Nosso futuro continua! escrita por Tuka


Capítulo 18
Nunca mais irão ver...


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, o capítulo está aqui pronto! Queria dizer que os comentários foram bem valorizados e eu adorei todos eles! Muito obrigada!
Espero que gostem!



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POV FRANCESCA

–E como está indo? –A Vilu perguntou.

Estávamos indo para o Studio, saímos para almoçar em um restaurante e agora estamos voltando, fomos a pé então, também estamos voltando a pé.

–Bem, ela está melhor, bom, foi o que o Diego disse. –Falei enquanto andávamos.

–Que bom, ela estava bem triste.

–É, eu tenho conversado bastante com ela. –Contei.

–Que bom, talvez te ajude a lembrar.

–É. –Assenti.

–E o bebê? Como você está em relação a isso? –Ela perguntou.

–Bem, já me conformei com isso. Vou descobrir o sexo mês que vem.

–Que bom, espero que seja um menino. –Ela falou.

–Eu não sei, tenho que esperar. Mas minha barriga está começando a aparecer.

–Eu percebi. –Violetta sorriu. –E o Diego? Como foi?

–Ele ficou feliz e falou que quer ter contato comigo e com o bebê, falei que tudo bem, mas espero que minha memória volte, não quero separa-lo do bebê.

Estávamos perto do Studio quando vimos uma ambulância e um carro atravessado na calçada. Tinham policiais e bombeiros ajudando os paramédicos. Não dava para ver muita coisa, só o carro, mas eles pareciam tentar tirar algo de debaixo do carro.

–O que aconteceu? –Perguntei curiosa.

–Não sei. –A Vilu respondeu.

Nos aproximamos um pouco e vimos os paramédicos tirando alguém que estava de baixo do carro. Eles levantaram um pouco o carro e os bombeiros puxaram a pessoa para fora.

Meu coração começou a acelerar, quando vi a pessoa que estava de baixo do carro eu não consegui me controlar.

–Não...

–Meu Deus. –A Vilu cobriu os lábios.

–Não! –Corri até ela.

–Senhora temos que leva-la. –Um dos paramédicos me empurrou.

–NÃO!!! BELLA!! NÃO!!! –Tentava me livrar do policial que me segurava. –FILHA!!!

–Calma Fran. –A Vilu me segurou.

–Não!! –Do nada minha cabeça explodiu em pensamentos.

Várias imagens e cenas começaram a passar pela minha cabeça, todas as memórias da Bella, da minha vida, dos meus amigos, do meu marido, tudo veio à tona e eu acabei apagando nos braços de dois policiais que me seguravam.

POV NARRADOR

Francesca desmaiou em meio ao nervosismo e as lembranças que vieram de uma vez causando um baque em Francesca. Violetta ficou com preocupação em dobro porque logo a chance de Francesca perder o bebê veio, lá estava sua amiga desmaiada.

–Fran... Fran acorda. –Falava Violetta tentando dissertar a amiga. –Ai meu Deus, Fran!!! Não, Francesca acorda!

Francesca foi levada para outra ambulância, Violetta foi acompanhando a amiga para não deixa-la só.

...

Violetta estava na sala de espera com Leon, Diego, Camila, Broduey, Ludmila, Federico, Maxi e Naty.

Eles lotaram a sala de espera, e ainda que estavam sem as crianças, as crianças estão todas na casa de Leon e Violetta com três babás, vamos dizer que a casa Vargas virou quase uma escolinha de diversões, enquanto os pais estão na sala de espera de um hospital.

–Acompanhantes de Francesca Cauviglia. –Uma enfermeira com uma prancheta na mão apareceu dando um susto em todos naquela sala.

Um silêncio permaneceu na sala, ninguém se pronunciou.

–Vai você, Vilu. –Diego falou no ouvido da amiga. –Ela se lembra de você, não de mim.

–Ok. –Violetta assentiu.

–Me siga.

Violetta seguiu a enfermeira até o quarto onde encontrou Francesca com um sorriso no rosto e as mãos sobre a barriga olhando para o nada.

–Que bom que está bem. –Agradeceu Violetta.

Violetta fechou a porta que estava atrás de si.

–Eu lembro! –Disse Francesca sorridente.

–Sério? –Um sorriso aliviado se criou nos lábios de Violetta.

–Sim, bom não de tudo, mas de uma grande maioria, do meu casamento, da Bella, do Studio, do pessoal!!! –Disse entusiasmada.

–Que bom! Mas não vou sofrer um acidente para você se lembrar de mim. –Riu Violetta.

–Me lembro de você.

–Que bom. –Sorriu. –Já lembra como se trabalha? As coisas estão feias, preciso de você.

–Sim, me lembro.

