Blood Royal escrita por jupiter


Capítulo 31
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Vou deixar vocês devorarem logo esse epílogo e as encontro lá embaixo!



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Turning Page - Sleeping At Last

QUANDO O CARRO FINALMENTE para em frente os degraus da Igreja, minhas mãos estão frias.

Olho através do vidro e vejo que, do lado de fora, uma grade foi montada. Atrás dela centenas de pessoas se acotovelam, segurando câmeras e cartazes, afim de me ver. Já não sou mais conhecida apenas como Alexia, agora antes do meu nome eles costumam dizer princesa, e isso é algo com o qual preciso me acostumar ainda.

Tento, sem sucesso, arrumar a saia cheia do meu vestido. Mas o espaço no banco de trás é pequeno demais, e meu gesto não surte efeito algum. Meu coração bate acelerado, e eu aguardo o momento certo para sair.

A manga longa e bordada desce até um certo ponto do meu antebraço, e cada detalhe foi trabalhado exclusivamente para ser perfeito. O modelo que estou usando foi desenhado por Lori quando ainda estávamos na Seleção, e de acordo com ela, aquele era seu presente para mim.

Tento me distrair, mas estou nervosa demais para conseguir pensar em algo. Dentro da enorme Igreja a minha frente, centenas de pessoas ansiosas aguardam para assistir a cerimônia, e na frente delas Nicholas estará me esperando.

A porta se abre do lado em que estou e Theo estende a mão para mim. Respiro fundo e tento me manter estável. Sonhei durante semanas com este momento, e agora é a hora. Eu agarro a mão dele com firmeza, e impulsiono meu corpo para fora.

Quando desponto para fora do carro, a multidão grita. O coro de vozes faz meu peito vibrar, e por um momento fico apenas fascinada por eles. Todos eles, todas aquelas pessoas, agora me amam. E, querendo eu ou não, sou um exemplo para eles.

Ergo minha mão direita e aceno, com um sorriso afável no rosto. Princesa Alexia. Certamente preciso me acostumar.

Theo me conduz pelos degraus e eu me apoio nele para garantir que estou firme. Minhas pernas tremem e minhas mãos estão úmidas, sinto como se uma bola de cera tivesse sido enfiada na minha garganta.

Passo pelos guardas de sentinela na porta e Duncan sorri para mim. Logo após Luke ter me feito refém, descobri que foi ele quem lhe acertou o tiro na cabeça. Sorrio de volta.

O tiro. Levo instintivamente a mão livre até o ponto onde uma das balas me atingiu.

A ferida já cicatrizou, e agora apenas uma marca do tamanho de um dedo se encontra sobre minhas costelas. Ainda assim, o ponto é sensível e preciso ter cuidado para não pressioná-lo demais.

Paramos a alguns passos da porta e minha mãe, Lily, Lori e Miranda correm em nossa direção.

— Preparada? — pergunta Lori, com um grande sorriso.

— Estou meio enjoada — respondo, com uma careta.

Ela ri.

Miranda avança e segura brevemente a minha mão.

— Estaremos bem perto de você — diz. — Não deixaremos que caia feito uma banana.

— Tranquilizador — aceno. — Me sinto melhor agora.

Elas estão trajando vestidos azuis de mesmo tom, mas os modelitos são diferentes um do outro. Minhas madrinhas.

— Entraremos logo, e depois será a sua vez — diz Lily, ela lança um sorriso doce para Theo e para mim. — Você merece isso, Alexia.

Eu apenas aceno, sentindo-me incapaz de falar. Porque eu sei que, se tentar responder a coisas desse tipo, vou acabar chorando. E não seria nada bonito entrar na Igreja parecendo um panda.

Minha mãe dá alguns passos na minha direção, e entrega-me o buquê. Seus olhos estão úmidos, e eu sei que se olhar para ela durante a cerimônia, a encontrarei chorando. Puxo o ar com força para os meus pulmões.

— Você está linda — ela diz. — E Nicholas parece a beira de um ataque de nervos.

Solto uma risada ao imaginá-lo olhando ansioso para a porta atrás da qual eu me encontro.

— Quando você entrar, diga-lhe que não irei fugir — brinco.

Ela acena para mim e entra para se posicionar ao lado do meu pai.

Depois de um consenso que aconteceu rápido até demais, meu pai acabou permitindo que fosse Theo quem me acompanhasse até o altar. O que aos meus olhos pareceu muito justo.

Uma música começa tocar dentro da Igreja, e meu coração dispara. Ele bate tão alto e tão forte que acredito que qualquer um possa ser capaz de ouvir. Lily, Lori e Miranda posicionam-se e entram primeiro.

Puxo o ar pelo nariz e solto pela boca. E repito o gesto até que Theo me bate de leve com o cotovelo.

— Está me deixando nervoso — diz.

Eu o olho e me sinto grata por tê-lo ao meu lado, Theo sempre conseguiu de alguma forma me transportar segurança.

— Desculpe, mas só estou tentando não entrar em pânico — respondo.

— Muito tarde para isso — replica. — Está na hora.

Os guardas posicionam-se de cada lado e abrem as portas duplas. Meu estômago revira, e movo-me sem consciência alguma. A Igreja é imensa, e o altar me parece longe demais. Centenas de olhos estão grudados em mim, e muitas pessoas estão sorrindo.

Eu faço o mesmo e tento olhar para o máximo delas que consigo alcançar. Nos movemos numa velocidade regular, e alcançamos a metade do caminho quando a música está no ápice. Avisto algumas das garotas que estiveram na Seleção em um dos bancos, Brittany está entre elas, ela acena brevemente para mim. Noto, instantaneamente, o brilho prateado em sua mão direita. “Esperta”, penso.

