Meu Segurança Particular. escrita por Uvinha Lee


Capítulo 35
Déjà vu.


Notas iniciais do capítulo

Yoo, meu rappers! O capítulo ficou bem maior. Ia ficar mais longo, mas vou deixar a conversa Gale-pós-quase-beijo pro próximo capítulo, certo? E uma boa notícia para os fãs de Gruvia: vou adiantar o encontro dos dois. Vocês já sofreram o bastante. kkk... (Não... Ainda não é no capítulo de hoje) Espero que gostem do capítulo de hoje. O macho alfa se fará presente mais uma vez em pensamento. #LaxusNuncaMorre. Amo, amo, amo o Laxus. TT_TT
Boa leitura.



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Lucy estava realmente se sentindo melhor. Depois daquela cena inusitada com Natsu ela finalmente conseguiu dormir alguns minutos, antes de voltar ao ateliê. A loira começa a despertar e se sente um pouco pesada. Ela franze a sobrancelha levemente por baixo da máscara de dormir. Era quase como se tivesse que fazer um mínimo esforço para respirar.

– Hm.... – Se mexe levemente e sente que há algo pressionando sua barriga. Ela se assusta e tira sua máscara de dormir às pressas. – O quê?!

Um animalzinho azul, encolhido, repousava gentilmente sobre a barriga de Lucy.

– Happy! – O bichano levanta a cabeça rapidamente para fitar a loira. Ela se senta sobre a cama e o gato pula de sua barriga para a cama e depois para o chão. – Eu tenho cara de travesseiro ou o quê, hein? – O gato continuou encarando a garota. Ela encara sua roupa e vê alguns pêlos de Happy. – Ah... Que ótimo! Estou cheia de pêlos. – Ela olha o animal e põe as mãos na cintura. – Você provavelmente espalhou seus pêlos por toda a casa também, certo?! – O gato miou. A loira arqueou uma sobrancelha. – Você está entendendo o que eu digo ou o quê? – Happy simplesmente correu e desceu as escadas. A loira expirou. – O Natsu tem que pegar esse gato o quanto antes... Ele vai acabar arruinando minhas roupas.

~...~

Braços quentes a envolviam. Ela sentiu seus pêlos se arrepiarem enquanto ele beijava seu pescoço; eles cambaleavam de volta ao ateliê. Como pensara... Ele não havia ido embora. Ela não queria que ele fosse... Mas não sabia o porquê. Apenas se sentia bem com ele. Ela sabia que estava segura ao seu lado e confiava nele. Sem olhar aonde iam, ambos tropeçam em um puff e vão parar embaixo das escadas.

~...~

– Lucy? – A branca vira seu rosto e vê sua assistente em pé na porta do quarto encarando-a com uma sobrancelha arqueada. Lucy percebe que estava com cara de assustada, mas ela não ia simplesmente dizer o que estava acontecendo.

– Yukino?! J-Já voltaram?!

– É... – Ela pisca algumas vezes e estranha a expressão da loira. – É que acabo de ver um gato... Azul... – A branca arqueou a sobrancelha. – Aconteceu alguma coisa?

– Ah.... Não! É que... Eu acho que acabei dormindo demais..

– Mas você praticamente acabou de subir... – Disse ela, confusa.

– É?... Q-Quer dizer, é. Eu acabei de subir. – Além de péssima mentirosa, é péssima disfarçando também.

– É. Eu e Virgo nem demoramos para que não ficasse sozinha, já que não estava muito bem... – A loira olhou para o lado. – Vai dizer o que houve ou não?

– Sabe o que é... É que acabo de lembrar que estava com cólicas e isso quer dizer que aqueles dias devem estar perto e... Não estou usando absorvente. – A perolada arqueou a sobrancelha e comprimiu os olhos. Pareceu aceitar, mesmo que de forma desconfiada, o argumento de Lucy. Afinal, aquilo podia mesmo ser verdade. E isso meio que é verdade... Preciso me trocar, antes que haja sangria natural de fábrica jorrando pelo chão do ateliê. A loira correu até o banheiro, mantendo sua encenação até o fim, até que fechou a porta e encostou-se a ela, expirando e pondo suas mãos sobre a boca.

