Apaixonada Por Um Lobisomem escrita por RebOS


Capítulo 28
Marcas e conversas.


Notas iniciais do capítulo

Demorei de novo, mas né :v Desculpa.
E o Sr Scottizinho vai mostrando as garras. Cada vez MAISSSS...
To feliz com o lançamento do album Wild World *aquela cara* E as ideias estão fervulhando em minha mente. Vai ter muita coisa louca.
OK, BOA LEITURA )o)



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 –O QUE?

 Era a manhã do outro dia. Tristan havia visitado a nossa avó, que era uma das velhas mais irritantes que eu tinha conhecido na minha vida. Com a visita ele conseguiu algumas informações e uma delas era que nós tínhamos que pedir ajuda ao nosso irmão idiota.

  –Eu não vou pedir ajuda para aquele cara! Não mesmo! –Gritei. –Prefiro esperar o nosso avô e resolver tudo isso.

 –Rudolph, qual é, ele é o nosso irmão. –Tristan falou. 

 –Ele é o SEU irmão. Eu não considero aquele idiota como parte da minha família. Nem ele, nem Akanta.

 –Você mesmo disse que precisaríamos andar rápido! Pedimos ajuda ao Benjamin, negociamos com os vermelhos e trazemos a Rebecca de volta. Pronto!

 –PRONTO? –Tentei manter a calma respirando fundo. –Você não entendeu a situação? Eles sequestraram a Rebecca e roubaram a merda do Lobosnausin. Você acha que eles querem negociar? Tristan isso é uma GUERRA. 

 –Não tem guerra nenhuma! –Ele protestou. –Nenhuma guerra foi feita desde... –Tristan respirou fundo. –Nenhuma guerra vai ser feita. Ponto final.

 –Eu vou esperar nosso avô voltar e falar com ele.

 –E a sua rapidez, para onde foi?

 –Tristan, a última coisa que eu quero é pedir ajuda ao Benjamin. Se o vovô não nos ajudar, eu mesmo vou naquele acampamento e acabo com a raça deles. 

 –Você não precisa ir falar com o nosso irmão. Eu vou.

 Estreitei os olhos para o Tristan.

 –Fala sério. –Neguei com a cabeça. –Tristan, não me diga que você quer fazer as pazes?

 –Eu não falei isso. –Tristan estava sério. –Não sei se o nosso avô vai voltar, sinceramente.

 –Se ele não voltar, eu faço tudo sozinho.

 –Você ficou maluco? –Ele indagou. –Eles são os Vermelhos, seu idiota. Eles acabam com a sua raça em segundos. 

 –Tristan, eles não querem a Rebecca. –Falei. –Eles querem a mim.

 –Disso eu sei. –Ele concordou. –Você vai fazer o que?

 –Eu preciso de um plano para enganá-los. –Passei a mão no meu cabelo despenteado. –Ou partir para a luta mesmo.

 –Enganar eles? –Tristan negou com a cabeça. –É mais fácil você criar um par de asas.

 –Luta, então?

 –Talvez. –Tristan arqueou as sobrancelhas. –Temos que discutir com as pessoas e falar o que aconteceu.

 –Eles vão nos matar se souberem do lance do Lobosnausin.

 –Sim, eu sei. Eu tava com medo que a vovó desse um tiro de espingarda em mim se eu contasse.

 –Você contou?

 –Claro que não. Eu gosto de viver.

 –Aquela velha gosta de você, ela não ia fazer isso.

 –Mas ela gosta mais do Lobosnausin. –Ele falou sorrindo.

 Impressionante como o Tristan arranja tempo para sorrir num contexto como esse.

 –Você vai falar com o Benjamin? –Perguntei.  

 –Podemos ir sem nos apresentar. –Ele sugeriu.

 –Não é uma má ideia.

 –Depois do almoço?

 –Pode ser. –Concordei. –Espero que ele não nos reconheça.  

 –Não podemos fugir do nosso passado, Rudolph. São os nossos irmãos.

 –Tristan, se toca! Eles não são nossa família. –Falei revoltado. –Nós escolhemos a nossa família.

 –Entendo. –Ele concordou. –Mas, Rudolph, você não pode ter medo de enfrentar seu passado.

 –Eu não tenho medo.

 –Mas parece ter. –Ele virou as costas e caminhou para o seu quarto. –Mais cedo ou mais tarde, você vai ter que falar com ele.

 –Quanto mais tarde, melhor. –Retruquei. 

