Meu Segurança Particular. escrita por Uvinha Lee


Capítulo 38
Guerra é guerra.


Notas iniciais do capítulo

Gente... Estou apaixonada demais pelos últimos capítulos que estou fazendo de MSP. Eu amo fazer várias cenas além das Gale. *-----* Romeo e Wendy me matam, sério. Vocês vão adorar o capítulo de hoje também!

Meus fãs de Jerza, hoje ainda não tem, mas logo, logo, eles aparecerão de novo, okay?

Boa leitura! *-*



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Por que meu coração acelera tanto só de estar perto dele?... Isso não acontecia antes... Levy não pensava em coisas como “se apaixonar” há algum tempo. Talvez tivesse até se desacostumado com seus sintomas... Arrepios pelo corpo? Confere. Taquicardia... Confere. Pensar na fonte da paixonite o tempo inteiro... Não... Eu definitivamente não penso nele o dia inteiro... Inclusive, o jeito irritante dele, às vezes, acaba me contagiando. Ele está longe de ser um cavalheiro e, certamente, posso citar dois ou três defeitos muito irritantes... Então não é paixão. Levy se lembra bem de quando se apaixonou por Rogue... Era como se nada pudesse fazê-lo parecer feio. Mesmo quando ele acordava com aquela cara de ressaca ou quando todos diziam que ele havia saído para festas com outras garotas. Ela só foi capaz de enxergar seu lado negro quando finalmente aqueles fatos concretos deram uma tapa em sua ingenuidade. Ou ela deveria dizer burrice?

Não... Levy não estava apaixonada. Mas uma coisa era fato: quando Gajeel a olhava com aqueles olhos analíticos, penetrantes... Ele a desestruturava.

Suas respirações já se misturavam novamente... De tão perto. Ela podia sentir o calor exalado pelo corpo do rapaz. Ela estava louca? Ou o quê? Ói, Levy. Mova-se. Era inútil. A hipnose do lobo solitário já havia capturado todos os sentidos da azulada. A garota não sabia o quê exatamente estava sentindo por seu segurança. Mas ela iria descobrir.


Você pode estar certa, baixinha. E, talvez, só talvez... Exista alguém lá fora que me aceitará com o meu passado negro. Mas você está errada. Não conhece o meu passado completamente. O rosto dela estava incrivelmente angelical, iluminado com o reflexo da luz do dia nos grãos de areia. Era como a luz de um estúdio fotográfico, feito para ressaltar a beleza de alguém... Seus cabelos quase secos, tamanho vento que os balançava incessantemente, acariciavam o rosto dela. Apenas com as pontas úmidas, pareciam deixá-la com aspecto mais natural... Linda. Entretanto... Não posso controlar meu corpo estando tão perto... Droga. Levy conseguia fazer o rapaz acreditar em algo bom. Algo melhor... Aquilo definitivamente era um clichê idiota, mas... Essa garota é diferente de todas que eu já conheci. Talvez isso fosse só mais um sintoma de alguém apaixonado... Todos sempre seriam “diferentes de todos os anteriores”... Mas eu não estou apaixonado por você... Estou?

A verdade é que Gajeel nunca havia ficado perto de alguém por tanto tempo... E, ao conhecer suas fraquezas, descobriu quão forte aquela garota era. Talvez isso o tenha conquistado. Ele simplesmente odiava garotas que se vitimizavam. Levy não se curvava diante de nada ou de ninguém. É, essa era sua qualidade favorita. Era quase excitante. Talvez isso explicasse o desejo quase feroz que tentava conter dentro de seu organismo agora. Ele não queria assustá-la... Não queria perder aquele momento... No entanto... Desculpa, Levy. Não dá mais pra esperar.

Sua mão envolve a cintura da garota, que é imprensada contra o corpo dele. Ela, instintivamente, solta um pequeno suspiro de surpresa e apoia-se ao peitoral desnudo do rapaz. A camisa dele, que estava sobre o ombro da garota, cai na areia. Ela o encara um pouco ofegante. Fita seus olhos e seus lábios, que estavam muito próximos. Os punhos fechados de Levy logo se desfazem e ela toca a mandíbula do moreno, que encara os lábios entreabertos e rosados da rapper antes de tomá-los para si. Respirações pesadas entre os movimentos quase sincronizados dos rostos de ambos, enquanto tornam-se um por alguns segundos...

As mãos frias da garota em seu corpo aquecido, apesar de desnudo, causavam arrepios. Sentir sua mão macia no rosto quase assustador daquele rapaz era um contraste prazeroso que o moreno pensou não reviver tão cedo. O gosto dela era doce... Ele refletia se esse era seu gosto natural ou se havia apenas comido uma bala no caminho até a praia. Eu não estava errado sobre ser diferente das outras.