– Bem... Se precisar de algo, pode chamar! Eu e Virgo estaremos lá embaixo... – A voz de Yukino parecia cada vez mais distante. Já deveria estar na metade das escadas quando terminou a frase.

A loira permaneceu um tempo olhando para o nada com as mãos na boca. Lentamente arrastou-se para sentar ao chão e descobriu a boca, descendo as mãos até seu tórax. Estava um pouco ofegante e pensativa.

– O que foi isso... Que acabou de entrar na minha cabeça?... – Seus olhos movimentavam-se e permaneciam baixos enquanto tentava raciocinar. Forçava sua memória, mas a continuação ainda era obscura. – Eu não me lembro do rosto daquela pessoa, mas... Definitivamente é mais uma lembrança daquela noite.... Definitivamente... Era o Natsu. – A garota sobe lentamente o olhar. Olhos arregalados e sobrancelha franzida. Ela se levanta rapidamente e encara seu reflexo no espelho.

~...~

A loira para subitamente ao ver algo familiar jogado embaixo do lance de escadas. Estreitou o olhar e se aproximou.

– Meu... Sutiã?! – Ela pegou a peça.

~...~

A loira abaixou o olhar e encarou a pia. Respiração pesada; ela torna a encarar-se ao espelho.

– Não é possível... – Põe o punho sobre a boca com semblante preocupado. – Será que...

A garota abaixou o olhar e olhou para o lado.

...

A dona do bar fica estática. Gajeel não se atreveria a encará-la depois do que havia dito. Ambos continuaram calados por algum tempo. A música parecia não irritá-lo tanto, agora que Mirajane sabia o que havia acontecido... Ou quase.

– Você o quê?

– Eu sei. Você está pensando “o que deu nele” ou “não era esse quem dizia que mulheres são uma furada?”.

– Na verdade, estou mais para “por que esse rolo está demorando tanto?”. – Ele virou o rosto para encarar a amiga.

– O quê?

– Vocês são duas antas ou o quê? – Ele arqueou uma sobrancelha. – É óbvio que vocês têm química.

– O qu... De onde tirou isso? Mal nos viu juntos—

– Me diga se eu estiver errada, mas você nunca se importou com nada da maneira como se importa com tudo que envolve a Levy. Olha só como você está apenas por uma música?

– Não é por causa da música. Já disse que odeio hipocrisia.

– Mesmo assim. O Gajeel que eu conheço simplesmente sairia de um ambiente que não lhe agrada... – Ele abaixou o olhar e olhou para o lado. Pareceu refletir; sobrancelhas franzidas. –... Mas você está nitidamente irritado. – Voltou seu olhar para a branca e argumentou.

– Isso não tem nada a ver com—

– É claro que isso tem tudo a ver com a Levy, seu banana! Por que estaria tão afetado com uma “música ruim” de dois rappers aleatórios? – Pôs a mão na cintura e encarou o amigo.

– Argh... – Ele se sentou a um dos bancos, perto da porta de saída, no canto do balcão. – Talvez eu apenas esteja me sentindo atraído por ela. – A branca cruzou os braços e sentou-se em frente a ele, do outro lado do balcão com uma sobrancelha arqueada e um sorriso. – Quero dizer, estamos juntos o tempo inteiro... Eu tenho que mantê-la a salvo e ajudá-la durante o dia... Eu sou um homem e ela é uma mulher. É natural que eu me sinta—

– Apaixonado. – Ele a encarou quase assustado.

– O quê?

– Você está apaixonado por ela, Gajeel Redfox.

– Dá pra parar de falar isso?

– Ué, mas por quê?

– Porque eu não estou apaixonado. Além disso, isso não é algo que esteja nos meus planos. Essa baboseira de se apaixonar só atrapalha tudo.

– Eu discordo. A paixão pode ser avassaladora, sim... Mas a vida fica tão mais bonita. – Ela apoiou seu queixo em uma de suas mãos e sorriu. O moreno arqueou uma sobrancelha e a fitou, estranhando-a.

