Meu Segurança Particular. escrita por Uvinha Lee


Capítulo 28
Cinco, seis, sete, oito, é melhor não respirar.


Notas iniciais do capítulo

Não siga o som, não é o Gajeel!!!
Boa leitura!



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A azulada estava em sua cama. Levy e Lucy haviam chegado em casa e Levy pediu para que a amiga a ajudasse a entrar sem que Wendy percebesse. Juvia percebeu quando chegaram e ficou preocupada ao ver a amiga apática. A rapper acabou mandando que ela levasse Wendy e tirasse o dia de folga, mas a amiga assegurou que voltaria depois, para conversarem. A loira estava sentada à sua frente.

– Já está mais calma?

– Estou... – Ela abraçava as pernas, apoiando sua cabeça nos joelhos.

– E então? O que aconteceu? – A garota olhou para o lado.

– O Gajeel.

– O Gajeel?

– Ele não é mais meu segurança...

– O quê?! – A loira arregalou os olhos.

– Argh.. – Ela levantou da cama e mostrou indignação, andando de um lado para o outro. - Eu não sei o que deu nele! Ele surtou quando viu o Rogue me agarrando e—

– O Rogue te agarrou?! – Ela se levantou da cadeira onde estava sentada. – Vocês voltaram?

– Está louca? – A garota virou e bebeu o copo d’água sobre a escrivaninha. A loira expirou.

– Eu não estou entendendo nada. Como foi parar naquele parque?

– É uma longa história, Lucy... – Ela pareceu desanimada. Foi até a cama e se deitou de bruços, olhando para seus dedos. – Eu só... – Ela encarou a loira. – Não queria ter brigado com o Gajeel...

– Por que brigaram afinal?

...

– Eu sei lá! – Respondeu o moreno visivelmente alterado. Ele tomou o resto da tequila e pôs o copo de volta na mesa. Sua amiga o analisava com o queixo apoiado em uma das mãos.

– Gajeel, você disse que veio aqui porque não conseguia parar de pensar na discussão que teve com Levy, mas não sabe por que brigaram?

– É complicado.

– Você é que sempre complicou tudo, ô lobo mau. – Ele arqueou a sobrancelha. – Começa do começo... Por que se irritou, afinal?

...

– Ele viu quando Rogue me beijou à força e então ele o tirou de perto de mim. – Explicou a Azulada.

– Mas esse é o trabalho dele, certo? – Disse Lucy, ainda não entendendo o motivo da discussão.

– É, mas ele deu um soco no Rogue, Lucy! – A loira pareceu surpresa e olhou para o lado. – É. Eu também fiquei bem surpresa. Não imaginei que o Gajeel fosse entrar lá do nada e agredi-lo. Não era pra tanto...

...

– E o que ela queria que eu fizesse? Que eu ficasse vendo aquela cena patética sem fazer meu trabalho, que, por sinal, achei que era defendê-la de cretinos como aquele cara? – Protestou o moreno sentado à cadeira do outro lado do balcão em frente à Mira.

– Tenho quase certeza que você exagerou de novo, Gajeel.

– Argh... Eu deveria apenas ter ido comprar o maldito jornal. – Ele se levanta.

– Gajeel, espera! – Ela pede com jeito. Conhecia muito bem a personalidade difícil do amigo. – Volta aqui agora e me escuta. – Ele arqueou a sobrancelha e a fitou de perfil. Ela elevou as sobrancelhas, esperando que ele fizesse o que ela disse. Ele bufou e voltou ao balcão, sentando-se. – Eu te conheço muito bem. E sei que você é impulsivo. Por isso mesmo disse que tenho certeza que você exagerou. – Ele escutou calado, olhando para o lado. Ela sorriu. – Ou talvez... – Ele a encarou.

– O quê?

...

– Será que ele ficou com ciúme? – Lançou a loira.

– O quê?! – A garota se ajeitou na cama. – Como assim?

– Ah, então ele é agressivo com todos que chegam perto de você. – A azulada olhou para o lado. Lucy continuou. – Ele sempre age assim?

– Não. Essa foi... A primeira vez. – Disse ao mesmo tempo em que refletia.

– Então a primeira vez que ele saiu do controle foi com o Rogue... Que vem a ser o seu ex-namorado... Não é muita coincidência?

