Meu Segurança Particular. escrita por Uvinha Lee


Capítulo 50
Especial 50 capítulos: Cenas deletadas.


Notas iniciais do capítulo

Yoo, família MSP! Temos uma longa história juntos e quis fazer um pequeno especial com cenas deletadas! Aproveitem e boa leitura.



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Primeira conversa entre Gray e Juvia. Cena do piano.
 

A azulada Lockser teve que aplaudir. Gray era mesmo bom ao piano. O moreno sorriu, orgulhoso.

— Fazemos um bom time. – Ele comenta, sentado ao lado da branca. Ela sorri.

— Acho que sim. Temos algo em comum, afinal. Quem diria...

— Tch... – Ele sorri, abaixando o olhar. – Não é como se eu não conseguisse ser tão cortês quanto você, senhora L.. – Ela arqueou uma sobrancelha. Ele deu um pequeno sorriso e se corrigiu. –... Juvia.

— Depois disso, não duvido. Mas há pouco tempo, não estava muito diferente de um ogro. – Disse sorrindo e levantando-se.

— Ói, eu apenas não quero que o Romeo tenha má influência de rappers. – Emburrou-se.

— Ei, achei que havíamos nos entendido lá embaixo. O que houve com o cortês? – Provocou-o, pondo as mãos na cintura.

— Isso é uma espécie de jogo ou o quê? – Ela riu. Ele a observou com cara fechada por algum tempo. Mas a risada da branca era contagiante. Ele não pôde evitar o sorriso que teimou em surgir.

— Desculpe. Eu sei que te provoquei com a história do ogro. Mas admito, seu talento realmente me surpreendeu. Era como ver o seu pai ao piano. – Disse ela, radiante. Ele, porém, pareceu não gostar da comparação. – O que houve? – Ele se levanta, um tanto desgostoso.

— É essa comparação estúpida. – Murmurou. Ela arqueou uma sobrancelha.

— Não... Gosta de ser comparado com o seu pai?

— Não é isso. Apenas... – Ele pensou em alguma justificativa, mas desistiu de explicar. – Ahr, esquece. – Ele vira para sair do estúdio. A branca vai, rapidamente, até ele e segura seu pulso, surpreendendo-o.

— E-Ei! – Ele vira lentamente, encarando a mão pálida da garota sobre seu pulso. Ele eleva o olhar e encara a azulada nos olhos. Ela se dá conta de que seu ato havia sido um tanto precipitado e, talvez, invasivo. – Desculpa... Eu só... Queria entender por que ficou chateado.

— Não precisa se preocupar, não é com você, branquela. – Ela o advertiria sobre o apelido, mas estava constrangida demais para isso. Ao que tudo indicava, ela o havia irritado com a comparação. Ele esboça um sorriso e apronta-se para sair, novamente.

— Você tem a mesma paixão. – Ele arqueia uma sobrancelha e a fita, novamente, com as mãos nos bolsos.

— O quê?

— Eu consegui ver a mesma paixão e profundidade do Silver enquanto você tocava. – Ele a encara com sobrancelhas franzidas. – Os talentos para a música podem ser diferentes, mas a paixão é sempre a mesma em todos os amantes da música. – O garoto abaixou o olhar, com semblante sério. – Não fique chateado porque compartilham da mesma paixão... – Ele pareceu pensar. A encarou novamente.

— Entendo...  – Isso quase não funcionou. Por sorte, o rapaz deu um sorriso simpático depois de refletir sobre as palavras da branca. – Obrigado... Juvia. – Trocaram olhares por alguns segundos antes que ela sorrisse.

A garota desviou o olhar por um momento e viu duas figuras perto da porta do estúdio; seu semblante intrigou o rapaz, que também virou e os viu.

— Wendy e... Romeo? – Juvia refletiu consigo. Ela e Gray vão em direção e eles.