Ele era quente... Sua pele era surpreendentemente macia, apesar das cicatrizes. De novo a sensação de que ele não iria soltá-la... Ela podia sentir todos os toques dele sobre sua pele. O calor da palma de sua mão em suas costas, o arrepio causado pelo toque das pontas de seus dedos, que subiam pela sua nuca e acariciavam seu couro cabeludo, entrelaçando-se a seus cabelos...

Mas a vida não era um conto de fadas e aquilo estava se tornando bom demais para ser verdade.

A garota segura o rosto do garoto e se afasta, encarando-o ainda de perto. Suas respirações desreguladas e ofegantes, aos poucos, acalmam-se. Eles continuaram imóveis por mais algum tempo até que ela sussurra algo.

– Deveríamos voltar... – Ela solta gentilmente o rosto do rapaz, que ainda a encara. Ela parecia pensativa.

Levy se afasta dele lentamente, sem desviar seus olhos dos olhos de Gajeel. Seria ainda o efeito da hipnose do lobo solitário? A azulada finalmente consegue abaixar o olhar e caminhar até suas roupas. Ela as recolhe da areia e vai em direção ao carro.

– Levy. – Ele a chama. A garota para e respira fundo. Vira lentamente e o encara. Ele para em sua frente. Seu semblante parecia mais sereno. Ela continuou fitando o rapaz. Ele estende a mão com o objeto, sem tirar os olhos dela. – Sua tiara. – Ela encara o objeto.

– Obrigada... – Segura sua tiara fitando os olhos do garoto. Suas mãos se tocam e ela abaixa o olhar. A mão dele também é macia... Como a pele de seu corpo. Ela observa suas mãos enquanto se tocam. Aquela cena tinha o mesmo efeito que descer em alta velocidade numa montanha russa. Aquilo já estava indo longe demais, era para ser apenas uma... Experiência. Ela segura a tiara e fita-o rapidamente antes de virar e seguir seu caminho. O moreno a assiste andar rapidamente de volta e não consegue evitar um sorriso. Parece refletir por um momento antes de mover-se.

Ele vira, apanha sua camisa e o resto das coisas, ainda na areia, antes de seguir até sua moto.

...

A modelo, e nova (aspirante a) ajudante de Lucy, dirige lentamente o carro da loira e inclina-se para frente para analisar melhor os estabelecimentos alimentícios, tentando achar um lugar digno para pararem.

– Aquarius, vamos apenas parar em qualquer lugar, sim? Já é a quinta ou sexta rua que passamos e você ainda não gostou de lugar algum... Na verdade, estou meio constrangida...

– Argh... Você deveria me agradecer ao invés de reclamar por eu ser tão exigente ao escolher um ambiente confortável, aconchegante, elegante, com bons aperitivos e chocolate quente. – Disse sem desviar a atenção das lanchonetes.

– Nós estamos atrapalhando o trânsito... Essas buzinas já começam a me dar dor de cabeça. – A loira massageia as têmporas e expira. – Arh... Talvez fosse melhor ter ficado em casa afinal...

– ÓI, SEUS BASTARDOS! É MELHOR PARAREM COM TODO ESSE BARULHO! SE ESTÃO COM PRESSA, PASSEM POR CIMA! – A loira arregala os olhos e percebe que, enquanto falava, a garota havia se colocado para fora da janela do carro. A loira puxa o braço da modelo.

– Aquarius!! O que está fazendo?!

– Você disse que está com dor de cabeça, certo? Eles irão parar de buzinar, agora.

– Mas nós é que estamos atrapalhando o trânsito, Aquarius! Eu disse que era melhor parar em qualquer lugar! Eu apenas quero descansar tranquilamente em um lugar calmo e sem estresses! – A branca arqueou uma sobrancelha.

– Tá dizendo que é culpa minha? – Talvez Lucy tenha sido um tanto sincera demais.

– B-Bem...

– Então eu procuro o melhor lugar para comermos doces e chocolate quente...

– Aquarius, não—

– E é assim que me agradece? – A loira parece procurar por algum argumento, mas desiste rapidamente.

– Quer saber, esquece o que eu disse. Tem razão... Vamos procurar em outro lugar, não há nada de bom aqui. – A azulada sorriu.

– Era o que eu estava tentando dizer. Que bom que entendeu, finalmente. – Ela apertou o acelerador e, por fim, desobstruiu a passagem da fila de carros atrás delas. Chantagem emocional, não é?... Realmente... Uma gota escorre pela testa da loira.

