Apaixonada Por Um Lobisomem escrita por RebOS


Capítulo 10
Sangues


Notas iniciais do capítulo

HEEEEEEEEY LOBINHOOOOOOOOS )O) Novo cap aki :v Boa leitura pocês
*erros propositais*



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O morto foi enterrado no meio do mato, como se fosse algo qualquer. Eu não pude ver como era a face do homem, já que o levaram muito adiante de mim. O Nick estava ao meu lado, me acompanhando. Sem mais nem menos, jogaram o corpo dentro da cova feita de terra e cobriram com a terra que haviam tirado para fazer o buraco. Olhei com desgosto para aquela cena. Os capangas saíram e um deles cochichou para o outro: “Pelo menos uma coisa essa desgraça vai servir, de adubo para a terra”.

Eu catei uma pedra no chão pronta para atirar, quando o Nick segurou meu braço.

–É um enterro, vamos respeitar o morto. Sem violência.

Eu larguei a pedra. Outra lágrima desceu de minha face. Nick não entendeu o choro.

–Por que está chorando?

–POR QUE ELA É A CULPADA! –uma voz gritou atrás de mim. O Rudolph.

–Não! Rudolph, não fui eu!

Olhei para trás, o Nick havia sumido. No lugar dele varias pessoas conhecidas estavam ao redor. Amanda, Angel, Eleonora... Todo mundo. Da escola, da rua, da minha família. Todos negavam com a cabeça. Eu olhei ao redor e eles apontavam para mim.

–O que deu em você? Por que fez isso? –uma voz gritou no meio da multidão.

–Mas...

Alguém passou me empurrando em direção à cova, que estava aberta. Era a Sarah que estava dentro da cova chorando no corpo do morto. O morto era o Rudolph.

Meus olhos se arregalaram, enquanto ela chorava passando a mão na ferida ensanguentada da qual a bala havia perfurado.

Suas mãos estavam cheias de sangue e ela abraçava o morto mesmo assim.

–Rudolph, acorda... –lagrimas desciam uma atrás da outra em seus olhos azuis. –Acorda Rudolph... Não me deixe...

Não me deixe? Mas... Como assim?

Ela levantou com os cabelos bagunçados e as mãos cheias de sangue e veio em minha direção.

–Por que fez isso?

–Hã...?

–POR QUE MATOU ELE?

–Eu não matei ninguém!

Minha voz parecia forte, mas eu estava tremendo de medo.

–ELE NÃO TE FEZ NADA!

–Eu também não fiz nada com ele!

–A CULPA É SUA!

–Não!

Todos começaram a apontar para mim, vaiando e gritando.

–Não fui eu, que merda!

Ouço um grasnar de corvos acima de minha cabeça. Olho para cima e tem uma chuva de corvos voando acima de nós. Eles voam para longe e depois voltam na minha direção. Eu arregalo os olhos tentando correr, mas percebo que meus pés estão acorrentados na terra. A chuva de corvos passa por mim, arranhando e bicando meu corpo. Eu consigo me manter em pé, até a maioria dos corvos terem passado pelo meu corpo totalmente machucado.

A chuva de corvos entra na cova do Rudolph, virando uma pasta nojenta preta. O corpo do Rudolph se levanta da cova, com a pasta de corvos grudada na pele. Ele abre os braços e a pasta vira uma asa negra, cheia de pena de corvos. Eu fico boquiaberta, mas ao mesmo tempo morrendo de medo.

Rudolph vira de frente para mim e abre os olhos. Estão completamente brancos.

Eu evito gritar, já que eu não sei para onde ele está olhando.

–Chegou a sua vez. –uma voz grossa e assustadora soa nos meus ouvidos.

–Rudolph, não fui eu. Acredite em mim!

–Eu só pedi uma ajuda, Rebecca.

–Mas...

–Só uma ajuda, Rebecca...

–Eu...

–Rebecca...

–Rudolph, eu...

–REBECCA!

Eu abro os olhos. Meu corpo está totalmente suado e meu coração acelerado.

–Rebecca, está na hora de acordar.

Era minha mãe, estava batendo na porta.

–E-Eu já vou descer.

–Ok, não demore. Estamos com fome.

Eu levantei com preguiça. Ainda bem que foi só um pesadelo.

************

Depois do café da manha, eu levei o Monster para o mesmo gramado que eu fui no primeiro dia que cheguei. Era longe da fazenda tinha flores para ele comer. Levei uma toalha de piquenique, já que gramados machucam as nádegas de qualquer um.

Fiquei um bom tempo apenas olhando meu coelhinho farejar tudo o que havia pela frente. Ouvi passos pela grama e vi quem estava vindo. O Nick.

–Oi. –ele disse sério, sentando-se perto de mim.

–Oi.

–Sobre ontem...

–Não precisa se culpar por nada.

Ele olhou para o céu e voltou a falar.

–Eu não vim falar sobre isso, não quero ver ninguém triste.

Eu o encarei. Agora que está do lado esquerdo do meu corpo, só consigo ver seu olho amarelo.

–Eu tive um sonho horrível... Todos falavam que era culpa minha.

–Você sabe que isso não é verdade. Não fique culpando a si mesma por causa de um sonho.

–Não, eu não me culpo por nada.

–A culpa não foi sua, foi do Sr Jones. Ele quis matar o lobisomem.

–É isso que eu penso. Se o Sr Jones não tivesse colocado essa merda de idéia na cabeça, nada disso teria acontecido.

Ele ficou em silencio.

