Auror Potter e o Mestre dos Disfarçes escrita por Leandro Zapata


Capítulo 2
Escola de Magia e Bruxaria


Notas iniciais do capítulo

CAPÍTULO 2!!!
Gente, como vocês devem ter reparado, eu vou alternar as narrações entre pai e filho, e alguns outros personagens, conforme for melhor para a história.
Espero que gostem!
Comentem, compartilhem!
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/597979/chapter/2

Alvo encontrou uma cabina com espaço apenas quinze minutos após a saída do trem de King Cross Station. Sentou; a sensação dos músculos da perna relaxando foi a melhor coisa até aquele momento.

Na cabina havia outras duas crianças da mesma idade de Alvo. Um deles, sentado à janela olhava o movimento rápido da paisagem, era um menino. Ele tinha os olhos azuis e os cabelos num castanho nem claro nem escuro, parte desse cabelo estava escondido sob um boné de aba reta preto e um símbolo em vermelho desconhecido a Alvo. Ele usava um fone de ouvido que cobria toda sua orelha e cujo arco passava sobre sua nuca. Vestia uma camiseta de uma banda de rock famosa, mas que Alvo não ouvia, pois não costumava ouvir música. Os skinny jeans pretos terminavam em um tênis Vans preto com uns detalhes em vermelho.

Alvo olhou para sua própria roupa: uma calça social preta, cinto, camisa e colete por cima. Era como se ele tivesse parado no tempo, e aquele garoto não; porém, pensando no padrão de Hogwarts e até mesmo o padrão inglês, aquele garoto era o diferente, e não Alvo. Sorriu por dentro, mas ainda sentiu certa inveja do outro garoto.

Sentada do lado oposto e de frente ao menino, havia uma garota. Seus cabelos eram de um tom castanho avermelhado, volumoso e encaracolado, tinha diversas sardas do rosto e olhos verdes. Alvo poderia até dizer dali a uns cem ou duzentos anos que ela era bonita, se aquela não fosse sua prima Rose Granger Wesley.

Sentou ao lado dela.

– Olá! - Ele disse.

Assim que ouviu a voz dele, ela virou rapidamente os olhos para ele, pois também fitava a paisagem e não notara sua chegada. O outro menino não movera um músculo. Ela abraçou-o de imediato, como que por alivio.

– É tão bom ver um rosto conhecido! - Ela disse. - Você não sabe de quantas cabinas fui expulsa! Só aqui, com esse garoto é que me coube. - Ela passou a tagarelar sobre o que acontecera desde que entrará no trem até aquele momento. Alvo não entendeu metade das palavras que ela dizia.

Aquilo era o que mais marcava em sua prima Rose. Ela falava muito e muito rápido, nem mesmo sua mãe, e tia de Alvo, Hermione podia entendê-la com perfeição. E olha que a própria Hermione falava rápido quando estava sob pressão ou nervosa. Seu tio Rony costumava contar como ela falava muito nos primeiros anos em Hogwarts. Alvo sorriu imaginando sua tia naquele tempo, assim como seu tio e seu pai.

– E você, como foi parar na cabina dos perdedores?

– Eu vim direto para cá. As outras estavam cheias.

– Sabe, considerando que nossos pais destruíram todas as Horcrux e derrotaram Voldermort, eles deviam ter mais respei...

– Você não devia exigir o respeito das pessoas pelas ações de seus pais, e sim merecê-lo por seu próprio mérito. - O menino disse do nada, interrompendo Rose.

A voz do garoto era impossivelmente grave e tensa, como se ele carregasse o mundo nas costas. Alvo sentiu por um momento que aquele garoto carregava o peso de um nome maior que os nomes Potter ou Granger ou Wesley.

– Qual o seu nome?

– Rick.

– Eu sou Al...

– Alvo Severo Potter e ela, Rose Granger Wesley. Sei quem vocês são, todos sabem.

Alvo não gostou do menino.

