Auror Potter e o Mestre dos Disfarçes escrita por Leandro Zapata


Capítulo 14
A Invasão de Azkaban


Notas iniciais do capítulo

Hey there,

Eu seeeeeeeeeiii.... Capítulo atrasado



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/597979/chapter/14

Harry e Ted aparataram em uma floresta fechada, de árvores de troncos finos e folhar largas; ela tinha todo um tom esverdeado, pois a luz do sol filtrava-se nas folhas nos topos delas. A alguns metros à frente, ele via uma cabana feita de madeira. Ela era maior do que aquelas mais comuns; tem quatro quartos - um para cada filho e para o casal -, banheiro, cozinha, sala de estar, sala de jantar, sala de televisão e sala de jogos. Quando pequenos, os três adoravam ir até ali, brincar, praticar feitiços “ilegais” e, principalmente para Harry, voar.

Bateu na porta, e Luna abriu. Ela vestia uma roupa simples de moletom com um avental de cozinha com desenhos de flores amarelas.

– Ah, Harry. - Ela disse com seu jeito esquisito. - Você recebeu minha mensagem. Vamos, entre. Lucius está na cozinha com Hilda Hufflepuff.

Ele entrou e foi direto para lá. O ex-Comensal devorava um prato de bife acebolado com uma garrafa de coca sobre a mesa - uma combinação cuja receita Harry havia conseguido em uma de suas viagens ao Brasil. Assim que viu o rapaz, sorriu com seus dentes branquíssimos. Ele estava bem menos pálido e seus olhos tinham o tom superior costumeiro de volta. Pouco mais de um mês vivendo ali com Luna e sendo tratado por Hilda fizeram milagres.

– Olá, Harry. É uma honra recebê-lo em sua própria casa. - Sorriu.

– Lucius. - Harry sentou na cadeira de frente ao bruxo, enquanto Ted observava tudo de pé escorado no batente do arco que separava a cozinha da sala de jantar. - Preciso saber exatamente o que aconteceu em Azkaban.

– Direto ao assunto então. - Lucius engoliu um pedaço de carne e começou a contar:

Como você deve saber Harry, a prisão de Azkaban não é uma colônia de férias. E quando o Ministério, depois de mais de dez anos da morte de Voldemort, resolver rever nosso caso e nos condenou, Narcisa e eu entramos em colapso. Imagina ter que deixar nossa família e ir para cadeia. Foi uma desonra ao nome Malfoy. Mas, ao mesmo tempo, ficamos felizes que eles resolveram não colocar Draco lá também. A última vez que vi minha mulher foi quando entrei naquela prisão.

Passei todos aqueles anos lutando contra a loucura. Você sabe que, apesar dos Dementadores não darem mais os beijos, apenas a presença deles é capaz de tirar a sanidade de uma pessoa. Contudo, quando eu estava prestes a desistir, aqueles homens invadiram Azkaban.

Eu estava deitado em minha cela, pensando em Narcisa, Draco e Scorpius. Imaginava o que meu filho e neto poderiam estar fazendo. Os dias passavam sem que eu soubesse, então não sabia quantos anos tinha Scorpius, não sabia dizer se ele já tinha começado a escola ou não. Imaginava com quem se pareceria; se comigo ou Narcisa ou Draco ou com a mãe. Tentei imaginar uma mistura de nós quatro. Era por ele que eu me mantinha consciente. Queria conhecer meu neto.

Neste momento, os portões da prisão explodiram.

Houve muito barulho. Pude ouvir metal rangendo, sendo entortado, e pedras rachando e sendo destruídas. Em seguida, houve muito tumulto entre os guardas, que correram para a entrada. Todos os prisioneiros que podiam se mover grudaram os rostos nas grades, tentando ver. Eu fui um deles. Um jovem guarda, novato, que tinha acabado de entrar ali, passou pela minha cela e eu perguntei o que estava acontecendo. Ele me respondeu que um grupo de quatro homens estava tentando entrar na prisão a força; um deles era um gigante que estava tentando derrubar o portão com as próprias mãos. Perguntei, então, o que havia acontecido com as barreiras magicas; ele disse-me que eles passaram tão rápido por elas que era como se não existissem. A primeira coisa que veio na minha cabeça foi Voldemort... Até mesmo ele levou dias para conseguir atravessar aquelas barreiras.