– Experiência própria, Mirajane? – Erguendo as sobrancelhas, ela o fitou.

– Ahn... Não. Apenas... – Pigarreou. – Imagino que seja assim. Veja a Cana! Agora, que tem um namorado, está muito mais dócil.

– Ah, claro. Dócil como um chihuahua mostrando os dentes. – A garota deu uma gargalhada.

– Arh... Gosto do Gajeel apaixonado. Até faz piadas.

– Não estou apaixonado e isso não foi uma piada. Chama-se ironia. – Emburrou-se.

– Por que se recusa tanto em admitir que pode mesmo estar apaixonado pela Levy, Gajeel?

– Eu já disse. – Ele olhou para o lado. – Isso de se apaixonar... Nunca acaba bem. – A garota pareceu refletir.

O show dos dragões continuava.

Hello, it's me
I was wondering if after all these years
You'd like to meet, to go over everything
They say that time's supposed to heal ya
But I ain't done much healing

Olá, sou eu

Eu estava me perguntando se depois de todos esses anos
Você gostaria de me encontrar, para superarmos tudo
Eles dizem que o tempo deveria te curar
Mas eu não me curei nem um pouco

Hello, can you hear me?
I'm in California dreaming about who we used to be
When we were younger and free
I've forgotten how it felt before the world fell at our feet

Olá, você pode me ouvir?
Estou na Califórnia, sonhando sobre quem costumávamos ser
Quando éramos mais jovens e livres
Eu esqueci como era antes do mundo cair aos nossos pés

There's such a difference between us
And a million miles

Há uma diferença entre nós
E um milhão de milhas

Hello from the other side
I must've called a thousand times to tell you
I'm sorry, for everything that I've done
But when I call you never seem to be home

Olá do outro lado
Eu devo ter ligado mil vezes para te falar
Me desculpe por tudo que eu fiz
Mas quando eu ligo parece que você nunca está em casa

Hello from the outside
At least I can say that I've tried to tell you
I'm sorry, for breaking your heart
But it don't matter, it clearly doesn't tear you apart anymore

Olá do lado de fora
Pelo menos eu posso dizer que eu tentei te dizer
Me desculpe por partir seu coração
Mas não importa, claramente isso não te machuca mais

...

A azulada estava claramente emburrada. Aquela música havia sido feita por Rogue pouco depois dos dois terminarem definitivamente, mas ela notou que ele havia alterado algumas frases da música como o “depois de todos esses anos”... Ele está fazendo o show inteiro para mim ou o quê?

– Argh. – A garota para e põe uma mão sobre a testa tentando controlar-se.

– Levy... – Juvia se aproxima e senta em uma das poltronas. – Eu realmente posso falar para Wendy ir com Romeo para outro luga—

– Eu já falei que estou bem, Juvia! – Disse, irritada. Juvia olhou para o lado. Ainda com semblante preocupado, continuou encarando a amiga. Levy a fitou e expirou, fechando os olhos. – Desculpa... É só que... Pressinto que algo ruim vai resultar dessa maré nostálgica do Rogue e eu não vou gostar nada...

– Do que está falando? Acha que—

– Todos vão começar a falar sobre nós novamente. E isso é a última coisa que eu quero. Nossas fotos em capas de revistas e sites de fofoca, rumores de que voltamos a namorar ou sei lá o quê... – A garota se joga na poltrona e agarra o moletom de seu ex-segurança. Afunda seu rosto na roupa, mas o cheiro do perfume de Laxus já havia se esvaído. Ela fez bico e abaixou o olhar, expirando. – O Laxus realmente faz falta...

– É verdade... A mansão não é a mesma sem o Laxus... – A garota estava cabisbaixa, mas pensativa. – Levy? – A azulada encarou a assistente. – Você pareceu longe por um instante... É sobre o que houve hoje mais cedo? - É mesmo... Toda essa história do Rogue e eu esqueci de contar para Juvia que eu e o Gajeel...