– Rick de que? - Rose estava curiosa. Outra característica herdada da mãe.

– Rick Radkey.

Ele recolocou o lado do fone que tinha tirado e voltou a fitar janela, como se nada tivesse acontecido. Aquilo irritou Alvo. Aquele garoto não estava nem ai para nada; era óbvio. Pensou em dizer algo, mas decidiu por não falar nada. Torceu para que o menino não fosse selecionado para mesma Casa que ele.

O sol mal havia se movido no cel. Alvo ouviu Rose tagarelar por um tempo que pareceu eterno sobre tudo e qualquer coisa. Naquele ponto, ele já queria matá-la, ou pelo menos arrancar sua língua. Mas conteve-se, seu pai não iria gostar de sua atitude. Ela falava algo sobre os feitiços que sua mãe lhe ensinara assim que compraram sua varinha no meio do verão quando Alvo viu pela janela uma mancha preta cruzando os céus. Sentiu-se triste no mesmo instante.

– Aquilo é um Dementador? - Alvo perguntou quase gaguejando. Ele tinha um medo indescritível daqueles seres que sugam a felicidade das pessoas.

– O que? Do que está falando?

Não havia mais nada do lado de fora.

Assustado, calou-se e pegou um sapo de chocolate na mala. Sempre tinha alguns com ele - recomendações de seu pai. Alvo não parou de pensar na visão que teve. Será mesmo possível haver um Dementador em Hogwarts? De acordo com seu pai, isso aconteceu antes quando Sirius Black havia fugido de Azkaban. Será que outro prisioneiro havia escapado?

Uma garota surgiu na porta da cabina. Alvo não a conhecia. Rose e Rick não pareceram notá-la, este estava ouvindo sua música e olhando pela janela; aquela estava absorta em um exemplar de Animais Fantásticos e Onde Habitam. Ela sinalizou com um dedo para que ele se aproximasse.

Apenas quando estava próximo dela foi que ele reparou na menina. Seu rosto era fino e parecia ter o formado de um triângulo de ponta cabeça. Seus olhinhos eram pequenos e verdes-escuros, mais escuros do que os de Alvo, e o nariz era um tanto arrebitado na posta, mas se encaixava perfeitamente sobre a boca pequena. Seus cabelos castanho-escuros eram incrivelmente lisos, iam até a altura da cintura, e deixavam as pontas das orelhas dela a mostra. Ela era da mesma altura de Alvo. Analisando-a como um todo, o Potter achou-a bonita.

– Eu vi o Dementador também. - Ela sussurrou. - Mas é melhor não contarmos a ninguém, ou todos irão se assustar. - Alvo notou que seu sotaque era americano, e não inglês.

– Tem razão. Mas o que acha que isso pode significar? - Ele respondeu no mesmo tom. A conversa se manteve assim.

– Não sei.

– Meu pai é...

– Harry Potter? - Ela sorria de uma maneira... Bizarra. Alvo não conhecia outra palavra para descrever.

– Isso... - Ele estranhou. Por um acaso ela era fã dele? - Ele me disse que da última vez que os Dementadores estavam em Hogwarts era por causa de Sirius Black que havia fugido de Azkaban.

– Acha que um prisioneiro fugiu?

– Nina! - Um menino mais velho gritou no fim do corredor. Ele usava robes da Ravenclaw. - Com quem está conversando aí?

– Com um amigo, Jeff. - Ela olhou para Alvo. - Aquele é meu irmão. Ele está no quarto ano.

Alvo não conseguiu pensar em nada para perguntar, a não ser: - Seu nome é Nina?

– Sim. Nina Evans Dobrev Lewis Jackson Webb.

– Esse é um nome longo. - Alvo brincou. - Eu sou...

– Alvo Severo Potter. - Será que ninguém o deixaria falar seu próprio nome? - Filho de Harry Potter. Eu sei. Li tudo sobre seu pai.

– Nina! - O irmão chamou de novo. - Venha aqui agora mesmo!

