A Magia para voar escrita por ZodiacAne


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Mais um belo dia das minhas férias. Estou afastada da metrópole em uma casa de praia. E também estou sozinha!

Resolvi tirar um final de semana para aproveitar a minha própria companhia. Resolvi usar esse tempo para relaxar, aproveitar a praia, colocar as ideias no lugar e escrever. Escrever uma história que inventei quando era criança e cuja passava horas e mais horas brincando. E acabava levando meu irmão a participar também.

Escolhi a tarde de sábado para pegar uma caneta e um caderno, que trouxe em minha mala, e me sentar na varanda para finalmente dar vida àqueles personagens que fazia questão de ser. Ajeitei-me numa cadeira próxima a parede, apoiei o caderno em meu colo e permiti a ligação entre minha mente e o papel. Apenas deixando a caneta deslizar pela folha e começar o desenho das letras.

Coloquei, primeiramente, o título: A magia para voar.

Em seguida, iniciei a história...

***

Era mais uma tarde numa rua do subúrbio. Estava muito calor e as crianças corriam e brincavam, inclusive Ana e Elis.

Os dois irmãos raramente faziam isso, pois a mãe não lhes permitia. Ela resolveu abrir uma exceção, já que era sexta-feira. As crianças aproveitaram e queimaram a energia que tinham e até a que não tinham. Ao voltarem para casa, tomaram um banho, jantaram e foram direto para a cama.

Algumas horas se passaram e os irmãos ouviram uma voz chamando-os. Abriram os olhos e viram uma fada. Ela tinha asas, uma varinha e usava uma longa veste branca.

-Uma fada? - Ana e Elis perguntaram

A fada respondeu:

-Isso mesmo, crianças.

-E o que faz aqui?

-Preciso da ajuda de vocês. Vamos! Explico-lhes no caminho.

As crianças se levantaram e seguiram a fada até a janela, que foi aberta por ela.

-Espera aí! - disse Ana, a mais velha – Como a gente vai?

-Voando, criança.

-Sem asas?

-Não é só com asas que se voa, irmã. - completou Elis

-Seu irmão está certo. É até bem simples: Basta acreditar que é possível!

A menina se conformou. Porém, outra questão formou-se:

-E a mamãe? Ela vai ver que não estamos no quarto.

-Não se preocupe. - a fada estalou os dedos – Ela vai dormir a noite toda.

Então, a Fada, Ana e Elis saíram pela janela e estavam voando pelo céu noturno. Os irmãos adoraram ver todas as casa de cima,era muito diferente.

A cada minuto eles se distanciavam mais e o lugar onde moravam aparentava ser um formigueiro. Mais alto e mais alto, alcançando as nuvens e passeando por elas. Havia uma enorme, com um castelo em cima e era para lá que eles se dirigiam. Poucos minutos depois, eles aterrissaram na borda fofa dela.

Seguiram o resto do caminho a pé,andando pelo chão de vidro e avistando três pessoas mais adiante. Elas eram um rei, uma rainha e uma princesa e pareciam estar a espera da fada.

-Majestades. Alteza. Perdoem a minha demora.

-E conseguiu a nossa ajuda, Fada Branca? - indagou a princesa, nervosa

-Sim, encontrei. - fez um sinal às crianças – Estes são Ana e Elis.

Imediatamente, eles se curvaram perante as realezas.

-É um prazer, crianças! - falou a rainha

O Rei apertou as mãos de ambos e a Princesa beijou-lhe os rostos.

-Majestades, para que precisam de nós? - perguntou a mais velha

-Entremos para tomar um chá e falemos sobre isso.

Então seguiram os anfitriões até a sala de jantar daquele enorme castelo, sentaram-se a mesa já posta e começaram a conversar.

-Crianças, eu serei direto. Preciso que resgatem uma pessoa. - falou o Rei

-O meu príncipe! - gritou a jovem princesa

-Ele está perdido? - indagou Elis

-Está mais para preso. Ele foi buscar um tesouro e não voltou.

-Temos certeza que foi o Feiticeiro Negro quem o capturou.

