Meu Segurança Particular. escrita por Uvinha Lee


Capítulo 15
Livro aberto.


Notas iniciais do capítulo

Yooo, leitores do meu Kokoro! Muito obrigada pela colaboração de vocês, as opiniões me ajudaram a pensar! Espero que gostem da forma como fiz a cena! O capítulo de hoje, Livro Aberto, é a explicação sobre o medo da Levy e algumas coisas do passado dela e do Gajeel. Ou seja, só tem gale. E vamos ver se vocês notam uma "sementinha" que eu coloquei hoje sobre uma revelação que vai acontecer no futuro da MSP... Hoho, boa leitura!



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A chuva continuava impiedosa e os ventos pareciam urrar lá fora. As luzes piscavam e pareciam mais fracas que antes, mas a pequena não estava com tanto medo. Poderia a estratégia do moreno, afinal, ter dado certo? Levy já se sentia mais aquecida, sua roupa não estava mais tão molhada. Ela estava encostada à cabeceira da cama, enquanto Gajeel continuava deitado ao seu lado, com os olhos fechados. Enrolada à manta, Levy preocupou-se com seu segurança, que não estava coberto com nada. Afinal, ele também havia ficado na chuva.

– Não está com frio, Gajeel?

– Nah. Estou bem. Já passei por frios piores que este. – Ela ficou curiosa, mas não queria ser intrometida. No fim das contas, ela estava interessada em algo além disso.

– Não sabia que cantava tão bem. Fiquei bem impressionada com sua voz. – Ele deu uma risadinha.

– Há muitas coisas que não sabe sobre mim, baixinha. Mas obrigado pelo elogio. Vindo de alguém como você, deve ser algo de grande importância. - Disse, ainda com os olhos fechados.

– Agora que mencionou... Não quer me falar mais sobre você?

– Tch. Pra falar a verdade, não. Tudo que precisa saber é que sou forte o suficiente para ser seu segurança.

– Vamos, Gajeel! Se vamos trabalhar juntos, preciso saber um pouco mais de você, não? – O moreno abriu os olhos e virou, apoiando-se ao cotovelo para fitá-la.

– Ah...? Tudo bem, então diz qual o seu lance com o escuro. – Ele a pegou de surpresa. Ela ficou calada e abaixou o olhar. Parecia não saber o que fazer. – Heh. Parece que não gostar de falar sobre si é algo que compartilhamos, não é? – Ele voltou a se deitar e deu um risinho canto de boca. – Relaxa, não precis—

– Tudo bem. – Ela o interrompeu. O moreno a fitou novamente, surpreso com sua reação repentina.

– Hm?

– Eu... Quero fazer isso direito. – Disse ela com o olhar baixo. – Precisamos confiar um no outro, certo?..

Ela vai mesmo se abrir sobre algo aparentemente doloroso? Gajeel ficou curioso.

– Na verdade, não sei ao certo do quê eu tenho medo. Eu nem sei se tenho medo do próprio escuro ou do sentimento que me causa em estar dentro dele... – O moreno ouvia atento. – Quando eu era bem pequena, eu perdi minha mãe. E o meu pai a amava muito... Ele prometeu que cuidaria de mim da melhor maneira possível, mas... Isso não aconteceu. – Gajeel pôs-se sentado ao perceber a seriedade da conversa. Ela o fitou.

Ela parecia séria e triste. Aquele era um assunto doloroso, o moreno quase poderia dizer-se arrependido por fazê-la ir a este lugar... Mas ele queria saber mais de Levy, então apenas continuou ao seu lado, atento à sua história.

