She Is The One escrita por elizabeth beans


Capítulo 8
7º Capitulo


Notas iniciais do capítulo

*Desculpem, desculpem mesmo pela demora, se eu pudesse escolher, não demorariA* Ç-Ç



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/60008/chapter/8

 

 

CAP. SETE

 

 

1º de Dezembro de 2007, Escola Católica Saint Castille – 17:00 hs.

 

 

Renesmee olhou pela grande janela a sua frente. O inverno já mostrava suas garras sobre as arvores do pátio. O calor era extinto aos poucos deixando aquela luz cinzenta que perduraria até a semana do Natal, onde com sorte, nevaria o suficiente para que o mundo se tingisse do mais imaculado branco.

 

Nessie amava o Natal e as nevascas. Amava as comidas fartas e elaboradas e as musicas engraçadas, cantadas sempre com bons sentimentos.

 

À sua volta as crianças desenhavam livres e suas vozes agudas enchiam o ar como em uma velha canção irlandesa. Uma pequena algazarra que fazia com que Nessie se lembrasse do Tio Emmett e das farras de beberagem, quando ele se punha sobre a mesa de jantar, com duas canecas gigantes de chope e dançava e cantava até que alguém o convencesse a descer.

 

Sorte de sua avó Esme, que a mesa fosse de solido carvalho ou já teria esmaecido a muito.

 

O sinal soou agudo, tocando no que lhe pareceu cedo demais. As crianças reuniam suas coisas e se despediam.

 

- Tchau Professora! – alguns acenavam com sorrisos satisfeitos pelo fim das aulas.

 

- Bom final de semana, queridos! – ela respondia enquanto arrumava seus próprios materiais e uma pequena pilha de livros.

 

Preparou-se para deixar a sala com os pensamentos migrando soltos. Tanta coisa havia mudado em sua vida e parecia ter sido de um momento para outro, como em um despertar inesperado.

 

Quando, em anos, Renesmee acreditaria que não só teve companhia para o almoço do dia como também teria uma carona garantida na volta para casa?

Quando em toda sua vida ela poderia apostar que esse acompanhante fosse Jacob Black, que tomara como habito sentar-se em sua mesa no refeitório e levá-la até a porta do sitio dos Cullen, como se não estivesse fazendo mais do que sua obrigação? Feliz por ter sua presença em sua vida como ele mesmo dissera um dia antes.

 

- Você é uma pessoa especial, Nessie. Não acredito que não ficamos amigos antes! – ele sorrira para ela antes que a garota saísse de seu carro, quando ela jurava que não conseguiria ficar mais vermelha ou sentir-se mais lisonjeada.

 

Tantas eram as borboletas em seu estomago que ao passar distraída demais pela porta da sala de aula, Nessie esbarrou na diretora Filtz e quase foram as duas ao chão com a pancada.

 

- Srtª Cullen! – a mulher endireitou-se com severa elegância.

 

- Me desculpe senhora! – Nessie acorreu a desculpar-se pelo pequeno acidente.

 

A diretora apenas meneou a cabeça concedendo as desculpas e então arrumou os óculos quadrados sobre o nariz fino enquanto fitava a moça de maneira penetrante.

 

- Eu tinha esperanças de encontrar a Srtª ainda por aqui, Srtª Cullen.

 

- Pois não, Senhora. – respondeu ajeitando os livros mais pesados de encontro ao corpo para sustentá-los melhor.

 

- Creio que devamos nos sentar um instante. – a diretora propôs adentrando a sala. Nessie a seguiu e esperou que continuasse. A mulher a fitou com interesse e então prosseguiu. – Estou feliz com seu trabalho a frente desta sala e acabo de receber a demissão oficial da Srtª Wings que não voltará para o próximo semestre. Creio que posso oficializá-la como professora assim que seu diploma do colegial sair, no próximo verão. – Nessie se segurou na cadeira para não cair, mesmo estando sentada. Não podia acreditar na grande sucessão de surpresas boas que saiam da boca da diretora Filtz. Então a mulher a fez ir ainda mais alto se era possível. - O que você acha de trabalhar aqui, permanentemente?

