Auror Potter e o Mestre dos Disfarçes escrita por Leandro Zapata


Capítulo 3
A Prisão de Azkaban


Notas iniciais do capítulo

Hey there, Azkaban prisioners

Hoje é dia de Auror Potter! As coisas estão começando a esquentar depois do estopim da primeira semana!!
Se preparem!!
Boa leitura e depois me contam o que acham.



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Luna trocava passos rápidos atrás de Harry, que saía apressado da cena do crime trouxa. As palavras escritas na parede mexeram com bruxo, afinal durante dezessete anos de sua vida ele fora uma Horcrux do bruxo das trevas e, durante todos seus anos em Hogwarts, ele enfrentara e quase morrera diversas vezes pela mão de Voldemort. Se realmente o que estava na parede era verdade, Harry, mais do que qualquer outro, tinha que encontrá-lo. Draco não havia saído da casa.

– Harry. Devagar. Aonde você vai? - Luna tentava chamar sua atenção.

– Para Azkaban. - Ele disse sem diminuir a velocidade ou olhar para a moça de cabelos cinzentos.

– Por quê?

Ele não respondeu.

Luna acelerou o passo para passá-lo. Parou de frente a ele, impedindo-o de andar.

– Auror Harry Potter. - Disse em tom autoritário. - Como secretária do Ministro da Magia e sua superior, exijo que me diga qual sua intenção de ir a Azkaban.

– Você notou a grande quantidade de papéis de chocolates naquela casa? Nenhum trouxa em sã consciência comeria aquela quantidade! E pior ainda, deixaria papéis espalhados em todo lugar. Só há uma explicação: Dementadores. E se eles realmente saíram de Azkaban, é para lá que devo ir.

– Nenhum Dementador está fora da prisão. Isso é impossível sem o consentimento do Ministério.

– Não me venha com essa ladainha! Já ouvimos essa história antes, e você se lembra no que deu.

– Dessa vez é diferente. O Ministro não está mais tentando manter as aparências e...

– Cale a boca. Você está começando a falar como eles antigamente. Você se esqueceu de tudo que passamos?

Luna não disse nada, apenas passou a fitar o chão. Não podia olhar nos olhos verdes do amigo. Harry passou por ela, esbarrando propositalmente em seu ombro. A mulher decidiu não segui-lo nem mesmo ir a Azkaban com ele, porém, ao mesmo tempo, não podia mandá-lo sozinho para lá.

– Harry! - Chamou-o em voz alta. - Você não pode ir sozinho.

– Desculpe, mas não quero companhia.

– Ele estará esperando por você em Azkaban. - Luna aparatou de volta ao Ministério.

Harry ignorou-a e aparatou até sua casa. Entrou apressado e explicou rapidamente a Gina a situação e a viagem repentina à Azkaban. Ela protestou, disse que ele não podia ir sozinho, por que dezenas dos presos que estavam lá foram capturados por ele nos anos como Auror, ou mesmo durante a guerra contra Voldemort. Gina argumentou então dizendo que iria com ele, porém Harry disse que ela precisava ficar em casa e cuidar de Lilian. A ruiva desistiu, e apenas mandou-lhe tomar cuidado.

Por se tratar de uma prisão, era proibido aparatar dentro e nos arredores dela, então a melhor opção para Harry era ir voando. E não havia vassoura melhor que a sua velha Firebolt dada por seu falecido padrinho, Sirius Black. Apesar de outras dezenas de melhoradas vassouras terem sido lançadas, nenhuma voava tão bem quanto a Firebolt de Harry; ela não era a mais rápida, mas era a mais suave e precisa no voo. Ele já estava acostumado a voar nela, parecia até que os dois eram apenas um.

Tirou-a do armário. Estava um pouco empoeirada, mas nada que um pano não resolveria.

– Papai. - Lilian disse. - Posso voar na sua vassoura hoje?

– Desculpe-me, querida. Hoje o papai vai precisar dela.

A garota saiu triste, porém compreendeu. Harry levou a Firebolt até a cozinha, onde o elfo doméstico Monstro limpava reclamando de tudo como sempre.

– Monstro, será que pode limpar minha Firebolt?

– Os Mestres Black nunca pediram a Monstro para limpar suas vassouras. - O elfo reclamou. - Monstro não limpa vassouras.

Porém ele tomou a vassoura das mãos de Harry e cinco minutos depois ele devolveu-a brilhando. Parecia nova, como no dia que a ganhou anos atrás.

– Obrigado. - O Auror disse.

– Monstro não recebe agradecimentos.