 –Às vezes eu acho que vocês dois deviam resolver isso como seres normais.  –Ele olhou para mim. –Conversar como pessoas civilizadas, ao invés de se esconderem um do outro.

 –Eu não me escondi. –Neguei.

 –Ok, Rudolph. –Tristan abriu a porta do quarto. –Faça como quiser. A namorada é sua, não é mesmo?

 A conversa finalizou com Tristan batendo a porta do quarto e Sarah abriu a dela com cara sonolenta.

 –Oi. –Cumprimentei.

 Ela revirou os olhos. Estava brava.

 –Ei, Sarah. –Corri até o quarto dela e a impedi de fechar a porta. –Desculpe por ontem.

 –Por que está fazendo isso?

 –Eu estou arrependido, oras. A última coisa que eu preciso agora é uma briga entre amigos.

 –Ok... –Ela estreitou os olhos. –Quer entrar?

 –Não, eu preciso me preparar psicologicamente para falar com meu irmão idiota.

 –Você brigou com o Tristan?

 –Não é ele. Meu outro irmão... Benjamin.

 –Ah. –Ela saiu do quarto e fechou a porta. –O que vai falar com ele? Se não se importa em responder, óbvio.

 –Eu não poderia esconder nada de vocês. –Tentei sorrir. –Eu quero pedir ajuda.

 –O lance da Rebecca?

 –Exato.

 Ficamos em silencio por um tempo, até a Sarah voltar a falar.

 –Que tal dar uma volta? –Ela perguntou sorrindo.

 –Eu não sei... –Respondi. Ela ficaria magoada, obvio, mas seria como zombar da situação da Rebecca para mim. –Eu não estou com muita vontade de dar voltas.

 –É por causa dela, não é? –O sorriso de Sarah desmanchou.

 Não respondi. Era muito óbvio.

 –Rudolph, você precisa esfriar um pouco a cabeça. Nós não vamos “badalar”, é só uma volta. Podemos convidar as meninas e conhecer melhor o acampamento.

 Continuei calado.

 –Rebecca não iria gostar de te ver entrando em uma nova depressão, não é mesmo?

 Olhei para a Sarah.

 –Ok. –Respondi.

 Ela abriu um sorriso. Por um lado eu me sentia culpado por machucar a Sarah e por outro eu me sentia culpado por me divertir sem a Rebecca.

 –Vou me vestir. –Ela correu para o seu quarto e me olhou antes de fechar a porta.

 Suspirei. Era só uma volta, não é mesmo? Não parecia tão ruim.

*****************************************************************************

 *POV REBECCA*

 Era manhã do outro dia e eu estava novamente indo até a sala do Scott. Ele fazia questão de falar comigo pessoalmente, ao invés de mandar um dos seus empregados. Como sempre, eu estava algemada e o Vincent me guiava por aquele prédio complexo e cheio de corredores. Finalmente nós chegamos até o corredor da sala do Scott, eu já estava nervosa só de ver a porta de madeira. A sala do Scott ficava bem no final do corredor e, ao lado da sala dele, havia uma salinha com uma cadeira, alguns enfeites, um sofá de espera e uma mesa com telefones e papéis.

 Sentada atrás da mesa havia uma mulher. Ela era até bonita, tinha um cabelo claro ondulado e olhos vermelhos como brasa. Ela escrevia em algumas folhas de papel e parecia apressada. A mulher usava um vestido preto e bonito. Usava também um colar com uma única pedra azul grande pendurada.

 –Oi, Jenny. –Vincent cumprimentou.

 Ela olhou para ele como se odiasse a sua presença. Fez o mesmo comigo.

 –Oi. –Respondeu séria. –O Sr Scott quer ver essa... Humana?

 Por que tanto nojo, se ela também é humana?

 –Sim, exatamente. –Ele olhou para mim como se dissesse “Boa Sorte”. –Ele quer vê-la.

 –Oh, que interessante. –“Jenny” foi até o telefone, digitou alguns números e esperou ser atendida. –Sr S-Scott?

 O estranho era que dava para ouvir a voz do Scott, mesmo que uma parede nos separasse. Ou a voz dele era muito alta, ou eu estava tendo uns pesadelos na realidade.

 –D-Desculpe incomodá-lo, senhor, mas... –A voz da moça estava bem calma. –A humana está aqui. Vincent disse que você iria recebê-la, então eu posso...

 Pelo visto Scott tinha respondido e desligado o telefone mesmo que ela não tivesse terminado a frase.