– Me deixa em paz, Jefferson! Estou conversando!

Foi a deixa para que o rapaz viesse na direção deles trocando passos pesados e a cara de raiva. Alvo revirou os olhos. Seu pai contou que durante sua passagem pela escola, muitos alunos dedicavam suas vidas em atazanar a dele. Será que aquele era o atazanador de Alvo? Ele sentia que ia descobrir em alguns segundos.

– Com quem está conversando? Sabe que nosso pai não gosta que você converse com estranhos.

Foi a vez da garota revirar os olhos: - Ele quer dizer com adultos, não com crianças que serão da minha turma. E segundo, ele não é desconhecido. Ele é Alvo Potter, filho de Harry.

O menino, educado como era, estendeu a mão para Jefferson, que respondeu ao gesto esmigalhando os dedos magros de Alvo.

– Muito prazer. - O brutamontes cuspiu. - E não se meta com minha irmã.

Ele puxou Nina pelo braço de volta a cabina de onde ele tinha saído. Alvo ficou sozinho no corredor, pensava no que acabara de acontecer. Mas antes que chegasse a uma conclusão, Nina veio correndo e deu-lhe um beijo rápido na bochecha. Sem parar de sorrir, ela disse:

– Muito prazer, Alvo. Te vejo por ai. - E voltou para sentar ao lado do irmão superprotetor.

Alvo permaneceu parado no corredor, estupefato. Parecia até que estava sob efeito do feitiço Imobilus. Quem quer que fosse aquela tal de Nina Evans... Certo, ele não lembrava o nome todo dela, mas jurou que aprenderia.

Ao voltar à cabina, Rose levantou os olhos do livro e perguntou onde ele estava. Ele sabia que Rose seria sua melhor amiga na escola, mas preferiu não contar o que havia acontecido no corredor, então simplesmente disse que tinha ido ao banheiro. Rose não disse mais nada até que chegaram à escola algumas horas depois, período em que o pequeno Potter apenas pensou na garota com o nome mais longo que ele já vira. Ele não conseguiu impedir um sorriso.

Alvo e Rose desceram na estação de Hogsmeade, onde centenas e centenas de alunos de todos os anos andavam para lá e para cá, alguns menos confusos que outros. Os dois procuravam por Hagrid, o meio gigante - não conte a ninguém -, amigo dos pais dos dois. O encontram gritando “primeiranistas por aqui; sigam-me” e coisas assim. Assim que os viu, indicou para que se aproximassem sem receios.

– Tio Hagrid! - Gritaram e abraçaram sua barriga imensa.

– Estou emocionado. - Ele disse, lágrimas marejando em seus olhos. - Lembro-me de quando seus pais chegaram aqui em Hogwarts pela primeira vez. Oh! Tanta coisa aconteceu depois daquele dia! - Ele estava prestes a romper em lágrimas. - Mas, chega de memórias. Vão, acompanhem os outros.

Eles seguiram uma imensa fila e pararam no fim dela, onde o menino de boné, Rick, também estava. Seguiram Hagrid por uma estrada íngreme e estreita, sempre escorregando e tropeçando uns nos outros. A escuridão atrapalhava a visão de Alvo. Então o caminho enlanguesceu-se para terminar um grande lago, onde centenas de barquinhos com apenas uma luminária cada estavam à margem. Seu pai lhe contara sobre os barquinhos, e como ele ficara impressionado com aquilo.

Alvo não compartilhou seu sentimento.

Provavelmente, crescer em uma casa como a dos tios dele, sem magia ou conhecimento algum sobre o mundo mágico, torna tudo mais impressionante. Para Alvo, que crescera com todas as regalias, histórias e imagens do mundo mágico deixa aquilo mais comum. Era como ver uma vassoura voadora.

Devido à imensa escuridão, eles apenas conseguiram ver a escola quando estavam na metade da travessia de barco, com quatro em cada barco. Alvo e Rose sentaram-se mais Rick e uma menina que o Potter não conhecia.

