Meu Segurança Particular. escrita por Uvinha Lee


Capítulo 3
Não julgue um livro pela capa.


Notas iniciais do capítulo

Oie!! Vamos a outro capítulo de MSP? Boa leitura!! ;)



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Levy acabara de tomar um banho e se aprontava para a visita que iria receber dentro de pouco tempo. Sua agenda hoje estava cheia, mas não tanto. – Ufa! – Teria tempo de fazer umas comprinhas, precisava de algumas roupas, estava cansada das que havia comprado há duas semanas. Sim, duas semanas era o tempo bastante para que Levy se cansasse de uma dúzia de roupas. E por falar em roupas, ela mal podia esperar pela sua visita de hoje. Finalmente conseguira esquecer um pouco o tal substituto e nem queria pensar no tal dueto com Rogue, que também havia lhe tirado a paz! Agora estava focada nas ideias que sua amiga e estilista Lucy Heartfilia teria para uma nova coleção da Heartfilia Outfit! A empresa de roupas da qual Lucy era dona e que, claro, levava o sobrenome dela. E claro também que Levy seria a primeira pessoa a ver sua nova coleção e aproveitaria para encomendar várias roupas com ela.

Lucy Heartfilia era uma das amigas de Levy que, assim como Gildarts, seu empresário, também a chamava de Vikky, por terem se conhecido no meio artístico, quando Levy fez um comercial divulgando as roupas de Lucy. Elas ficaram próximas desde então, pois a azulada se apaixonou pelas roupas dela que são originais e únicas. Lucy não costumava desenhar muitas peças do mesmo modelo e originalidade era algo que Levy admirava intensamente. Por isso costumava inovar em suas letras e estilos musicais, mesmo sendo rapper.

Levy foi até seu closet e decidiu separar algumas coisas que não usava mais. Quer dizer... Que nunca tinha usado. Ela podia ser uma compradora compulsiva algumas vezes, mas que mal tinha? Ela tinha tanto dinheiro, então pra quê economizaria? Na verdade essa era a desculpa esfarrapada que sua consciência dava para esse descontrole por shorts, tops, sapatos, tiaras, blusas e o resto das roupas de todas as lojas especializadas em roupas femininas de marca existentes.

Ela encarou seu closet repleto de roupas que nunca usara. Comparando sua altura com aquele volume de roupas ela se sentia ainda menor. Já considerava a ideia de instalar uma escada dentro daquele lugar para alcançar as diversas roupas penduradas em cabides ou dobradas nas prateleiras que nunca eram suficientes para a quantidade de roupa. O detalhe a ser pontuado era que o closet não era um simples armário. Era um pequeno quarto separado. Apenas para suas roupas.

Levy encarou suas roupas por um momento com uma mão sobre o queixo. Encarou mais. E encarou mais. Fechou os olhos e suspirou, pondo uma mão na cintura.

– Droga, preciso me desfazer de algumas roupas, isso já está passando dos limites, não é....

Ela foi até algumas das roupas que não se lembrava de usar e começou a separá-las. Mas cada uma que ela pegava com intenção de se desfazer, acabava mudando de ideia e inventava desculpas para si mesma. Entretanto, depois de algum tempo ela havia encontrado finalmente algo, ao que parecia, sem utilidade.

– Esta aqui! Essa sim eu nunca vou usar! – Disse ela um pouco ofegante e estendendo um macacão jeans azul marinho surrado que ela encontrou no fundo de uma das gavetas. Ela pôs a peça dentro de uma bolsa sentindo-se satisfeita por finalmente encontrar algo para se livrar.

Com um sorriso determinado ela se virou para continuar sua jornada em busca de roupas desnecessárias... Até que se lembrou de algo.

– Espera aí... – Ela fitou o macacão azul surrado novamente aproximando-se dele e cerrando os olhos para segundos depois arregalá-los ao constatar... – Ah não... – Ela caiu de joelhos e sentou-se ao chão. – Isso foi presente da minha falecida avó! – Ela se jogou de bruços em cima de uma pilha de roupas que estavam jogadas perto dela e enterrou seu rosto ali, sentindo-se desmotivada. Soltou um gemido de aflição, abafado pelas roupas.

– Arhf... Não tem jeito... Não consigo me desfazer de nenhuma das minhas roupas... – Ela se virou, ainda deitada sobre as peças. – Preciso me tratar. É questão patológica, com certeza. – Expirou.

...

