Série WHO I AM? - Short Fic Peeta escrita por Serena Bin


Capítulo 5
Episódio 5 - Questionário


Notas iniciais do capítulo

SENHORAS E SENHORES, BEM VINDOS AO 76º JOGOS VORAZES!
—|||_
Amores! Que saudade de todos vocês! Antes de mais nada, gostaria de pedir milhões de desculpas pelo meu sumiço, mas já adianto que foi por força maior. Acabei ficando sem tempo para escrever, mas então, depois de meses sem postar essa fic, uma leitora linda mandou uma MP pedindo para que eu voltasse a postar. Bem, aqui estamos nós. Miss Schreave, obrigadissima pelo carinho! Esse cap eu dedico a você, lindona!
Esse capítulo vem em uma hora triste para os tributos, afinal, estamos presenciando o ultimo filme de THG. Ontem quando cheguei em casa após ter assistido ao filme, senti a necessidade de escrever sobre THG, como uma maneira de dizer aos meus leitores e a mim mesma que Jogos Vorazes é eterno no coração de um tributo e que nunca haverá fim. Portanto, espero que vocês encarem esse capítulo como um alento para o ♥ após a destruição que o filme deixou.
A propósito, acho que posso contar um segredinho para vocês. e.e
Para 2016, tenhos duas fics THG em planejamento. Mas eu conto mais detalhes mais para frente. Agora, no entanto, vamos ao capítulo!
Tenham todos uma ótima leitura e bons Jogos Vorazes!!!



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A textura o glacê é macia e aveludada, e o gosto adocicado da mistura faz com que uma sensação boa seja liberada dentro de minha mente. Estou de olhos fechados saboreando delicadamente o preparado e é como se eu pudesse de alguma forma, ser o Peeta a qual dizem que eu era, porque pela primeira vez em semanas, eu também sinto isso.

Quando doutor Aurélius apareceu em meu quarto esta manhã, trouxe muito mais do que os habituais remédios. Na verdade, ele trouxe coisas muito diferentes de qualquer medicação. Afinal, leite; farinha de trigo; ovos; batedeiras e confeitos não são muito comuns em meu quarto. No começo foi estranho ter uma cozinha no hospital. Todavia, Dr. Aurelius disse que isso poderia me fazer bem e que eu estaria ajudando algumas pessoas, contribuindo para um dia muito especial, mas acho que isso não passou de uma mentira para que aceitasse a ideia. Tenho certeza que Keia Watherhouse está metida nisso. Desde quando disse a ela que meu pais possuíam uma padaria no 12 e eu que sabia fazer pães e bolos, ela tem cochichado cada vez mais com meu médico de cabeça. Mas, eu não a condeno, porque gosto dessa ideia. Gosto da sensação boa que a cozinha me trás. Sobretudo, aprecio o cheiro: leve, adocicado. Agora o meu quarto tem cheiro de casa.

– Isso está lindíssimo, Peeta! Bom trabalho! – diz uma voz esfuziante que tenho certeza que pertence à minha enfermeira. Viro-me para encará-la, ela parece diferente, está com os cabelos soltos e não está usando seu habitual uniforme branco. − Eles vão adorar!

– Quem vai adorar? – pergunto curioso.

– Seus amigos, Peeta.

– Eu não tenho amigos, principalmente no treze. – respondo incrédulo já esboçando uma onda inicial de irritabilidade, Keia entretanto, argumenta que meus supostos amigos são pessoas boas que querem o meu bem. Eu não sei se acredito muito em suas palavras, mas a julgar que minha enfermeira nunca me deu motivos para desconfiar , começo a encarar com mais leveza a possível situação de cooperar com essas "pessoas que querem o meu bem".

– De verdade, Peeta – Keia inicia mais vez – Eles vão adorar o presente. O olhar simpático de minha enfermeira sugere realmente que alguém ficará contente com o bolo azul cheio de detalhes e gentilezas porque de alguma forma insensata, minhas mãos que outrora eram ásperas e instáveis, agora modelam com delicadeza finíssimas fatias de pasta americana verde que, pouco a pouco, tornam-se ondas em um oceano de confeitos e glacê.