– Não sei. Só sei que por culpa do Rogue, de novo, minha vida está uma bagunça. E agora perco meu segurança também. – Ela se joga nos travesseiros e expira.

– Não está com raiva dele? – A menina fita o teto.

– Eu estava... Mas não estou mais. – A loira sorriu.

– Quer saber, acho que, no fundo, vocês se gostam. – Ela fitou a amiga.

...

– Não tem nada a ver, você sabe que mulher é furada. Eu não me prendo a ninguém.

– Mais respeito, você fala com uma, bem aqui. – Apontou para si mesma.

– Você entendeu... – Ele olhou para o lado. Ela riu.

– O que eu entendi é que você está negando o fato de que se importa mais do que deveria. Se isso significa que você está se apaixonando ou não, aí é assunto para uma outra tarde de bate-papo... Agora tenho um bar para gerir. – Ela esfregou a mão no cabelo do moreno que afastou a cabeça, mau humorado. – Se cuida.

– Tch. – Ela riu e foi atender um cliente à espera.

...

A azulada deixou sua estilista preferida à porta e agradeceu novamente pela gentileza. A garota encostou-se à porta e franziu a sobrancelha fitando o chão à sua frente.

~...~

– Não vai mesmo confessar que está indo atrás daquele cara? – Ele disse concentrado no caminho à frente. Levy notou seu tom levemente contrariado.

– Então já ligou os pontos. – Ironizou.

– Eu deveria voltar agora, mesmo. O que diabos está planejando?

– Gajeel, aquela psicopata, que praticamente me deu um ultimato, disse que era a namorada dele.

– E...?

– Como assim “e...”? Eu não vou ter mais essa preocupação na minha vida que já é bastante corrida sem garotinhas inseguras no meu pé!

– Argh...

– Além disso, não entendo seu mau humor repentino. Quem deve estar furiosa sou eu. Apenas acelere essa coisa!

– Tudo bem. – Ele girou o acelerador a moto levantou levemente sua roda dianteira.

~...~

– Não gosto do Gajeel dessa forma... – Disse pra si mesma. Ela encarou as escadas à sua frente. Respirou fundo e foi em direção a ela para ir até o estúdio. Ela não tinha tempo para isso.

A tarde estava quase no fim e o tempo, que já estava cinzento antes, começa a ficar mais escuro e frio. Como se Levy não gostasse de dias frios... Eram perfeitos para sua inspiração. Já havia algum tempo que ela não ficava sozinha naquela mansão. Havia apenas seus inúmeros seguranças na parte externa de seu lar... Mas eles nunca foram companhia. Não como Laxus. Não como...

– Gajeel... – Ela falou ao ver o paletó de seu terno jogado ainda em cima da poltrona. Havia tirado para levar Wendy até a loja de doces.

A garota expirou e foi até seu piano. Tocou algumas notas da música que estava compondo. Droga... Essa música é incompleta sem aquele irritante. A menina torceu a boca e olhou para o lado, pensando. Não desistiu e tentou criar algo... Sem sucesso. Nada parecia combinar com o resto das letras. A garota perdeu a paciência e sacudiu os cabelos com as mãos.

– Argh! Que droga, eu sempre tiro inspiração das piores situações, mas parece que há uma barra de ferro na minha cabeça que não deixa as ideias passarem! – Ela pressionou as teclas do piano ao abaixar sua cabeça, desanimada.

Aquele som desafinado combinava perfeitamente com seu ânimo. Respira algumas vezes, tentando arranjar coragem para continuar tentando. Ela, então, vira o rosto e vê seu violão. Ela o encara por algum tempo e levanta sua cabeça, sem tirar os olhos do objeto. Ela arqueou uma sobrancelha.

...

A perolada estava bastante ocupada, mas finalmente pode sossegar, todos os clientes pareciam bem entretidos. A garota expira e olha para o lado. Surpreendeu-se ao ver seu amigo ainda no mesmo lugar e com o mesmo copo que havia tomado sua tequila. Ela riu e balançou a cabeça. Foi até ele.

– Ainda aqui, é? – Apoiou o cotovelo no balcão.

– O quê, quer que eu vá embora também? – Disse, sem tirar os olhos do copo que segurava à frente sobre o balcão.