 –O Sr Scott vai recebê-la.

 Jenny me guiou para fora da sua sala e bateu na porta do seu patrão.

 –Entre. –A voz do Scott soou de dentro da sala.

 A mulher abriu a porta e deu espaço para que eu passasse. Olhei para o Vincent, que assentiu com a cabeça para que eu entrasse.

 Caminhei com passos lentos. Mesmo estando muito perto do encontro, eu queria retardá-lo o máximo que eu pudesse. No momento que eu estava totalmente dentro da sala, a secretária Jenny bateu a porta atrás de mim.

 Eu estava de lado, então virei para frente, antes que ele mesmo fizesse isso. Quando levantei a cabeça, tomei um susto ao ver que o Scott vinha para perto de mim.

 Ele me puxou pelo braço e me fez sentar na cadeira de frente para sua mesa. Respirei fundo e fechei os olhos enquanto ele me algemava nos braços da cadeira.

 Quando terminou de me torturar, Scott foi até a sua mesa e sentou na sua majestosa cadeira confortável. Mexeu seu café lentamente com uma colher enquanto me encarava. Eu não queria ser uma garotinha em apuros idiota, mas também não queria enfrentá-lo. Scott me dava arrepios.

 Eu tentava encarar os seus olhos vermelhos vibrantes, mas era impossível. O medo tomava conta do meu corpo e eu desviava o olhar. Scott bebeu um gole do seu café e então voltou a observar meus movimentos. 

 –Bom dia. –Ele não piscava os olhos e isso me assustava.

 –Bom dia. –Demorei alguns segundos, mas respondi.

 –Eu... –Ele fez um biquinho enquanto olhava pela sala. –Providenciei várias atividades bacanas para você durante essa semana.

 –Atividades? –Franzi o cenho.

 –Afazeres. –Ele deu um sorriso meio falso. –É uma chance de você ter uma semana bem agitada antes de sair daqui ou... –Ele arqueou as sobrancelhas. –Você sabe.

 Engoli seco.

 –Eu posso saber que tipos de afazeres são esses? –Perguntei.

 Ele virou o rosto rapidamente. Tentei fingir que não estava assustada.

 –A maioria são experiências. –Ele respondeu. –Queremos testar algumas coisinhas que descobrimos.  

 Eu não poderia negar que estava com medo. 

 –Você pode ter algumas mudanças, mas nada que vá comprometer a sua saúde.

 Fiquei calada encarando o Scott.

 –Se você se comportar, talvez consiga terminar a semana viva. E claro, se seu namorado se entregar.

 –O que o Rudolph tem que você tanto quer? –Arrisquei a pergunta.

 Ele sorriu.

 –É o Lobosnausin que você quer? –Perguntei de novo.

 Scott levantou e foi até uma das suas prateleiras e puxou um livro. Jogou encima da mesa fazendo um barulho muito alto. Ele arrastou minha cadeira para mais perto da mesa.

 Não tinha como negar, era o Lobosnausin que eu tinha pegado na casa do Sr Jones e que os garotos estavam tentando levar até o acampamento.  

 –Não, não é o Lobosnausin. –Ele falou, sorrindo. Seu sorriso me assustava, mesmo sendo bonito. –Aposto que o Rudolph não te contou quem ele realmente é.

 –Ele é um lobisomem. –Falei o óbvio. –Isso aí todo mundo já sabe.  

 –Não, não. –Scott negou com a cabeça. –Pelo visto ele não te contou o que ele é. Podemos ver que ele não confia o bastante em você para contar.

 –Tudo o que ele sabe sobre si mesmo, ele contou para mim. –Afirmei.

 –Garota tola. –Scott falou com uma voz calma e assustadora. –Será que você realmente sabe do que o seu namorado é capaz?

 –Eu conheço o Rudolph e...

 –Será que ele te ama o bastante para arriscar a própria vida? –Ele me interrompeu e continuou.

 –Se ele não vier por causa de mim, virá pelo acampamento e pelo Lobosnausin. –Respondi.

 As palavras do Scott machucavam e faziam qualquer um perder as esperanças. Um turbilhão de palavras surgira na minha mente. Cada uma mais cruel que a outra. Eu odiava os pensamentos negativos, mas as duvidas eram cruéis.

 –Será? –Scott me encarou com seus olhos vermelhos.

 –Eu confio no Rudolph. –Respondi o mais firme e confiante que pude. –Você não vai mudar essas palavras. Nunca.