Levy respirou fundo.

...

O moreno ainda estava emburrado.

– Esse cara vai fazer o show todo para a Levy ou o quê? – Murmurou consigo ao ouvir a música seguinte cantada por Rogue. A branca riu baixinho.

– Arh... Acho que deveria dar uma chance ao amor.

– Que “amor”, Mirajane? Pare de ser tão romântica, isso ainda vai te deixar falida.

– Sucesso profissional não significa nada se você não tem alguém ao seu lado, Gajeel. – Ele a encarou. Ela parecia falar sério. – Desde sua última desilusão amorosa você nunca mais se aproximou de mulher alguma. Agora, que se viu obrigado a ficar o tempo inteiro perto de uma mulher bonita e talentosa como a Levy—

– Argh... Não começa, Mira. – Murmurou ele. Ela expirou.

– Pretende mesmo continuar a ser o lobo solitário? Não cansa de ser sozinho o tempo todo? – Ele a encarou com sobrancelha franzida. A branca se aproximou dele, apoiando-se sobre o balcão. – A Levy sabe quem você é de verdade, Gajeel. E mesmo sabendo que você não tem um histórico confiável, passou a enxergá-lo como alguém de confiança.

Mira tinha razão nisso. Por mais que Gajeel se recusasse a pensar em Levy como uma garota diferente das outras, ela era. Ela não julgou sua aparência quando se conheceram, não questionou seu passado...

– Isso não tem nada a ver comigo. Ela apenas confia no Laxus. Ele me escolheu, então ela apenas aceitou.

– E por que não seria apenas porque descobriu que “você é legal”?

– Porque ela e o Laxus são muito próximos.

~...~

Levy estava escolhendo algumas fotos para o novo álbum quando o toque de seu celular ecoa pela mansão. A garota vira e se lembra...

– Droga... Onde está o meu... – Olha para os lados. – Celular?... – Ela levanta e corre para o corredor.

Gajeel, que fazia a ronda no andar de baixo, vê Levy procurando algo.

– Ói. – Ela o olha. – O que está fazendo?

– Estou procurando meu celular... Ele não estaria aí embaixo, estaria? – Ele arqueou a sobrancelha.

–... Não.

– Ótimo... – “Me poupará tempo”. Ela pensou.

A garota segue para o fim do corredor às pressas. Depois volta e, correndo, vai ao outro extremo do corredor. O toque continua. Gajeel apenas observava a afobação de sua chefe, correndo de um lado para o outro em busca do aparelho. “Agora entendi por que o Laxus comprou aquela braçadeira para que eu desse a Levy...”

– Oh. Agora me lembro.. Esqueci de entregar a ela. – Ele expirou e foi até seu quarto para pegar a tal braçadeira e entregá-la.

Depois de meia jornada até a terra do nunca e mais meia jornada ao mundo de Nárnia, a garota finalmente alcança o celular que estava dentro da caixa de sapatos na última prateleira do segundo closet da mansão. Ela pega o celular e abre um longo sorriso ao ver o nome escrito em sua tela.

– Eu sabia que era você!

Levy anda de um lado para outro falando animadamente com seu ex-segurança. Gajeel sobe as escadas com a braçadeira em mãos e a vê. Ela se joga em uma de suas poltronas e continua conversando com ele.

– Por que não me ligou antes, seu traidor? Você me abandonou completamente por quase três semanas!... – Ela ri. – Eu também estou com saudade... Ainda não acredito que não passará o dia todo esvaziando meu estoque de comida...

O moreno continuava observando-a. Ela encostou sua cabeça ao estofado.

– Mas como ficou sabendo disso?... Não, foi apenas um acidente. Mas Gajeel me salvou... Foi por pouco... – O moreno abaixou o olhar. “Então ele ficou sabendo do atentado contra Levy...” – Está bem, papai. Prometo me cuidar. – Ela ri e continua. – Ah, acabo de me lembrar! Quero que assista minha próxima apresentação. Será reproduzida online... Depois te mando mais detalhes por e-mail... Eu sei que há muito trabalho por aí, mas faça um esforço. É importante para mim. Além disso, tenho uma surpresa... E obrigada por me deixar seu moletom...