– Como assim, “também”? Pelo que entendi foi você quem disse a Levy que ia embora! – Ele a encarou, parecia irritado. Ela era a única que achava graça nisso, quando todos tinham calafrios de medo. A garota riu e inclinou-se ficando mais perto do moreno. – Por que não para com essa birra besta e volta para o seu trabalho?

– Eu já disse que não trabalho mais para a Levy. – Ela cruzou os braços e se estendeu.

– Gajeel. – Ele a encarou. Ela parecia séria. A perolada expirou e continuou. – Você disse que não está apaixonado por ela, mas também não soube explicar o motivo de ter se irritado, sendo assim...

– Eu já falei qu—

– Pareceu que eu tinha terminado? – Ele olhou para o lado e bufou. – Como eu dizia... Não há razão convincente para sair assim. – Ele não a encarou. – E há outra coisa também... O Laxus confiou em você, Gajeel. – Ele franziu a sobrancelha levemente, parecia refletir minimamente. – Deve honrar sua palavra. Você sempre honrou sua palavra. – Ele a fitou. Ela estava sorrindo.

~...~

A garota estava encurralada por aqueles brutamontes. Isso era péssimo, a garota nem havia inaugurado seu bar e já começaria com problemas.

– O que vocês querem? Eu já disse que ainda não abrimos.

– Não se preocupe, viemos apenas cobrar o aluguel, não somos clientes.

– O quê? O antigo proprietário não me falou de nenhum aluguel.

– Ah, entendo. – Disse com um sorriso malicioso. Aquilo tudo era muito estranho. Pareciam mais agiotas, isso sim. – Mas o fato é que ele fez uma grande dívida... O que iremos fazer? Agora é sua responsabilidade.

– Desculpa, acho que não entendi. Quer dizer que o ex-proprietário faz uma dívida... E eu tenho que pagá-la. – Eles assentiram apenas com o mesmo sorriso irritante. – Eu não pagarei nada, senhores. Desculpem-me, mas sugiro que achem esse cara e cobrem dele. – Ela virou.

– Se a senhorita não paga, temos que pegar o que quisermos. – Ela virou lentamente, fuzilando-os com o olhar. Ela fitou o chão e foi calmamente para atrás do balcão enquanto os caras a observavam, prontos para agir a qualquer momento. A garota sai detrás do balcão carregando um taco de golfe. Os homens começam a rir.

– Acha que vai derrubar meus dois homens dando uma surra com um taco de golfe?

– Oh, não. – Ela segura a parte superior do objeto e o arranca, revelando uma parte pontiaguda. – Não é com a parte macia que pretendo defender o meu bar.

– Você parece bem corajosa, mocinha. Mas ainda é só uma.

– Tem certeza? – Todos viram para ver a quarta voz masculina daquele lugar. Ele cruza os braços, fuzilando todos com um olhar assassino. Os homens parecem surpresos com o gigante.

– Está tudo bem, Gajeel. Eu dou conta disso. – Disse Mira.

– Qual é, Mirinha... Assim me ofende. – Ele sorriu. – Eu fiz uma promessa, não fiz? Ninguém vai se meter com você enquanto eu estiver por perto. – A garota sorriu.

– Já que insiste...

– Os capangas são meus. Vou deixar o petulante com você. – Ela sorriu sinistramente, encarando o cara.

– Parece um ótimo plano.

~...~

O garoto fitava o chão. A menina continuou.

– Você é um protetor, Gajeel. Está no seu instinto proteger as pessoas. Sempre cuidou de mim, e ainda cuida, mesmo que isso seja irritante às vezes.

– Tch.

– Você pisou na bola com a Levy. Deixá-la sozinha e longe de casa? Se fizesse isso comigo te arrancaria essa peruca que você chama de cabelo.

– Ói, isso não é nenhuma peruca.

– Não mude de assunto!

– Quer saber, você está chata. Já está tarde e, além disso, o tempo fechou.

– Hunf... Mesmo assim o movimento está ótimo... – Pôs as mãos na cintura.

– Vou te deixar com seus clientes, quem sabe faz consulta psicológica grátis com eles e esquece dos meus problemas.

– Foi você quem veio aqui falar deles, bonitinho!

– Tch.

– Tchau pra você também! – Exclamou a garota ao ver Gajeel saindo pela porta. Ela fez bico e começou a rir depois de um tempo. Ai, ai... Esse garoto está amando. Outro cliente chama... Parece que o sossego durou pouco.