Gajeel continuava esperando uma explicação do loiro que havia pedido um café e estava dando goladas no mesmo. O moreno bufou, impaciente, olhando para o lado.

Laxus estava apenas ganhando tempo, queria pensar em algo que pudesse por à prova a honestidade dele. E ele sabia exatamente o que fazer. Ninguém com o mínimo de dignidade se venderia por alguns trocados, mas como dizem que todos tem um preço... Que melhor teste de honestidade que oferecer dinheiro fácil para um cara atolado na sombra do fundo do poço?

– E então? – Disse Gajeel, encarando o loiro. – Me chamou pra te assistir tomar café ou o quê? – Laxus tomou todo o resto do café de uma só vez e pôs o copo sobre a mesa.

– Tudo bem, mão de ferro. Vamos aos negócios. – Ele se desencostou da poltrona e se aproximou do moreno, apoiando os cotovelos sobre a mesa e entrelaçando os dedos das mãos. O encarou por mais algum tempo e começou a sua atuação. – O que eu tenho pra te propor é um trabalho simples e rápido. E que vai te render uma grana alta. – Gajeel cruzou os braços e encostou-se à poltrona.

– Um trabalho simples e rápido...

– É.

– Que vai me render uma grana alta. – Repetiu o moreno.

– A regra é clara. – Disse, com um sorriso astucioso.

É claro que Mirajane estava errada com relação a esse cara. Caça talentos uma ova. Mas agora Gajeel estava curioso para saber do que esse cara estava falando.

– Sei... E só pra esclarecer: que trabalho seria esse?

– Não vou entrar em detalhes, o que você precisa saber é que tem essa garota, os pais dela são milionários e ainda por cima é filha única.

O moreno começava a entender sobre o que Laxus estava falando e constatou que estava certo desde o início: roubada.

– Espera aí, você está querendo o quê? Que eu sequestre a tal garota?

– Sequestro? – Ele riu. – Não. Sequestro seria se levássemos a menina à força. Mas ela não vai estar acordada. – Gajeel arregalou os olhos.

– O quê?

– Relaxa, não vamos fazer nada com ela, estamos com tudo arranjado, o que precisa fazer é acabar com aqueles caras que ficam empatando o caminho para entrarmos na mansão. E aí nós entramos, pegamos a menina e é só isso que precisa fazer. Simples e rápido.

O que Laxus pensou foi o seguinte: não poderia chegar oferecendo dinheiro para alguém o mandando fazer algo grande como matar alguém ou roubar um banco, isso seria muito óbvio, mesmo que eles tivessem seu preço, muitos recusariam por medo. Precisava ser algo que parecesse dar “segurança”, uma falsa impressão de não participar do ato em si, algo como ser cúmplice de um crime. Caramba, até a pessoa mais honesta na situação de Gajeel poderia concordar em apenas bater em uns caras pra ganhar dinheiro fácil. Só os homens de verdade recusariam descer tão baixo.

– Deixa eu ver se entendi... Você vai me dar uma grana alta pra acabar com alguns caras e facilitar o caminho para uns brutamontes do seu tipo sequestrarem uma garota frágil e inofensiva.

Laxus sorriu por estar aprovando a atitude do rapaz, tudo saía como ele previu. Mas Gajeel interpretou o sorriso do loiro como uma confirmação do quanto ele não prestava e isso o irritou fazendo-o levantar-se e agarrá-lo pela gola da camisa. O moreno o encarou bem de perto e socou um de seus punhos sobre a mesa, chamando a atenção de todos com o barulho que fez.

– Como pode existir um verme tão desprezível como você? – O loiro sorriu e o instigou mais ainda.

– O quê? Não precisa do dinheiro?

– É. Eu preciso de grana, sim. Mas não vou passar por cima de gente que não tem nada a ver com meus rolos pra isso. Eu deveria acabar com você aqui mesmo. – O moreno soltou a camisa de Laxus o empurrando. Estendeu-se, ainda o encarando com um olhar ameaçador.

– É melhor eu não te ver pelas redondezas ou no bar da Mira outra vez... E é melhor desistir desse trabalho, não vou te ajudar. – Ele deu as costas e caminhou em direção a saída.

Laxus não sentiu medo de Gajeel, mas tinha que admitir. Ele dava medo. E o melhor de tudo, seu coração era bom. Esse tipo de cara era realmente merecedor de um cargo como segurança de Levy.

Todos ainda olhavam assustados em direção a Laxus, que sorriu.

