Online OneShort escrita por Lua Lima


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

",0" pode ser lido como virgula zero, zero, zero depois da vrgula ou zero a esquerda.

Boa leitura.



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Sei que estou sendo idiota em insistir e mandar mensagens. Você está online. Talvez olhando para a tela e lendo minhas palavras insistentes enquanto, aqui, do outro lado, encaro a palavra online com todo ódio.

Você já leu, já bloqueou a tela do celular e já voltou a fazer qualquer outra coisa muito mais importante que eu. Me ignorando. Talvez pensando Que patético, implorando minha atenção ou quem sabe Coitado, muito dependente mesmo. E talvez eu seja tudo isso. E talvez eu não seja ninguém.

O quão infantil e pré-adolescentico é depender tanto de alguém que não depende nada de você? Patético, bizarro, vergonhoso e humilhante amor platônico e carência medíocre.

Me martirizo enquanto você, talvez, ria. Ou talvez eu não mereça tanto. Talvez você só estivesse lendo as mensagens de uma pessoa bonita e confiante, amigável.

Me ignorado em minha absoluta inexistência.

Talvez tudo tenha sido só uma ilusão. Como no deserto vê-se o oásis, na solidão via companheirismo. Talvez nem se importe com as mensagens acumu O telefone vibrou do meu lado. Mas não é você. É ,0. Alguém da minha escola. Não importa.

Tento te ligar. 6 toques. 2 vezes para não parecer desesperada.

Chama...

Chama...

Chama...

Chama...

Chama...

Chama...

Desligo.

Meu celular vibra na minha mão. Algumas mensagens de ,0.

Me iludo pensando que talvez você esteja ocupado. Tomando banho. Longe do celular.

Chama...

Chama...

Chama...

Chama...

Chama...

Chama...

Chama...

Cha Desligo.

Mas sei que só deve ter cansado de mim. Releio nossa conversa buscando encontrar algo que disse que te incomodou. O que eu fiz de errado. Mas parece que nã A campainha soa.

Que ódio dá a esperança de ser você que veio me ver. Quis me fazer uma surpresa, por isso não estava respondendo... Mas é claro que não. Parece até possível... Não.

Era só ,0 , minha vizinha que veio me entregar um doce: "Minha avó tem cozinhado esses docinhos e achei que pudesse gostar. Tentei falar com você, mas você não respondeu minhas mensagens e..."

Só quero que ,0 vá embora logo pra que eu possa ficar sozinha pensando em você. "Tudo bem com você? O que vai fazer amanhã?" O telefone da casa toca. Imagine se for você! Imagine se seu celular travou e você não consiga responder mensagens! "Tudo bem, vai atender. Falo com você depois. Tchau".

Mas é só ,0 , minha prima, me convidando pra uma visita, dizendo que está com saudades e quer me contar sobre seu namoro... Tá, tá. Quem sabe? Não. Tchau.

Vou pro meu quarto. Parte ódio, parte tristeza. Choro agarrando a pelúcia que você me deu, talvez por pena. Talvez pra me aliviar quando, você sabia, eu chorasse por você.

Em um masoquismo insistente mando mais mensagens e observo o online aparecer e desaparecer.

MAS QUE ÓDIO! Abafo o grito no travesseiro e soco o colchão. Sou idiota. Tremendamente idiota. Quero jogar meu celular longe e nunca mais te procurar! Mas um fio de esperança fino me faz acredit O telefone vibra. Ha! Finalmente! Meu coração acelera, estou em êxtase! Mas é só ,0 respondendo uma pergunta que fiz a dias.

Não pode ser, as lágrimas escorrem enquanto procuro pelas suas fotos em meu celular ouvindo, ao fundo, aquela música triste que me lembra você. Continuo ali, vendo o online aparecer e desaparecer com o tempo. Por que me torturo tanto?

Então ,0 me grita. Minha mãe me chama pra lanchar.

Largo o celular ali, sofrendo calada a mudez inconsciente do aparelho. A quietude irritante do celular. Que culpado de nada, sofre na raiva sofrida que me amargura.

Vou lanchar...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham se identificado e gostado dessa historinha que criei em um desabafo rápido.
Comentários seriam um ótimo consolo *-*

Há! E obrigada ao meu namorado pela inspiração.

Obrigada por lerem. Beijos.