...

Gray parecia mesmo ter esquecido sobre Romeo e a azulada à sua frente se mostrara mais interessante. Ela estava sentada ao sofá com postura cordial e exemplar enquanto que o moreno tinha seu tornozelo apoiado ao joelho e braços apoiados ao encosto do estofado ao lado.

– Está realmente tentando me convencer de que você gosta de música clássica? – Disse a branca com uma sobrancelha arqueada.

– E eu sou o preconceituoso. – Ironizou o moreno.

– Não é isso. Apenas... – Ela o olhou de cima a baixo. – Não parece.

– Você, certamente, também não parece ser irônica como é, senhora Lockser. Meu pai te chama assim, sabia? Já virou quase uma ladainha de tanto que fala de você.

– Primeiro: pare de dizer tanto que sou irônica, por favor, e segundo: seu pai é um homem muito agradável. Você deveria tentar se parecer mais com ele. Além dos aspectos físicos, obviamente... – Ela levanta.

– Ué, mas nós nos parecemos. – Ele se levanta e a segue. – Até temos o mesmo gosto musical. E...! – Ele levanta o indicador. – Eu também toco piano. – Concluiu, com semblante vaidoso. A garota pendeu levemente a cabeça.

– O quê? – Ele sorriu. – Então você também toca piano? – Afirmou desconfiadamente.

– De olhos fechados. – Gabou-se. A garota riu e pareceu determinada.

– Muito bem... Confesso que estou curiosa para ver esse talento nato em ação. – Ele se aproximou da garota.

– Seria um prazer, mas não há um pian—

– Claro que há um piano nessa mansão. Não há nada que não exista dentro desse shopping. – Ele arqueou uma sobrancelha. Olhou ao redor de si.

– Agora que mencionou, aqui realmente parece um shopping... – Voltou sua atenção à Juvia. – Quer mesmo me ver tocar, senhora Lockser?

– Só "Juvia" está ótimo e sim, vejamos como o filho de um dos melhores pianistas de Tokyo se sai tocando uma melodia escolhida por mim.

– Tch... Desafio aceito, branquela.

– Não me recordo de dar intimidade para apelidos, senhor Fullbuster.

– Já me considero íntimo. Heh. – Ela o encarou com meio sorriso e virou para mostrar o caminho.

A azulada o guiou até o estúdio e o desafiou a tocar uma de suas músicas preferidas: Comptine d’un autre été de Yann Tiersen. Um clássico que qualquer amante da música clássica deveria conhecer perfeitamente. Ela estava certa de que toda aquela conversa não passava de um charme barato, por isso, decidiu encostar-se ao piano e observá-lo bem de perto para ter certeza de que ele não trapacearia.

Mas para a surpresa da branca... O garoto tocava perfeitamente. O sorriso incrédulo da azulada foi substituído pelo semblante de surpresa e admiração. O garoto se transfigurou assim que seus dedos começaram a tocar os teclados do instrumento. Aquela arrogância e jeito esnobe haviam se desfeito em movimentos delicados e fortes, ao mesmo tempo. Ele sabia o que estava fazendo, não era apenas brincar de tocar piano, ele tocava com paixão. É... Agora ele parece mesmo o filho do Silver... Ela sorriu.

– Por que não toca comigo... Juvia. – Ela eleva as sobrancelhas. Abaixa o olhar e sorri levemente. Desencosta-se do instrumento e se senta ao lado dele. O rapaz para e espera o sinal de Juvia. Ambos reposicionam as mãos e começam a tocar novamente. Há salvação para um garoto como você, afinal. Gray Fullbuster. Juvia sorri enquanto acompanha o moreno ao piano.

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A garota se derrete e põe as mãos sobre o coração.

– Ai... Kami... Sama... – Ela sussurra consigo. A menina se esconde e arrasta-se até sentar no chão, cobrindo o rosto, encolhida. – Eles são... Tão fofos. – A garota engatinha e espia novamente.

– Está brincando? A tia Juvia e o meu irmão? – Sussurra Romeo, saindo de trás da menina, tentando espiar os dois.

– Calado, Romeo! Você não entende dessas coisas...

– Ah não! – Ele se levanta e anda em direção à sala de jogos. A garota o encara e parece não querer parar de espiar sua irmã e Gray, mas talvez fosse melhor. Ela segue o garoto. – Nem vem, Wendy. Você já disse que vai me ajudar a juntar o meu padrinho e a tia Juvia.

– Mas Romeo, é que... – Ela olha para o lado.