Harry saiu da casa ainda rindo do velho elfo, que apesar de sempre reclamar, fazia tudo que lhe era ordenado. Montou na vassoura e olhou para o céu. Fazia anos que não voava fora do mini-cooper. Sorriu de excitação. Com um pequeno impulso, ele voou.

Ele não notou que, parado do outro lado da rua escondido nas sombras, havia um homem usando uma máscara redonda e lisa cobrindo todo seu rosto, com apenas um buraco deixava seu olho esquerdo - que era negro como a noite - a mostra.

A sensação de voar; de sentir o vento no rosto lutando bravamente para jogar-te da vassoura e você atritando com o ar para manter-se montado e, ao mesmo tempo, para ir mais rápido e mais longe! Harry adorara essa sensação desde a primeira vez que voara no seu primeiro ano em Hogwarts, quando Draco Malfoy lançara o lembrador de Neville e Harry, com onze anos na época, voara para pegá-lo. Esperava ter sido expulso por aquela ação, mas pelo contrário, fora escolhido como Apanhador do time de Quadribol de sua casa, Gryffindor.

Algumas horas depois ele avistou a prisão de Azkaban. Uma torre imensa e quadrada de pedra sem nenhuma janela e apenas uma porta de entrada e saída. Havia diversos feitiços que protegiam o local tanto de uma possível fuga ou de um ataque externo. E Harry, ao se tornar Auror, colocou ainda mais feitiços ali. Se seu padrinho Sirius fora capaz de fugir, alguém mais seria.

Ao conquistar sua posição, Harry investigou todas as fichas de todos os prisioneiros ali e reanalisou caso a caso, a fim de que nenhum bruxo inocente fosse preso novamente - como Sirius ou Hagrid, que passou alguns meses trancados naquela prisão.

A primeira coisa que o herói notou foi a ausência dos Dementadores. Sempre havia pelo menos dois deles voando pelo perímetro. Parte dele ficou grato, pois ele ainda tinha um medo absurdo das tais criaturas, porém aquele não era um bom sinal. Se eles não estavam ali, significava que algo havia acontecido.

Ele pousou a beira da porta, onde um homem com uma criança o esperava.

– Tem coragem de trazer uma criança para esta ilha? - Harry perguntou; a raiva começava a borbulhar dentro dele.

O homem virou-se, revelando um rosto jovial e experiente ao mesmo tempo. Ele tinha olhos azuis acinzentados, mas não bondosos como os de Luna, os seus pareciam mais tempestades de verão. Seus cabelos eram branco-acinzentados, não desbotados, e bastante compridos. Ele lembrava um pouco Lucius Malfoy, mas ele não tinha uma cara de desdém ou superioridade, e o cabelo não estava cheio de gel e penteado para trás como os do antigo Comensal da Morte, estavam soltos e balançavam com o vento. O garoto tinha as mesmas características; eram pai e filho.

– Não nos subestime, senhor Potter. Ele pode ser apenas uma criança, mas ainda assim é um...

Antes que pudesse terminar a frase, um bruxo guarda da prisão cambaleou na direção deles. Ele estava ensanguentado e machucado. A vida mal se prendia aos seus olhos. Harry correu e o amparou-o.

– Eles todos fugiram... Aquela magia não era... Bruxa.

E morreu. Ele não entendeu o que ele quis dizer com “aquela magia que não era bruxa”, todavia “eles todos fugiram” só podia significar que a prisão de Azkaban estava totalmente vazia.

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O Nôltibus Andante parou diante de um bar chinfrim em uma rua. Se Lalau não tivesse apontado, Ted nunca o teria visto. Uma placa caindo aos pedaços dizia O Caldeirão Furado. Ele achou o nome um tanto estranho. Ele notou que as pessoas pareciam não notar o bar, era como se ele não existisse. As pessoas entravam e saiam da livraria de um lado, e de uma Starbucks do outro. O Caldeirão Furado parecia ser visível apenas para ele e Lalau.

Era um lugar escuro e quase sem movimento. Havia umas velhas tomando xerez em um canto, uma delas fumava um longo cachimbo. Um homenzinho de cartola conversava com o garçom.

– Lalau, meu jovem, o de sempre? - O barman, perguntou.

– Não, Tom. Hoje estou com uma missão especial.

Tom finalmente notou o menino. - E quem é essa criança?

– Este é Edward Lupin. - Ted não notou Lalau piscando para Tom.

– Eu não acredito! Edward Remo Lupin! - Ele esticou a mão suja para ele; Ted cumprimentou-o de bom grado. - Seu pai foi um grande homem! Um herói! Sinta-se orgulhoso!