Então houve um tremor de terra seguido de barulho de metal chocando-se contra o chão. Eles haviam entrado. Ouvi dezenas de guardas gritando feitiços que eu imaginei serem conjurados contra os invasores, no entanto, não houve palavras de represarias. Havia duas possibilidades: ou eles caíram mortos de uma única vez ou os feitiços eram tão inúteis contra eles, que não valia a pena lutar contra.

O abrir das portas das celas indicou que era a segunda opção. Os prisioneiros mancaram para fora de suas celas. Os quatro homens usavam máscaras e um sobretudo azul marinho de gola alta. Eles estavam numa espécie de palco feito com os destroços de pedras e metal dos muros e portões. Todos os guardas, incluindo aquele com quem eu tinha conversado, estavam desmaiados - ou mortos - aos seus pés. O primeiro da esquerda, de onde eu estava, consegui ver que ele tinha o cabelo, arrepiado e meio de lado, cor de areia; sua máscara, na mesma cor, tinha apenas um buraco para o olho esquerdo. Seus dois braços estavam esticados e com varinhas nas mãos; da ponta delas saiam correntes pretas-arroxeadas brilhantes que iam enrolar-se no pescoço de duas quimeras (sim, eu sei, Harry, também fiquei surpreso quando as vi); cada uma delas tinha um guarda na boca. O segundo, que estava uns passos à frente, trajava-se igual aos outros, porém não parecia que havia lutado, pois suas mãos estavam atrás do corpo. O terceiro era um pouco mais alto que os outros, mas parecia ser muito magro; ele tinha o cabelo cumprido e desgrenhado, com fios indo para todos os lados; ele não tinha varinha nas mãos. O quarto, e último, devia ter cinco metros de altura por dois de largura; cada um dos seus braços era do tamanho do meu tórax. Era o que o novato disse: um deles era um gigante. Entretanto, no momento seguinte, ele diminuiu bruscamente de tamanho, ficando do tamanho de uma pessoa normal. (Harry, neste momento, lembrou-se da fala do guarda que os recebera: ‘Aquela magia não era... Bruxa’; estava se referindo a isso e ao homem que fazia magia sem varinha).

O tamanho dele era um tipo de magia. Algo que eu nunca tinha ouvido falar. Entretanto, assim que ele assumiu seu tamanho normal, sacou uma varinha das vestes.

– Boa noite, senhores prisioneiros de Azkaban. - O homem que estava à frente disse.– Hoje é o dia em que os senhores serão libertos. Vocês não mais precisam ficar aqui e sofrer os horrores desta prisão. - O homem magrelo e de cabelo cumprido desceu e, sem uma varinha, fez surgir um saco preto. - Dentro desse saco há um galeão de ouro para cada um de vocês; elas são chaves de portais que os levarão para nosso esconderijo, onde trataremos de vocês para que recuperem a força de seu auge.

Os prisioneiros, devagar, fizeram uma fila. Um a um pegaram uma moeda e desapareciam. Quando foi chegando a minha vez, notei que um guarda estava acordado aos meus pés. Pedi para que conjurasse um feitiço que me impedisse de viajar pelo portal, o que ele fez sem chamar a atenção dos invasores. Fiz com que outros dois prisioneiros pegassem as moedas comigo e, no momento que as tocamos, eles desapareceram, e eu não. Escondi-me rapidamente. O plano deu certo. Eles acharam que eu havia desaparecido com os outros dois.

De onde estava eu vi tudo o que aconteceu em seguida.

Quando o último prisioneiro sumiu, o homem que segurava as quimeras fez com que as correntes puxassem os monstros, que, de alguma forma, foram absorvidos pelas varinhas. Então, disse:

– Senhor. Posso levar os Dementadores?

– Você tem certeza que pode controlá-los?

– Não há monstro algum que um Viper não possa controlar.

Ele acrescentou palavras que eu desconheço e dezenas de correntes preto-arroxeadas saíram das pontas de suas varinhas; cada uma delas prendeu-se aos pescoços esqueléticos dos Dementadores. Eles passaram a ser puxados em direção ao bruxo. Apesar de terem lutado contra, eles foram absorvidos pelas varinhas. Voltei a minha cela e esperei três dias a sua chegada.