...

O som da chuva... Aquilo a fazia lembrar-se daquela noite. A azulada começa a dedilhar..

~ Dudum durun, dudum durun, dudum durun..

Mmm... Black snake all in my room...

Ela continuou tocando seu violão. Havia memorizado algumas frases daquela música que fazia o medo desaparecer. Ela sorria enquanto dedilhava. Até que o blues tem seu charme... A garota para e reflete consigo. Começa a rir.

– Aquele irritante ia ficar convencido se soubesse que estou tocando sua música agora. – Brincou a garota. Sua expressão logo mudou e ela ficou séria, fitando o chão. – Arh... Por que tem que ser tão cabeça-dura?

Um telefone toca na mansão McGarden. Parecia distante. A garota se levantou.

– Droga, e agora onde esse celular está... – Ela deu alguns passos e parou ao notar algo estranho. – Espera... Esse toque é diferente. – Outro celular?

Ela caminha pelo corredor e vai até as escadas, parando e observando sua sala enquanto o toque continuava, parecia perto. No fundo de sua mente, Levy acreditava que talvez... Seu segurança pudesse ter retornado. Será esse, o celular do Gajeel?... Claro, faria todo o sentido que ele voltasse sem avisar... Convencida disso, a garota apressou o passo e foi até onde o som do toque a levou, a fim de encontrar seu segurança.

...

O moreno segue para a mansão, em meio à chuva forte. Sua preocupação, afinal, foi maior que o tamanho de seu orgulho. E, pensando bem, no fim das contas, ele nem mesmo entendia sua reação. Nada daquilo tinha a ver com ele... Ou seu trabalho. Será que a Mirajane está certa? Ele estaciona sua moto na lateral da mansão e vai até a porta, usando a chave que Laxus o entregou. A este momento, ainda havia seguranças trabalhando pelo lado de fora da mansão, que ficavam durante a noite toda, assim como o dia todo.

Gajeel adentra o lar de Levy e sonda o espaço, andando lentamente para que ela não o notasse. Vou apenas checar se ela está bem e então irei. Ele se direciona até as escadas, mas sente um cheiro estranho. Ele franziu a sobrancelha e fitou o chão, mexendo seus olhos de um lado para o outro. Parecia tentar associar aquele cheiro com algo conhecido.

– Isso é gás? – Ele olhou em direção à cozinha e desviou seu caminho. Eu checo a Levy depois. Primeiro verei de onde está vindo esse cheiro.

À medida que se aproxima da cozinha, o cheiro de gás começa a ficar mais forte. Ele põe o braço na frente do nariz, o ar já começava a ficar irrespirável. Ele deu algumas tossidas e escutou o barulho das bocas do fogão abertas.

– Mas o quê?.. – Ele corre até o fogão e fecha o gás. Foi até uma porta de vidro e tentou abri-la para que o gás pudesse sair, mas estava trancada. – Eu a deixo por um dia e ela quase explode a própria casa? Tch... – Ele se virou para sair, mas notou algo colado na porta da despensa. Uma nota escrita com algo macio e vermelho. Provavelmente batom. O moreno se aproximou e estreitou o olhar.

“Espero que não a encontre a tempo. XOF”

O rapaz arregalou os olhos e forçou a maçaneta, que não cedia. A despensa nunca está trancada... Isso não está cheirando bem, literalmente.

– O qu... LEVY?! – Ele continuou forçando a porta que não se movia. – Droga, é melhor ela estar longe da porta, se estiver aí dentro. – Ele se afastou e deu um chute; vendo que quase conseguiu abri-la, pôs mais força em sua perna e chutou novamente, conseguindo abrir espaço para dentro.

Assim que entrou, viu a garota que estava inconsciente no chão. Ele tossiu devido à quantidade de gás contido naquele espaço. O cheiro estava mais forte ali por ser um lugar tão pequeno. Ele se apressou e a pôs no colo. Ele a carregou para fora e a levou até a frente da mansão, deitando-a na grama do grande jardim à frente. Seguranças vieram na direção de Gajeel ao vê-lo saindo com Levy nos braços e ele mandou que fizessem uma revisão geral da mansão e seus arredores para capturarem Flare ou quem quer que tenha vindo em seu nome. Ele não sabia se ela estava trabalhando sozinha.