Ted se sentiu melhor. Era bom saber que seu pai tinha feito coisas boas, que “Lupin” era um bom nome para se carregar.

– Vamos, antes que você seja assediado por outros frequentadores desse bar. - Ted, então, sentiu uma coisa que ele nunca havia sentido antes: orgulho.

Sim, ele era órfão. Sim, ele se sentia sozinho. E sim, ele era filho de um herói. Ele sentiu-se feliz.

Eles passaram pelo bar e saíram em um pátio pequeno murado, onde não havia nada além de uma lata de lixo e um pequeno arbusto em um canto. Lalau contou os tijolos a partir da lata de lixo. O motorista sacou a varinha e bateu três vezes em um dos tijolos. O tijolo tremeu e torceu-se até desaparecer, deixando no lugar um buraquinho, que cresceu rapidamente até tornar-se um arco que dava em uma rua de pedras irregulares que serpeava e sumia de vista.

– Já esteve alguma vez no Beco Diagonal, Ted? Posso te chamar assim, né?

– Pode. - Ted fitava a rua diante dele. - Nunca estive aqui.

– Pois bem, vamos. O que quero te mostrar é algo completamente único.

Eles entraram no Beco Diagonal. Ted olhou rapidamente para trás e viu que a parede se fechara mais uma vez. A loja mais próxima era uma de caldeirões. Um letreiro dizia: “Caldeirões - Todos os Tamanhos - Cobre, Latão, Estanho e Prata.” Ted olhava para todos os lados, tentado captar o máximo de visões possíveis. Apesar de estar praticamente vazio, algumas lojas ainda funcionavam; bares principalmente. Notou uma loja cujo nome era "Empório de Corujas". Conseguiu ver em meio à escuridão da loja uma coruja de pelo branco com alguns detalhes em marrom claro. Se ele fosse precisar de uma coruja, aquela seria a escolhida, pois a achou muito bonita.

Seguiram a rua até passar pelo Gringotes, o banco dos bruxos administrado por duendes. Ted nunca tinha visto um, mas os imaginava parecidos com os elfos domésticos. Foi nesse momento que o menino se arrependera de sua empreitada.

Eles seguiram por uma rua sombria, que descia por um beco tão escuro que Lalau teve de usar o feitiço Lumus para iluminar o caminho. A Travessa do Tranco estava completamente vazia. Eles pararam diante de uma loja que estava fechada. A placa de identificação dizia Borgin & Burkes. Ted não gostou muito da ideia de estar ali com um estranho, e apenas agora ele percebera o quão estupida foi sua decisão.

– Mas a loja está fechada. - O menino estranhou.

– Sim, mas não se preocupe. O dono dela é meu amigo. - Essa informação deixou-o ainda mais desconfortável.

Lalau bateu três vezes no vidro da porta; esperou um momento, e bateu mais duas vezes. Cerca de cinco minutos depois um rapaz atendeu a porta. Devia ter uns vinte e poucos anos, era baixinho e com o cabelo emaranhado.

– Lalau? O que está fazendo aqui? - Ele estranhou.

– Magnus, desculpe-me incomodá-lo a esta hora da noite, mas preciso cobrar-lhe aquele favor. - Lalau disse.

– Claro, entre. Saia desse frio.

Lalau e Ted seguiram o jovem pela loja até sentarem-se em um sofá diante de uma lareira. Durante o caminho, Ted viu as maiores estranhezas do mundo mágico. Viu uma mão murcha sobre uma almofada, um olho de vidro e um baralho manchado de sangue.

Magnus acendeu a lareira com um feitiço Inflammare, diminuindo o frio e o medo que o garoto sentia. O dono da loja saiu e voltou minutos depois com um bule de chá fumegante e três xícaras. Serviu-os com habilidade, como se o fizesse por anos.

– Então, como posso ajudá-lo, Lalau?

– Eu acredito que você tenha o Espelho de Ojesed, não?

– Talvez. Meu pai comprou muitas coisas de Hogwarts após a Guerra de Voldemort. - Magnus Burke era filho de Caractacus Burke, fundador da loja. - Mas para que precisa?

– Esse garoto precisa... bem, olhar seu maior desejo.

Magnus levantou-se e fez um gesto para que o seguisse. Eles voltam ao salão principal da loja, onde o vendedor retirou uma manta cinza de cima de um espelho velho, meio sujo e surrado, de bordas de ouro.

– Esse espelho é capaz de mostrar seu maior desejo, Ted. Apenas observe-o.