– Olha! - Rose disse. - É a escola!

Alvo olhou para o alto e viu lá em cima o imenso castelo de pedra com muitas torres e torrinhas. Imponente; forte; imortal. Sobrevivera até mesmo ao ataque de Voldermort anos atrás. Apenas algumas luzes estavam acesas. Perguntou-se se alguma delas era o Salão Comunal, onde seria selecionado para sua casa. Mas indiferente àquele pensamento...

Hogwarts realmente impressionou Alvo Potter.

Navegaram sobre o lago de águas tranquilas, o único movimento vinha dos barquinhos. Em um momento, quando chegaram à entrada do penhasco, precisaram abaixar suas cabeças sob as heras que escondiam a larga passagem. Desembarcaram em um corredor escuro que parecia estar em baixo do castelo e acompanharam Hagrid iluminados apenas pela luz de lamparina do meio-gigante. Subiram por um caminho na rocha que levou a um campo gamado úmido e macio a sombra do castelo. Subiram um lance escadas e pararam de frente a uma porta. Hagrid ergueu seu punho gigantesco e bateu na porta do castelo, que escancarou-se revelando um homem de calça jeans, uma camiseta branca colada - deixando seus músculos definidos visíveis - e uma túnica aberta vermelha brilhante. O homem tinha um sorriso rosto. Várias meninas soltaram um suspiro, incluindo sua prima, Rose. Alvo reconheceu-o.

– Alunos do primeiro ano, professor Neville Longbottom. - Informou Hagrid.

– Valeu, Hagrid. Assumo daqui.

O meio-gigante se retirou. Os alunos seguiram o charmoso professor por um corredor de pedra, onde a esquerda havia uma imensa escadaria de mármore que levava aos andares superiores. A direita havia uma porta de onde vinham centenas de vozes - os alunos estavam reunidos. Seu pai contara-lhe sobre aquele lugar. Atrás daquela porta estava o Salão Comunal.

– Bem-vindos a Hogwarts! - Ele disse entusiasmadamente. - O banquete de boas-vindas ao ano letivo começa em alguns minutos, mas antes vocês serão selecionados paras suas casas, que aqui em Hogwarts serão como famílias para vocês. Assistirão às aulas e dormirão com os companheiros de casa. - O professor parou um pouco, como se estivesse tentando descobrir se os alunos estavam ou não prestando atenção. - As quatro casas são Gryffindor, Hufflepuff, Ravenclaw e Slytherin. As casas foram criadas pelos quatro fundadores de Hogwarts: Godric Gryffindor, Rowena Ravenclaw, Salazar Slytherin, Helga Hufflepuff, que são bruxos lendários. Suas casas ganharão pontos conforme seus acertos, mas perderão conforme seus erros. A Cerimônia de Seleção começará em alguns minutos.

Alvo não prestou tanta atenção ao discurso, pois conhecia Hogwarts como se já estudasse ali. Seu pai contou milhares de histórias sobre aquele lugar. O pequeno Potter olhou por uma das janelas que estava embaçada, como se estive frio do lado de fora. Ele estranhou; apesar de estar um pouco frio, não era o suficiente para criar esse efeito. Lembrou-se do frio que os Dementadores carregavam em si. Será que havia algum deles perto da escola? O professor Longbottom terminou as apresentações e entrou no salão.

Alguns fantasmas cruzaram as paredes e conversavam com as crianças. Alguns deles se assustaram, porém não Alvo ou Rose, pois sabiam que havia dezenas de fantasmas morando na escola. Rick, Alvo reparou, dera de ombros a todas as palavras do professor e aos fantasmas. O Potter não deixou de pensar o quão arrogante era o menino de boné.

– Harry Potter? - Um fantasma falou. - Como foi que voltou a ser criança?

Alvo reconheceu-o das histórias de seu pai como Nick Quase-Sem-Cabeça.

