Meu Segurança Particular. escrita por Uvinha Lee


Capítulo 49
Caos que preenche.


Notas iniciais do capítulo

Estou apaixonada pela cena Gale desse capítulo. Eu ainda me impressiono com o nível de shippismo com que eu shippo esse shipp. HSUAHSUAHSUAHUSAHS... Gale reina.



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Virgo estava em pé diante da estilista, que a encarava com... Receio? Aquarius e Yukino observavam enquanto as duas faziam, como diria a modelo, aquela maluquice.

— Tenha cuidado, Virgo. Já ouvi falar que se uma hipnose invadir um lugar perigoso dentro da mente... Uma pessoa pode acabar ficando louca. – Alertou Yukino. A loira pareceu apreensiva.

— Tem certeza que isso é seguro, Virgo? Eu não acabarei num coma psicológico ou algo do tipo, certo?...  – Ela pergunta, encarando a pedra de rubi do colar que a rosada tinha em mãos.

— Confie em mim, Lucy-san. Eu nem falaria sobre isso se houvesse algum perigo. Ainda mais agora, que você e meu primo estão juntos! – A rosada parecia bastante animada com a ideia, porém a loira tratou de trazer à realidade os pensamentos fantasiosos de sua assistente.

— Hey, não há nada de “juntos” entre eu e o Natsu, okay? Nós só... Bem...

— Argh, querem fazer logo essa tal hipnose?! Se é que isso realmente é válido... – Disse Aquarius, impaciente.

— Eu já hipnotizei uma amiga para descobrir onde ela havia enfiado uma roupa que eu emprestei a ela e acabou dando certo. Tenho certeza que isso pode funcionar.

A azulada arqueou a sobrancelha, com braços cruzados e sentou-se, esperando o “show”. Virgo fita a loira, sentada em sua frente.

— Lucy-san, por favor, tente se concentrar e não pensar em nada. – Ela levanta o colar, posicionando o pingente em frente ao rosto da loira.

— Não sei se isso vai ser muito possível devido aos últimos acontecimentos... – Murmurou baixinho.

— Eu sei, mas... Isso ajudará para que você se concentre mais facilmente... – Explicou Virgo.

— Você quer saber ou não, o que houve naquela noite, Lucy? – Questionou Aquarius. – Apenas tente fazer o que ela disse. Além disso, até eu já começo a ficar ansiosa.

— S-Sim... – A estilista sacode a cabeça e respira fundo, fechando os olhos. Ela fita a rosada novamente e encara o pingente. – Vocês têm razão. Virgo... Estou pronta.

— Hm. – A rosada fita Yukino e Aquarius. – Nós... Iremos precisar de muito silêncio, do contrário Lucy-san poderá se distrair... Certo? – Pediu a rosada, um tanto receosa pela reação da modelo.

— Tá bem, só... Comece logo. – Obedeceu, mesmo não gostando de receber instruções.

A loira se concentra e encara o objeto em sua frente.

Acompanhe o movimento do pingente. Foque-se apenas no balanço do objeto à sua frente... Você está ficando com sono.

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Mal pode sustentar o peso dos seus olhos. Você sequer pode acompanhar o objeto pelo cansaço. Você sente que pode dormir se quiser.

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Lucy-san... Você não vê nada, mas não tenha medo. Você ainda consegue me ouvir, certo?... Vamos caminhar um pouco.

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Aos poucos, algo começa a tomar forma no fim da escuridão... Você vê o que parece ser um telão. Está passando uma espécie de filme. Você consegue reconhecer os personagens. Uma garota loira e um rapaz semi-ruivo de cabelos rosados... Você os vê?

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Sim. Eles se chamam Natsu e Lucy. Pode descrever o que os dois estão fazendo?...

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Lucy-san... Pode me dizer... Como a garota loira parece estar se sentindo? Ela parece triste? Ou te parece feliz?