– Você não viu o Lyon com a Juvia tantas vezes como eu! Estou te dizendo, ele só falta babar quando está com ela! – A garota franze levemente as sobrancelhas. Romeo começa a entender a real situação de Wendy. – Está mesmo considerando mudar de lado?

– Ai... É que o seu irmão é tão... Não sei...

– Assustador? – Disse com braços cruzados.

– Não, ele é...

– Chato?

– Romeo! Não! Fala isso porque ele é seu irmão. Além disso, eu acho o Lyon muito paradão... – Pôs a mão no queixo.

– Ói, ele é apenas muito envergonhado! – Advertiu o rapazinho. – É por isso que quero ajudá-lo! De outra forma, ele nunca conseguirá conquistar a tia Juvia!

– Mas se a Juvia ficar com o seu irmão, ela passará a ser sua cunhada! Nós vamos ser meio que... Da mesma família! Hihi.

– Eu não acho que uma garota legal como a tia Juvia mereça ficar com um garoto chato como o meu irmão!

– Tudo bem, mas ele pode não ser tão chato como namorado! – Pôs as mãos na cintura. – E, quem sabe, ele não fica mais legal depois que começar a namorar uma garota?

– Mudou mesmo de lado, então...

– Na verdade, acho que nunca estive do seu! – Ela fez bico. – Dá pra ver como o Gray e a Juvia se dão bem, aposto que ela vai começar a gostar dele rapidinho e nem precisarei fazer nada. – Ela disse com um sorriso esnobe. O menino estreitou o olhar e se aproximou da garota.

– Eu acho que o tio Lyon tem muito mais chances de conquistar a tia Juvia!

– Está dizendo que vai atrapalhar os meus planos de juntar aqueles dois?

– Talvez... – Ela arqueou uma sobrancelha. Ela franziu a sobrancelha e estreitou o olhar.

– O que quer dizer?

– Vamos fazer uma aposta... Para ver com quem a tia Juvia ficará.

– Isso não é um jogo, Romeo. – A menina virou.

– Mas eu não vou deixar que o meu irmão namore a tia Juvia. – Ela virou e o encarou.

– Eu é que não vou deixar que ela namore o seu padrinho Lyon! – O garoto sorriu.

– Então não há outro jeito. – Concluiu. A garota se aproximou novamente.

– Quer mesmo fazer isso, Romeo?

– Só tenho uma coisa a dizer: guerra é guerra. – Ele estendeu a mão. Ela encarou a mão do menino e o fitou. Apertou sua mão fortemente com um sorriso determinado no rosto.

– Guerra é guerra, Romeozinho... – Ela sorriu. – Mas não fique zangado quando perder.

– Eu digo o mesmo... – Disse com o mesmo sorriso. Sentiu as laterais de sua mão ficarem doloridas, a garotinha apertou demais. – Au!

– O que estão fazendo? – É a Juvia! Wendy e Romeo são surpreendidos pela irmã mais velha da azulada.

Os dois viram rapidamente para encarar Juvia e Gray, que estava de braços cruzados atrás da branca e não parecia muito feliz.

– Juvia! – Ela sorri e logo vê o galã atrás da irmã mais velha. – Quem é esse?...

– Sou o irmão do Romeo. – Disse o garoto, sem esperar que Juvia respondesse. Ele se aproximou da pequena que subia o olhar à medida que ele se aproximava, pois era bem mais alto. Ele se inclina para a frente com as mãos nos bolsos. – E você deve ser a Wendy. É a irmã da Juvia, certo?

– Ói, Gray, não seja tão informal com a tia Juvia! – Repreendeu o mais novo.

– O quê? Ela prefere que a chamem assim. Reclame com ela, moleque! – Rebateu o mais velho.

– D-Desculpa... Mas como eu ia adivinhar?! – Pareceu ficar cabisbaixo. Juvia preocupou-se.

– Gray, não seja tão agressivo com ele! O Romeo apenas tem modos. – Ela sorriu ironicamente. O moreno arqueou uma sobrancelha.

– Ói, isso foi uma indireta?

Wendy encarou Romeo e estreitou o olhar, fuzilando-o com este. O garoto deu um risinho.

Ponto pra mim, Wendy.

Vai sonhando, Romeo.

Agora era oficial... Que a guerra comece.

...

Aquelas duas finalmente acharam um lugar digno. Ou melhor, Aquarius havia finalmente encontrado um lugar que a agradasse.