...Durante algum tempo, ele tentou ser um pai presente e carinhoso... Mas à medida que me tornei mais velha, a verdadeira face dele foi ficando cada vez mais clara. Para lidar com a frustração, ele acabou sucumbindo ao vício. Primeiro com o jogo, depois com o álcool. O medo começou a ser um companheiro inseparável no fim de todas as noites, quando eu sabia que era hora da sua volta. Aparentemente, eu quase sempre fazia algo errado, porque sempre arranjava motivos para me bater e me colocar dentro de um sótão escuro, iluminado apenas por uma pequena janela. Era a única luz que entrava naquele lugar. E eu ficava ali, esperando ansiosamente que o sol nascesse novamente... Isso acontecia frequentemente...

As lágrimas escorriam pelo rosto da pequena, mas ela não mudava sua expressão. Não trazia dor em seu rosto... Apenas ressentimento.

– Foi assim durante quase um ano inteiro. – O moreno a encarava com ar estático e surpreso. – Você diz que praticamente morou em uma casa de cera... Heh... – Ela encarou os seus olhos. – Eu já praticamente morei em um sótão escuro e assustador. – Ela imitou um sorriso.

– Isso é totalmente sem noção.

– É sim. – Ela enxugou seu rosto.

– Como escapou dessa tortura diária, afinal? – Ele já estava imerso na história.

– Quando eu tinha 14 anos, eu fugi de casa. Comecei a observá-lo e descobri onde guardava o dinheiro que gastava com o jogo. Então, um dia, enquanto estava dormindo, eu peguei tudo que encontrei e fugi. Fugi com todo o dinheiro que ele gastava com jogo e bebidas. Depois disso, não o vi mais. – O moreno abaixou seu olhar.

– Hm... – Ele parecia refletir. Ela sorriu.

– Deve estar se perguntando como eu cheguei onde estou, certo? A garota que apanhava e era castigada, sendo obrigada a ficar quase todos os dias em um sótão escuro. Como uma pessoa assim pode se tornar uma estrela do Rap?

– Não posso negar. Estou curioso para saber o final dessa história. – Entretanto, o moreno enfatizou. – Mas só se quiser me contar. – A pequena sorriu e expirou. Ela levantou-se da cama e se desenrolou da manta.

– Está brincando? Acha mesmo que vou te contar apenas a parte negra da minha vida? – Ela fez uma pausa e virou. Havia uma janela no quarto onde estavam; ela encarou a chuva e continuou. – Eu já fui uma sem-teto, Gajeel. – O moreno ficou surpreso. Ela pendeu sua cabeça para encará-lo e lentamente virou-se para ficar novamente em frente a ele.

...O único dinheiro que tinha, gastei com uma passagem de ônibus. Era como uma carta de alforria para minha liberdade. Finalmente pude ir para bem longe de onde aquele homem estava... Quando cheguei à capital, não tinha mais nada... Depois de alguns dias difíceis, eu encontrei esse... Boteco. Onde aconteciam apresentações de todo tipo, era como um show de talentos, havia mágicos, comediantes, até adestrador de animais.

A pequena sorria ao se lembrar. Parecia nostálgica.

– Era uma loucura.... Então eu tive a ideia de me apresentar também. – O moreno arqueou uma sobrancelha.

...Durante o tempo que passei com aquele homem, a única coisa que amenizava meu sofrimento era escrever. Eu escrevia tudo o que eu sentia. Sempre gostei de fazer poemas, músicas... Qualquer coisa que levasse minha mente para fora daquelas paredes que me enjaulavam naquela prisão. Então tive a ideia de cantar uma dessas músicas que compus. Mas não seria fácil convencer o dono do bar a deixar uma sem-teto se apresentar...

Ela andava de um lado ao outro, enquanto explicava.

...Aí fiz um trato com ele. Ele me deixava fazer meu rap uma única vez. Se as pessoas gostassem da minha música, ele me deixaria apresentar uma vez por semana, além, claro, de me dar algo para comer, porque a essa altura eu já estava praticamente uma desnutrida.

– Tch. Você foi corajosa. Pelo que eu entendi, nunca havia cantado antes.