– Talvez seja melhor entregar depois... – O moreno diz consigo. Vira e desce as escadas.

~...~

– E daí?

– Ela confia nele cegamente. A ponto de aceitar um cara bizarro como eu para ser seu segurança. Talvez sejam mais do que amigos. – Mira riu. O moreno a encarou, estranhando seu comportamento.

– O Laxus vê a Levy como uma irmã. Não percebeu, mesmo depois de todo esse tempo convivendo com os dois, Gajeel? – O moreno apoiou seu braço ao balcão.

– Você parece saber bastante sobre a relação dos dois, não é?... – Disse, desconfiado.

– Apenas confie em mim quando digo que eles não são mais do que “muito amigos”.

– Espera... Você teve alguma coisa com o Laxus? – A branca olhou para o lado e riu.

– Pfff... Claro que não, Gajeel. Ele... Veio aqui um dia antes de viajar e estava triste... – O moreno arqueou uma sobrancelha. – Disse que ia sentir falta da Levy e, enquanto conversávamos, ele me disse que a via como uma irmã menor...

– Sei. Vocês... Conversaram.

– Me respeita. – Fingiu-se ofendida.

A branca ouve um cliente pedindo uma bebida.

– Bom, eu tenho que ir. Mas pensa no que eu te falei, grandalhão. Todos merecem uma chance no amor. Além do mais, - Ela vira e pega uma garrafa de vodka. – você já tem tantas cicatrizes... Melhor uma cicatriz a mais por ter tentado algo que vale a pena, do que a dúvida de nunca saber se teria dado certo. – Ela piscou o olho com um sorriso e foi até o cliente. O moreno a seguiu com os olhos e uma sobrancelha arqueada. Depois caíram em uma expressão de tédio e ele expirou.

– Tch... Ela realmente é uma romântica sem cura. – Mesmo resistente, pareceu refletir sobre as palavras da amiga.

Ele já estava demorando demais e achou melhor voltar para a mansão. O rapaz se despediu da amiga e saiu.

...

A branca encarava Levy com olhos arregalados.

– O Gajeel? – Ela assentiu. – Nossa... Mas ele é sempre tão fechado, não é?...

–... Bem... Não muito. – A garota prestou atenção. – Quer dizer, quando estamos sozinhos ele é bem mais amigável. Talvez seja porque estamos mais próximos. Você sabe, desde a última vez... Ele me salvou, e...

– Não acredito...

– E-Espera, não é como você está pens—

–... Que eu interrompi vocês dois! – Levy ficou sem reação ao ouvir o comentário de Juvia.

– O quê?...

– Foi isso, não foi? Eu cheguei bem na hora e então o Gajeel ficou envergonhado e saiu correndo, certo? – Ela pôs a palma de sua mão.

– N-Não é nada disso... Ele disse que precisava alimentar o gato dele! Por isso saiu apressado! Além disso, faz alguns dias que ele não volta para casa... – Tentou justificar.

– Verdade?...

– Claro... E, pensando bem, foi melhor, mesmo. Não sei como conseguiria encará-lo depois daquela cena. Ainda mais com esse show do Rogue na TV ecoando por toda a mansão... Seria meio estranho.

– O Sting também está no show, Levy... – Observou Juvia. A rapper não entendeu.

– Hm?

– Não é o show do Rogue. É o show dos dragões gêmeos...

– E daí, Juvia? Rogue, dragões gêmeos... Dá no mesmo, certo?

A branca já havia convivido muito tempo com Levy e ela quase podia ver através da rapper.

– Levy, eu não quero chateá-la... Mas, a verdade, é que acho que toda essa coisa da aproximação com o Rogue está mexendo com você. Desde que ele chegou você está diferente.

– Está louca, Juvia? O que está insinuando? Que eu ainda estou apaixonada por ele depois de tudo que ele fez?

– Não é isso... Eu não sei explicar... – Pôs a mão no queixo. – Pensando bem, pode ser... – Levy a encarou.

