmente, se referia a isso...

— Uau. – Ele fica pensativo por um momento antes de continuar. – Pensei que ela apenas não gostava de mim... Mas era tudo pela aposta. – Ele dá um risinho. – Saber disso me deixa mais tranquilo, na verdade. –  A garota se levanta. O rapaz a fita.

— Eu tenho que conversar com ela, Lyon. Ela agiu muito mal... Se importa de nos deixar sozinhas? – Pede Juvia seriamente e ainda constrangida.

— Claro que não. Acho que já houve o suficiente por hoje. – Ela sorri meio tristonha e vira. – Ah, J-Juvia! – Ele segura a mão da garota, que o fita. Ele demora alguns segundos e expira antes de falar. –... Não seja dura com Wendy. – Não era bem isso que ele queria falar, mas apenas não era o momento para falar do tal beijo. – Não me importo se ela me tratar mal. Apenas não brigue seriamente com sua irmã. – A garota se surpreende com o comentário do rapaz que se preocupava com sua irmã, mesmo depois de saber que ela não o queria por perto.

— Lyon.. – Ela sorri. Ele a encara com serenidade no olhar e um sorriso acolhedor. – Obrigada.

O rapaz acaricia o dorso da mão da branca com seu polegar e aperta levemente antes de soltá-la. Ele queria manter o calor da garota em sua mão um pouco mais.

Eles seguem para a sala dando de cara com um Romeo cabisbaixo.

— Romeo? – Juvia o chama ao vê-lo sentado ao sofá. O menino a fita.

— Oh. – Ele se levanta.

— Onde está Wendy? – Ela pergunta.

— Ela foi para o quarto... – Ele olha para o lado, incerto. – Eu acho... – Coça a cabeça.

— Hm. Eu preciso falar com ela, então deixarei você e Lyon até a porta, certo?

— Ela está encrencada, não é? – Perguntou o menino, que parecia um tanto preocupado.

— A Wendy, eu não sei. – Diz Lyon antes que Juvia pudesse falar qualquer coisa. – Mas o senhor está. E muito.  – Continua o perolado puxando-o pela orelha.

— Ó-Ói, dindo... O que eu fiz dessa vez?! – Fala o garoto segurando o pulso do padrinho. A azulada riu, ela sabia que ele não o estava machucando de verdade.

No fundo, Juvia não estava realmente chateada com Romeo ou Wendy, mas ela precisava entender o porquê do comportamento súbito da irmã.

— Eu te explicarei no caminho enquanto estiver arrancando a única orelha que te restar depois que arrancar esta. – Ele puxa ainda mais a orelha do garoto, levando-o em direção à saída enquanto se despede de Juvia. A garota dá um risinho e os observa por alguns segundos com um sorriso antes de expirar e entrar novamente.

...

Por sorte a chuva lá fora havia passado. Não que Erza estivesse em condições de perceber a mudança do clima.

— Jellal... Nós não viemos... Para isso. – Disse ofegante enquanto recebia beijos em seu pescoço do azulado que mantinha-se sobre ela embaixo das cobertas da cama.

— Você já olhou esse lugar quase o mesmo número de vezes que fizemos amor.

— Não me lembro de ter revisto o lugar pela quinta vez, entretanto. – Ironizou a ruiva.

— Por isso. – Ele se afasta ligeiramente para fitá-la. – Quase. – Ele sorri e volta a beijá-la.

— Argh... Droga. – Ela o empurra para fora de si e ele deita-se ao seu lado na cama desarrumada. – Você sempre faz isso. – A ruiva se senta sobre a cama escondendo seu corpo desnudo com o lençol enquanto procura sua roupa íntima caída em algum lugar no chão.

— Isso o quê? Te lembrar que ainda me ama?

— Me atrapalhar! – Diz ela esforçando-se para alcançar seu sapato jogado embaixo da cama.

— Arh. – Ele expira e joga sua cabeça sobre o travesseiro fofinho atrás de si. – Será que o trabalho é tudo que consegue pensar? Você devia relaxar mais. Tirar umas férias. – Diz ele cruzando as pernas e entrelaçando os dedos atrás de sua nuca.

— Isso é exatamente o que eu... Preciso... – Diz a garota quase alcançando o sapato com a ponta dos dedos. – Arh.. – Ela finalmente consegue agarrar o calçado e se levanta ofegante encarando o azulado. – Mas, em vez disso, preciso tirar férias de você. Por que não volta a cuidar da Donna até que isso tenha acabado?

— E deixar toda a diversão para você? Rá. – Ele se levanta posicionando-se em frente a Erza rapidamente encarando seus olhos de perto. – Sem chance, ruiva. – Diz com um sorriso.

Ela fita os lábios do rapaz e volta a encontrar seus olhos. Ele a olha com o mesmo sorriso sereno, mas ela não o deixaria notar que seu olhar a atravessava. Ela arqueia a sobrancelha e põe a palma da mão sobre a face do azulado, empurrando-o de volta a cama. Ele ri.