– Ele teve um dia um pouco difícil. – Ele se levantou e deixou o dinheiro sobre a mesa. – Obrigado pelo café. – Disse dirigindo-se ao garçom. Ele se apressou e saiu da cafeteria para encontrar Gajeel.

...

Levy estava impaciente com a demora de sua estilista, então resolveu que iria adiantar algumas outras coisas que estavam pendentes do seu trabalho. Ela tinha planos para lançar um novo álbum logo, então precisava ver alguns detalhes como o título, que ainda não havia escolhido, havia algumas músicas também ainda sem título e precisava compor mais algumas para completar o total de 14 músicas. Ela se dirigiu até seu estúdio e começou a revisar seu material e olhar alguns papeis que estavam guardados.

A verdade é que ao falar de música, não havia como não se lembrar do lance com o Rogue. Ela teria que fazer uma música para cantar com ele no show dos dragões. Como ela iria fazer isso? Como ia fingir para a mídia e para o resto do mundo que ela o tinha perdoado e que eram tão amigos a ponto de cantarem uma música juntos, mesmo depois do que ele tinha feito? Ou pior, se todos achassem que voltaram?

– Arh.... Eu vou matar o Gil... – Disse ainda analisando alguns papeis com letras de música. Seu celular emitiu um pequeno toque avisando que havia uma nova mensagem. O som parecia estar longe e uma gota desceu pela testa da azulada. – De novo, não... E agora, onde enfiei esse celular?!

Agora seria mais difícil, já que não era um toque constante como o de uma ligação. Pela demora de Lucy, ela deduziu que podia ser a amiga se explicando. Ela teria de lembrar onde havia colocado o bendito aparelho sem ajuda de sua audição, agora. Por sorte, lembrou-se que havia deixado o celular no mesmo lugar que antes quando seu empresário ligou para ela. Chegando ao corredor, de longe pôde avistar o celular, ainda com a tela acesa.

– Ah, que bom! Está aqui, mesmo! – Ela foi até o aparelho que continha a imagem de um envelopinho rosa com o número 1 em vermelho na sua tela.

Desbloqueou a tela inicial e tocou sobre a pequena imagem do envelope que desapareceu, depois abriu uma janela que continha a mensagem de texto.

“Oi, Vikky. Já faz muito tempo desde que nos vimos, não é?... Fiquei sabendo que trabalharemos juntos. Quando estiver livre pode me avisar? Quero te ver.”

Rogue.

– Rogue?! – A azulada sentiu um arrepio subir pela sua dorsal. Ela não estava esperando um contato de Rogue tão cedo assim.

Por algum motivo, Levy ainda tinha o número de celular dele, mas havia alterado seu nome de contato para “O traste”. É o que ele era. Ela não costumava olhar todos os contatos de seu celular, mas eram muitos e ela não queria gastar seu tempo excluindo o telefone de seu ex. Ou será que ela, na verdade, não conseguiu? Seja como for, o que importa é que ela ainda o tinha entre seus contatos e agora ele havia enviado uma mensagem pedindo para encontrá-la. Mas como ele tem coragem de mandar um sms com tanta naturalidade como se nada tivesse acontecido? Como ele conseguia ser tão... Tão...

– Babaca. – Ela bufou. – Ele ousa falar tão informalmente comigo como se ainda fossemos... Arrrrgh! – Ela pôs seu celular, com ignorância, de volta na mesa e deu as costas. Porém lembrou-se das palavras de seu empresário.

“Vikky, vocês são adultos. Vida pessoal é vida pessoal. Negócios são negócios.”

Ela revirou os olhos e pediu aos céus que lhe dessem paciência. Ela encarou seu celular, respirou fundo e o pegou.

– Tá legal, seu... Cretino... – Disse ela, enquanto digitava a resposta aceitando se encontrar com ele.

“Tudo bem.”

Vikky.

– Droga... Eu mato o Gil.

...

Laxus saiu da cafeteria e procurou o cara de preto que havia acabado de deixar aquele lugar e devia estar furioso. Como o atual segurança de Levy não o viu em nenhum dos lados que olhou, correu em para entrar em uma rua ao lado e checar se ele havia ido por ali. A julgar pelo cara com cabelo longo e sobretudo assustadoramente preto que ele viu ao dobrar a rua, por sorte, havia acertado. Gajeel caminhava devagar com as mãos nos bolsos pelo canto da calçada.