-Como assim? - questionou a menina

-Fada Branca, a minha filha não se sente bem ouvindo esta história, pode contar para eles lá fora?

-Sim, rainha.

Ana e Elis foram levados até o jardim, que era muito bonito, tinham árvores, arbustos e flores. Os três se sentaram em bancos, um a frente do outro e a Fada contou tudo o que acontecera com o Príncipe.

Ele e a Princesa iriam se casar, estavam na correria dos preparativos. Contudo, o presente que ele daria a Princesa, o chamado tesouro, foi roubado. Ele sabia quem fora, o tal Feiticeiro Negro, e foi atrás dele em seu covil. E acabou caindo em uma das armadilhas e foi capturado. Muitos tentaram resgatá-lo, mas acabaram sucumbindo aos desafio do trajeto até o covil.

A família estava desesperada, até que recebeu um sinal. A Princesa sonhara que duas crianças, um menino e uma menina, salvavam seu amado. Foi a Fada quem mexeu sua varinha para que pudessem ver quem eram. E eles foram as crianças vistas.

-Nós? - surpreendeu-se a menina

-Sim! Por isso trouxe-lhes aqui.

-E querem ajuda? - perguntou o menino

-Exatamente!

Um breve silêncio se fez. Logo a Fada falou:

-Mas, não estamos obrigando vocês a irem. Só se quiserem mesmo ajudar.

Em seguida, os três retornaram para o palácio. O Rei e a Rainha os esperavam em seus tronos.

-Majestades. - disseram se curvando

-A Fada Branca deve ter dito a vocês o que aconteceu. - disse o Rei com sua voz potente – Quero saber, vocês resgatarão o Príncipe?

Os irmãos nem pensaram nisso, mas apenas uma troca de olhares bastou para saberem da resposta.

-Sim, Majestade. - falaram juntos

-Fada! - chamou a Rainha – Leve as crianças para trocar de roupa e depois a sala das armas.

Os irmãos foram vestido com uma calça preta, uma blusa branca, botas e luvas pretas.

Na sala de armas, eles foram equipados com armaduras leves e fortes, que cobriam partes vitais do corpo, além dos braços e pernas. E as armas? Bem, eles teriam que descobrir qual era a que seu poder escolheria.

A Fada mostrou todas as armas posicionadas na parede da sala.

-Escolham uma e vejam se ela funciona com vocês.

Elis foi primeiro. Pegou um escudo e uma espada. Ensaiou alguns golpes. A Fada e Ana aplaudiram. Ana foi depois, olhou e olhou, um cajado com uma pedra vermelha em cima. Pegou e imediatamente a pedra brilhou bem forte.

-Isso é ótimo! Uma maga e um espadachim. - comemorou a Fada

E a Fada colocou uma capa com capuz em ambos e eles partiram para o destino com a moça das vestes brancas. Demoraram um pouco para chegar a um bosque, bem fechado e escuro. Antes de entrarem, a Fada Branca falou com eles:

-Esta floresta tem diversas armadilhas e perigos, tomem cuidado. E no final tem uma clareira, onde é o covil do Feiticeiro Negro. A porta é guardada por um gênio e ele vai lhe dar um desafio para passar. Vocês devem ser bem específicos e claros com o que querem. Não deem brecha para ele enganá-los. Boa sorte, crianças!

-Obrigada, Dona Fada.

-Obrigado, Fada.

Os irmãos respiraram fundo, deram as mãos e entraram.

Os bosque era muito escuro, então a menina acendeu seu cajado, a fim de iluminar o caminho. Não foi muito difícil atravessar, apenas ficaram presos em alguns galhos ou armadilhas, ajudaram-se mutuamente a sair.

Finalmente avistaram a clareira e no fim dela uma porta. Andaram pela clareira e se assustaram com uma fumaça verde que surgiu e depois o Gênio lhes deram boas vindas:

-Olá, pequenas crianças. O que os traz aqui?

-Viemos resgatar o Príncipe.

-Só se passarem por mim e por meu mestre. - e riu

Ana e Elis deram um passo para trás e ficaram a espreita.