– Para outras pessoas, não... Mas minha determinação foi maior que qualquer medo. Eu estava disposta a mostrar a todos e a mim mesma que eu era mais do que aquela garota idiota que foi maltratada pelo próprio pai durante meses. – O moreno sorriu. – Então eu subi naquele palco e improvisei o meu rap. – Disse ela, orgulhosa.

– E...?

– O que você acha? – Ela sorriu ironicamente.

– Que você, provavelmente, conseguiu aquele rango grátis. – Ela riu. Foi até a cama e jogou-se ao seu lado.

– É. – Ela estava mais descontraída.

– E onde entra a "Vikky"?

– Minhas apresentações foram ficando mais e mais famosas, e eu já não me apresentava em um só lugar. Uma das minhas apresentações foi em uma escola cujo pai de um dos alunos era do ramo musical. – Ela fez uma pausa e baixou seu olhar, parecia lembrar de algo. Sorriu e o encarou novamente. – Ele foi o meu primeiro empresário. – A pequena ajeitou-se, dobrando as pernas sobre a cama, e continuou. – Ele achou melhor que eu criasse um nome artístico... E foi aí que nasceu a Vikky McGarden.

– Tch... Essa é uma história e tanto. – Ela sorriu. Algo subitamente veio à mente do moreno, ao dizer tais palavras.

“Nem todo mundo nasceu com sua sorte... Senhora Mc Garden.”

O moreno estreitou as sobrancelhas e ficou pensativo.

– O que foi? – Ele a fitou e ficou em silêncio por algum tempo. Fazer isso não era o "forte" do mão de ferro.

– Eu te devo desculpas. – A pequena estreitou o olhar. – Eu subestimei seu esforço para estar onde está agora.

“Tch... Você e o resto do mundo.” – Disse ela, imitando a resposta de Gajeel quando ela se desculpou mais cedo.

– Pfft.. – Ele deu uma risadinha.

– Além disso, estamos quites. – Ela cruzou os braços.

– Quites? – Ela assentiu, enquanto explicou.

– Já que estamos sendo honestos, eu meio que achei que você ia me sequestrar hoje mais cedo. – O moreno arregalou os olhos.

– Gh... O quê?!

– Ué, um cara grande com cara de mau me levando para o meio de um lugar deserto e com medo de ser pego, o que te parece?

– Eu estava fazendo o meu trabalho! – Retrucou o moreno.

– Eu sei, mas como eu ia adivinhar?! – Ela rebateu.

– Tch... Você realmente... – Ele bufou e não terminou sua frase. A azulada riu. Estando mais perto do moreno, a pequena pôde notar que ele tinha muitas cicatrizes em seu corpo, ela se sentiu curiosa, mas decidiu não perguntar nada sobre isso. Ele não seria tão aberto... Seria? – De qualquer forma... – O moreno continuou, mudando o assunto. – Essa sua história me parece bem familiar. Heh.

– É mesmo? – Pôs o indicador nos lábios. – Hm.. Não lembro de ter dito isso em nenhuma entrevista... – Ela refletiu consigo.

– Não... É que se parece muito com a minha... – Fitou o chão, pensativo.

Ele vai finalmente se abrir? A azulada se animou secretamente.

–... Mas essa é uma longa história. – Disse ele, jogando-se na cama e cruzando os dedos atrás da cabeça novamente.

– Ah, não! Gajeel, depois de tudo que eu disse sobre mim?!

– Ué... Eu não te obriguei a nada. – Provocou ele.

– Tá brincando, né? – Ele não aguentou e riu.

– É tão fácil te tirar do sério, sabia, baixinha? – Uma veia saltou na testa dela e ele se sentou novamente, rendendo-se. – Tudo bem, se você acha tão importante assim, eu falo. É justo.

– Então... – Ela começou. – Por que disse que sua história é parecida com a minha?

– Porque também saí de casa.