— Falo sério. – Ela veste suas lingeries. – José Porla é um homem perigoso. Apenas fique fora disso.

— Você fala como se o perigo não fosse o mesmo para você. – Ele parece mais sério agora. Senta-se à cama e a encara. – Espera que apenas assista enquanto você está indo direto para a cova dos leões e está cega demais para ver o perigo que está se metendo sozinha?

— Chega, Jellal! – Exclama, irritada. – Será que não percebe que não posso perder mais ninguém?! – O garoto arregala os olhos. A ruiva percebe que falou demais e parece ainda mais irritada. O ex da Scarlet abaixa o olhar e reflete sobre as palavras de Erza enquanto ela recolhe suas roupas do chão e as veste novamente aos poucos. O azulado parece chegar a uma conclusão e a fita.

— É por isso que me mantém longe? – Ele pergunta com expectativa. Ela para e expira antes de fitá-lo novamente.

— Não importa. Se vista. Precisamos ir antes que a chuva continue. – Ela ignora e continua se vestindo.

— Erza!

— Além disso, devolva a maldita viatura antes que Simon acabe em problemas por causa da genial ideia de—

— Para de fugir e responde de uma vez por todas! – Ele a segura pelos ombros e a faz encará-lo. Ele também fica ofegante por um momento enquanto encara os olhos estáticos da Scarlet. – É isso? Tem medo que algo me aconteça porque é a delegada que prende todos os caras maus. Eu sou seu ponto fraco, Erza? É isso que tenta desesperadamente esconder do mundo quando finge me odiar? – Ele acaricia o rosto da garota que apenas continua encarando-o relutante. Seus olhos ficam ligeiramente mais úmidos e ela abre a boca para falar algo quando...

~ Ring ~

A garota abaixa o olhar e fita o aparelho vibrando sobre o criado mudo. Ela afasta as mãos do rapaz e vai até o celular.

— Scarlet aqui. – Ela respira fundo tentando se recompor. – É, estou no quarto de hotel onde disseram que alguém parecido com Porla se hospedou por algumas horas, mas não há nada. Algo novo? – O azulado expira dando-se por vencido mais uma vez enquanto a delegada Scarlet já parecia estar de volta à ativa. – Um atentado no show de um pianista?... – A garota expira e massageia a testa. – Hibiki, eu já disse que minha total atenção é apenas capturar Porla. O que eu tenho a ver com um atentado em um concerto musical?

A ruiva continua em silêncio e o azulado a encara quando percebe que ela ficara calada por tempo demais em uma ligação aparentemente desnecessária. Seu olhar estava estreito e ela parecia raciocinar. Isso instigou a curiosidade do rapaz que se aproximou da garota e esperou para perguntar do que se tratava. A garota finalmente termina a ligação, mas não antes de, surpreendentemente, dizer que assumiria o caso.

— Agora o quê? – Pergunta Jellal encarando a ruiva que ainda parecia pensativa como se quisesse lembrar de algo.

— Corona. – Ela diz, fitando-o.

— Hein?

— Flare Corona. – Ela se aproxima dele com mãos à cintura. – Já defendeu alguém com esse nome? – O rapaz olha para o lado.

— Não me lembro... É uma possibilidade. Já tive muitos clientes. Sinto que vi esse nome em algum lugar...

— E não seria curioso que um atentado tivesse relação com alguém de nome tão familiar para um advogado e uma delegada?

— É, pode ser um caso de um reincidente qualquer. – Disse ele, enquanto se vestia. – Mas por que isso despertou seu interesse de repente?

— Algo me diz que já escutei esse nome antes e a coisa não era nada boa.

— Feeling de delegada?

— Talvez. De qualquer forma, quero a ficha completa dessa tal Flare Corona. – Ela pega as chaves do seu carro. – Agora vamos. Já foi policial o suficiente por hoje. – Disse saindo.

— Ói, não pense que esqueci o que disse! – Exclamou enquanto tentava segui-la atrapalhadamente terminando de recolher suas coisas.

— Não me faça prendê-lo.

O azulado checa o quarto por objetos ou roupas restantes. Certificando-se de que não esqueceu nada, finalmente pega as chaves da viatura e segue para alcançar a Scarlet que acabara de se meter em outro caso de periculosidade desconhecida. E ele não ia deixá-la sozinha nisso.


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Notas finais do capítulo

Romendy e Lyvia no mesmo capítulo... Quais as chances de isso acontecer? xD Espero que tenham gostado da surpresa que o título não deu nem a mínima pista que ia acontecer. kkkk... Os capítulos estão demorando porque as férias me tiram a vontade de escrever e eu fico querendo dormir e fazer o máximo de nadas possíveis... Maaaaaas a história está bombando e sempre tenho ideias novas pra continuar o enredo. kkk... Mesmo que esteja perto do clímax. Yep. Vocês lembram que está mais perto do que longe da fic acabar, né? Pois é. Mas as ideias continuam vindo.

Mas enfim, vou nessa! Até a próxima, #FamÍliaMSP!



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