-Calma! Não vou atacá-los e nem lutar. É um desafio!

-E qual é seu desafio? - questionou Ana

-Vocês tem três desejos e dois objetivos: Pegar a chave da porta e passar por mim. E.. serão três desejos para os dois – ele cruzou os braços - Está valendo!

Elis se precipitou.

-Desejo ter o poder de atravessar objetos e qualquer outra coisa.

-Desejo concedido!

-Droga, Elis! - reclamou a irmão – Não assim sem pensar.

Elis avançou e atravessou o Gênio, porém deu de cara na porta e foi ricocheteado de volta. O gênio deu uma gargalhada e comentou:

-Esta porta é mágica, garoto. Dois desejos!

Ana imediatamente repreendeu o irmão e mandou ele não falar mais nada. Ele gastara um desejo e só tinham mais dois e duas coisas a se cumprir. Ana teria que ser bem inteligente e esperta para conseguir.

As palavras da Fada vieram a cabeça: “Vocês devem ser bem específicos... Não deem brecha para ele enganá-los.”

“Específica e sem brechas.”, pensou.

-Gênio, - tomou coragem – eu desejo ter chave da porta que você protege e está atrás de você.

O Gênio estalou os dedos e a chave surgiu e caiu nas mãos dela.

-Muito bem! - riu o Gênio – Agora precisa me tirar do caminho.

Ana ficou um tempo pensando. Este era o verdadeiro desafio: tirar o Gênio do caminho.

“Espera! Gênios têm lâmpadas.”, surgiu em sua cabeça.

Ela vasculhou ao redor com os olhos e viu atrás de um pequeno arbusto, vinha uma luz dourada. Ela andou até lá e pegou a lâmpada.

-Irmã? - chamou Elis, que observava apenas.

O Gênio arregalou os olhos.

-Gênio, desejo que você retorne para dentro de sua lâmpada agora e só saia quando eu esfregá-la.

-Desejo concedido. Parabéns! E boa sorte contra meu mestre.

A fumaça verde apareceu novamente e sugou o Gênio para a lâmpada. Ana guardou-a.

-Vamos, Elis.

A garota colocou a chave, virou-a e destrancou a porta. Entraram e o Feiticeiro falava com o Príncipe, que estava enjaulado.

-Ora, ninguém virá salvá-la. Até agora ninguém atravessou a porta além de você.

-Feiticeiro! - a voz das crianças ecoou

-Acho que se enganou! - brincou o Príncipe

O Feiticeiro Negro imediatamente se dirigiu as crianças e indagou:

-O que fazem aqui, crianças?

-Viemos salvar o Príncipe.

-Só passando por mim.

O Feiticeiro começou a atacar as crianças com seus poderes mágicos, jogando diversas bolas de elementos diferentes.

-Elis, distraia ele enquanto eu liberto o Príncipe.

-Tudo bem.

O menino avançou e desferiu golpes contra o Feiticeiro. Ana foi rápida e lançou uma magia que derreteu a tranca da jaula, libertando o Príncipe.

A distração de Elis não durou muito, ele foi arremessado e depois a irmã foi atingida.

-O que meras crianças podem fazer contra mim! Sou um Feiticeiro muito mais poderoso que vocês.

O Príncipe se levantou, tentou atacar, mas foi inútil. Foi jogado na parede.

-Ora, parece que ganhei mais dois prisioneiros. É impossível me derrotar! - E começou a rir, maleficamente.

Ana se levantou, tomando força por palavras ditas mais cedo pela Fada Branca. Ela as repetiu:

-Não é impossível! Na verdade, é bem simples: Basta acreditar que é possível!

Ana esticou o braço e a pedra do cajado brilhou. Dela saiu um raio, que foi diretamente no Feiticeiro Negro, ferindo-o mortalmente. Seu corpo caiu no chão e a menina se ajoelhou.

O Príncipe correu em socorro do menino, ainda caído. Elis estava bem. Pegou o garoto e o levou para perto de Ana.

-Vocês está bem? Quem mandou virem até aqui? Olha o tamanho de vocês dois.

