Thinking Out Loud escrita por Sverige


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Sempre quis escrever uma FrUK, porque é meu OTP, e acabou saindo isso ♥ Espero que gostem c:



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Havia um meio sorriso entre seus lábios rosados no dia em que eu o conheci. Seu rosto jovial adornado pelas bagunçadas mechas de seu cabelo louro o tornavam ainda mais atrativo aos meus olhos, e as esmeraldas que eram suas irises brilhavam alegremente enquanto este conversava com um pequeno menino. Ele era belo, até o último fio de suas sobrancelhas horríveis, tenho que admitir.

Eu o amava antes mesmo de saber seu nome, completa e incondicionalmente, mais do que jamais amei uma pessoa em meus curtos vinte e três anos de idade. Se possível, mais do que amei a mãe de meu filho, Matthew.

O conheci verdadeiramente quase uma semana depois, quando fui chamado pela diretora da escolinha de Matthew. O filho dele tinha deixado um brinquedo cair em cima de meu pequeno e ele estava machucado, chorando e clamando por meu nome. Quando abri a porta e o vi, pareceu que o mundo estava em câmera lenta. Seus olhos fitaram os meus, expressando um pedido de desculpas mudo e quase suplicante, interrompido apenas por meu balançar de cabeça, informando-o de que tudo estava bem. Logo ele se apresentou, dizendo ser Arthur Kirkland, e se desculpou verdadeiramente pelo ocorrido. Respondi, com Matthew agarrado em meu pescoço, que não havia necessidade para tantas desculpas; o que passou, passou.

Eu o convidei para tomar algo comigo, já que ele estava praticamente suplicando por uma forma de se desculpar. Assim, enquanto Matthew e o filho dele, Alfred, brincavam a alguns metros, eu e Arthur tomávamos chá e conversávamos sobre banalidades. Logo descobri que era professor de Literatura numa escola de ensino médio próxima à minha casa. Arthur era um sonhador; desejava escrever um livro, ficar rico e dar uma vida melhor ao filho. Tinha se casado cedo com uma moça americana que havia engravidado dele, e ela tinha morrido no parto, deixando o pequeno Alfred sob a responsabilidade de Arthur. Ele tinha apenas 19 anos quando isso ocorreu. Isso o tornou uma pessoa rabugenta, notei, ao vê-lo reclamar de várias coisas irrelevantes que aconteciam a sua volta.

Me apaixonei completamente após nosso décimo primeiro encontro, ao ver seu lado “morno”. Ele sorriu para mim de maneira radiante, mesmo depois de ter brigado ferozmente poucos momentos antes. Foi no mesmo dia que não suportei mais e o beijei, ali, na frente de todos. Começamos a namorar logo depois, e nos casamos oficialmente quatro anos após o dia que eu o vi pela primeiríssima vez, vencendo todas as brigas que pareciam intermináveis e o preconceito dos familiares dele.

Estou pensando em como as pessoas se apaixonam de maneiras misteriosas. Talvez apenas com o inesperado toque de uma mão num dia monótono, em que nada de especial era esperado. Eu me apaixono por ele a cada dia, desde aquele rápido vislumbre em um dia aparentemente normal. Pergunto-me, mesmo depois desses quarenta e sete anos de casados, como algo assim é possível. Se me dissessem que eu me casaria com aquele desconhecido tão atrativo aos meus olhos, eu provavelmente riria, mesmo sendo um “amante da paixão”.

Minha memória falha, estou me tornando um velho irritante, e sei que as pessoas não se lembram mais do grande ator Francis Bonnefoy, mas ele ainda me ama incondicionalmente, acima de tudo. Ele beija-me diante da luz de mil estrelas como se ainda fossemos dois jovens apaixonados, ignorando a opinião das outras pessoas.

Não sei exatamente o porquê de estar escrevendo isso. Não é uma carta para ser entregada a alguém especial, nem uma página de um livro a ser escrito, talvez só um mero devaneio de um homem apaixonado. Para mim é apenas um simples pedaço de papel com algumas palavras escritas, sem destino ou razão. Estou pensando alto e percebo que achamos o amor aqui, onde estamos.

Eu dizia que meu amor por você jamais terminaria, e percebo que nunca estive tão certo. E então, vendo meus dias contados pelo cronômetro da morte, meu último pedido a Arthur Kirkland Bonnefoy é: Você tomaria um último chá comigo, para compensar este “pequeno” e tão maravilhoso problema?


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