– Mesmo? – Ela apoiou o queixo eu suas mãos, como uma criança ansiosa para ouvir um conto de princesas. O moreno ignorou isso, era fofo demais para a história pesada que viria a seguir, ela logo mudaria sua expressão.

...Não que eu me orgulhe do meu passado, baixinha. Mas ele existe e quanto a isso, não posso fazer nada. Quando eu era um moleque, eu era inconsequente e também não tinha o melhor dos pais. Na verdade, era bem parecido com o seu, também gostava de agir como um ditador que gostava de bater. Não sei se, na verdade, deveria agradecê-lo. Porque eu aprendi a me defender por causa dele. Principalmente... Aprendi como atacar. Tudo que eu sabia da vida, quando eu estava crescendo, era violência. Por isso todos tinham medo de mim. Acontece que naquela época, em um determinado ponto a coisa ficou feia e tive que sair de onde eu costumava morar com ele e a minha mãe. Tch...

Ele pareceu triste ao citar a mãe.

– Você não havia citado sua mãe até agora... Então deixou sua mãe sozinha com uma pessoa como ele?!

– Eu não a deixei sozinha com ele. – Ele a fitou. A azulada ficou confusa.

– Então... A trouxe com você?

– Não. – Ficaram calados por algum tempo. – Eu... Não falo com ela desde que vim para cá. – A menina baixou seu olhar. Ela queria saber o que havia acontecido. Queria saber o que houve com os pais de Gajeel, como havia ficado a sua mãe com aquele monstro! Mas ela não queria ir longe demais. Entretanto...

– Essas cicatrizes foram feitas por ele? – Ele a encarou.

– Hm? – Ele se olhou e riu. – Ah... Não, não... Isso aqui é de outra época. – Como ele pode rir ao lembrar-se da época que ganhou essas cicatrizes? A azulada tentava entender o moreno. Gajeel percebeu que ela estava confusa e se explicou.

...São de quando cheguei à capital. Depois de ter fugido, também me tornei um transeunte, qualquer lugar era melhor que estar na minha casa. Aprendi antes mesmo de morar nas ruas que, na vida, você caça ou é caçado. Eu não tinha grana ou comida, então eu precisava ser esperto e pensar por mim e pelos outros. Então... Acho que você deve deduzir o que precisei fazer para conseguir o que eu precisasse...

A pequena arregalou os olhos.

– O quê, você era um bandido? – Ela chutou.

– Mais ou menos.

...Apenas roubava outros pivetes como eu. Por isso comecei a fazer inimigos e tive que fazer a fama de durão. Mas depois de muito tempo com fama de mau, tive que ajudar uma amiga e acabei fazendo algo aparentemente heroico, defendendo seu bar de uns vermes covardes. A partir de então, começaram a me chamar de “Mão de ferro” como se eu fosse algum tipo de super-heroi dos gibis.

– Então é isso? – Ela deu uma risadinha, parecia um tanto incrédula.

– O que?

– Já ouvi o Laxus se referir a você dessa forma. Eu realmente não entendi, mas agora tudo está claro.

– Tch, o Laxus não sabe da metade da história até chegar no “mão de ferro”. – Levy se encostou à cabeceira da cama e o deixou continuar.

...Esse apelido pegou definitivamente depois que acabei com esses caras que tentaram assaltar o bar de uma amiga, como eu disse. O mesmo onde ele me achou. Heh. Mas a verdade é que tinha fama de “mau” antes mesmo desse dia. Eu era o lobo solitário, ninguém se metia comigo, porque todos que tentaram acabaram se ferrando. Eu sempre odiei pessoas que se utilizavam da violência gratuita, apesar da minha fama. Eu atacava apenas aqueles que me atacavam, mas, sabe como é, os rumores nem sempre são verdadeiros. Então todos pensavam que eu simplesmente quebrava a cara de qualquer um que me desse na telha.

– Imagino você naquela época... Devia realmente dar medo.