Os dois se afastaram, e deixaram Ted diante do espelho. Nada aconteceu a princípio, até que finalmente uma imagem surgiu. Um casal surgira atrás deles. O homem tinha a aparência doentia e a mulher tinha os cabelos em um tom de rosa. Reconheceu-os de uma foto dada por Harry.

Remo Lupin e Ninfadora Tonks olhavam para seu filho. As lágrimas, pela primeira vez na vida de Ted, marejaram em seus olhos. Queria chorar, mas não sabia se de alegria ou tristeza. Queria poder abraçá-los, sentir o amor dos dois. Mas era impossível. Estavam mortos.

Os lábios de Remo mexeram-se, em seguida os de Ninfadora. Em seguida, a imagem desapareceu.

– Não! Deixe-me vê-los mais uma vez!

– Desculpe - Magnus disse se aproximando -, mas a magia do espelho está muito fraca.

– Eu queria vê-los só mais uma vez... - O desejo da criança pairou no ar entre os dois adultos, que não sabiam o que dizer. O menino então chorou até soluçar.

A imagem dos pais dele permaneceu na mente de Ted durante muitos anos. Ele desejou do fundo do coração saber o que seus pais disseram através daquele espelho. Ted sabia que fora apenas uma ilusão, mas não importava. Aquele espelho era a única forma dele ver os pais novamente.

Durante os anos seguintes, o menino estudou a origem e os feitiços que compreende o Espelho de Ojesed. Queria reforçar a magia que existia nele para poder ver os pais. Ele sabia como. A segunda coisa que ele estudou foi leitura labial, pois assim, quando voltasse a Borgin & Burkes e seus pais lhe falassem através do espelho, ele saberia o que dizer.

No presente, entrando no Nôltibus, Ted cumprimentou o velho amigo: - E ai, Stanislau.

– Sabe que não gosto do meu nome inteiro, Ted.

– Eu também não, mas você insiste em me chamar de Edward.

Touché. - Ele sorriu. - Para onde vamos hoje?

Ted abriu um sorriso de orelha a orelha. - Eu finalmente consegui o último Galeão, Lalau. Tenho todo o dinheiro. - Ele tirou um saco de pano de um dos bolsos. - Vamos para O Caldeirão Furado.

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Harry deitou o corpo inerte do guarda no chão. Olhou para o homem de cabelos acinzentados. Ele não tinha sentimento algum nos olhos, como se estivesse acostumado com a morte de bruxos e não mais importava que vidas fossem desperdiçadas. Harry sentiu raiva daquele homem que mal conhecia, mas sabia muito bem quem era.

– Devemos entrar e ver o que aconteceu. - O homem disse.

– Não fale comigo como se pudesse me dar ordens. - Harry retrucou.

– Eu posso te dar ordens, senhor Potter. Como Auror Internacional, eu tenho todo o direito como seu superior... Não de as costas para mim! - Vociferou.

Harry havia deixando o homem sozinho e entrado na prisão. Diferente das prisões dos trouxas, Azkaban não tinha janelas ou pátio ou qualquer área aberta em que os presos pudessem ver a luz do dia. Passando pela porta da frente, os três, Harry, o homem e seu filho, estavam dentro de uma pequena sala, onde havia apenas uma mesa, que servia de escritório para os guardas bruxos recém-colocados ali, a fim de conter qualquer nova rebelião dos Dementadores - as criaturas, durante a guerra contra Voldemort, juntaram-se ao lorde das trevas. O Ministro eleito decidiu mantê-los em Azkaban, pois, mesmo tendo traído o Ministério, eles ainda eram ótimos guardas.

– Como você ousa deixar-me falando sozinho?! - O homem implicou.

– Cale a boca. - Harry disse. - Tenho mais coisas a me preocupar do que você.

– Você sabe quem eu sou, rapaz?

– Sim, sei quem você é. E não me importo nem um pouco o quão seus ancestrais foram importantes para o mundo bruxo. Algo muito ruim está acontecendo, e preciso descobrir o que é.

O homem olhou com olhos incrédulos para o herói. Como ele ousava dizer aquilo mesmo sabendo quem ele era. Ninguém nunca falara assim com ele. Nunca! Ele sentiu que iria gostar de Harry Potter.

Harry cruzou o imenso portão de ferro maciço que separava a sala dos guardas do resto das celas. As portas de todas elas eram feitas de aço reforçado com centenas de feitiços, todavia todas as portas estavam escancaradas. O Potter sentiu a necessidade de conferir cela por cela, apenas para encontrar todas vazias e no fundo de cada cela, a mesma frase que encontrara na cena do crime trouxa: “Lord Voldemort voltou”. Sua cicatriz não doía há dezenove anos, o que fez Harry pensar que aquilo poderia ser um blefe. Mas por quê? Quem quer que fosse que lançara aquele blefe, o que ganharia com isso?