– Hey, mão de ferro. – Gritou Laxus enquanto andava em direção a ele. Gajeel o encarou de perfil.

– Que foi, veio pegar a surra que não te dei?

– Espera! – Laxus se aproximou do moreno dando uma pequena corrida. Gajeel voltou-se para loiro e continuou.

– Não entendeu o que eu disse na cafeteria ou o quê?

– Calma, rapaz. – Ele expirou e começou a se explicar. – Eu to aqui na boa, juro, heh. Será que eu posso falar contigo?

– Eu já disse, não vou te ajudar com—

– Não é sobre isso. – Levantou seu indicador e cerrou levemente um dos olhos. – E aquilo foi um teste.

– Como é? – Ele estreitou o olhar em direção ao loiro.

– Eu não tenho nada a ver com sequestradores ou coisa do tipo. Sou assessor, mas atualmente trabalho como segurança de Vikky McGarden.

– Que Vikky Mcgardian?

– É McGarden. E ela é uma das rappers mais famosas da atualidade, não a conhece? – Perguntou Laxus, atônito.

– Não. E não sei qual é a sua, mas não acredito em nada do que disse. Essa tal Vikky nem deve existir.

Vendo que seria difícil de apagar a primeira impressão que ele causou, tirou sua carteira do bolso e lhe entregou seu cartão, que, diferente do que deixara com Mira, tinha sua ocupação, endereço de seu escritório e o site oficial onde postava fotos e eventos em que ia.

– Desculpe o transtorno, mas precisava saber se você era confiável. – Estendeu seu cartão em direção a ele. – Aqui, este é o meu cartão executivo. O outro que dei para sua amiga tem apenas o meu nome e telefone, para propósitos mais informais.

O moreno pegou o cartão e olhou, ainda desconfiado. Talvez tudo isso fosse mesmo como ele dizia, mas ficaria com todos os pés atrás.

– E essa aqui... – Levantou uma foto que carregava em sua carteira. Ele e Levy bebendo juntos com alguns amigos. Ele apontou para a garota na foto. – É que é a Vikky. – Gajeel passou o olho rapidamente pela imagem, mas não deu muita atenção.

– Tá bom, pode até ser que isso tudo seja verdade mesmo. – Ele cruzou os braços. – Mas e daí? Por que esse interesse todo em mim?

– Eu te explico, mas... Prefiro que seja em um lugar climatizado e fechado, não no meio da rua. – Ele arrumou a gola da camisa.

– Dessa vez não vou pra lugar nenhum contigo até me dizer o sobre o que é isso tudo.

– Tá, tá. – Expirou. – Quero te oferecer um emprego.

– Hm? Emprego? – Gajeel arqueou uma sobrancelha. O olhou de cima a baixo. – Que tipo de emprego?

– Eu quero te colocar como meu substituto para ser o segurança particular da Vikky.

– Quê? – Surpreendeu-se o moreno.

Laxus torcia para que Gajeel aceitasse sua proposta e esquecesse aquele primeiro encontro que tiveram, ele explicaria como tudo ia ser e finalmente poderia viajar tranquilo sabendo que sua amiga estava em boas mãos. Gajeel, por outro lado, nunca havia trabalhado em algo desse tipo, ser segurança particular de uma rapper? Ele não estava gostando dessa história, mas precisava da grana. E por que ele escolheria um cara como ele para substituí-lo num cargo tão importante? Ele estava cheio de questionamentos, por isso, dispôs-se a ouvir o que Laxus tinha a dizer. Em todo caso, a proposta estava lançada!


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Notas finais do capítulo

Caramba, o Gajeel ficou furioso, hein?! :O
Isso só prova que ele pode parecer um cara do mau, mas na verdade é um gentleman.... Tudo bem, tudo bem, não vamos exagerar. kkkk... E esse Rogue, hein? O que será que Levy vai fazer com essa coisa toda de fazer música com ele? Sei não... Vou bancar o Gajeel e dizer que isso tá me cheirando a encrenca. xD

Ah, e gostaram da novidade que coloquei hoje? Um gif que achei que tinha tudo a ver com o momento! Gosto de colocar sempre fotos que tem a ver com a história pra vocês entrarem mais no clima! *-* Espero que estejam curtindo a fic! E amei os comentários, estou muito feliz por estarem acompanhando a MSP!
Não percam o próximo capítulo de Meu Segurança Particular! Vejo vocês lá. Beijos!!!