A sensação é ótima para mim. Me sinto leve como se fosse capaz de navegar no barquinho a vela que enfeita o topo do bolo e, por um momento, é como se eu realmente pudesse fazê-lo. Surgem também, do lugar mais inóspito de minha mente, algumas lembranças simples de quando eu possivelmente estava no distrito 12 e ainda era um garoto normal. Consigo ver os bolos decorados na vitrine da padaria e os olhos curiosos e famintos que os observavam. É então que outra onda de lembranças me atinge. Por entre os olhos que vislumbravam os bolos na vitrine da padaria, estavam um par de olhos muito azuis que enfeitavam o rosto miúdo de uma garota loira. Me lembro de enxergar a fome naquele olhar. Mas, existia outro par de olhos igualmente famintos naquela ocasião. Os olhos dela, que agora são estranhos e medonhos para mim, mas que nessa lembrança em particular, eram apesar de frios e inquietos, bondosos. Talvez eu nunca vá compreender o que de fato me cativa tanto àqueles olhos, certo é que, meu cérebro se apegou a eles como marca registrada para designar aquela a quem dizem que um dia amei.

A cada novo detalhe impresso, o bolo fica ainda mais belo e quando finalmente o termino, ouço os comentários admirados sobre minha obra prima. Realmente fiz um bom trabalho. Quando estou arrumando os ultimos ajustes, Dr. Aurélius aparece em meu quarto apenas para me parabenizar. Ele, assim como Keia, não está vestindo o uniforme de médico, mas sim um elegante macacão preto, o que julgo ser uma versão mais sofisticada dos uniformes que vi as pessoas usando no treze.

– Peeta! – Dr. Aurelius me saúda com entusiasmo – Que ótimo trabalho!

– Acha que vão gostar? – pergunto.

– Com toda certeza – responde – os noivos vão ficar muito felizes com o presente...

– Noivos? – replico surpreso – Quem vai se casar?

– Annie.

– Annie Cresta? Do distrito 4? – retorno, Dr. Aurélius responde afirmativamente e complementa dizendo que o noivo é Finnick Odair.

– Se lembra dela, Peeta? – o médico pergunta.

– Sim. Ela esteve comigo e Johanna Mason na Capital. Ela é adorável – digo recordando a beleza da vitoriosa do distrito 4 – Estou feliz em saber que a resgataram também.

– Estou feliz que você tenha se lembrado dela, Peeta.

– Eu tenho me lembrado de muita coisa ultimamente. – Dr. Aurelios fixa seus olhos em mim e é involuntário quando ele pergunta o que tanto tenho recordado, então, entrego a ele a memória sobre a cabra, sobre meus pais e por ultimo, sobre os bolos da vitrine.

– Você se lembrou dos bolos que estavam expostos na vitrine da padaria de seus pais? Mas que notícia formidável! Se lembrou de algo mais?

– Os olhos dela. – respondo perdido em mim mesmo. – Lembrei dos olhos de Katniss Everdeen novamente.

Dr. Aurelius muda sua expressão de alegre para preocupado e puxa uma cadeira para se sentar; eu me sento também porque sei o que ele vai fazer: um monte de perguntas, mas dessa vez, eu não me incomodo em respondê-las, de modo que quando sou perguntado sobre a frequência com que as lembranças surgem, acabo entregando a ele tudo o que consegui guardar em minha mente depois que voltei da Capital. Conto a ele sobre os sonhos, sobre a inquietação que sinto, mas sobretudo, conto a ele sobre a vontade que tenho de vê-la.

É um desejo insano e doentio: ficar frente a frente com o Tordo, o mesmo tordo que, segundo Snow, tentou me matar inúmeras vezes, mas estou convencido de que se, Katniss é uma mentirosa, Snow também não deva ser a pessoa mais confiável do mundo. A verdade é que em meio a essa troca de informações truncadas, acabei sem tem em quem confiar, de modo que, minha mente, para o bem ou para o mal, finalmente parece estar dando indícios de que pode algum dia recuperar a sanidade.

– Então você quer vê-la? – Dr. Aurélios pergunta incrédulo.

– Sim – respondo convicto – Preciso olhar para ela. Se é como vocês dizem, que ela é boa e que está tentando me proteger, preciso desse momento porque nada que digam a mim, será mais contundente do que estar com ela, falar com ela, sentir seu cheiro...Preciso saber o que de fato ela é.