Deitou a garota na grama e pôs a mão no rosto dela, que parecia pálida.

– Levy? – Deu tapinhas em seu rosto, tentando trazê-la à consciência. – Levy?! Anda, acorda logo! – Ele segurou o rosto da menina com as duas mãos, estava inclinado sobre ela e parecia um pouco ofegante. Ela não respondia. O moreno começava a se desesperar quando se lembrou de algo.

~...~

O loiro estende a mão e entrega um papel com alguns números. Parecia uma lista de telefones. O moreno pega e começa a ler em voz alta alguns dos escritos do papel.

– Advogado particular, motoristas reserva, seguranças reserva, médico particular, agente de compras... – Ele arqueou uma sobrancelha e fitou o loiro. – Agente de compras?

– É como chamo as pessoas que compram coisas urgentes. Como quando precisamos de 1kg de farinha pra completar o pavê.

– Pavê não leva farinha, muito menos 1kg dela.

– Você parece experiente, mão de ferro. Já foi cozinheiro?

– Digamos que já fiz de quase tudo. – O loiro riu e coçou a cabeça.

– Bom, então devia ser para alguma outra coisa. O que importa é que compram coisas, Levy não tem empregados que cuidem disso.

– E parece que também não tem diversão. Ela não faz outra coisa além de trabalhar?

– Diversão é algo que fazemos entre os trabalhos. Não há nada como diversão enquanto há um álbum a ser produzido. – Cruzou os braços. – Agora salve tudo no seu celular, isso é de primeira instância. Muitos números importantes estão aí. – O moreno continuou a encarar o papel, voltando a encarar o loiro ao chegar ao fim da folha.

– Inclusive o seu? – Arqueou uma sobrancelha.

– Como disse, importantes. Além disso, você não tem esse número. É o executivo. – O loiro virou. – Venha, te mostrarei o resto da mansão.

~...~

Ele tira seu celular e procura o número da médica de Levy.

– Vamos... Onde está esse maldito número?...

Ele passa o polegar pela tela enquanto vários nomes deslizam para cima. A letra “M”... “Médica particular”.

– Aqui! – Ele toca sobre o nome e leva o aparelho ao ouvido. O moreno encara a garota, inconsciente à sua frente enquanto escuta os angustiantes beeps do celular que chamava por socorro.

~...~

– Argh. Me deixa terminar com ele, logo! – Ele a encarou. – Não é isso que quer?

– Ah, claro. Seria ótimo que você acabasse com a raça dele. Para logo depois toda a mídia me massacrar. “Vikky McGarden manda segurança particular dar surra merecida em seu ex”. – Ironizou a garota.

– É isso, mesmo? Ou só descobriu que continua caidinha por esse cretino? – Isso a pegou de surpresa. Ela ficou muito irritada.

~

– É tão esperta... Será que não previu que isso aconteceria?

– O que está insinuando? – Perguntou ela, furiosa.

– Que você é uma masoquista. E ao invés de apenas seguir em frente, fica presa a um passado que te impede de viver. E, pelo visto, de raciocinar também.

– Como você se atreve a falar assim comigo?!

~...~

Cenas da discussão que o rapaz havia tido com a rapper não paravam de se repetir em sua cabeça. A cada momento seus sentimentos se confundiam. Hora sentia raiva, hora sentia culpa. Mas vendo a consequência de tê-la abandonado... Ele não podia evitar se sentir arrependido.

~ O telefone chamado está fora de área ou desligado, por favor, deixe sua mensagem... ~

– Tá de brincadeira? – Ele expira. – E agora o quê?!

Ele fica aparentemente irritado, mas percebe movimentos nos dedos de Levy. Ela está finalmente acordando?! O rapaz se aproxima da garota. Ela franze levemente a sobrancelha e pressiona os olhos, abrindo-os e tentando acomodar sua visão ao ambiente ao redor.

– Ói. Levy? – A menina pisca algumas vezes e vira o rosto em direção ao rapaz. Ele pressiona os olhos novamente e tenta reconhecê-lo.

–... Gaj-jeel? – Ele expira aliviado e se apoia em um dos braços, dobrando uma de suas pernas.