– Esse lugar é realmente aconchegante e agradável... – Comentou a loira ao sentar-se à mesa. O lugar era uma cafeteria/lanchonete. Com móveis rústicos e decoração, em sua maioria, com cores envelhecidas e em tons pasteis. Paredes decoradas com pinturas de flores de cerejeira e ao lado da mesa que estavam havia uma pequena fonte com alguns peixes nadando em uma pequena gruta. Lucy tinha que admitir... Era perfeito. – Nunca estive aqui...

– Viu? E reclamou por eu ser tão exigente. – A garota sentou-se em frente à loira, sorrindo e sentindo-se orgulhosa.

– É verdade... Me desculpa. – A branca fitou Lucy. Ela parecia um pouco desanimada agora. – Acho que estou estressada e acabei descontando em você.

– O que é isso, agora? Se desculpando por estar estressada. Como se eu me desculpasse por sempre estar mal humorada. Não é como se fosse culpa minha. Na verdade, todos parecem se esforçar para me tirar do sério... – A azulada notou que a loira parecia estar longe enquanto ela falava sem parar. Uma moça se aproxima da mesa.

– Olá, bem vindas ao melhor coffee bar de Tóquio! Posso anotar seus pedidos?

– Daqui a pouco, querida. – Disse Aquarius, sem desviar os olhos da loira. – Quando decidirmos, você saberá, certo? – Disse surpreendentemente de forma educada.

– Tudo bem. Fiquem à vontade! – A garçonete sorri e sai. Lucy fita a azulada. A situação chamou a atenção da loira.

– Por que mandou a garota embora? Não disse que queria chocolate quente durante todo o caminho até aqui? – A modelo ajeitou-se e cruzou as pernas. Pôs o cotovelo sobre a mesa e apoiou seu queixo no dorso de sua mão, fitando a garota.

– É... Disse. – A loira piscou algumas vezes. Não estava entendendo a atitude de Aquarius.

–... Que cara é essa? – A modelo arqueou uma sobrancelha.

– Eu faço a mesma pergunta.

– Hm?

– Você não encostou no remédio que compramos para cólica. E tenho a impressão de que vai sumir a qualquer momento e descobrirei que era apenas um holograma me acompanhando o tempo todo, ao invés da Lucy de carne e osso.

– Eu não estou entendendo, aonde quer chegar, Aquarius?

– Eu não sei. – Ela se encosta à cadeira. – Por que não me diz?

A loira não sabia se Aquarius era alguma espécie de bruxa ou se ela é quem era transparente demais, mas o fato é que Lucy, de alguma forma, não conseguia enganar Aquarius e, para seu desespero, Aquarius não tinha medo de dizer na sua frente que não estava caindo no papo furado da loira. Por que ela não age como todos e apenas aceita minhas desculpas esfarrapadas?

– Tudo bem, não precisa falar nada. – A loira arqueou uma sobrancelha. – Acabamos de nos conhecer, não é? Tch... – Ela sorriu e abaixou o olhar. – Talvez seja apenas solidariedade feminina. Sabe, eu não demonstro sentimentos tão facilmente. Às vezes não é fácil ter uma personalidade como a minha. – Lucy continuava encarando a modelo. – Talvez tenha me tornado especialista em esconder meus problemas e, por isso, sei quando alguém está fazendo o mesmo. – A azulada fita a garota e sorri. – Mas esqueçamos isso, agora. Vamos fazer nossos pedidos de uma vez, certo? – Ela vira parcialmente e eleva uma das mãos. – Por fav—

– Aquarius!! – Ela segura a mão da modelo, que já estava prestes a chamar um dos atendentes. A modelo a encara, surpresa.

Dessa vez não era chantagem emocional ou um joguinho da azulada para que Lucy fizesse sua vontade. A loira sentiu sinceridade. Aquarius havia falado algo pessoal para a loira e ela sentiu que podia confiar nela. Talvez fosse justo que ela também se abrisse... De qualquer forma, aquilo estava a deixando maluca.

– Tem razão. Tem uma coisa acontecendo. – Confessou.

– Vai me contar, mesmo não me conhecendo direito?

– Confio em você... – Ela sorri. A modelo fica surpresa e se emociona, corando levemente.

– Hm... Guardarei seu segredo... Lucy.

Ter uma irmã mais velha... Talvez se pareça com isso. Até que o passeio com Aquarius não seria de todo ruim... A loira se sentiu acolhida o suficiente para finalmente falar sobre o que lhe afligia. E no fim, talvez Aquarius pudesse ajudá-la de alguma forma.


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Notas finais do capítulo

Eu estou de férias, finalmenteeeeeeeeeeeee! Terei bastaaaaante tempo livre e só dependerei da minha inspiração, agora! *---------* Espero que curtam bastante os capítulos e a história! Até a próxima, meus rappers! ♥