 

“Você precisa perguntar?” – pensou Nessie com um sorriso enorme tentando parecer mais adulta e digna embora desejasse ardentemente abraçar a diretora e pular com ela pela sala em comemoração.

 

- Eu adoraria, senhora, adoraria mesmo! – conseguiu por fim, dizer, com a voz embargada.

 

 

 

Enquanto isso no pátio...

 

 

Jake estava encostado em sua Harley, depois de mais uma tarde gasta inutilmente no treino de natação, ouvindo os idiotas do time perguntarem se ele estava mesmo comendo a garota Cullen enquanto alguns deles se admiravam de ela ter conseguido esconder “tudo aquilo” embaixo do que eles chamavam de “O disfarce de canhão”.

 

Pensou em um aspecto positivo de sua semana e se surpreendeu quando de fato pensou em Nessie. Ela era extraordinária! Engraçada por ser totalmente avoada, ao mesmo tempo em que podia ser adulta e muito meiga. Sua bondade era como uma aura que lhe envolvia.

 

Mas principalmente, ela era verdadeira. Original, sem edições do que dizia e sem um modelo pré fabricado para nada. Ele não conheceu garotas assim na escola antes. Ele tinha contato com esse tipo de mulher apenas dentre sua família e seu clã.

 

Então pegou-se pensando que ela daria uma ótima companheira e que de fato, ele ficaria muito contente se fosse ela a sua companheira quando a hora chegasse.

 

Não obstante, isso também o aborreceu, porque poderia muito bem, perde-la para sempre quando a transformação chegasse.

 

Talvez por isso não a tivesse cortejado ainda como desejava, ficando apenas na “amizade” e não insistindo em nenhuma forma de relacionamento físico.

 

Sua vontade crescia com ela como ele só tinha visto crescer com Leah, ainda em sua puberdade. Seu corpo clamava por ela de uma forma quase maluca. Havia algo muito errado em como era com ela e parecia malditamente certo que ele se sentisse física e psicologicamente domado. Mas nada podia fazer para não dar a garota esperanças que ele não poderia corresponder se suas vidas tomassem caminhos diferentes.

 

- Jacob você ficou me esperando? Não precisava! – a voz doce chegou até ele enquanto ainda se perdia em pensamentos.

 

Ela não estava apenas sendo educada. Olhava-o com uma repreensão dura e o cenho franzido. Duas coisas que não combinavam com seu rosto doce e olhos grandes e expressivos, cheios de carinho.

- Nós vamos embora juntos, esqueceu? Vou te esperar sempre Ness. Nem adianta brigar mais por isso! – ele já ia desencostando da moto e oferecendo-lhe um capacete.

 

- Lembro da ultima vez que andei de moto. Tio Emmet tinha comprado uma lambreta e minha mãe não deixou que ele me levasse, mesmo assim ele me raptou. Fiquei com tanto medo! Eu devia ter uns sete anos... – e então ela parou sua tagarelice pouco comum e balançou a cabeça desacreditada. – Eu sou boba, você deve achar isso sempre!

 

- É aí que você se engana. – Jake respondeu sem conseguir manter seu plano de superficialidade funcionando. – Você não é nada boba, ou fútil, ou desinteressante. Você é a melhor Nessie!

 

E ele estava definitivamente perdido com essa garota.

 

- Você é o meu único amigo, acho que devo te contar as novidades... – ela disse insegura, colocando o capacete e subindo na moto.

 

- Você tem novidades? – ele soou animado.

 

-Sim, e são muito boas...

 

- Não diga nada agora. Vamos passar em uma sorveteria antes da sua casa e você pode me contar tudo. Eu quero detalhes! – ele a interrompeu e as bochechas dela se tingiram de vermelho vivo enquanto ele levou seus dedos aos lábios grossos da garota para proibi-la de recusar o convite.