Rowena está entre elas, mas tenho certeza de que não está presente por mim. Depois de tudo que vivemos, o máximo que somos capazes de estabelecer é uma relação respeitosa. Ambas sabemos que não iremos passar disso.

Então direciono meu olhar para a minha frente, para a pessoa que move-se de uma perna para a outra a todo instante, para a pessoa que é capaz de preencher qualquer vazio que eu venha a sentir.

Nicholas está com um sorriso bobo no rosto, tão bobo quanto eu jamais vi. Não desgrudo meus olhos dos dele por mais nenhum segundo, afinal, aquele é o nosso momento. Quando finalmente o alcançamos, ele se aproxima calmamente e para diante de Theo e eu.

— Cuide dela — meu irmão diz, e deposita minha mão sobre a dele.

Meus dedos tremem, mas Nicholas segura-me firmemente. Subimos cerca de três degraus pequenos e paramos diante do padre.

— Pronta? — sussurra ele, inclinando-se ligeiramente para mim.

— Terá que ser cuidadoso comigo — respondo.

Nossos dedos se entrelaçam firmemente, e então nos ajoelhamos. Enquanto seguro sua mão, eu tenho a mais pura e genuína certeza de que é a coisa certa. Em meio a tudo que vivi, Nicholas foi a minha escolha mais sensata.

Não posso ter a certeza de quanto tempo iremos durar, mas enquanto seus dedos estão firmemente presos aos meus, sinto que podemos ser infinitos. Que o amanhã não importa e que estarei com ele em qualquer lugar. Sei que estamos juntos para cuidar um do outro, e que iremos fazer isso até o fim das nossas vidas.

Nicholas me encara e sorri, e ele nunca me pareceu tão bonito. Recordo-me de tudo o que vivemos até este momento, e meus olhos enchem-se de lágrimas. Quase desisti, mas não o fiz. Fui pressionada, mas não cedi. Tomei um tiro, mas não morri. Durante todo esse tempo mantive-me firme por uma razão em especial, e agora estou unida a ela. Segurando sua mão com a certeza de que ela é a única coisa no mundo que desejo segurar.

Há muito tempo eu procurava pela minha válvula de escape, por alguma coisa que me ajudaria a me libertar, a me sentir livre. E Nicholas tornou-se isso.

***

Quando o padre chega na metade de seu discurso, estou com a vista tão embaçada pelas lágrimas que quase não o enxergo mais. Não desgrudei minha mão da de Nicholas nem por um minuto, e nem quero fazer isso.

Ficamos de pé novamente, e o rei Maxon entrega a caixinha com as alianças para o filho. Seu sorriso exibi puro orgulho, e quando olho para a rainha logo atrás de mim, seus olhos estão vermelhos.

— Nicholas Calix Schreave — começa o padre. — Primogênito, futuro herdeiro do trono de Illéa, aceita casar-se por livre e espontânea vontade com Alexia Walcolt, para amá-la e respeitá-la, na saúde e na doença, até que a morte os separe?

O olhar de Nicholas é tão intenso que sinto como se nada mais existisse ao nosso redor.

— Sim — responde, e desliza a aliança que sei que carrega o seu nome pelo dedo anelar da minha mão esquerda. — Prometo que estarei presente nos melhores e nos piores dias.

Então o padre vira-se para mim. A aliança parece pesar contra a palma da minha mão.

— Alexia Walcolt, futura princesa de Illéa, aceita casar-se por livre e espontânea vontade com o príncipe Nicholas Calix Schreave, para amá-lo e respeitá-lo, na saúde e na doença, até que a morte os separe?

Meus dedos estão tremendo, e as palavras do padre ecoam dentro da minha cabeça. Seremos apenas só nós dois com uma vida inteira pela frente. Construiremos uma família, e eu sei que o quero como o pai dos meus filhos. Seremos o Sr. e a Sra. Complicados, mesmo que mais ninguém saiba disso, e eu não me importo.

Não me importo porque esse é um segredo nosso, assim como nosso primeiro beijo e os muitos outros também foram.

Até que a morte nos separe...”

Olho para ele, certificando-me de que está olhando no fundo dos meus olhos. Então, finalmente abro um sorriso largo e respondo:

— Sim.


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Notas finais do capítulo

Eu estou chorosa, gente. De verdade. Eu criei um amor muito grande por Blood Royal, e nem acredito que agora chegou ao fim. Foi o meu projeto mais longo, e um dos quais eu mais me empolguei. Logo no começo acreditei que seria mais um que não iria para a frente, e que logo logo seria esquecido. Mas aí, a cada capítulo vocês me incentivavam a continuar, e eu ia melhorando mais e mais por vocês.
Só tenho a agradecer por quem acompanhou até aqui, mesmo aqueles que eu nunca vi. Meu sincero muito obrigada! Eu pretendo retornar muito em breve com algum novo projeto, ainda não sei exatamente sobre o quê, mas vocês ainda me verão por aí.
Obrigada por tornarem essa história tão importante, espero ter conseguido suprir suas expectativas. Até qualquer dia desses, beijos. ♥

Quero deixar aqui o trailer que eu preparei para A Elite, mas que acabei não postando porque achei que continha spoilers sobre o que viria. Então, agora vocês podem ver. Hahaha
https://www.youtube.com/watch?v=FSkxPOUNYsc
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A história foi concluída com sucesso, mas quero deixar aqui meu pedido aos leitores fantasmas: comentem mesmo assim, vou amar responder vocês. Favoritem, recomendem, sei lá. Qualquer coisa, mas deixem um sinal de vida, e me digam o que acharam da história. É sempre muito importante para mim. Obrigada por acompanharem Blood Royal até o fim. ♥