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Isso é o suficiente. Lucy-san, me escute. Agora, contarei até três. E, quando eu terminar a contagem, você irá acordar se sentindo bem, tranquila e descansada. Eu irei começar a contagem, não esqueça: quando eu terminar a contagem, você acordará e se sentirá bem e muito tranquila. Entendeu?

— Um... Dois... Três. – Lucy abre os olhos de vez. Pisca repetidamente para acostumar os olhos à luz e expira.

— Uau... Eu me sinto tão... – Ela encara as amigas. – Calma... Como isso é possível? Eu estava quase tendo um ataque de nervos há pouco...

— Que bom que Virgo enfatizou o fato de que você despertasse se sentindo tranquila. – Disse Aquarius. – Porque vai precisar dessa calma, agora. – Lucy fica ligeiramente ansiosa.

— Ah... É mesmo, a hipnose... – Ela fita Virgo. – De alguma forma, eu não estou ficando desesperada... O que eu disse?

As três trocaram olhares antes da rosada continuar.

— Lucy-san... Você e o meu primo dormiram juntos. – A loira olha para o lado e volta a encarar a assistente com um sorriso nervoso.

— Isso eu já sabia, Virgo...

— Não, Lucy-san, é que—

— Argh, ela quis dizer exatamente o que você está pensando, Lucy. – Disse Aquarius. A loira parecia aflita e progressivamente entrando em desespero.

— Mas o que raios eu falei afinal?! – Ela se levanta e começa a andar.

— Basicamente? – Aquarius cruzou as pernas com um sorriso e continuou. – Em outras palavras, você disse que plantou a sementinha; comeu o fruto proibido; brincou de casinha; amassou o capô do fusca; girou a maçaneta; botou agasalho no croquete; recheou a perseguida—

— EU ACHO QUE ENTENDI. – Esbravejou a loira. A azulada deitou-se de bruços na cama da loira e apoiou o queixo nas mãos.

— Lucy. – A loira a fitou ainda pasma. – Você e o Natsu, literalmente... Fizeram bebês. – Sorriu. – Bom... Um. – Lucy estava assimilando a novidade.

—... Eu estou, mesmo, grávida... – Disse consigo.

A loira encara o chão por alguns segundos com olhar estático e toca sua barriga. Ela permanece pensativa ainda com a mão sobre sua barriga.

...
 

Levy seguia para a mansão em seu carro, ao lado de Juvia, sentada no banco do carona, e Wendy, no banco de trás. A irmã menor de Juvia estava de joelhos e olhava o segurança da rapper através do vidro traseiro do carro, ele as seguia e vinha logo atrás do veículo. A menina vira e se ajeita no banco, aproximando-se de Levy.

— Tia Levy, você e o Gajeel fizeram as pazes? – Juvia arqueia a sobrancelha e fita a irmã. Levy encara a menina por alguns segundos, através do retrovisor interno.

— Se eu fiz as pazes com o Gajeel?... Por que a pergunta? Ele... Disse alguma coisa?

— Mais ou menos... Mas eu vi que ele ficou chateado porque você estava beijando outro garoto.

Mesmo com seus olhos fixos na pista, era visível que a garota estava a pensar nas palavras que Wendy dissera.

— Então você também percebeu? – Surpreendeu-se Juvia.

— Hm... – A irmã menor sorriu. – Sabe, o Gajeel disse que nós duas nos parecemos nisso. – Juvia arqueou uma sobrancelha. – Como ele disse, mesmo?... Ah! Ele disse que somos boas em ler as pessoas!

— Tss... Ele tem razão. Vocês não deixam passar nada. – Comentou Levy. Juvia sorriu ao ouvir sobre o que Gajeel dissera.

— Sabe, eu realmente gosto do Gajeel. Apesar daquela cara de mau, sua personalidade não é nada má. Além disso, ele não me trata como uma criança. – Disse Wendy. Juvia sorri. Levy faz o mesmo, sem tirar os olhos da pista.