Eles se aproximam dos seus irmãos, que pareciam ter entrado em algum tipo de acordo, já que estavam apertando as mãos. De alguma forma, Romeo parecia desconfortável com o aperto de mão de Wendy, que, mesmo de costas, tinha bochechas levemente comprimidas e denunciavam um sorriso.

*~-~-~-~-~-~-~-~*

Algum tempo após o atentado de Flare. Dois dias após o primeiro beijo entre Gajeel e Levy.
 

Eles estavam no salão de festas da mansão. Gajeel estava com trajes mais confortáveis e havia mandado Levy vestir algo, igualmente, leve. Ela optou por um top e uma calça justa, feita de um material “esticável”. Isso lhe pareceu confortável o suficiente, tendo em vista que a garota tinha absolutamente zero noção do que seu segurança estava tramando.

— Ahn... Por que você está enfaixando as mãos? Vamos treinar muay thai ou o quê?... – Ela questionou ao ver o rapaz aprontando-se para lutar contra alguém.

— Mais ou menos isso. – Ele termina de enfaixar a outra mão e checa a seguridade das amarras, fechando os punhos e dando pequenos socos nas palmas de suas mãos. Ele a encara e pega mais duas faixas. – Vem cá. – A garota arqueia uma sobrancelha e se aproxima, desconfiada. Ele faz sinal para que ela lhe dê a mão. Ela estende sua mão na direção do rapaz, que começa a enfaixar as mãos da rapper, assim como fez com as suas.

— Mas... Eu deveria aproveitar este tempo para descansar um pouco... Ainda preciso terminar meu álbum... – Ela diz, observando-o enfaixar sua mão.

— Eu sei. Mas sofreu um atentado recentemente. – Falou ainda prestando atenção na atividade que fazia. – Mas isso aconteceu, provavelmente, porque não pôde se defender por não estar preparada.

— Não é como se eu não soubesse descer do salto e brigar com alguém se for preciso. Eu apenas fui pega de surpresa. Além disso, eu te contratei por um motivo, não? – Ele termina de enfaixar a outra mão da garota e se estende, pondo as mãos na cintura e encarando-a.

— Meu trabalho é te proteger durante 24 horas. Mas isso é impossível. Em algum momento, você terá que ficar sozinha, mesmo que por alguns minutos. E isso pode ser crucial na hora de decidir quem vive ou quem morre. – Disse seriamente. Ele parecia saber exatamente o que estava falando. E sabia. Sua vida nas ruas havia sido uma escola cruel.

— Está dizendo que vai me ensinar a lutar? – Ela questionou com certa surpresa.

— Não disse que pode descer do salto e lutar com alguém, se for preciso?

— Não... Eu disse brigar. Do tipo arranhar e arrancar o aplique dos cabelos de alguém na marra. – Ele deu uma gargalhada.

— Arranhar ou puxar cabelos não te ajudará em muita coisa, baixinha. Mais do que atacar, você deve aprender a se defender. Esse é o melhor ataque. – Ela arqueou uma sobrancelha.

— Não se engane, garoto. Não esqueça que eu também já vivi nas ruas.

— Roh... É verdade. – Ela sorri, esnobe. – Me mostre.

— Hein?

— Quero ver o que sabe, garota das ruas. Gihi.

— Pfft... Mas assim não vale. Você já espera que eu o ataque.

— O ponto não é conseguir me derrubar, baixinha. Apenas mostre o que faria se eu fosse uma ameaça.

— B-Bom... – Ela olhou para o lado e pensou um pouco. Ela o encarou novamente e se preparou. – Está bem. – Ele continuou encarando-a com braços cruzados. Ela respirou fundo e... Deu um passo.

— Argh! – Ela bufa e vira. - Não dá! Não consigo simplesmente te atacar com você me encarando com essa cara de analista! O quê? Vai dar uma nota no final, depois?

— Tch... – Ele deu um risinho. – Acho que você simplesmente não sabe nada além de arranhar e puxar cabelos.

— Eu entendi bem? Isso foi um desafio? – Ela pôs as mãos na cintura.

— É apenas o que está mostrando até agora.