Harry ouviu a história de Lucius sem dizer qualquer outra palavra. A história parecia verídica, mas ao mesmo tempo absurda demais para ser verdade. Havia um bruxo que podia ficar gigante e outro capaz de controlar quimeras e, pior, Dementadores. Havia outro capaz fazer sem uma varinha. A organização chamada Triskelium tinha bruxos poderosíssimos ao seu lado. Chegou à conclusão, então, de que quem matou a família Knight e escreveu na parede “Lord Voldemort voltou” foi o tal de Viper, usando os Dementadores. O que pode ter acontecido, então, com Oliver Knight, o outro filho do casal de trouxas que estava desaparecido? Quem são as pessoas daquela família? O que tinham de tão importante para que eles fossem mortos tão brutalmente? As peças simplesmente não encaixavam.

– E caso não acredite no que eu acabei de te contar. - Ele tirou um galeão do bolso, jogou sobre a mesa; a moeda deu algumas voltas antes de deitar sobre ela. - Essa é a chave de portal.

– Como você conseguiu fazer isso se estava ficando louco?

– Eu disse que lutei contra a loucura. Havia momentos em que eu estava lúcido, como na história, e alguns não, como você me encontrou.

– Lucius, tenho uma notícia que talvez não te agrade. - Harry respirou fundo. - Lorde Voldemort voltou.

O bruxo parou de mastigar, fitando Harry com os olhos esbugalhados. Lucius era o prisioneiro de Azkaban, mas Harry era quem estava louco.

– Isso é impossível, Harry. Você destruiu todas as Horcrux. Você matou-o.

– Eu o vi. Vi com meus próprios olhos.

– Olhe isso! - Lucius mostrou o braço em que estava sua Marca Negra. - Toque com sua varinha! - Harry o fez, mas nada aconteceu. Nem ao menos Lucius sentiu algo. - Esse negócio não é ativado a dezenove anos! De fato, ninguém pode ativar desde que Voldemort morreu. E sua cicatriz? Ela dói?

– Não. Há dezenove anos que não. E mesmo que ele volte, ela não vai doer. Eu não sou mais uma Horcrux, portanto, não estou conectado a ele. Até mesmo minha Ofidioglossia desapareceu.

– Confie no que estou falando, Harry. - Lucius estava desesperado. Não queria acreditar que Voldemort voltou, afinal ele o havia traído. O bruxo das trevas não ia deixar essa traição sair impune. - Lorde Voldemort não voltou.

Harry não sabia no que acreditar. No homem que surgira diante de si após o efeito da poção polissuco ou no ex-Comensal da Morte diante de si. O que era mais lógico? O Auror não conseguia ver sentido naquilo tudo.

– Apenas algumas pessoas confiáveis sabemos onde está essa casa. Você pode ficar aqui. É uma prisão melhor do que Azkaban. - Harry ofereceu.

– Obrigado. - Harry achou que fora a única vez que ele ouvira a palavra sair da boca de um Malfoy. - Pode dizer a Draco onde estou? Mesmo que não me diga. Apenas quero receber visitas dele.

Harry sorriu e confirmou uma vez com a cabeça:

– Uma última coisa. - Ele sacou do bolso o pedaço de papel em que estava os quatro nomes que tiara da lápide em Godric’s Hollow. - Você reconhece algum desses nomes?

Lucius pegou e analisou-os:

– Deon Youngblood. Eu já ouvi esse sobrenome em algum lugar. - Lucius encarava o papel, como se tivesse esperando que o papel criasse boa e falasse o que ele queria lembrar. - Ah! Me lembrei! - Contudo ele se calou e devolveu o papel para Harry.

– Pois diga. O que lembrou?

– Anos atrás, quando eu era apenas um adolescente que acabara de sair de Hogwarts e com dinheiro sobrando, um cara que não devia ser dois anos mais velho que eu veio até mim. Estávamos no Caldeirão Furado. Ele estava bêbado, é claro, e me ofereceu um objeto mágico. Queria me vender ou trocar por cerveja, não me lembro direito. O que ele possuía era um mapa.

O Mapa do Maroto veio imediatamente a mente de Harry, mas não poderia ser ele. O Mapa fora encontrado por Fred e George em Hogwarts. Será que ele tinha sido confiscado das mãos de Lucius... Não, ele acabara de falar que tentaram lhe vender esse tal mapa após sua saída de Hogwarts.

– No mapa havia o brasão de uma família muito importante da nossa história: Slytherin. Contudo, nada além do brasão estava desenhado no papel. Eu recusei, e não comprei. Bem, o nome do vendedor era Barry Youngblood.

Os mistérios só aumentam, Harry pensou, frustrado.

– Obrigado, Lucius. - A tristeza transpareceu pela voz do Auror. - Hilda, acredito que você está livre agora. Vai voltar para o Ministério?