– Gihi. – Ela se surpreendeu por ele sorrir.

– Humpf.. É como se gostasse disso.

– É divertido, às vezes. – Ele se deitou ao lado dela e expirou, fitando o teto. Ficaram em silêncio... – O lobo solitário... – Ele falou consigo. – Tch.. Não é como se eu tivesse escolhido isso. – A menina encarou o grandão. Esse era um lado de Gajeel que ela não conhecia... O seu lado frágil.

– As pessoas se afastaram, com medo do lobo... – Concluiu ela.

– Hm. – Concordou ele. Ela se sentiu mal por ele, mas não mostraria isso. Ela, mais do que ninguém, sabia como era horrível o sentimento da “pena”. Ela apenas mudou de assunto.

– Quando nos conhecemos, você mencionou algo sobre o blues... – O moreno logo mudou sua expressão.

– Heh. O blues.... Tch, foi um dia louco aquele.

– Acho que todos os dias são loucos quando se é um sem-teto. – Eles riram.

– Eu aprendi tudo que sei sobre música com esse cara... Ele salvou meu traseiro. – Ele parecia nostálgico.

– Eh? – A pequena pareceu apreensiva. – Então você quase..?

– Eu te disse, baixinha. Fiz muitos inimigos... Um dia eles conseguiram me pegar desprevenido e aí aconteceu. Quase fui dessa pra melhor. – Ele falava, fitando o teto e sorrindo ao lembrar. – Reedus é o nome dele.

– Hm? Reedus?

– É. – Ele fez uma pausa e depois continuou. – Você me lembra muito o Reedus. – Ela arregalou os olhos.

– Eu?

– É... Vocês dois são genuínos e originais. – Ele a fitou, ela estava um tanto corada pelo elogio repentino. – A propósito... – Ele se apoiou ao cotovelo para olhá-la melhor e ela a o encarou. – Aquela música que você cantou no seu show... – Ele abaixou seu olhar. – A música proibida...

– Música proibida?

– É... É como eu chamo aquelas músicas que não são mostradas para qualquer um. – Ela abriu levemente mais os seus olhos, pela surpresa. Com certeza, ele se referia à música deprê. Claro... Foi exatamente essa que estava no chão aquele dia! Por que ele está falando disso agora? – Eu gostei. – Ele disse, encarando-a novamente.

– Sério? – Ela respondeu nervosamente, quase como uma resposta automática, num impulso. – M-mas como você gostou de uma depressiva? Não pensei que fizesse seu estilo.

– Não me refiro à música. Me refiro à coragem. – A menina ficou sem reação. O moreno sorriu ao perceber que havia a deixado sem palavras e voltou a deitar-se. – A mesma coragem que eu vi em Reedus... Tch... – A menina tentava relacionar o Gajeel que estava em sua frente com aquela pessoa que estava em seu estúdio há alguns dias... Ele estava tão diferente... – Me fazer lembrar de um cara como ele... – Ele encarou o teto por mais alguns segundos e depois expirou, sorrindo. – Humpf... – Ele a fitou. – Gosto de você. – Ela pareceu surpresa, mas logo depois deu um sorriso irônico.

– Finalmente admitiu, huh?

– Tch. – Ele apoiou sua cabeça em seus dedos, cruzados atrás de sua nuca, e fechou os olhos com um sorriso. – Não se gabe demais. – Ela continuou a encará-lo e com um sorriso. Se sentiu feliz por Gajeel ter se mostrado mais aberto a ela. Parece que aquele trabalho não era um fardo para ele, afinal. – Agora chega de conversa e tenta descansar. Temos que sair antes do amanhecer.

– Tudo bem, mão de ferro. – Disse a azulada acomodando-se ao lado do gigante.