– Pensei que tinha ido dessa pra melhor, garota. – Ela tentou se levantar, mas perdeu a força e apoiou-se aos cotovelos. – Ow, ow. Vai com calma. – Ele segurou o braço dela e a ajudou a se sentar. Ela parecia um pouco tonta e pareceu tentar lembrar-se do que havia acontecido. Ela encara o segurança.

– Você foi embora. – Isso foi repentino. Ele não esperava que ela tocasse nesse assunto tão cedo. Ele estava pensando em algum argumento que não fosse um pedido de desculpas. Ainda lhe restava algum orgulho... Mas ela não pareceu esperar qualquer argumento do moreno. – O que aconteceu...? – Falou com voz enfraquecida. Ela pôs a mão no cabelo e tentou ajeitar sua franja.

– Eu esperava que você me dissesse. – Ela franziu a sobrancelha e o olhou. Ele continuou, ao notar a expressão dela. – Quando cheguei você estava presa na despensa, desacordada e havia cheiro de gás por todo lado. – Ela olhou para o lado. Pareceu ter um insight.

– Ah... – Ela o encarou novamente. – Agora me lembro... – Ela tosse. O moreno parece preocupado, mas não diz nada. Apenas espera pela explicação da azulada. Ela se ajeita e parece esforçar-se para ativar sua memória. – Eu estava ensaiando... Eu ouvi um celular tocando, mas não era o meu. Eu desci e segui o som, que vinha de dentro da despensa e então fui empurrada... Depois disso, não me lembro de nada.

– Então é isso.. – Ela o fitou. Seus olhos estavam pesados, a garota ainda estava fraca. – Foi aquela garota de novo. Havia um bilhete na porta da despensa. Presumo que ela esperava que soubessem onde você estava, mas só depois de... – A garota olhou para o lado.

– De eu estar morta. Tch... – Ela se apoiou ao joelho e ficou em pé com dificuldade. – Eu sabia que ela era barra pesada.

– Eu já mandei que fizessem uma busca pela mansão e arredores, se ela estiver perto, vão achá-la. – Ele disse. A garota estava de costas para o moreno.

– Não importa mais... Vou apenas reforçar a segurança e... – Ela cambaleou e pôs a mão na cabeça.

– Levy? – Ele se aproximou da garota. – Hey. – Ela mal se sustentava em pé. Ele segurou seus ombros e abaixou-se para encarar seus olhos, que pareciam sem rumo. – Ow, Levy?! – Tocou seu rosto e deu tapinhas leves.

– Eu estou bem... Só estou um pouco... – Ela perdeu a consciência novamente nos braços do rapaz antes de terminar sua frase.

– De novo, não... Argh. – Ele ajoelhou-se com a garota em suas mãos. Inclinada para trás, estava ali, desacordada. Estava frágil, ele não gostava de vê-la dessa forma. Preferiria que me jogasse outro sapato na cabeça...

O moreno tentou ligar para a médica da rapper, mas continuava fora de área. Ele sabia que não podia voltar para a mansão com Levy naquele estado... Nem podia ir a um hospital, porque não queria que aquilo virasse assunto nas revistas de fofoca... Pela primeira vez, não soube o que fazer... A garota continuava desacordada, cada segundo poderia ser crucial, ele teria de tomar uma atitude rápida...

– Droga! Odeio não saber o que fazer. Se ao menos tivesse conversado com Mira mais cedo, eu teria chegad— Uma ideia repentina surge na cabeça de Gajeel. Ele encara a garota com a sobrancelha franzida e parece repensar sobre a ideia súbita... Ele não tinha muita escolha.

O garoto põe Levy em seu ombro e comunica aos seguranças que vai levá-la a um lugar seguro até que as buscas terminem. Dessa vez, sua moto não seria sua salvadora, seria impossível levar alguém inconsciente em cima de uma moto. Ele foi até um dos carros dos seguranças, a posicionou no banco do carona, apertando o cinto e fechando a porta.

– Arh... Tomara que isso dê certo. – Ele entra no carro afobadamente e dá partida, fazendo os pneus cantarem ao sair em disparada daquele lugar rumo à luz no fim do túnel.


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Notas finais do capítulo

Estou adorando o quanto vocês estão envolvidos na fanfic, mina-san! Obrigada por serem tão ativos! *w* Até a próxima!!!