–E como está o bebê?

–Bem. –Francesca afagou a barriga. –O médico disse que foi por pouco que eu não o perdi.

Uma cara assustadora surgiu em Francesca.

–E a Bella?

–Não sabemos ainda, ainda não tem informações. –Lamentou Violetta.

–Eu preciso vê-la, preciso saber se ela está bem. –Ela ameaçou levantar.

–Não, Francesca! –Violetta segurou-a. –Você ainda não pode sair.

–Tá. –Francesca resmungou.

O quarto ficou um silêncio até a Fran me perguntar algo.

–Foi o Tomás não foi? –Ela perguntou.

–Não sei Fran. –Violetta pensou. –Fran, você se lembra o que aconteceu com você? No Studio?

–Hãn... só me lembro de estar arrumando minha sala, não vi quem foi. –Falou Francesca.

–Ótimo. –Um sarcasmo corroeu a sala. –Você se lembra do Diego e do Diogo.

–Sim, o básico pelo menos, mas o médico disse que as outras lembranças logo voltarão também.

–Isso é ótimo.

–É. –Assentiu Francesca. –Me lembrei do que aconteceu com nós duas no seu casamento, sinceramente, não queria me lembrar disso.

–Nem eu.

...

Francesca estava com a cabeça encostada no ombro de Diego enquanto eles esperavam notícias sobre sua filha. O resto do pessoal do Studio já tinham ido embora a algumas horas e eles ainda estavam lá esperando por notícias. Faltava pouco para que eles cochilassem ali mesmo no banco duro, mas nada nem mesmo o sono os impediam de saber da filha.

Já tinha dado onze horas da noite e nenhuma notícia sobre a filha.

–Estava com saudades de você. –Falou Diego abraçando a mulher.

–Não sei como te esqueci. –Riu Francesca. –Eu te amo.

–Eu também te amo. –Diego sorriu dando um selinho em sua esposa.

–Sr. Hernández?

–Sim. –Levantou.

–Sua filha está bem. –Informou o médico. –Vai precisar ficar no hospital por um tempo, mas imagino que a recuperação seja boa, ela é uma menina forte, quer viver.

–Mais forte do que imagina. –Francesca sorriu.

Diego foi abraçar sua mulher que estava parada ao seu lado.

–Podemos vê-la? –Perguntou Francesca.

–Claro.

Os dois foram até o quarto da filha, ela estava dormindo, bom, sedada tecnicamente, mas o casal ficou feliz em vê-la bem. Nada mais podia dar errado.

POV VIOLETTA

Hoje acordei feliz com a notícia de que a Bella está bem, a Fran me ligou e me contou tudo e mais um pouco para me deixar informada, mas disse que a Bella não acordou ainda, bom conversamos tanto que acho que ficamos quase duas horas no telefone. Meu dia passou rápido, levei as crianças na escola, trabalhei, fui no hospital dar uma visitinha para a Bella, afinal fiz tudo o que precisava e quando menos percebi já era de noite e eu estava colocando as crianças na cama. Coloquei todos e no final sobrou a Kaila.

–Pronto. –Falei fechando o livro que tinha acabado de contar a ela. -Boa noite, Kaila. –Cobri-a direitinho e beijei sua testa.

–Boa noite, mamãe. –Ela fechou os olhos. –Te amo. –Ela falou de olhos fechados, mas sem tirar o sorriso dos lábios.

–Também te amo querida. –Sorri.

Acendi seu abajur rosa ao lado da cama e saí do quarto dela indo diretamente para o meu, era minha hora dormir.

Subi andei até meu quarto calmamente, estava cansada, nunca trabalhei tanto na minha vida, tive cliente desde as sete da manhã até as seis e meia da tarde, não parei por nenhum um minutinho e agora o Leon estava no telefone e não pode ficar comigo, ele falou que era urgente então a tarefa de colocar os quatro na cama foi minha, e colocar quatro crianças na cama não é lá a coisa mais fácil do mundo. Quando finalmente cheguei no quarto espiei lá dentro e vi o Leon sentado na ponta da cama com os braços apoiados nas pernas e estava de cabeça baixa e parecia estar chorando um pouco, pelo jeito o que era urgente era sério mesmo. Logo de imediato eu fiquei preocupada com o que poderia ser, a verdade é que milhares de coisas passaram na minha cabeça.

Fui me aproximando dele devagar.

–Leon? –Me aproximei dele. –O que foi, meu amor? –Perguntei ao perceber que ele estava chorando.

–Vilu... Você lembra a viagem que o André fez com a família? –Ele perguntou fungando.

–Sei. -Assenti sentando ao seu lado.

–Ele iria voltar hoje. –Ele continuou.