– O quê?

– Se não é pelo Rogue... Talvez... Seja o Gajeel? – Levy franziu as sobrancelhas.

– Como assim?

– O Gajeel se tornou seu segurança coincidentemente quando Rogue começou a se aproximar de você novamente... Se foi pelo Gajeel ou pelo Rogue, o fato é que desde essa época você está diferente, mesmo que eu não consiga explicar como... Mas você e Gajeel quase se beijaram hoje, então isso significa que talvez...

–... O quê? – Ela não queria tentar adivinhar. Estava com medo de saber a continuação da frase de Juvia.

– Será que você não está começando a gostar do Gajeel?

– Não... – Disse ela, relutante. Parecia não acreditar em sua própria resposta.

– Mas então por que apenas não o empurrou para longe ao invés de esperar que eu tocasse a campainha? – Brincou a assistente. A rapper pareceu confusa consigo mesma.

– Eu não posso ser tão idiota, Juvia! Você viu o que o “amor” fez comigo da última vez! – Indignou-se a azulada.

– Mas—

– Ele me deu as costas! Foi isso que o “amor” fez. E agora eu dou as costas para ele. Não vou ser idiota duas vezes, Juvia! – Ela parecia irritada. Não se sabia se, com Juvia, ou com ela mesma.

– Por favor, não fique brava, Levy... Eu só disse o que pensei depois de ouvir essa história toda com o Gajeel...

– Eu... Não estou brava com você. – Disse fitando o chão. – Só... Há muita coisa na minha cabeça, agora... – Expirou e pôs as mãos no rosto.

– Sabe... Talvez o Gajeel não seja tão mau. – Ela encarou a amiga sem mover tanto seu rosto. Juvia estava serena. – Ele faz mais do que apenas te proteger. Ele se esforça para te deixar feliz, mesmo sendo daquele jeito estranho dele... Pelo menos é o que vejo... – A garota se levantou e se aproximou da amiga. Levy mantinha as sobrancelhas franzidas e o olhar baixo. Parecia tentar mascarar seus verdadeiros sentimentos. Ela estava “uma bagunça”. – Espero que, um dia, consiga superar tudo que aconteceu, Levy. – A garota não levantou o olhar. A branca pôs uma das mãos em seu ombro. – Há mais pessoas além do Rogue. Nem todos são iguais. – Ela encarou Juvia, que sorria. A garota virou e andou em direção à porta. – Além disso, Wendy gosta dele. – A azulada vira. – E eu confio na minha irmã. – Deu um último sorriso e virou para continuar andando.

Levy sentiu seus olhos arderem levemente ao ficarem úmidos. Ela se sentia mal por tentar pensar em todos os defeitos existentes e inexistentes para justificar seu desejo de não querer mais que uma relação de amizade com Gajeel... A verdade é que, com ele, ela se sentia segura e protegida... Lembrando de seus momentos com ele... Era quase como se seus problemas sumissem quando os dois estavam juntos se divertindo, ou mesmo discutindo.

Ela ficou de joelhos e sentou-se ao chão, apoiando-se em uma das mãos, fitando o chão. Expirou e falou consigo.

– Eu sei que ele não é mau, Juvia... – Ela levantou o olhar. – Ele não é nada como o Rogue. – Fitou o chão novamente, refletindo consigo. Sentiu algo se movendo em seu rosto e percebeu que uma lágrima saíra de um de seus olhos. Ela passou a mão no rosto e ouviu seu celular tocando. Por sorte, estava usando a braçadeira que Laxus comprara. Aquilo foi mesmo útil. Ela pegou seu celular e viu quem era. Sentiu uma pequena pressão no diafragma e um mau pressentimento.

– Gil?

– Uau! Vikky? É você mesmo?

– Claro, quem mais seria? – Disse estranhando a atitude de seu empresário.

– Claro que é. Mas tive que confirmar, já que a Vikky McGarden só atende uma ligação após a décima quinta chamada. – A garota expirou.