– Sim, e vou tirar umas boas férias. - Ela parecia irritada. - Vamos embora.

– Já vamos. Antes...

– Harry. - Lucius interrompeu. - Leve isso. - Ele entregou o galeão para o Auror. - Talvez possa descobrir para onde essa chave de portal leva.

– Sim. Obrigado. - Ele se voltou para Hilda. - Preciso falar com você em particular. E com você também, Ted. - Eles se dirigiram a sala de estar, que era longe o bastante para que Lucius não ouvisse a conversa. - Hilda, você é especialista em poções, não?

– Sim. Sou especialista em muitas coisas.

– É possível que uma poção polissuco sobreponha outra? - Ted ficou confuso. - Por exemplo: eu tomo uma poção para parecer com Ted e, em seguida, tomo uma para parecer você. Quando o efeito da segunda poção passar, vou então me tornar Ted antes de voltar a ser eu mesmo?

– Não. Apenas duas coisas podem acontecer ao se tomar duas poções polissuco ao mesmo tempo. Ou o efeito da segunda poção anula o da primeira, ou você se torna um hibrido bizarro das duas personalidades que está tentando assumir. Tudo depende da origem e da qualidade dos ingredientes.

Era a resposta que Harry temia. Então, a pessoa que ele viu em Godric’s Hollow era mesmo Voldemort. O impossível realmente aconteceu.

– Muito obrigado. - Ele se virou para Ted. - Sobre o Espelho de Osejed, você realmente vai continuar com sua busca?

– Por enquanto tenho outras coisas em mente, padrinho.

Depois de Harry trocar algumas palavras com Luna, os três, saíram da cabana e aparataram para o Ministério, onde, com permissão de Hilda, apagou a localização de sua casa secreta. Luna ficou para trás, a fim de manter-se de olho no prisioneiro e pesquisar sobre os Guernumblies da região. Ela acreditava que uma mordida deles poderia transmitir a sabedoria que possuem. Ela nunca estivera tão perto dos misteriosos seres.

Harry entrou no Setor de Desenvolvimento Tecnológico e Cientifico Trouxa com Harmonização Mágica, onde Arthur, Cho e Miguel trabalhavam. Ele foi até a mesa da mulher, que levou um susto com sua aproximação silenciosa.

– Cho, eu preciso que você descubra uma coisa para mim. - Ele sacou o galeão de um dos bolsos e entregou. - Esse galeão costumava ser uma Chave de Portal. Eu preciso que você descubra para onde ia.

– Isso pode ser complicado. Vai levar um tempo.

– Tudo leva um tempo. - Ele sorriu. - Bem, eu tenho outra pista para seguir. Quanto tempo pode demorar?

– Uma semana, talvez. Vai ser necessário cruzar dados com meu GPS e um satélite, mas além de tentar decifrar como foi feito o feitiço que criou a Chave.

– Me ligue assim que conseguir, ta?

– Pode deixar. - Ela voltou-se para o computador.

Ele voltou para seu escritório, onde Ted o esperava. Ligou do telefone de sua mesa para Draco em seu escritório na Scotland Yard.

– Malfoy. - Ele atendeu.

– Boa tarde, Malfoy... Aqui é...

– Potter. - Cuspiu. - O que precisa?

– Sem rodeios então? Não quer nem ao menos saber sobre seu pai?

Draco ficou em silêncio por um minuto. O Auror pegara em seu ponto fraco.

– Como ele está?

– Está bem. Já quase é o Lucius que conhecemos. Draco, estou pensando em liberá-lo. Nada mais de Azkaban, mas ele terá que estar sob sua custódia.

– Por que você faria isso? - Ele desconfiou.

– Ele cooperou com uma investigação. Graças a ele temos uma noção dos poderes dos bruxos que nos ameaçam. E ele já passou tempo demais.

– Eu nunca pensei que diria isso, mas muito obrigado, Harry. - O Auror não deveria, mas se sentiu muito satisfeito com o agradecimento. Matar Voldemort fora fácil se comparado a fazer Draco agradecê-lo.

– Não me agradeça ainda. Preciso de um favor seu. Barry Youngblood, preciso saber onde mora.

– Um minuto.

Harry perguntou, enquanto ouvia o Malfoy digitando no teclado:

– Você conseguiu alguma informação sobre Violet Hambrick?