— Hm. Gajeel é esse tipo de pessoa. Eu sinto que ele realmente se importa com todos que estão à sua volta, mas apenas demonstra nos momentos necessários. – Disse Juvia.

— Como quando ele ficou com ciúme de você, tia Levy.

— Wendy! – Juvia chamou a atenção. – Já chega sobre isso, sim?

— Ele... Falou alguma coisa, não foi? – Levy pergunta, um tanto preocupada. Juvia parecia aflita.

— Nós conversamos e ele estava com ciúme sim. Ele me disse. – A garotinha disse, encostada à parte interna da porta do carro.

— Wendy! Como pode expor o Gajeel dessa forma?! Você não deveria contar algo assim! – Preocupou-se Juvia ao ver a surpresa de Levy.

— Tudo bem, Juvia. Ele... Me falou também. Bom... Mais ou menos. – Disse a Rapper. Juvia expirou.

— Já que é assim, eu tenho que dizer que... Estava bem óbvio. Ele disse que estava com sede e saiu na hora que você e aquele ator estavam se beijando.

— Argh... Aquele cara. Eu não o entendo. – A rapper tinha sobrancelhas franzidas. – Ele sabe que eu não estou interessada em compromissos e, no entanto, age como se tivéssemos... - Ela fez uma pausa e ficou pensativa.

~...~

Ele a encara e fita os lábios da garota. Ele permanece imóvel encarando os lábios de Levy e tenta decidir seu próximo movimento; parece relutante. Finalmente parece se decidir.

—... Mas... Eu não posso te afastar de outros caras. – Ele expira e se afasta, ainda tocando o rosto da azulada, acariciando-o com seu polegar. – Porque você não é minha.

~...~

Levy expira.

— Não... Na verdade, acho que estou sendo injusta. Acho que quem eu não entendo sou eu mesma. Ele sequer está cobrando nada de mim... Mas ele sabe o que aconteceu com Rogue...

— Ele só ficou com ciúme porque gosta de você, ué! – Concluiu Wendy.

— Por que não tenta superar o Rogue de uma vez, Levy? – Questionou Juvia.

— Com o Gajeel?

— Mas claro! Ele é super legal! – Anima-se a irmã menor de Juvia.

— Vocês só podem estar loucas! Ele é meu segurança... Nós estamos juntos o tempo todo... Isso nunca daria certo... Um relacionamento sério com alguém assim seria quase um casamento.

— Não acho que seja isso. – Disse Juvia.

— O que?

— Acho que você ainda está com medo de amar alguém de verdade. Porque quando fez isso, se machucou.

— Eu... Apenas sei que não daríamos certo. Isso é tudo. – A garota não parece certa do que diz, mesmo tentando aparentar certeza. Wendy arqueia uma sobrancelha e troca olhares com Juvia, que sinaliza para cessarem o assunto.

— É uma pena. – Continua a menina, ignorando a sinalização de Juvia. – Dá para ver que ele gosta muito de você. Ele até fica mais legal. Sem você, ele apenas continuará rabugento!

Juvia a repreende silenciosamente e a menina estira a língua. Juvia acha graça, mas não sorri para manter sua autoridade de irmã mais velha. Ela espia sua chefe e percebe que ela sorria secretamente com o comentário de Wendy. Talvez não tenha sido ruim Wendy ter ignorado seu sinal, afinal.

...

Fim de tarde. Yukino e Virgo estavam à porta do ateliê.

— Você ficará bem, Lucy-san? – Perguntou Virgo, preocupada.

— Sim, não se preocupe, Virgo. Além disso, Aquarius simplesmente não me deixará ficar sozinha de qualquer jeito. Você ajudou muito hoje, obrigada.

— Lucy... – Yukino começa. – Eu sei que você ainda está tentando digerir essa notícia, mas... E o Natsu? Pretende contar a ele? – A loira abaixa o olhar.

— Eu... Quero me certificar primeiro. Depois veremos... Mas... Ele vai saber, sim. Ele é o pai, não é?...