— Tudo bem. Como quiser, senhor lobo solitário. Mas não vou te atacar enquanto você fica parado. Quem é que luta contra alguém que sequer está se movendo?

— Hm. – Ele arqueou uma sobrancelha e pensou. – Tem razão. – Ele expirou e continuou. – A garota que te atacou veio por trás de você, certo?

— Hm. – Ela assente.

— Então fingiremos que eu irei te atacar enquanto você não está olhando. Como fazem os covardes. – A garota não evita um sorriso ao perceber a alfinetada do Redfox à ruiva psicopata.

— Tudo bem. – Ele se aproxima da garota, encarando-a de perto.

— Mais uma coisa... – Ela fica séria ao se por tão perto do moreno. – Esqueça que trabalho para você. Lute como puder. Eu não irei pegar leve. Entendeu? – Ela deglutiu. Se ela não o conhecesse, ficaria com medo da expressão em seu rosto. Ele estava falando sério sobre atacá-la de verdade. Na verdade, agora, ela estava um pouco nervosa.

— Eu s-só quero lembrar que vivo da minha imagem, por isso—

— Gihihihi... Relaxa. Não pegarei tão pesado assim. Anda e vira logo.

A menina olhou para o lado e assentiu, virando desconfiadamente. Ela começou a andar e esperou pelo ataque do moreno. Contudo, nada aconteceu.

— Anda logo, Gajeel! O que espera? – Disse sem se virar.  Ela estava quase chegando à porta de saída do salão e o rapaz sequer havia respondido seu comentário. Ela estranha e, finalmente, resolve se virar. – Gajeel? – Ele não estava mais lá. Ela dá alguns passos de volta ao centro do salão e olha ao redor. – Gajeel, isso não é engraçado. Onde você se meteu? – Ela começa a ficar tensa.

Havia lugares onde o seu segurança pudesse se esconder, mas ideias começaram a surgir na cabeça da garota. Da última vez que ela decidiu procurar pelo rapaz, foi pega de surpresa e acabou dando muito errado. E se, de alguma forma, aquela garota voltou e conseguiu pegar o moreno desprevenido e o arrastou para longe enquanto ela andava despreocupadamente para longe? O que aconteceria se ela sofresse outro ataque novamente e o Redfox estivesse realmente em apuros? Não haveria ninguém para salvá-la desta vez.

Um braço envolve o pescoço da garota subitamente por trás e um de seus braços é imobilizado. Ela fica, claramente, assustada com o movimento súbito.

— Gh...

— Achou que eu ia simplesmente contar até três para que você soubesse exatamente o momento de se defender? – Ao ouvir a voz dele, ela começou a se acalmar. Mas não a impediu de ficar irritada.

— Gajeel! Que droga... Por que não me avisou que ia se esconder e depois me atacar? – Ela disse, tentando se desprender de seu golpe.

— A vida não avisa quando irá te derrubar. Por que Eu avisaria? – O ar da boca de seu segurança entrava levemente no ouvido da garota. O esforço para segurá-la fazia com que ele se esforçasse para falar, quase sussurrando suas palavras.

— Isso sim foi golpe baixo.

— Eu disse que atacaria como os covardes. Agora, anda... Me mostra o que sabe.

Ela quase não escutava o que o moreno falava. O atrito entre seu corpo e o dela era intenso. Era como se ela pudesse sentir cada músculo do rapaz, cada forma, cada elevação. Seu bíceps definido pressionava seu pescoço, mas ela sabia que ele não estava dando tudo de si. Aquilo, definitivamente, não era a força total do lobo solitário. Do contrário, ela já estaria vendo estrelinhas a essa altura.

— Levy, escutou o que eu disse?

— O-O quê?

— Você sabe que estaria apagada agora, se demorasse todo esse tempo para agir, certo?