 

Trocaram um sorriso cheio de significado e auto-contenção e então Jake acelerou, saindo a toda do pátio da escola.

 

 

 

 

Sorveteria Sweet Hidden, 18:00 hs

 

 

- Isso parece ótimo Nessie. Meus parabéns! – Jake sorriu brilhantemente para a garota a sua frente enquanto ambos tomavam gigantescos Sundays e Renesmee lhe falava a respeito da proposta que a diretora Filtz lhe fizera apenas uma hora antes.

 

Mesmo que estivessem no inverno e a temperatura não colaborasse com o consumo do doce gelado, o calor que emanava dos dois, em seus olhos, seus gestos contidos e seus sorrisos grandiosos, seria capaz de manter aquecido até mesmo um bloco de gelo no próprio Pólo Norte.

 

- Como você consegue comer isso? Parece até uma pintura de um de meus alunos! – Nessie riu ao fitar novamente o sorvete de Jacob. Ele escolhera todos aqueles sabores super coloridos e artificiais que levam o mesmo sabor enjoativo de tutti-fruti.

 

- Não seja careta Senhorita “Chocolate e Baunilha, por favor!”. – Jake retrucou divertindo-se com a cara de desgosto que Nessie ainda fazia para sua taça multicolorida.

 

- Isso com certeza não está gostoso. Não tem como! – a garota desmereceu tomando uma grande colher de seu distinto sorvete de chocolate.

 

- Pois você vai experimentar e me dizer se não é até melhor que o seu. – ele estendeu sua colher cheia na direção dela.

 

Depois de fazer mais uma careta que soou um tanto apelativa e ouvir um autoritário: “Ande logo e prove Ness!”, ela decidiu provar.

 

Manteve sua expressão vazia fazendo com que ele prestasse atenção a cada sutil mudança em sua face. Depois ela sorriu pra ele, um sorriso grande e inocente, balançando a cabeça afirmativamente. Jacob comemorou sua vitoria:

 

- Eu disse a você que era o melhor, aposto como quer o resto! – ele se fez empolgado.

 

Nessie riu ainda mais.

 

- Eu não gostei seu bobo. Isso foi à coisa mais nojenta que eu já pus na boca! – ela terminou gargalhando pela cara de espanto dele.

 

- Ah, então é assim? – Jake recuperou-se levantando e apertando confiante a própria taça de sorvete em uma das mãos. – Agora você vai tomar tudo. Ah se vai!

 

E dito isso saiu correndo atrás de Nessie que entendeu rapidamente onde tudo aquilo chegaria e deixou seu sorvete para traz na pressa de salvar seu paladar de mais um assalto.

 

- Por favor não!!! – ela corria e ria muito, tentando fazer com que uma coisa não atrapalhasse a outra e falhando miseravelmente.

 

Por fim, Jake a subjugou e ela caiu de joelhos fazendo-o vir de joelhos também, a sua frente.

 

- Por favor, eu imploro! Eu faço qualquer coisa pra não ter de comer isso de novo! Por favor, por favor, por favorzinho!!! – ela juntou as mãos em rendição e clamando por misericórdia.

 

Agora era Jake quem gargalhava sonoramente e ambos estavam alheios às poucas pessoas na sorveteria que pararam para ver aquela sena.

 

- Você vai me dar qualquer coisa? – ele estreitou seus olhos cheios de malicia.

 

- Qualquer coisa! – ela prometeu selando a jura com os indicadores sobre os lábios. – Eu posso lhe fazer um bolo, ou cookies... Talvez eu consiga uma receita de muffings com a minha avó. Os muffings dela são tão...

 

Mas o garoto parou o que ela ia dizer quando colocou a mão em seu rosto e a fez olhar diretamente para ele. Nessie não percebera até aquele momento o quanto estavam próximos.