–Eu sei, mas o que foi Leon, você está me assustando. –Falei ficando preocupada.

–Ele pegou o voo hoje cedo, chegaria hoje atarde, mas... –Ela parou.

–Mas... –Falei já compreendendo a história.

–O avião... ele... não decolou e... caiu logo que começou a voar. –Ele falou chorando um pouco.

–Eu, eu sinto muito... –Falei abraçando-o. –Sei que sempre foram amigos.

O Leon me abraçou com força.

–O enterro será amanhã atarde. –Ele falou triste.

–O pessoal já sabe? –Perguntei abraçando-o.

–Não sei, vou ligar para o Maxi e contar, depois conto a todos. –Ele falou se afastando.

–Depois vamos tomar banho para você se acalmar. –Falei olhando-o triste.

–Tá. –Ele limpou os olhos. –Me espere no banheiro, já vou indo.

–O.k.

POV MAXI

–Maxi! Vem cá!

–Já vou!

Estava na sala quando ouço a Naty me gritando.

Deixei meu Tablet no sofá e subi para o nosso quarto.

–Onde você está? –Perguntei na porta do quarto já que não estava vendo-a.

–No banheiro. –Ela falou.

Fui até o banheiro do quarto e a vi olhando para a pia.

–O que foi? –Perguntei olhando-a da porta.

–Olhe. –Ela falou me chamando.

Aproximei-me dela e olhei para a pia. Vi três testes de gravidez, e os três positivos.

–Sério? –Olhei-a feliz.

–Mais sério impossível. –Ela sorriu me dando um beijo em seguida. –Agora vamos torcer para que seja uma menina!

–É. –Beijei-a.

–Temos que contar para o Bruno. –Ela parou.

–Depois contamos a ele, agora ele está dormindo, e, sei lá, vamos esperar um pouco.

–Pode ser. –Ela me beijou novamente.

–Temos que comemorar. –Falei ainda no beijo.

–Com certeza. –Ela me olhou.

Começamos a nos beijar ferozmente, estávamos indo para o quarto quando meu celular começou a tocar.

–Maxi! –Ela brigou comigo.

–Preciso atender, é o Leon. –Peguei meu celular. –Hey cara! Como está? Mas por quê? Sim, eu sei, ele ia voltar hoje, eu sei, qual problema? Sim... Não... Eu não... Eu não sabia... Não acredito... Isso não podia acontecer. –Me sentei. –Sim... Tá, O.k, até amanhã.

–O que foi? –A Naty perguntou vindo em minha direção.

–Não podemos mais comemorar Naty. –Falei colocando o meu celular no criado-mudo.

–Por quê? Bom, além do motivo do Bruno estar ali do lado, mas nós podemos trancar a porta.

–Não é por isso. –Olhei-a.

–Porque então? Você parece triste? Aconteceu algo com o Leon? A Vilu está bem? As crianças? –Ela perguntou preocupada.

–Eles estão bem. –Afirmei. –O problema não é com eles.

–É com quem então? Para de fazer mistério Maximiliano!

–É com o André. –Respondi.

–O que aconteceu? Ele não ia voltar hoje?

–Ia, ele nunca mais vai voltar. –Falei derramando uma lagrima.

–Não... –A Naty cobriu a boca.

–O avião que ele estava caiu, ele faleceu...

POV NARRADOR

Um céu cinzento, roupas pretas, guarda chuva e três caixões, era assim que estava o clima no cemitério de Buenos Aires.

A garoa rala caia sobre os guarda chuvas pretos molhando a terra e os caixões que estavam sendo enterrados. Todos estavam lá, ninguém havia faltado.

Todos olhavam para os caixões com lagrimas nos olhos, desse dia em diante eles nunca mais veriam o amigo, ele se foi para sempre.

Cada casal estava com um guarda chuva preto, os homens todos de terno e as mulheres com um vestido e um sobretudo pelo frio que o dia fez. As crianças como sempre inquietas, mas quietas do que nunca, o bastante para deixar aquele dia silencioso. Ninguém estava com humor para alguma coisa, todos apenas queriam que tudo aquilo acabasse ou que simplesmente nada disso tivesse acontecido.

Se você olhasse em volta não veria nada além de neblina e frio, um péssimo dia para fazer qualquer coisa. Todos choravam a todo momento, até mesmo os homens.

Violetta estava com seu filho dormindo em seu colo, mas não impedia que as lagrimas caíssem de seus olhos. Ela estava abraçando seu marido tentando acalma-lo um pouco, mas não tinha quem acalma-los, não tinha como alguém ficar bem na situação que eles se encontraram em um sábado que antes iriam festejar a chegada do amigo que nunca mais irão ver...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
*Lembrem de comentar, o braço não cai!