A loira parece aflita. Yukino a abraça juntamente com Virgo e saem. A estilista fecha a porta e volta para a sala de seu ateliê, jogando-se ao sofá e afunda o rosto nos braços, sobre o encosto do estofado. A modelo se aproxima e a loira escuta o som de algo quebrável sendo posto sobre a mesinha de centro à sua frente. A estilista levanta a cabeça e encara a xícara com o que parecia ser um chá. Ela fita a modelo com sobrancelha arqueada.

— Aquarius...

— Não se preocupe, já pesquisei todos os chás não permitidos para grávidas. Esse vai te acalmar. – Lucy leva sua mão até a xícara desconfiadamente.

— Obrigada... – Ela dá um gole, ainda encarando sua assistente de modo desconfiado. Aquarius tem um sorriso no rosto. – Você está legal demais, de repente. Isso é tudo porque eu estou... Porque eu... Argh. – A loira recoloca a xícara sobre a mesa e encolhe as pernas sobre o sofá. – Mal consigo assumir esse título.

— De grávida? – Ela olha para o lado. – Logo se acostumará. O que importa é que, agora, deve se cuidar. Portanto, esqueça o trabalho.

— O quê?! Será que você ficou maluca, Aquarius? Esqueceu por que você está aqui em primeiro lugar? Há um desfile para acontecer! Ainda há os ensaios com os modelos no local onde acontecerá o desfile, além disso, preciso fechar o contrato com a agência de eventos para a decoração...

— Lucy, você precisa de uma equipe para resolver esse tipo de coisa.

— Tudo bem, mas eu sempre cuidei desses detalhes, pessoalmente, Aquarius! Não irei simplesmente jogar tudo para o alto por causa de uma gravidez indesejada.

De alguma forma, a última frase de Lucy pareceu causar um impacto na modelo. A garota abaixa o olhar e se levanta, dando as costas à estilista, que percebe a atitude de Aquarius. Isso era estranho, de outra forma, ela apenas ia dizer algo como “você está me questionando?” ou coisa parecida.

— Aquarius?... O que foi? E-Eu fui grossa? Me desculpe...

— Não. – A loira continuou encarando as costas da modelo. – Eu vou preparar um banho para você, termine o seu chá. – Ela começa a andar em direção às escadas. Lucy encara a xícara com o chá e reflete por um momento antes de decidir chamar sua modelo novamente.

— Aquarius, espera. – Ela dá alguns passos. – Você não costuma desistir de me convencer de nada... O que te deu?

A azulada leva a mão ao rosto. A loira eleva as sobrancelhas e deduz que ela estava chorando. A estilista vai rapidamente e para em frente à modelo.

— Oh não... Aquarius, v-você está chorando?! Me desculpe! E-Eu fui grossa, mesmo, não é?! Isso é tudo culpa dessa gravidez que—

— Não coloque a culpa na gravidez. – A loira cessa as palavras e encara a azulada, que fitava o chão. Aquarius eleva o olhar e fita a loira. – Estar grávida... Tch. – Ela desvia o olhar e caminha de volta à sala. – Muitas podem ter quantos filhos quiserem, mesmo quando não querem... E outras não podem, mesmo se quiserem.

— Aquarius...

— Você não deve rejeitar um filho, Lucy.

— E-Ei... Eu não estou rejeitando o... O meu...

— Veja só. Mal pode falar com todas as letras. – Lucy se sentia mal por não conseguir se acertar com sua assistente. Mas ela precisava de tempo para se acertar com ela mesma, primeiro. – Já se perguntou por que eu sou como sou? – A loira continuou escutando a azulada. Aquarius expirou e continuou. – Quando eu era muito nova... Eu sofri um pequeno acidente em casa. Nada muito grave. Mas eu tive que ir a um hospital, de qualquer forma. Em um dos exames, descobriram que tenho um comprometimento nos ovários. Sendo assim, engravidar, nunca seria uma realidade para mim, no futuro.