– Gil... Só vá direto ao ponto, sim? – O empresário riu.

– Tudo bem... Bom, Vikky, o assunto que quero tratar não é tão engraçado. Estive recebendo muitas ligações nas últimas horas e... – Eu sabia. – Algumas músicas dos dragões gêmeos parecem ter despertado a curiosidade de vários fofoqueiros... Vocês são notícia em todos os sites mais acessados da internet. Nossa, vocês até já estão nos TT’s do twitter com hashtags #Roky e #AntiRoky... – Era quase como se isso fosse divertido para ele... Eu realmente tenho um empresário sem noção.

– Eu realmente... Não preciso dos detalhes, Gil...

– Desculpe, estou em frente ao notebook agora, foi meio automático... – A garota estava calada do outro lado da linha e Gildarts se solidarizou. – De qualquer maneira... Quis te deixar avisada. Não vai demorar até que as fofocas alcancem os canais de TV também... Fica bem, Vikky. – Ele desliga.

Ela abaixa sua mão e fica estática por algum tempo.

– De novo eu vou parar em todos os sites e canais de fofocas graças ao Rogue... – Ótimo... A garota joga seu celular em direção ao estofado e se levanta indo em direção à porta dos fundos. Ela precisava ficar sozinha.

...

O moreno já estava quase chegando à mansão quando viu um dos carros de Levy pelas redondezas. Entretanto, aquela rota não era a comumente feita pelos outros seguranças... E eles não costumavam sair naquele horário. Que estranho... O garoto para e observa o carro. Definitivamente é um dos carros da mansão... Já que estava quase chegando à mansão McGarden, ele decidiu apenas continuar seu caminho. Já havia se prolongado demais no Bar da Mira. Talvez isso fosse apenas um pretexto para não voltar para lá depois do...

– Hm? – Ele já estava colocando o capacete quando sentiu seu celular vibrar em seu bolso. Ele olha o número e atende. – Juvia? O que foi?... O quê? Como assim a Levy... – Ele franze a sobrancelha e volta seu olhar em direção ao lugar para onde o carro seguiu. – Droga... Calma, acho que sei onde ela está. Preciso ir, agora. Cuide da mansão enquanto não volto com a Levy. E Juvia. – Ele fez uma pausa. – Não se preocupe. Eu voltarei com ela. – Ele desliga e põe rapidamente seu celular de volta no bolso.

Definitivamente era a Levy naquele carro... Ele põe o capacete e acelera sua moto dando o retorno. Com sorte, conseguiria alcançá-la. Não que Gajeel fosse tomar uma atitude sem fundamentos... Juvia havia lhe dito que um dos carros da mansão estava faltando, além disso, estranhamente, nenhum dos seguranças havia visto ou ouvido nada... Quase como se alguém tivesse dito a eles para ficarem de boca fechada.

– O que te deu, hein, baixinha... – Disse consigo.

Ele seguiu seu caminho e se sentiu aliviado quando conseguiu identificar o carro da mansão ao longe. Entretanto, ele não deixaria que ela o notasse. Ela saiu com aquele carro tão de repente por algum motivo. E ele deixaria que ela tivesse seu momento. Mas ele estaria perto para ter certeza de que nada acontecesse.


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Notas finais do capítulo

Gente, vocês não tem noção como eu gosto do Rogue. Mas mais uma vez ele fez uma burrada. Eu não sei o que acontece. Todo dia digo pra mim mesma: Hoje não irei fazer o Rogue parecer um filho da mãe em MSP. Aí vou escrever o capítulo e o que acontece? Ele faz mer#$. Caramba, Roguinho, assim tá difícil, né, meu camarada? Me ajuda a te ajudar...
Enfim, gostaram do capítulo? Ele está meio diferente, não sei por que estou achando isso. Mas é um diferente "bom", espero. xD Até a próxima, gente!

P.s: Estou muito feliz porque estou quase de férias e já apresentei a maioria dos trabalhos da faculdade divosamente (Ufa!) logo começarei a postar em períodos mais curtos de tempo! *w* Beijo, meus rappers!