A face de meu médico se contorce em uma expressão que mistura surpresa e dúvida, mas no fim, depois de alguns segundos em silencio, ele finalmente responde:

– Não estou certo de que Katniss queira te ver, afinal você a...

– Eu a ataquei, eu sei – respondo – Mas, se Katniss não puder sustentar a teoria de que agi sob efeito do telesequestro, então sinceramente, sugiro que parem de dizer por aí que sou uma vítima da Capital. Por favor, peça para que venha me ver, se não quiser vir como a amante a qual ela julgava ser, que venha como uma turista prestes a visitar um bicho no zoológico.

Os olhos do médico estão fixos em mim quando me entregam a resposta ao meu pedido. Quando Dr. Aurélios fecha a porta de meu quarto, o único pensamento em minha mente é o que vai acontecer quando eu estiver frente a frente com ela. Talvez eu não sinta nada, bem como pode ser que eu tenha um surto homicida novamente, por causa disso, pondero a ideia de pedir para que eu seja imobilizado para a conversa. Todavia, quero acreditar que conseguirei lidar com a atmosfera pesada que o Tordo imprime por onde quer que passa.

Deitado na cama, recebo minha dose diária de remédios. O coquetel de medicamentos já deixou de ser um problema, agora, o que incomoda é apenas a quantidade de vezes com que Keia precisa me perguntar se estou bem.

No silencio que se segue, antes que minha enfermeira vá embora eu digo:
– Keia, acha que pode guardar um segredo? – Keia olha para mim de uma maneira receptiva.

– Um segredo? – responde – Claro.

– Eu me lembrei de algo sobre o Tordo...

– Dr. Aurélius me contou – ela interrompe rindo – Disse que você se lembrou da cabra e da padaria...

– Eu me lembrei do pão. – corto o ar com minha voz que embora baixa, interrompe de vez a fala de Keia – Na verdade, acho que nunca me esqueci desse pão.

– Pão? – Keia questiona.

– Foi meu primeiro contato com ela – respondo – Ela estava na chuva, tremendo de frio e morrendo de fome, e eu, sabia que ela poderia morrer então queimei um pão de propósito para poder ter um álibi e dar o a ela. Naquela época ela era só uma garota magricela que definhava na chuva.

– Como sabe que nunca esqueceu disso, Peeta?

– Eu não sei. É a primeira coisa que vem a minha mente quando Dr. Aurélius pede para que eu tente visualizar o Tordo como não sendo uma ameaça.

– E é assim que ela não se torna uma ameaça para você? Magricela e faminta? – Keia pergunta.

– Ajuda a sustentar a ideia de que talvez ela realmente não seja uma bestante. – respondo, depois de algum tempo em silencio eu complemento – Tenho uma lista secreta de palavras que uso para tentar entender aquela garota.

– Isso é bom – Keia diz – Você está ao menos tentando lidar com essa coisa horrível a qual te submeteram. É um ponto positivo para sua recuperação.

– Mas é um segredo. – digo – Ninguém precisa saber, certo?

– Certo – Keia responde com um leve sorriso amigável, em seguida se levanta e vai embora.

No resto da noite, as únicas pessoas que entram no quarto são um grupo de soldados fortes que apenas carregam o bolo de casamento para fora sem nem mesmo se importarem se há alguém ali.

A cada nova hora, me pergunto se Dr. Aurélius conseguirá cumprir sua promessa em trazer Katniss para conversar comigo. Num primeiro momento, fico esperançoso e ansioso, mas o tempo passa e passa e nada nem ninguém aparece. Continuo sozinho em meu quarto de modo que acabo adormecendo. Quando acordo, sinto mãos quentes e suaves tocando minha pele. Abro os olhos e encontro Keia prendendo algumas correias em meus braços.

– Se comporte – ela diz antes de deixar a sala. Muito embora as fitas de contenção sejam incômodas, não me atento a isso, simplesmente porque nunca fico amarrado sem um bom motivo. Não há tempo para que eu tente formular um pensamento porque segundos depois de Keia sair do quarto, a porta novamente se abre, mas dessa vez não é minha enfermeira, e sim uma figura pálida e judiada que mantêm na face os olhos mais cinzas que já vi. Afinal de contas, Dr. Aurélius conseguiu. Ela veio me ver.