— Ah. C-Certo... – Ela havia se perdido em seus pensamentos e, sem perceber, mal se esforçava para soltar-se do segurança. Ela pensa em algo para escapar do golpe, mas era praticamente impossível. Um homem do tamanho dele seria capaz de arrancar um membro de seu pequeno corpo com o esforço de um espirro. Era quase ridículo pensar que Levy poderia ter alguma chance contra ele.

— Anda, Levy. – Provoca.

— Cala a boca! Isso é difícil!

— Não era para ser fácil!

— Nós deveríamos começar com algo mais simples, isso é... Ridículo. – Protesta, irritada.

— Então se esforce mais ao invés de ficar reclamando! – Rebate o rapaz.

— Argh... Já chega, me solta, Gajeel! – Ela parece mais agitada para se soltar do moreno, que não se move.

— Eu disse que não pegaria leve. Não vamos sair daqui até que você consiga se soltar de mim.

— Eu mandei me soltar, Gajeel!

— É melhor se apressar ou seu braço começará a ficar dormente em breve. Além disso, pode perder a consciência a qualquer momento.

Ela ficou realmente irritada e esqueceu qualquer laço afetivo que tinha com seu segurança. Só aí, ela começa a pensar racionalmente em uma forma de sair da chave de braço. A garota levanta seu braço livre e tenta alcançar o rosto do segurança. Sem sucesso. Sua visão estava começando a ficar turva. Mesmo não apertando ao máximo, por ter seu pescoço pressionado por tanto tempo, sua circulação sanguínea estava sendo dificultada.

— Grr... Me solta! – Ela se joga para baixo e desequilibra Gajeel, que dá um passo para frente, para não cair. Mas a garota empurra o peso para cima e para baixo repetidas vezes e consegue afrouxar o braço que apertava seu pescoço. A azulada consegue se virar e ficar de frente para o rapaz, que segura seu braço livre. Com ambos os braços presos, a garota não pensa duas vezes antes de dar uma joelhada no abdômen do rapaz.

— Ghh... – Exceto que o golpe não foi no abdômen.

Ao ver o rapaz curvado, a raiva da garota some e dá lugar a preocupação. Mesmo ofegante e cansada, ela teme ter machucado seu segurança pra valer. Gajeel se ajoelha no chão com uma das mãos sobre os “países baixos”.

— Ai, não... Gajeel, você está bem? – Ela se aproxima e agacha-se, tocando seu ombro. O rapaz não respondeu. Apenas estendeu-se com dificuldade apoiando-se em um dos braços. Ele a encarou com respiração pesada e parecia sério. – Desculpa... Eu-Eu disse pra me soltar... – Se justificou sentindo-se culpada. – Você precisa de gelo ou—

— Levy. – Ela o fitou. Ele a encarou por alguns segundos antes de bufar e dar um sorriso um tanto incrédulo, abaixando seu olhar. – Tch... – Ele volta a encará-la. – Você se soltou.

— Hm?

— Saiu ilesa do meu ataque. – Ela havia ficado tão preocupada por ter machucado seu segurança que sequer se deu conta de que havia verdadeiramente se soltado da imobilização de Gajeel. Ao pensar sobre isso, ela se sentiu orgulhosa e surpresa por ter realmente conseguido esta façanha. Ela sentia sua auto-estima fortalecida.

— Ah... – Ela sorriu, um tanto sem graça. – Eu... Eu disse que sabia me defender. – Ela disse, mas era nítido que ela não acreditava em suas palavras. Mesmo que tivesse conseguido, aquilo foi muito difícil, foi quase sorte. Mas Gajeel demonstrou o contrário.

— Hah. – Ele confirmou. – Sabe, sim. – A garota se surpreendeu ao vê-lo concordar. – Mais alguns treinos como esse e meu emprego não será mais necessário. – Ele sorriu com o canto da boca, mas um suspiro súbito de dor saiu sem querer. Levy sorriu.

— Eu não sei se é uma boa ideia.. Estamos fazendo isso há alguns minutos e olha o seu estado... – Ele a fitou.