Quando estava no terceiro andar uma voz ecoava falando coisas sem sentido ou até mesmo cantando músicas em uma língua que Harry não entendeu. Todavia, ele reconheceu a voz daquela pessoa. Uma voz grave e profunda que um dia gabava-se de possuir sangue puro de bruxo. Harry correu até a cela de onde ela vinha para ver um moribundo Lucius Malfoy.

– Não ouse encostar um dedo em Harry Potter! - Ele dizia, imitando o Lorde das Trevas. - Mas mestre, e se eu tiver uma chance de matá-lo? - Falou em tom normal. - Eu devo matá-lo, e não você Lucius. - Disse com voz de deboche, imitando o outro bruxo. - Mestre, o menino fez tanto mal ao senhor, quanto a mim, também quero me vingar.

E o diálogo prosseguiu naquela forma estranha. Lucius havia perdido a sanidade há muito tempo, todavia era o único que poderia dizer o que acontecera naquela prisão.

– Temos que levá-lo de volta a Londres o mais rápido possível e tratá-lo com urgência. O Ministério deve possuir algo contra os Dementadores além de chocolate. - Disse ao homem.

– Se o Ministério não possuir tal tratamento, eu mesmo sei fazê-lo. - Ele respondeu. - Filho, vá imediatamente ao Ministério, procure por Hilda e informe o que aconteceu aqui. Logo em seguida iremos levando Lucius. - O menino concordou uma vez com a cabeça e aparatou. Harry não conseguiu conter sua incredulidade.

– Você ensinou seu filho a aparatar? Está maluco? E se ele morrer, ou se quando desaparatar perder uma parte de seu corpo?

– Isso apenas provará que ele não é digno do nome que carrega. - Respondeu de forma solene.

Harry sentiu raiva dele. Sentiu vontade de socá-lo.

– Também não é possível aparatar em Azkaban.

– Minha família fundou Azkaban, podemos fazer o que bem entender por aqui.

Como alguém poderia ser tão asqueroso quanto ele? O Auror sentiu nojo daquele homem, se gabando apenas por ter um nome poderoso.

– Harry Potter! - Lucius disse parecendo drogado. - Me desculpe, Harry. Me desculpe por tudo que fiz, por meu filho, por ter tramado contra você e sua família, por ser um Comensal. Me tire daqui, por favor. - Harry sentiu uma pena absurda dele. Alguém que um dia fora tão poderoso como um Malfoy, agora implorando por perdão e por sua vida; era esse o preço que todos pagaram por ter traído o mundo bruxo em favor do Lorde das Trevas.

– Baltazar. - O herói dirigiu-se ao homem. - Leve Lucius para o Ministério, eu preciso ir a minha casa recuperar alguns documentos.

– Você não me dá ordens, Potter, porém eu sou quem pode levá-lo a Hilda mais rápido. - Harry bufou, e o homem aparatou com Lucius.

O rapaz pegou sua Firebolt, montou e alçou voo. Enquanto voava, pensava nos estranhos acontecimentos das últimas horas. Seria mesmo possível que Voldemort retornara dos mortos? Os três, Harry, Hermione e Rony haviam destruído todas as Horcrux há dezenove anos. E, sem elas, era impossível trazer alguém de volta a vida. Mas, e se houvesse outra forma? E se a morte não fosse o final de tudo? Se houvesse algo após ela que não é apenas eterno, mas do qual é possível voltar à vida? Voldermort seria capaz de um feito como esse? Ele com certeza faria qualquer coisa para ter sua vingança sobre Harry e os outros.

Pousou de frente a sua casa no Largo Grimmauld, não se preocupou se algum vizinho o viu ou não por que os feitiços que fizera ali antes já impedia que eles fossem vistos entrando e saindo de qualquer meio bruxo. Fez menção de abrir a porta quando ouviu uma voz muito conhecida:

– HARRY! - Rony gritou; ele parecia desesperado.

– O que foi?

– Hermione. Alguém levou Hermione.

Gina, ele pensou de imediato. Abriu a porta de supetão e encontrou o hall de entrada completamente destruído, o papel da parede rasgado, alguns armários caídos e faltando pedaços. Sinais de luta.

– Gina! - Gritou; o silêncio foi sua resposta.


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram? Comentem e compartilhem! Todos os fãs precisam retornar ao mundo mágico do Harry!!!