A primeira coisa que me vem a mente é tentar relacionar a criatura que permanece parada na porta com a garota que vejo em minhas memórias transmutadas, mas é uma tarefa difícil porque a nova Katniss não exibe uma aparência hostil, na verdade, ela apresenta uma forma bem natural, bem mais decadente talvez, mas ainda sim é como se ela não oferecesse nenhum risco, mas algo em minha mente diz para que eu não baixe a guarda. Porque ainda tenho resquícios de uma Katniss assassina em minha mente. Uma Katniss que rasgou o meu pescoço na capital e que ainda pode estar tentando me matar.

Ela está bem próxima a saída quando diz oi. Nesse momento eu a encaro da cabeça aos pés procurando por alguma faísca ameaçadora, mas ela não exibe nenhuma.

– Oi – respondo tentando parecer tranquilo, mas minha voz sai com um tom de desconfiança e desaprovação.

– Haymitch disse que você queria me ver.

– Na verdade, pedi ao Dr. Aurélius. Ele certamente deve ter pedido a Haymitch para transmitir o recado. – o silencio impera no quarto. Ela se mantem com os braços cruzados e com uma expressão fixa no chão, como se não pudesse olhar para mim, então, antes que ela dê o fora, quebro o silencio dizendo:

– Algumas pessoas me disseram que você era atraente e bonita. Mas erraram feio. Você está horrível. - a ofensa não dura muito tempo sem uma resposta:

– Você também já teve uma aparecia melhor.

O grau de desprezo embutido na voz de Katniss Everdeen faz com que eu solte uma gargalhada forte, porque até mesmo Snow em toda sua genialidade maligna conseguiria ser mais gentil que essa garota.

– Você não é nenhum pouco simpática – replico – Vou pedir para que minha equipe de preparação venha me dar um banho de rosas e óleos naturais, e que Portia saia de seu buraco no fundo da terra e desenhe uma fantasia para que eu possa ficar mais apresentável para o tordo.

– Todo mundo sabe que não sou simpática. – ela responde – Essa função pertencia a você. - o rosto dela brilha mesmo na tênue luminosidade do quarto; Katniss está nitidamente incomodada. Tento perceber ou notar o que tanto a incomoda em mim, mas acabo não tendo tempo de decifrá-la porque no minuto seguinte, ela já está se dirigindo a saída. É mais forte do que eu quando minha voz se levanta para entregar a ela a única coisa a qual sei ser real. A única lembrança que sei não ter sido tocada pela Capital.

– Eu me lembro do pão. Me lembro de você na chuva.

– Eles certamente lhe mostraram um vídeo sobre isso...

– Existe um vídeo sobre isso? – pergunto – Porque se existe, a Capital não usou contra mim. Lembro de você revirando a lixeira e de minha mãe batendo em mim...Eu deveria ter dado o pão para o porco, mas ao invés disso, dei a você.

É impossível calcular os efeitos que minhas palavras causam no Tordo, mas de alguma forma, alguma coisa muda porque a medida que falo sobre essas memórias em particular, Katniss vai perdendo o brilho e simplesmente começa a ser desarmada.

– Foi isso – ela diz com a voz baixa – Então você se lembra de verdade.

Há um momento de pausa antes que algo mais seja dito. Nós dois apenas observamos um ao outro. Um tentando decodificar o que está por trás das reações do outro. Quando o silencio se quebra, é porque finalmente Katniss decidiu falar.

– No dia seguinte eu tentei te agradecer, mas não sabia como. – ela diz fixando o olhar na parede de vidro.

– No fim daquela tarde, tentei olhar para você, mas por algum motivo você desviou o olhar – digo olhando diretamente para os olhos dela – Eu devo ter te amado muito.