 Scott se aproximou do meu rosto e colocou seus lábios perto da minha orelha esquerda. Dava para sentir sua respiração.

 –É o que vamos ver. –Sua voz continuava calma e ao mesmo tempo assustadora. –Sua vida depende de mim. Vamos ver o quanto você é corajosa, princesa.

 Abri os olhos. Eu queria chorar por estar naquela situação e por toda a raiva que eu sentia pelo Scott. Por toda saudade que eu sentia do Rudolph e dos meus amigos. Por todos os segundos que eu sofria.

 –Enquanto você estiver aqui, será minha e somente minha. –Scott continuou. –Nada vai mudar isso. Nem meu pai, nem o Vincent, nem ninguém. –Ele se afastou da minha orelha e virou a cabeça para olhar meu rosto. –Se você me irritar, vai sofrer ainda mais. Colabore.

 Cerrei os dentes e fechei os olhos. Scott saiu de perto de mim e eu finalmente pude abrir os olhos. Ele estava devolvendo o Lobosnausin ao seu antigo lugar na prateleira. Tentei memorizar o local, mesmo que em vão.

 –Durante a semana eu vou criar várias coisas legais para você fazer. Depois de amanhã é o dia da maior experiência da sua vida. –Ele sentou na sua cadeira. –Eu estou bem empolgado para ver o resultado.

 Eu não, pensei.

 –O que você pretende fazer? –Perguntei.

 –É uma surpresa. –Ele ergueu uma sobrancelha. –Tudo a partir daqui vai ser uma surpresa atrás de outra em sua vida. As pessoas que estão ao seu redor e você nem imagina, são meus aliados.

 –Pessoas ao meu redor? –Indaguei.

 –Sim. –Ele sorriu com ar irônico. –Seus amigos que você tanto ama. Um em especial é uma sementinha que eu plantei. Os outros cederão mais tarde, provavelmente.

 –O que te garante isso?

 –Eu tenho mais poder. –Scott bebeu um gole do seu café. –Eu estou no topo da hierarquia.

 –Se acha tão poderoso, mas perderá para pessoas que você considera fracas.

 Só percebi o quanto eu havia exagerado, quando senti uma pancada nas minhas pernas. Scott havia arremessado sua xícara em mim, que após se chocar na minha perna, quebrou no chão fazendo com que pedacinhos se espalhassem.

 –Eu estou cansado de pessoas inúteis ficarem falando isso. –A cada palavra ele arremessava coisas aleatórias em mim.

 Primeiro a xícara cheia de café ainda um pouco quente nas minhas pernas, depois os livros que estavam encima da mesa nos meus braços e na minha barriga e por bloco de anotações no meu rosto.

 A dor invadiu todo o meu corpo e uma lágrima desceu pelo meu rosto. Uma sequencia de lágrimas escorria pela minha bochecha enquanto o Scott estava na sua cadeira tendo uma crise de raiva com a testa apoiada nas mãos.

 Ouvi barulhos vindos da porta. Eu estava rezando para ser o Vincent.

 –O QUE É? –Scott gritou.

 A porta se abriu. Virei para olhar. Era a Jenny.

 –S-Sr Scott, o Vincent está pedindo para eu levar a humana para ele e...

 –Espere lá fora. –Scott ordenou.

 Jenny abriu a boca, mas desistiu de falar. Apenas foi embora e fechou a porta atrás de si.

 Suspirei.

 Olhei para o Scott.

 Ele ainda estava com a cabeça apoiada nas mãos. Ouvi seu suspiro e vi sue corpo se movendo. Desviei o olhar enquanto ele abria uma gaveta da sua mesa. De lá tirou uma chave.

 Scott levantou e veio em minha direção. Tirou minhas algemas, agarrou meu braço com força e me arrastou até fora da sala. Eu tentava acompanhar seus passos para não cair no chão e ser arrastada com mais força ainda. Ele abriu a porta e eu pude ver que Vincent conversava com Jenny do lado de fora.

 Scott me jogou de lado fazendo com que eu caísse no chão e olhou para sua secretária.

 –Quero a sala limpa em vinte minutos. –Ele saiu nervoso passando a mão nos cabelos sedosos enquanto sumia pelos corredores.  

 Jenny correu até sua sala para chamar algum faxineiro ou algo do tipo para limpar a bagunça. Deu para ouvir os batuques do salto no chão.

 –O que aconteceu lá dentro? –Vincent perguntou enquanto me ajudava a levantar.

 Eu apenas continuei massageando o meu braço e ele entendeu aquilo como uma resposta.