— O seu problema é se importar demais com os outros, baixinha. – Ele sorriu. – Para sobreviver, tem que pensar primeiro em você.

— Está errado. – Ele a ouviu em silêncio enquanto ainda a fitava. – Eu me importo porque é você. – Ele fica nitidamente surpreso com a semi declaração de Levy. – Se quisesse mesmo me machucar, estaria longe daqui enquanto ainda se contorcia de dor! – Disse em tom de piada, isso fez com que ele risse.

— Assim é melhor. – Ele se estendeu e pôs as mãos na cintura. – Vamos lá, te ensinarei como se defender propriamente de um ataque frontal.

— Gajeel. – Ela se levanta, sem fitá-lo. Ele a encara enquanto ela se prepara para falar. Ela o fita. – Você deixou que eu me irritasse porque eu não te atacaria se você fosse, simplesmente, legal, não é? – Ele não respondeu, mas seu meio sorriso confirmou a afirmação. – Como sabia que eu ia conseguir me soltar?

— Não sabia. – Ela olha para o lado.

— Então você também acreditava que eu não era capaz de escapar...? O que aconteceria se eu não tivesse conseguido?

— Eu ia simplesmente te irritar ao ponto de lutar com tudo que você tivesse até conseguir. Não é o mais forte que vence uma luta, mas o mais esperto. Só que, para isso, você não pode ter medo de machucar outra pessoa. – Ele se aproxima dela e fita-a de perto. – A raiva é um bom incentivo, não? – Ela reflete por um momento e parece chegar a uma conclusão.

— É... – Ela confirma, olhando para o lado. Ela sorri e o encara. – Mas o amor também. – Ele franze a sobrancelha.

— O... Amor? – Ela continua fitando-o com um sorriso.

— Quer saber? – Ela anda para trás. – Agora me sinto animada. Quero que me ensine a lutar. Assim, posso, não só me defender, mas defender meus amigos, se for preciso! – Então era disso que ela falava quando citou o amor como um incentivo para lutar. Acho que o amor e a raiva são sentimentos fortes o suficiente para se tomar uma atitude impensada. Tch... O rapaz riu e pareceu satisfeito ao ouvir as palavras de Levy.

— Então, não vamos perder tempo.

Se encararam com um sorriso e, logo, começaram a segunda rodada da aula do Redfox sobre auto-defesa. A tarde seria longa e... Divertida.

*~-~-~-~-~-~-~-~*

Primeira noite de Jellal no apartamento de Erza depois da notícia da fuga de seu pai.
 

Já era tarde e a ruiva se preparava para dormir.

— O que acha que está fazendo? – Ela o questiona ao vê-lo seguindo na mesma direção. A do seu quarto.

— O quê? Acha mesmo que vou te deixar dormir sozinha?

— Jellal, eu só te deixei ficar aqui por um tempo para te vigiar e ter certeza que não está ME vigiando. Não vai achando que isso é o primeiro passo para alguma reconciliação...

— Erza, para de se fazer de forte o tempo inteiro. – Ela pareceu irritar-se.

— Acontece que eu não me faço de forte. Eu tive que ser forte desde sempre.

— Eu sei. – Ele se aproximou da ruiva, ignorando a possível ameaça de violência doméstica. – Mas eu quero cuidar de você, mesmo se você não precisar.

A ruiva o encara por alguns segundos e parece tentar esconder algo ao virar o rosto subitamente. Ela expira e sussurra consigo.

— Por que torna tudo tão difícil...? – O azulado franze a sobrancelha.

— Quer... Que eu vá embora? – Ela reconhece a tristeza na voz do seu ex marido.  Sua reação é imediata.

— Não! – Jellal encara a ruiva com semblante surpreso. A reação do rapaz desperta surpresa na própria ruiva, que agiu por impulso e mal pôde pensar no que disse. Ela, logo, tratou de explicar-se. – Quer dizer... Claro que não. Está muito tarde. E já te disse que eu te deixaria ficar aqui. Não tenho duas palavras.