– Ainda não. Ela não consta no nosso sistema de bruxos, muito menos nos de trouxas. Faz duas semanas que solicitei a Interpol acesso a dados internacionais, mas ainda não obtive resposta. - O Malfoy explicou. - Talvez ainda demore um tempo. Encontrei o tal Barry. Ou melhor, encontrei três, todos morando em Londres.

– Algum deles é bruxo?

– Apenas um. Tem papel e caneta? - Harry confirmou.

Draco disse o endereço. Harry conhecia o local, era uma área residencial de classe média ao sul da cidade. Harry havia visto algumas casas por lá, mas preferiu não se mudar do Largo Grimmauld. Ele gostava de lembrar que morava na mesma casa que seu padrinho cresceu.

– Obrigado, Draco.

– Eu que agradeço pelo que fez pro meu pai. - Harry realmente sentiu uma satisfação culposa por fazer o seu maior rival dizer aquilo. Então desligou.

Harry escreveu um bilhete rápido para o Ministro, com o endereço de Barry, e os motivos de sua ida. Dobrou-o em um avião encantado e lançou-o pela porta enquanto saía. Ele assinou a saída de um carro descaracterizado dos Aurores e, com Ted no banco do passageiro, seguiram para casa de Barry.

As casas feitas de tijolos vermelhos todas iguais indicaram que eles estavam próximos. O tempo todo, Harry tentava resolver aquele mistério. Voldemort havia voltado, mas e se Lucius estava certo? E se fosse um farsante? Como ele conseguira tornar-se Rony e Voldemort ao mesmo tempo? Não havia outra explicação: aquele realmente era Voldemort.

– Chegamos. - Anunciou, parando o veículo.

A casa de Barry Youngblood era exatamente como as outras. Um sobrado de tijolos vermelhos, porém, diferente das outras, sua porta bege claro ao invés de branco. Harry tocou a campainha. Um senhor beirando os setenta anos (ou mais, era difícil dizer, pois ele era um bruxo) atendeu-os. Assim que os viu, ele reconheceu Harry imediatamente.

– Eu não acredito! - Seu sotaque era bem Irlandês. - Harry Potter está na minha porta! Por favor, entre! Sinta-se em casa!

A casa era simples, com móveis velhos e papel-de-parede recém-trocados. Os móveis vernizados eram antigos, quase tão velhos quanto o próprio dono. Um cachorro Pug muito gordo corria na direção dos intrusos. Harry segurou-se para não rir.

– Já para cama, Gus. Não ataque as visitas! - O cachorro foi embora, deixando os humanos em paz.

O velho Barry guiou-os até a sala de estar, onde serviu chá para o herói do mundo bruxo, e seu afilhado. Ofereceu biscoitos com manteiga, que Harry aceitou de bom grado.

Barry era um homem sozinho, tinha três filhos, mas todos viviam foram do país. Sua esposa falecera alguns anos antes de causas naturais. Desde então, ele vive ali com Gus, tendo como sua única preocupação manter a casa boa o bastante para que, quando partisse, outras pessoas poderiam morar ali com tranquilidade.

– Me falem, porém, o que vieram fazer aqui?

– Senhor Youngblood, há alguns anos o senhor tentou vender a Lucius Malfoy um mapa que pertenceu a Salazar Slytherin. Alguns bandidos têm interesse nesse mapa, será que poderia nos dizer onde está? - Harry perguntou.

Ted estranhou, não era exatamente esse o motivo da visita deles ali. Eles foram ali para descobrir quem era Deon Youngblood. Harry, porém, havia pensado em algo assim que entraram na casa de Barry. Rony, ou melhor, Voldemort, dissera que um dos objetivos dele no Ministério era Lucius, talvez por pensar que ele possuía o mapa. Será que eles queriam o mapa? Mas por que?

– Ah sim, o mapa. - Barry sabia exatamente do que estavam falando. - Esse mapa foi passado de geração em geração pela família Youngblood. Eu tentei vender a Lucius pois minha família estava passando fome, e ele era o bem mais valioso que eu tinha. Eu vendi por um valor tão alto que fui capaz de comprar esta casa a vista, além de poder sustentar minha família durante três meses inteiros, que foram o bastante para me recuperar. - Harry percebeu que ele gostava de contar histórias.

– E para quem o vendeu?

Antes que ele respondesse, Ted já sabia o que estava por vir.

– Para Pallaton Tulloch Gold, é claro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Auror Potter e o Mestre dos Disfarçes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.