A chuva continuava, mas já não estava tão forte. Levy se sentia segura e satisfeita com tudo que havia acontecido naquela casa, quase não podia acreditar que sua vida não seria um inferno... Laxus realmente acertou, agora ela não tinha dúvidas. Já não lhe parecia impossível pensar que poderia confiar nele da mesma forma que ela confia em Laxus.

Não demorou muito e as luzes, que já estavam mais enfraquecidas, começaram a piscar novamente e se apagaram. Ah, não... De novo?! Levy sentiu uma pressão em seu diafragma e o medo ameaçou retornar, mas decidiu ser mais forte. Ele estava ali. Ele iria protegê-la e tudo ia ficar bem. Ela fechou os olhos e os apertou, encolhendo-se para ficar mais perto de Gajeel. E torceu para que seu segurança não ficasse irritado por ela ainda parecer tão medrosa, entretanto, ela sentiu o braço dele envolvendo suas costas, puxando-a em direção a ele.

> Ilustração da cena.

– Vem logo. – Ela não pensou, apenas engatinhou em direção a ele e repousou sua cabeça no peitoral do moreno, que teve seu ombro coberto pelos cabelos umedecidos dela. Ele pousou sua mão na cintura da garota.

– Podia ter feito isso mais cedo.

– Tch. Não se acostume com esse tipo de coisa. – Ela riu e ajeitou sua cabeça para ficar mais confortável.

Levy sabia que precisava descansar. Provavelmente era muito tarde e ela não podia se dar ao luxo de compensar o sono perdido depois. Entretanto... Ela sentiu a necessidade de dizer algo a Gajeel.

– Gajeel?

– Hm? – Ela se estendeu um pouco para fitá-lo.

– Eu só quero deixar claro que eu não me importo com nada que você disse hoje... – Ele arqueou uma sobrancelha. – Quero dizer... Do que precisou fazer para ter a fama de mau... Quando era o “lobo solitário”...

– Cuidado para não queimar sua mão. Heh.

– O que quer dizer?

– Que você não diria isso se soubesse os detalhes. Não contei nem metade das coisas que já fiz. – Ela pensou um pouco e depois rebateu.

– Bom... Todos erram na vida. Além disso, não é como se você já tivesse matado alguém ou nada disso. – Suas sobrancelhas, antes franzidas pela apreensão, agora se desfaziam em uma expressão de surpresa. Ele pareceu estático e distante durante alguns segundos antes de falar alguma coisa a ela, que continuava sorrindo serenamente.

– Eu acho... Que já está tarde. Vamos descansar agora. certo? – A pequena estranhou, era a primeira vez que Gajeel perguntava educadamente ao invés de dar ordens.

–... Tem razão. – Estava prestes a ajeitar-se novamente, quando lembrou-se que havia mais uma última coisa a dizer. – Ah.. E obrigada. Por ter voltado.

– O prazer foi meu. – Ele esboçou um sorriso e ela corou levemente. Sem dizer mais nada, encostou sua cabeça no peitoral do moreno.

Eles caíram no sono pouco tempo depois. Levy e Gajeel já se sentiam mais à vontade um com o outro. O moreno não estava defensivo o tempo inteiro, a garota confiava mais nele e o tratava quase como tratava Laxus. Aquele momento onde ambos compartilharam coisas dolorosas de seus passados fez com que ambos pudessem se sentir mais ligados. E era incrível a semelhança das histórias de pessoas aparentemente tão diferentes. Definitivamente os sentimentos de Levy e Gajeel um pelo outro mudaram naquela noite. E se intensificaram.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Eu confesso que houve um determinado assunto que precisava vir à tona na conversa entre os dois que e deveria estar nesse capítulo exatamente. Isso me deu um trabalhinho até que eu conseguisse ficar satisfeita. Finalmente, depois de algumas tentativas e diálogos apagados e refeitos, esse foi o resultado! Acho que ficou bom. Espero que vocês também achem isso. kkk... Mas enfim! Vejo vocês no próximo capítulo, meus rappers! Até a próxima!!