 –Eu tenho que te levar para o meu pequeno laboratório para fazer algumas coisas. –Ele deu alguns passos e pediu para que eu o seguisse.

 Segui as ordens.

 Caminhamos entre diversos corredores até que finalmente chegamos a uma porta branca. Vincent pegou uma chave, girou na maçaneta e a abriu.

 Era mesmo um mini laboratório. Tinha uma mesa com um computador, uma cama, uma bancada branca cheia de coisas científicas com uma pia instalada e uma cadeira de madeira no canto da sala. Em uma parede ao lado da bancada estava outra porta.

 –É ali que eu moro. –Vincent respondeu como se lesse meus pensamentos. –Eu não tenho recursos suficientes para conseguir um chalé então preferi aqui aos dormitórios.

 –Dormitórios? –Perguntei.

 –Sim. –Ele afirmou. –Todo acampamento tem um prédio de dormitórios para lobos “solitários” e os chalés para os lobos com famílias importantes ou grandes. A família Ehrlich, que é a do seu namorado, teve ter direito a dois chalés no acampamento deles.

 –Uau. –Respondi.

 –O avô dele é o Alfa, isso é o mínimo que...

 –O avô do Rudolph é o Alfa? –Indaguei surpresa. –Ok, isso ele não me contou.

 Eu parei no tempo. Como se um flashback da conversa com o Scott passasse pela minha mente.

 –A família dele está há gerações no comando. O sangue do Alfa corre pela família Ehrlich. –Vincent continuou.

 –É por isso que Scott quer o Rudolph, para chegar até o avô. Não é?

 –Eu não entendo os planos do Scott, não faço parte dos planos dele. –Vincent foi até sua bancada e lavou as mãos na pia. –Eu só tiro sangue, faço curativos e coisas do tipo.

 –Mas você deve saber pelo menos uma parte dos planos. Ele é seu patrão.

 –Eu sei que ele quer matar o seu namorado, o avô dele e todo o resto. –Vincent enxugou e aplicou álcool em gel nas mãos. –O Scott não gosta de falar seus planos para ninguém. Nem a Jenny que tem só uma parede dividindo a sala dela com a dele deve saber. Ele é silencioso, calculista e sigiloso.

 –Mas ele não conta nada para ninguém? Nem pros capangas? Nem pro pai?

 –Ele só chama os capangas para falar “Mate fulano amanhã ao meio dia” e fim.

 –E o pai?

 –Eu não faço ideia como o Scott fala com o pai. Ele passa horas naquele escritório, deve fazer um telefonema no meio da madrugada.

 –Mas o pai dele não mora aqui?

 –Não. O pai dele vive fazendo coisas fora do acampamento e vem para cá duas vezes na semana. Inclusive vai chegar de viagem depois de amanhã.

 –Depois de amanhã? Deve querer assistir a “melhor experiência da minha vida”. –Falei com ironia.

 –Que experiência?

 –Uau, você é bem desinformado. –Sentei na cama a pedido do Vincent. –Scott disse que tem uma surpresa para mim.

 –Espero que ele não me peça para fazer parte disso. –Vincent cochichou enquanto preparava algo.

 –O que vai fazer? –Perguntei.

 –Tirar seu sangue. Scott me pediu para fazer isso até as três da tarde.

 –Ainda é de manhã.

 –Eu tenho que fazer seus curativos, tirar seu sangue, analisá-lo e fazer uma parada muito grande. –Ele veio até mim e limpou o meu braço com um algodão com álcool. –Eu posso ser um mísero lobisomem num laboratório ridículo, mas tenho muitas tarefas.

 –Entendi.

 Vincent parou de esfregar o meu braço para observar as marcas que o Scott havia deixado.  Ele ficou alguns segundos em um pequeno transe, até que finalmente pegou a seringa.

 Franzi o cenho.

 –Medo? –Ele perguntou.

 –Um pouco.

 –Não dobre o braço, deixe-o esticado e aguente firme.

 E a agulha penetrou na minha pele.


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Notas finais do capítulo

Antes de falar de qualquer outra coisa: O Scott é louco e por isso ele sai batendo em todo mundo. Eu queria fazer um vilão perverso e descontrolado. Foi isso que saiu.
Espero que tenham gostado do capítulo e não desistam dessa história porque tem muito acontecimento louco por vir. Como sempre:
ABRAÇOS PELUDOS DE UM LOBISOMEM.
HASTA LUEGO.



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