 

A respiração quente de Jacob bateu contra suas frias bochechas e então ele falou, quase como um sussurro:

 

- Creio que só há uma coisa que possa me fazer agora!

 

E da forma mais espontânea, Renesmee Cullen fechou os seus olhos aceitando, sabidamente o que viria a seguir.

 

 

 

Enquanto isso no sitio dos Cullen...

 

 

- Bella, Bella... – Alice Whitlock entrava pela porta da cozinha, berrando sua cunhada a plenos pulmões.

 

A pequena mulher parecia assustada e seus olhos sempre negros estavam bem mais claros, delatando o choro recente.

 

- O que aconteceu Alice? – Bella aparece no portal e ao ver o estado em que a cunhada se encontra, a abraça.

 

- Eu tive uma visão Bella! Uma visão com a Nessie... Ela estava sendo atacada por um animal enorme e então mais animais apareceram... Pareciam lobos, eu não sei bem. Foi tão real! – Alice se balançou na cadeira que lhe fora oferecida. – Eu vi tanto sofrimento e tanto sangue.

 

Chocada Bella tampa a boca e arregala os olhos.

 

Aprendera desde muito cedo a confiar em tudo o que a cunhada predissesse, mas desejava que dessa vez o futuro pudesse contradizer Alice em sua totalidade.

 

Sentia um frio lhe subir à espinha só em pensar que sua pequena Nessie, sua filha única e adorada corria qualquer tipo de perigo.

 

 

 

 

Trecho compilado do diário de Renesmee Carlie Cullen, em 01 de Dezembro de 2007:

 

 

Talvez eu devesse dizer: “Este foi o melhor dia de minha vida!” e ele realmente foi até que eu chegasse em casa e encontrasse minha tia Alice e minha mãe cheias de dedos comigo, me tratando como se eu estivesse muito doente ou fosse de porcelana, pronta a me quebrar ali mesmo na sala. Todo esse clima de velório quebrou um pouco a empolgação que eu carregava em mim, mas obviamente não a afastou de maneira alguma.

 

Eu nem podia acredita, realmente acreditar, que eu acabara de ser beijada por Jacob Black, não uma, mas varias vezes antes que ele me deixasse em casa e prometesse me buscar na segunda feira para irmos à escola juntos.

 

Pequenos flashbacks não paravam de rodar minha mente enquanto eu via mais uma vez ele entrelaçar as mãos em minha nuca e me puxar pra si, primeiro doce e suave e então quando abriu meus lábios com os seus... O toque de sua língua na minha despertando sensações irrefreáveis em todo o meu corpo, fazendo com que eu quisesse mais enquanto ele me apertava e nós nos tornávamos sôfregos.

 

Como mil fagulhas elétricas pinicando cada centímetro em minha pele que ansiava por mais de seus carinhos.

 

E então quando nos separamos e eu pensava que não poderia ter mais vergonha em toda minha vida ao mesmo tempo em que uma coragem nascia em mim para que eu estivesse pronta a atacá-lo novamente por mais.

 

Mas eu não precisei pular em Jake para que ele me desse um outro beijo.

 

Assim que pagamos a conta ele estacionou do outro lado da pracinha e escorado em sua moto, pegou-me pela cintura. Não me lembro de me sentir tão feliz daquele jeito. Talvez quando ganhei minha casa de bonecas em modelo realista quando tinha 7 anos. Todos os meus tios e o meu pai trabalharam nela por meses, era incrível...

 

Mas eu sabia que ter os lábios de Jake pra mim era um tanto melhor. Nós parecíamos combinar exatamente e minha falta de experiência nem chegou a me embaraçar. Era como uma nova ordem. Como se as coisas ao redor de mim finalmente se ajustassem e o mundo fizesse sentido.

 

Eu devia ser só mais uma boba apaixonada, mas... Eu poderia jurar que nós estávamos destinados àquilo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!