–Se você não veio falar disso, veio falar de que?

–Sobre o seu conhecimento sobre lobisomens.

Eu olhei para ele e percebi que ele também olhava para mi.

–E-Eu...

–Pode contar, confie em mim.

Eu peguei o Monster no colo e respirei fundo.

–Eu sei que existem espécies, e as principais são a de olhos amarelos e a de olhos vermelhos. Sei que o Lobo-Maior de cada uma dessas espécies, escreveu um livro para falar o que cada lobisomem deve fazer ou não fazer. Os lobisomens de cada espécie tentam roubar o Lobosnausin da espécie rival para saber como derrotá-la... E sei que eles protegem o livro com sua vida.

Nick olhou como se eu soubesse mais do que era para saber.

–Quem te contou isso?

–Meu amigo.

–Ele é um lobisomem?

–Não... Quer dizer, eu não sei, mas acho que não.

–Como ele sabe de tudo isso?

–Pesquisando, como mais ele saberia?

–É muita coisa para uma pessoa saber apenas pesquisando.

–O que você quer dizer com isso?

–Ou ele é um, ou ele conviveu com um.

Eu franzo a testa e nego com a cabeça. Rudolph? Lobisomem?

–E por que você ficou todo estressadinho e interessado do nada?

–Eu?

–Se o Rudolph tem convivência com lobisomens, você também tem.

Ele fica calado, olhando para o mato.

–Eu estou certa?

–...

–Nick?

–Eu... Vou te contar uma coisa.

Uma lágrima desceu do rosto dele. Eu fiquei olhando sem entender nada.

–Os lobisomens, são proibidos de se relacionar com pessoas de outras espécies. Um lobo de olhos amarelos tem que ter sua família com uma humana ou com uma loba de sua espécie. –ele respirou fundo e voltou a falar –Meu pai, tinha olhos amarelos. Ele não achava nenhuma moça de sua espécie digna do seu amor. No meio de uma guerra, ele se apaixonou por minha mãe, que tinha olhos vermelhos.

Agora os olhos de cor diferente estão explicados.

–Eles tiveram a sua noite de amor escondido de todos. Depois de um tempo, descobriram que minha mãe estava grávida, o que foi um escândalo entre as espécies. Meus pais fugiram juntos e foram caçados como animais. Eles conseguiram fugir por tempo o bastante para minha mãe ter o bebê.

–Você?

–Sim. –ele afirmou com a cabeça. –Dez dias depois de eu ter nascido, meus pais foram capturados e eu fui deixado na mão de uma loba que conseguiu me criar escondido de todos.

–O que... Aconteceu com seus pais?

–Foram... –outra lágrima desceu do rosto dele, o que me fez sentir culpada por fazer uma pergunta tão estúpida. –Foram mortos, por quebrarem as regras.

–E como sua irmã nasceu?

–Ela não é minha irmã de verdade. A loba que conseguiu me criar teve um filho com outro lobisomem de olhos vermelhos e ai nasceu minha irmã. Só que descobriram que ela havia ajudado um filho de um amor proibido sobreviver, e também foi capturada. Eu fugi com minha irmã e consegui trabalho aqui.

Agora tudo está explicado.

–Posso te fazer uma pergunta?

–Claro.

–Se você é filho de duas pessoas com sangue de lobisomem, como você não virou um ontem?

–As pessoas com sangue de lobos de espécie diferentes, não viram lobisomens, só tem características. São chamados de Sangues.

–Por que “Sangues”?

–Sei lá, apenas são chamados assim.

–Estão você é um Sangue?

–Sou sim.

–Eu queria tanto ser algo diferente...

–Você pode gostar de ser qualquer coisa, menos um Sangue.

–Por quê?

–Somos perseguidos como forças do mal que nasceram para quebrar todas as regras das espécies.

–Nossa...

–Está na hora do almoço, vamos?

–Vamos, eu vou tentar não sentir raiva da cara do Sr Jones.

–Eu também.

********************

A noite se aproximava muito rapidamente e de acordo com as regras da fazenda: nunca fique do lado de fora a noite. Eu já estava do lado de dentro, brincando com o Monster e o Nick jogava cartas com o Sr Jones em um canto da varanda. Eu estava no andar de baixo.

–Monster, senta.

Uma observação ótima, é que isso não funciona com coelhos. Monster saltitou para dentro de um cômodo, suja porta estava aberta. Eu fui atrás dele, antes que ele soltasse uma trilha de bosta pelo chão.

Abri a porta e entrei. Era uma biblioteca/ escritório do Sr Jones. Uma prateleira de livros de capa grossa e de couro estava ao lado do cômodo e no centro havia uma mesa de escritório com varias coisas encima.

–Monster, sai daí.

Eu me aproximei da mesa e peguei o Monster que estava bem do lado. Quando eu levantei, olhei para o livro aberto encima da mesa. Falava sobre lobisomens.

Olhei para a porta para ver se não tinha ninguém vindo e fechei o livro para ver a capa.

A capa era feita de couro e o livro era cheio de folhas. Não era pequeno, como um livro normal. Era do tamanho de uma capa para Notebook. Em marrom claro e em alto-relevo aparecia o nome do livro em letras cursivas.

Lobosnausin.


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Notas finais do capítulo

EAEWWW *u* Gostaram? Odiaram? Curiosos? POR FAVOR COMENTEM eue
Qualquer erro no cap é só me comunicar e-e
ABRAÇOS PELUDOS DE LOBISOMEM E ATÉ A PROXIMA.



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