– Não, senhor Nick, sou Alvo Potter. Meu pai é Harry Potter.

– A sim. Isso faz muito mais sentido. Seja bem-vindo, senhor Potter.

O menino sorriu em resposta. O professor Longbottom retornou depois de alguns minutos, todos os fantasmas sumiram.

– Façam fila, e, por favor, sigam-me.

Sentindo-se ansioso, Alvo cruzou o imenso portal que antecedia o Salão Comunal, onde centenas de bruxos estudantes já conversavam audivelmente, mas fizeram silêncio para passagem dos alunos. Eles encaravam os pobres primeiranistas. Alvo reconheceu seu irmão, Thiago, sentado entre duas meninas na mesa da Gryffindor. O Salão era exatamente como seu pai descrevera: imenso, iluminado por velas flutuantes e o teto enfeitiçado para parecer o céu acima dele - o que parecia levar ao infinito.

– Você tem razão, pai. - Sussurrou. - É realmente o melhor lugar do mundo.

Os primeiranistas não tiraram os olhos do belo professor, que trazia consigo um banquinho alto de quatro pernas. Logo em seguida colocou um chapéu velho e surrado, Alvo sorriu. Aquele era o Chapéu Seletor. Um rasgo se abriu nele como uma boca - e era uma boca, pois o chapéu passou a cantar.

Alvo ouvia a letra da música com um sorriso no rosto. Era divertida, pois contava coisas sobre o chapéu; comparando-o a outros chapéus e coisas do tipo. Pela letra, o garoto deduziu que ele era cheio de si. Os alunos romperam em aplausos quando ele terminou; alguns até mesmo levantaram-se.

O professor Longbottom adiantou-se e pediu silêncio. Depois tirou da manga um imenso pergaminho amarelado.

– Tenho aqui os nomes de todos vocês. Ao serem chamados, vocês porão o chapéu, que fará a separação entre as quatro casas. Yanka Hezron.

Uma garotinha que não devia ter um metro e quarenta levantou a mão no meio dos alunos e, empurrando alguns deles, saiu do meio deles com um sorriso de orelha a orelha, como se um sonho de sua vida estivesse se realizando. O chapéu foi colocado em sua cabeça pelo professor. Alvo, porém, a reconheceu como a quarta pessoa em seu barco lá atrás, junto com Rose e Rick.

O chapéu era grande demais para ela. Assim que o colocou, ele caiu-lhe até a altura dos olhos. Alvo se perguntou o que ela estaria vendo dentro dele. Será que dava para ver pelo rasgo que era sua boca?

– SLYTHERIN! - O chapéu anunciou.

Alvo não sabia que seu sorriso podia aumentar ainda mais.

Então, um a um os alunos foram separados em suas casas e Alvo foi ficando para trás; a ansiedade dentro do garoto aumentava cada vez mais. Eles estavam seguindo o alfabeto de trás para frente? O menino queria muito saber para qual das casas seria escolhido.

– Rose Granger Weasley. - O professor anunciou.

– Uma mente muito interessante a sua. Herdou a inteligência de sua mãe, porém a covardia de seu pai. - O chapéu falou apenas para Rose ouvir (porém mais tarde ela contou a Alvo). - GRYFFINDOR!

Uma salva de palmas recepcionou-a na mesa. O irmão de Potter fora um dos que parabenizou-a com mais afinco, afinal, eram primos, e família é família.

– Richard Radkey... - O professor Longbottom interrompeu a si mesmo com os olhos arregalados. Algo no último nome dele chamou sua atenção; ele foi até a diretora Minerva e mostrou-lhe o pergaminho; ela sussurrou algo inaudível a nenhum dos alunos ou dos outros professores. - Pode subir, senhor Radkey.

Rick, não usando o boné e dessa vez com um fone de ouvido mais discreto, andou até o banco e sentou. O chapéu foi colocado em sua cabeça.