Amor. A Capital não deixou nenhum vestígio disso em mim. Tudo o que deixaram foi uma linha difusa que me separa da realidade e da falsidade. Porém, aprendi ao longo do tratamento no treze a decifrar pequenas mentiras, como da vez em que Dr. Aurelius em um de seus inúmeros testes psicológicos, me contou algumas historinhas sobre o doze, na ocasião consegui saber o que era real e o que não era porque certas pessoas são fáceis de desmentir, Dr. Aurélius é uma dessas pessoas, talvez Keia também seja, mas Katniss...Katniss é como se fosse uma muralha de pedras intransponíveis. É impossível prever seus movimentos ou calcular o que ela realmente está pensando, e é isso o que a torna não confiável para mim. Quando estava na Capital, Berna Sinclair vivia a repetir que Katniss engana a todos com seu rosto inocente. Sim, Berna mentiu, mas não sei até que ponto. Quando ao suposto amor que eu sentia por Katniss, se ele um dia de fato existiu, não restou nada dele. Nem mesmo um resquício para eu poder tentar dizer se é verdadeiro ou falso.

– Você amou sim – ela diz fingindo tossir para camuflar a voz embargada.

– E você? – pergunto – Me amou pelo menos um pouquinho? – ela desvia o olhar para o chão de ladrilhos. Sua face esboça um misto de dor e talvez algo como a culpa ou semelhante a isso.

– Todos dizem que amei. – ela responde friamente – Todos dizem que é por isso que Snow mandou torturarem você. Para me ferir.

– Isso não é uma resposta muito satisfatória – respondo – Sinceramente, não sei o que pensar quando me mostram alguns daqueles vídeos em que aparecemos juntos como...Como um casal de apaixonados. Você é muito confusa. Na primeira arena, parecia que você estava tentando me matar com as Teleguiadas.

A resposta que se segue é estranhamente coincidente com o que Berna disse na Capital. Então é verdade. Katniss realmente tentou me matar envenenado. Continuo cavando ainda mais fundo perguntando sobre questões as quais me trazem o pior efeito do telesequestro. Mexo diretamente com a parte da minha memória a qual a Capital deturpou. De maneira seca pergunto sobre nossos beijos nas arenas e na turnê da vitória. Beijos aos quais apenas visualizo por meio das imagens vistas na Capital e no treze.

Mais uma vez, a resposta é confusa porque Katniss admite que gostou de me beijar em alguns momentos, e eu poderia até achar que de fato, existiu algum sentimento bom da parte dela em relação a mim, mas essa hipótese perde força quando menciono seu amigo Gale.

– E Gale? – pergunto – Algumas fontes dizem que você o tinha como amante nas horas vagas. Quero dizer, era tranquilo para nós dois, você dormir comigo à noite e beijá-lo de dia? – a reação de Katniss é a pior possível porque a resposta vem curta e grossa.

– Não era tranquilo para ninguém, mas eu também nunca pedi sua permissão. - A expressão de Katniss esboça o constrangimento embutido na pergunta porque seu rosto outrora pálido agora exibe um rubor estranho, algo entre vergonha e raiva por estar sendo exposta em um momento onde dezenas de pessoas escutam nossa conversa. Mas isso não faz a mínima diferença para mim uma vez que tudo o que havia dentro de minha cabeça e fora dela já foi de alguma forma espionado por alguém.

No último minuto, antes que ela se movimente para sair do quarto, ainda tenho tempo de protestar.

– Você não existe, garota. – depois disso, Katniss simplesmente deixa o quarto. Reparo em seu rosto raivoso e apenas consigo responder com um riso irônico porque as respostas dela apenas sustentam a tese de que realmente fui apenas um truque nos planos do Tordo. Eu não quero concordar, mas mais uma vez, Berna e suas teorias da conspiração à respeito do Tordo estão se mostrando fiéis, de modo que nesse momento em minha mente por mais que eu tente preservar a imagem da garota frágil e faminta na chuva, infelizmente, uma outra versão começa a aparecer. Uma versão onde Katniss é violenta, manipuladora e mortal, e muito embora eu lute contra isso, é essa versão que está vencendo.


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Notas finais do capítulo

OBRIGADISSIMA POR LER!
Amores, vamos brincar? e.e
Para quem quiser deixar um review, eu gostaria de saber, qual a cena mais massa que vocês esperam ver nessa fic. Devo dizer que tenho algumas em mente, mas sugestões são sempre bem vindas. Lembrando que essa fic nasceu dos pedidos de leitores de O Reverso da Medalha, portanto eu adoraria saber isso de vocês.
Mas é claro, NINGUÉM é obrigado a comentar.
Beijokinhas e até a próxima!



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