Lucy arregala os olhos e cobre a boca com uma das mãos, surpresa.

— Não é como se isso fosse algo que eu quisesse tão cedo, mas... Com o passar do tempo, eventualmente, esse desejo surgiria. E eu sabia que, quando esse momento chegasse, isso não iria se realizar.

— Aquarius...

— Eu fiquei com tanta raiva... Que eu apenas decidi que iria viver minha vida intensamente, uma vez que eu não iria espalhar minha genética pelo mundo. Nunca teria filhos para se envergonharem porque eu saía com muitos homens diferentes ou porque sempre saía bêbada de muitas festas...

Lucy começa a se lembrar de uma cena de Aquarius durante a festa de amigo secreto de Levy.

~...~

— Bem, se vocês não fizeram um filho, irão fazer! Todos aqui podem ter filhos, quantos quiserem! Mas eu... – Ela pega um copo para beber uma vez, já que ninguém bebeu. – Eu nunca terei. Nenhum. Por isso... Saúde! – Ela entorna um copo todo em sua boca e o clima, de repente, fica um tanto pesado. 

~...~

A loira, agora, entende o que a modelo quis dizer com aquele comentário. Ela, de repente, se sente mal por Aquarius, mas, de alguma forma, se sente menos pior sobre sua gravidez repentina.

— Aquarius... – A loira se aproxima da azulada, que recua.

— Eu não preciso da sua pena, Lucy.

— Mas eu não—

— Apenas contei isso para que perceba que essa gravidez... Mesmo não sendo planejada... É uma coisa boa. – Ela abaixa o olhar. – Portanto, termine o seu chá... E se acalme. Eu... Vou preparar o seu banho.

A modelo passa pela estilista e segue até as escadas. Porém, seu braço é segurado e puxado. A branca praticamente se choca contra Lucy, que a puxara para um abraço.

— Nós somos parecidas. Por isso, sei que você precisava disso. – Aquarius ainda parece surpresa pelo abraço abrupto da loira. Mas, ao ouvir aquelas palavras, seu coração se aqueceu e seu corpo perdeu o controle total das lágrimas que desceram pelo rosto da modelo. – Obrigada... Aquarius.

...

Levy e Gajeel chegam à mansão. O rapaz havia acompanhado a rapper, enquanto ela deixava Juvia e Wendy em casa. A garota estaciona o carro e Gajeel posiciona sua moto ao lado do automóvel. Prende o capacete ao guidão e segue a garota, que segue logo à sua frente. A garota segue até seu quarto e sobe as escadas rapidamente, enquanto é observada pelo moreno.

A azulada parecia ansiosa para chegar a um lugar onde ninguém a visse. Ela fecha a porta do seu quarto e se joga na cama, abraçando-se ao travesseiro. A discussão que havia tido mais cedo com seu segurança não parava de se repetir na sua mente. Em especial a última coisa que ele havia dito antes de sair e deixá-la sozinha novamente...

“... Porque você não é minha...”

Ela não queria admitir em voz alta. Mas, sim, ela estava com medo de se entregar novamente a alguém. A química que ela tinha com Gajeel era inegável. Ela se sentia bem com ele; segura; livre... Ela podia ser a Levy, não apenas a Vikky. E, nisso, ele lembrava o Laxus; os dois já tinham quase a mesma importância para ela... Mas por que seus sentimentos cresceram de forma diferente com Gajeel? Tudo que ela queria fazer agora era voltar para o andar debaixo e abraçá-lo. Pedir desculpa... Mas isso só tornaria tudo pior.

Ou será que ignorar tudo é que tornaria a situação pior?

Mas ela não precisou tomar essa decisão, afinal. Três batidas ressoam em seu quarto através da porta. As mesmas três batidas pausadas de quando seu segurança lançou aquele olhar analítico, profundo... Magoado.

— Eu sei que ainda não deu tempo de dormir, Levy.