– Ora, ora, o que temos aqui. Uma mente extremamente brilhante! Um potencial extremo, senhor... - O chapéu também se interrompeu, como se lesse algo absurdo na mente do menino. - GRYFFINDOR! - Anunciou.

Rick, com desdém, desceu e foi até sua mesa designada. Os membros das casas sorriam e o cumprimentavam, mas ele mal ligou para eles.

– Nina Evans Dobrev Lewis Jackson Webb. - O professor fez questão de falar o nome inteiro como uma piada leve. - Pode subir senhorita... Por qual dos seus nomes prefere ser chamada? - Alvo aproveitou para tentar decorar os sobrenomes dela, mas cerca de três minutos depois, tudo que lembrava era “Evans” e “Jackson”.

– Jackson. - Ela respondeu enquanto subia as escadas em direção ao Chapéu Seletor. - Atualmente é meu sobrenome favorito devido a uns livros que estou lendo.

Ela gostava de ler! Alvo adorou isso nela. Nina sentou-se e o Chapéu foi colocado sobre sua cabeça.

– Uau! Uma mente tão criativa assim será disperdida em qualquer outra casa que não seja a de Rowena. - Ele fez uma pausa dramática. - RAVENCLAW.

Nina olhou para Alvo, que entendeu o recado imediatamente: queria que os dois ficassem na mesma casa. Ele não soube o que poderia deixá-la melhor, então, a única coisa que soube dizer para ela foi que não dependia dele, mas sim do Chapéu.

– Jackelyn Finch-Fletchley. - O professor disse.

A garota mais linda que Alvo já viu saiu do meio dos alunos. Ela era muito ruiva, com cabelos encaracolados, cumpridos e armados. Seus olhos não eram castanhos nem verdes, eram algo entre os dois, um tanto estranho para Alvo, mas bonitos. Sua boca fina sorria timidamente. Ela lembra muito a garota do filme Valente, da Pixar. Ela devia estar gostando daquela situação tanto quanto o Potter.

O Chapéu mal foi colocado em sua cabeça e ele já anunciou: - HUFFLEPUFF.

– Scorpius Malfoy! - O professor chamou depois que Jackelyn foi saldada na mesa de sua casa.

O menino de cabelos loiros quase muito brancos saiu do meio da turma com centenas de olhares acusadores o acompanhando; julgando-o. Ele era filho do responsável pela morte de Dumbledore, o bruxo mais forte que o mundo já viu, além de ser neto de dois ex-Comensais da Morte e filho de outro. Alvo sentiu pena dele por carregar um peso tão grande com tão pouca idade.

– Um Malfoy. - O chapéu começou. - Mas você é diferente de seu pai e do resto de sua família. Herdou muito mais de sua mãe do que de Draco. Você vai mudar a história de sua família; vai limpar o nome Malfoy.

– Como você sabe? - O menino estava meio assustado.

O chapéu não respondeu à pergunta de Scorpius e anunciou: - GRYFFINDOR!

A falação foi geral em todas as mesas. Durante gerações os Malfoy pertenceram a Slytherin, e agora o filho do pior deles estava na Gryffindor. Algo dizia a Alvo que as coisas estavam mudando em Hogwarts.

– Alvo Severo Potter! - Chamou.

O coração do menino apostou corrida com o som. Finalmente chegara a sua vez. Cruzou os dedos desejando que não fosse mandado para Slytherin, contudo se Scorpius, que era um Malfoy, foi mandado para Gryffindor, nada impedia que Alvo fosse mandado para Slytherin. Sentou e o chapéu foi colocado.

– Outro Potter. Você possui uma mente interessante...

– Slytherin não, por favor. Slytherin não. - Alvo sussurrou.

– Vocês, Potters, acham que podem escolher para qual casa vão?! Quem vocês pensam que são?! Já o terceiro de vocês que pede isso! Sou eu que decido! - O chapéu parecia furioso; ao ouvir isso, Alvo sentiu na alma o que viria em seguida: - SLYTHERIN!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!