— Entendo. É... Só por isso que me deixa ficar. – Ele concluiu. Ela odiava isso. Ela sabia exatamente o que ele estava fazendo e isso era infalível para deixá-la sem palavras.

— Argh... Quer saber, faz o que bem entender, Jellal. Eu preciso dormir porque acordo cedo pela manhã. – Ela vira e vai até sua cama. Deitando-se. O rapaz parece um tanto triste, mas ele a conhecia demais para acreditar que ela estava indiferente. Ele observa as costas da garota, deitada, por algum momento.

Ele decide ir apenas dormir no sofá. Ele não queria perturbá-la e sabia que, se algo acontecesse, ao menos, ele estaria perto para defendê-la. O azulado não evita um sorriso ao apreciá-la enquanto descansa. A olha pela última vez e vira. Entretanto, antes de desviar o olhar, ele tem a impressão de ter visto algo familiar. Ele franze a sobrancelha e olha em direção ao quarto novamente.

No criado-mudo ao lado da cama de Erza estava um coelho de pelúcia. Aquilo havia sido um presente que ele havia lhe dado no primeiro aniversário de casamento.  Ela... Ainda guarda aquele coelho? Ele abaixa o olhar e reflete por um momento antes de seguir em direção à sala. O que você não está me contando... Além do fato de ainda me amar? ... Erza...

*~-~-~-~-~-~-~-~*

Dia do parque. Natsu e Lucy vão ao Love Boat, enquanto Gajeel e Levy vão logo atrás, seguindo em direção ao túnel do amor.
 

A loira fica admirada com os detalhes do cenário. Havia nuvens rosas, árvores feitas de doce, pequenos bonecos fazendo piquenique. Era como estar dentro da própria fábrica de chocolate do Willy Wonka. Lucy desvia o olhar para comentar algo com Natsu sobre os macacos nas árvores feitas de pirulito, até que nota que o rapaz estava corado e que, provavelmente, a estava encarando durante todo o caminho.

— O q-que foi?...

— Oh? – Ele elevou as sobrancelhas e percebeu-se. Ele deu uma pequena risadinha. – Heheheh... É que você estava tão animada com esse passeio. É contagiante, eu acho.

— A-Ah... Tudo bem, mas não me olhe tanto. Vou acabar ficando envergonhada...

— Mesmo? Desculpe, Lucy-san. É só que você estava muito bonita enquanto sorria. – Ela corou mais do que antes ao perceber a sinceridade do rosado.

Ela sorri e desvia o olhar, enquanto o rosado ri da vergonha da loira.

*~-~-~-~-~-~-~-~*

Noite do amigo secreto na mansão. Juvia cuida de Gray.
 

O rapaz estava sendo muito difícil e Juvia estava a ponto de perder a paciência.

— Gray... Você pode descer daí antes que caia no chão e acabe se machucando? Desse jeito, seu pai terá que voltar para levá-lo ao pronto socorro como fez com Aquarius!

— O que está dizendo? Estamos numa festa, você é quem está inadequada aqui..

— Inadequada?... – Gray não parecia falar nada com nada.

— Vou apenas tirar a roupa para ir para a piscina depois que fizer o strip-tease total!

— Oh my! Por favor, não faça isso, Gray! – Ela estendeu os braços para alcançá-lo e tentar fazê-lo descer da mesa.

— Juvia... – Ela o fitou, esperando o que ele tinha a dizer. Ele pareceu ficar com sono, mas foi alarme falso. Ele não dormiu em pé. – Que horas são? – Azulada expirou e massageou a testa.

— Acho que vou chamar o Gajeel para lidar com isso... – Ela vira e segue até as escadas.

— Ói... Aonde você— BAM!

A assistente vira imediatamente ao ouvir o som alto de algo caindo. Mais propriamente, o Gray.

— Ai, não! – Ela corre até o garoto que estava estatelado no chão, deitado de bruços. – Gray?! – Ela ajoelha-se ao lado do moreno e o vira, puxando-o pelo ombro.