-Estou bem. O Rei nos mandou aqui, para te resgatar.

-Ele é louco! Duas crianças.

Elis finalmente acordou e o Príncipe pegou o seu tesouro de volta.

Os três ficaram ali se olhando por um tempo, não tinham forças para sair como vieram. Ana lembrou do Gênio. Pegou a lâmpada e esfregou-a. O gênio saiu e sentiu triste, ao ver seu mestre morto, e feliz, por finalmente estar livre. Ele disse:

-Desejo concedido!

-Gênio!

-Ah, diga, minha nova mestra. Você tem três desejos.

-Desejo que leve a mim, meu irmão e o príncipe de volta ao reino dos céus.

-Seu desejo é uma ordem.

Um tapete mágico apareceu e o gênio os conduziu de volta ao reino.

No caminho, Ana perguntou o motivo do gênio ter tido “Desejo concedido!” ao ver o corpo do Feiticeiro. Ele respondeu:

-O terceiro desejo dele foi que protegesse a entrada de seu covil com aquele desafio até o dia que ele morresse.

Quando chegaram ao castelo, foi uma grande alegria. A Princesa e o Príncipe se beijaram apaixonadamente.

-Obrigada, Ana e Elis, por trazerem meu amado de volta.

-Agradeço também, crianças. - falou o Príncipe, sorrindo

O Rei e a Rainha abraçaram os dois pequenos. A Fada também os parabenizou.

-Podemos nos casar agora? - indagou o Príncipe

-Só podem amanhã, teremos que arrumar o palácio.

-Isso não é problema. - falou Ana – Gênio!

-Sim, Mestra!

-Eu desejo uma festa de casamento para o Príncipe e a Princesa.

-Seu desejo é uma ordem!

Com um estalar de dedos, eles foram parar no saguão do castelo. Todo o reino estava lá e ficaram felizes pelo Príncipe ter voltado e já estavam vestidos para a ocasião.

A Princesa entrou, deslumbrante. O Príncipe deixou uma lágrima correr. O próprio Rei realizou o casamento. Depois do “Pode beijar a noiva!”, o Príncipe finalmente deu o seu presente de casamento a sua amada. Era um belo colar!

Em seguida, o Rei chamou os dois irmãos e começou a discursar:

-Graças as estas duas crianças, o Príncipe está bem e a salvo. E estamos livres do Feiticeiro Negro.

-Ana e Elis. - completou a Rainha

Muitos e muitos aplausos.

Depois veio a festa, que durou algumas horas. As crianças perderam a noção do tempo, foi a Fada Branca que lhes lembrou.

-Crianças, hora de voltarem para casa.

-É mesmo! - falou Elis

Eles se despediram da realeza. Caminharam para a borda da nuvem e iriam partir. Mas Ana esquecera uma coisa. Esfregou a lâmpada.

-Diga, mestra. Qual seu último desejo?

-A sua liberdade. Desejo que seja livre.

A lâmpada e a fumaça verde desapareceram e o Gênio pousou no chão.

-Obrigado, menina!

Então Ana e Elis abraçaram o Gênio.

-Adeus.

Então a Fada e as crianças retornaram àquela casinha no subúrbio. No quarto, a Fada falou:

-Obrigada, crianças, por tudo o que fizeram pelo reino. Seremos eternamente gratos.

Eles deram um abraço apertado na Fada Branca.

-Para cama agora!

Antes de sair, deu uma última olhada nas crianças... E partiu!

Ela jamais se esqueceria delas. Da mesma forma que Ana e Elis sempre se lembrariam daquela aventura.

***

Dei o último ponto com um certo pesar e alegria. Eu me senti criança de novo e fiquei com vontade de encenar a história de novo.

De repente começou a chover. Corri para dentro! Liguei a televisão e comecei a assistir algo. Porém, a história que terminara de escrever não saia da minha cabeça.

Eu sou igual aos personagens: Jamais me esquecerei desta aventura.


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Notas finais do capítulo

Fiquem vontade para comentar.
E perdoem-me qualquer erro!



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