Gajeel já estava dentro de seu quarto, mas ainda perto da porta. Levy não havia se levantado para abrir a porta ou respondeu às batidas. Havia muito barulho dentro dela, para que se desse conta. Ela vira seu rosto, ainda encostado ao travesseiro, e o encara sem dizer nada. Ele se aproxima lentamente e agacha-se, encarando-a dentro dos olhos. Permanece assim por um momento e depois abaixa o olhar, expirando.

— Eu... Vim te pedir desculpa.

Aquela já era a segunda vez que ele pedia desculpa. Talvez Wendy tivesse razão. Gajeel realmente ficava menos rabugento quando ela estava por perto. A azulada se apoia em um dos braços e encara o moreno propriamente.

— Não. – Ela abaixa o olhar e parece triste. Mesmo assim, o fita novamente com um sorriso apático. – Eu é que tenho que te pedir desculpa. Gajeel.

— Tch. Pare de querer tirar minha culpa, Levy. Eu sei que agi como um idiota tendo ciúme de você quando nós nem mesmo—

— Exatamente. – Ela o interrompe. Com olhar baixo. – Nós não temos nada... No entanto, eu... Agi como se fôssemos ter alguma coisa em algum momento, mas... Não é verdade.

— Levy.

— Eu simplesmente não consigo me sentir livre para amar ninguém sem me lembrar da nuvem negra que me perseguiu enquanto estive com o Rogue, Gajeel!

— Eu nunca faria o que aquele cara fez com você. Você tem que superar isso, ou não vai ser feliz nunca.

— Eu sei que tenho... Mas eu não quero te arrastar para o olho do furacão junto comigo, Gajeel. – Ela se levanta e sai do quarto.

— Ói. – Ele a segue. – Do que você está falando? – Ela o encara.

— Eu não tenho o direito de pedir que você espere até que eu resolva a minha vida! – Os olhos marejados já se enchiam o suficiente para que lágrimas descessem sobre o rosto da rapper. – Mas não quero ficar longe de você também. – Ela faz uma pausa.

—... Então não fique.

—... Não é tão fácil, Gajeel. Eu não quero que acabe se apaixonando por mim e depois descubra o caos que eu sou. – Ele anda até ela.

— Se isso é o que torna tudo difícil, então, acho que não haverá problema. – Ela franze as sobrancelhas. Ele para em sua frente. – Porque eu já sei que você é encrenca. – Ele põe suas mãos nas laterais do pescoço da azulada, que o fita, chorosa. – E eu estou ferrado, de qualquer jeito. Porque já me apaixonei por você.

— Gajeel...

— Apenas se acostume com o fato de que eu irei esperar você até que esteja pronta. – Ele aproxima seu rosto do ouvido da garota, sussurrando. – Para ser minha...

Ele fita a garota por alguns segundos. Ela parece relutante. Sua respiração rápida denuncia a vontade reprimida. Ela sabia que ele não faria nada que ela não quisesse. Ele continuou fitando a azulada dentro dos olhos e era como se ele entrasse dentro dela. O que a estava impedindo de beijá-lo?... Ela já não lembrava.

A garota entrelaça seus dedos no cabelo do moreno à sua frente e o beija ardentemente, fazendo-o inclinar-se ligeiramente para trás. Ele estava apaixonado por ela. Apaixonado... Levy se sentiu feliz. Mas ela havia mentido.

Ela queria trazer Gajeel para o olho do furacão. Ela queria ser egoísta o suficiente para pedir que ele mostrasse o caminho para fora da tempestade de vento que era seu coração. De alguma forma, ele fazia o seu caos parecer mais familiar. Ele era o caos que preenchia o seu próprio. E nada mais precisava ser mudado.


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Notas finais do capítulo

O capítulo ficou meio melancólico no final? É que eu estava escutando a trilha sonora de Tinanic, tipo.. Oi? Quando isso começou? kkkk.. Mas enfim, até a próxima, família MSP.



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