— Nhn... Au. – Ela respira aliviada ao ver que ele ainda estava, minimamente, vivo.

— Arh... Eu te avisei para descer dali, seu teimoso! Viu no que deu o seu pequeno show? – Ela falava como uma irmã mais velha mandona e o garoto estava emburrado como um menino malcriado recebendo uma bronca. Era patético. – Anda, levanta e vem sentar no sofá enquanto eu chamo o Gajeel para te carregar para o quarto.

— Eu não acho que eu vou gostar de ser carregado para um quarto... Por um cara. Eu não vou...

— Não acho que você esteja em posição de decidir alguma coisa...

A branca põe o braço do rapaz em volta do pescoço e o ajuda a se levantar enquanto ele murmurava algo sobre não ser carregado por nenhum cara a lugar nenhum. Ela o põe no sofá jogando-se com ele. Ela se ajeita e o faz encará-la.

— Me deixa ver se está machucado. – Ela segura o rosto do rapaz e se põe em frente a ele, analisando seu rosto. – Me prometa que ficará quieto enquanto eu chamo o Gajeel, sim? – Disse enquanto ainda buscava por vestígios de hematomas no rosto do rapaz.

— Hm. – Ele assentiu rápido demais. Sua resposta fez com que Juvia o encarasse propriamente. Ele estava olhando para o seu rosto de forma estranha e seu rosto estava avermelhado. Mas era apenas pela quantidade de álcool em sua corrente sanguínea.

— Por que está me olhando assim?

— Eu nunca vi uma garota tão bonita de perto... – Ela eleva as sobrancelhas e cora.

— Os bêbados... Realmente não controlam o que dizem, não é? – O garoto ignorou o comentário da garota e continuou fitando-a.

Ela não pôde evitar um sorriso.

— Não acredito que estou cuidando de alguém assim. Como isso aconteceu? – Falou consigo.

— Você prometeu ao meu pai. – Ela o encarou. – Vai ter que ficar comigo... – A branca sorriu incrédula e olhou para o lado. – Não pode ir a lugar nenhum, Juvia...

Era como se ele falasse enquanto dormia. Seus olhos mal estavam abertos. Mas aquela havia sido a última frase do rapaz antes de começar a apagar. A branca o observou enquanto pedia que ela ficasse com ele. Apesar de parecer mais com uma ordem. Mesmo estando naquele estado... Ela teve que achá-lo fofo enquanto agia como uma criança mimada. Ele parecia doce enquanto dormia.

— Juvia? – Ela vira na direção da voz enquanto ele desce as escadas. – Como se saiu com o striper? Ele não tirou toda a roupa, tirou? Gihihi...

— Ele ficou inconsciente antes que pudesse. – Disse sorrindo, mas um tanto constrangida.

— Ótimo. Seria estranho levar um cara pelado no ombro. Além disso, a bunda dele ia ficar bem na minha cara, seria desconfortável.

Juvia foi quem ficou claramente desconfortável ao imaginar tal cena, seu rosto ficou vermelho quase imediatamente.

— E-Entendo... – Gajeel deu uma gargalhada ao ver o constrangimento da azulada.

— Anda, vamos colocar esse perdedor em uma cama.

O moreno põe o garoto sobre o ombro e o carrega indo em direção às escadas. Juvia os observa por um tempo e olha para o lado, pensando em algo.

“Vai ter que ficar comigo... Não pode ir a lugar nenhum, Juvia...”

Ela ri baixinho e balança a cabeça. A garota pega as peças de roupa do rapaz jogadas pelo chão e acompanha os dois. 


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Notas finais do capítulo

Os próximos capítulos podem demorar um pouco porque estou em período de TCC e meu tempo vai ficar mais apertado do que pensei. Mas não vou abandonar a fanfic. Vou tentar não demorar mais um mês pra postar, mas o negócio está puxado na faculdade. Misericórdia. kkk... Conto com a compreensão de vocês. Beijos e até a próxima!!



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