Caderno de Respostas escrita por Coruja Safira


Capítulo 1
Novata


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridos, sejam bem vindos!

Esta fic foi postada na internet em 2009. Mas resolvi reescrevê-la, melhorando o enredo.

Será um prazer compartilhar minhas loucuras com vocês.

Boa leitura!



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Este seria um dia qualquer, se não fosse pela chegada da filha do xerife à cidade de Forks. Eu não sei o que esse povinho do interior vê nas pessoas de fora, afinal, somos todos seres humanos, com dois olhos, um nariz e uma boca. Quando minha família se mudou de Seatle para cá a história era a mesma, um alvoroço. Porém, por causa da nossa maneira de viver, os caipiras não se deram muito bem na hora das fofocas. Pois é, agora parece que eles encontraram outra pessoa para importunar. Pra falar a verdade, fico até com pena dessa Isabella, coitada.

_Vamos logo Alice, se não vamos chegar atrasados na aula de novo.

Já Estava atrasado para escola de novo, e tudo por causa de Alice. Minha irmã gêmea é insuportável. Além de baixinha, ela sabe se intrometer onde não é chamada. Mas quando o assunto é ela mesma, sai de baixo!

_Calma Edward, já estou pronta. Ela respondeu descendo as escadas correndo.

Dessa vez ela estava toda de preto, com os cabelos tingidos de roxo e havia colocado o piercing no nariz, aquilo me dava medo. Mas eu resolvi ficar calado, porque a última vez que eu resolvi dar palpite sobre seu modelito, ela quase me bateu.

Pra falar a verdade, minha irmã não é feia. Ela se estraga com esse estilo roqueiro. Que fique bem claro que eu não tenho nada contra os roqueiros. O negócio é que a Alice gosta de inventar moda e nem curte Rock de verdade.

Chegamos à Forks High School e nos deparamos com uma multidão do lado de fora.

_Nossa, acho que a novata conseguiu entrar para o livro dos recordes. Em seu primeiro dia ela já tem a escola a seus pés. – Falei com ironia.

_Até parece, não é mesmo, Ed, daqui a pouco você também vai babar a filhinha querida do xerife.

Revirei os olhos com a fala da minha irmã.

_ Eu, Edward Cullen correndo atrás de uma garota? Poupe-me! É Ela quem deveria correr atrás de mim.

Não sou metido, mas sei o efeito que causo nas garotas. Porém, não dei oportunidade para Alice revidar. Saí de perto da minha irmã e fui para minha primeira aula: Biologia. Biologia é legal. Minha matéria favorita. Um dia farei medicina e vou ser o melhor cardiologista dos Estados Unidos.

Por incrível que pareça, o professor ainda não havia chegado. Sentei-me em meu lugar, liguei meu MP3 e retirei o material da mochila enquanto esperava a aula começar. O som de Muse invadiu meus ouvidos. Tamborilava o ritmo da música com os dedos na carteira, enquanto minha mente vagava à toa. Mas eu não estava preparado para o que veio a seguir.

Quando olhei para a porta, meus olhos se depararam com um grande par de olhos cor de avelã postos num rosto pálido, em formato de coração. Fui fisgado por uma ninfa! Nem Medusa tem um olhar tão impressionante. Aquela era a musa dos meus sonhos a mãe dos meus filhos.

Opa! Acorda Edward!

Mas aquela garota realmente era magnífica, tão pequenina, tão delicada, tão linda, tão frágil... Gamei!
O professor, que chegou junto com ela fez a honra de apresentá-la para todos na sala.

_Atenção, Classe! Esta é Isabella Swan, a filha do xerife. Deem boas vindas a sua nova colega!

Um murmurinho fraco de garotas invejosas foi só o que eu pude ouvir. Talvez elas se sintam ameaçadas pela nova beldade do pedaço.

Isabella se sentou em uma carteira próxima a minha, assim, fiquei a aula toda babando aquele ser delicado e tão belo. Seus pais foram sábios ao escolherem o nome Isabella, não havia nomenclatura mais apropriada para um ser tão divino e angelical. Mas tive minha visão deturpada quando uma bolinha de papel atingiu minha cabeça, eu ia matar o animal que fez aquilo. Virei o corpo para trás e avistei o meu agressor: Mike Newton. Ele sibilava para eu tirar os olhos porque a novata já era dele. Onde estava o seu nome nela que eu não vi? Ah! Claro, ele pensou que por ser o garoto mais popular do colégio o direito era dele. Mas ele que esperasse sentado, porque eu não iria ceder meu lugar ao sol. Mostrei-lhe o dedo e continuei a admirar minha musa.

Na hora do intervalo foi uma disputa acirrada para ver quem sentava perto da minha Bella. Eu preferi ficar de lado e estudar o terreno antes de me aproximar. Gostava de agir com cautela. Foi quando vi os cabelos arroxeados de minha irmã passando entre a multidão e tive uma ideia genial.
_ALICE!

Gritei, quando ela já ia passando por mim, não poderia perder aquela chance.

_Fala maninho. E aí, já está caidão pela Swan?

_Pra falar a verdade, eu acho que estou apaixonado...

Falei cabisbaixo, com a voz quase sussurrando para que ninguém em volta escutasse.

_PARA TUDO! Eu sabia! Meu irmão, você precisa de ajuda...

Eu ficava com medo quando Alice oferecia ajuda, mas naquelas circunstancias eu não poderia negar.

_Faz o seguinte...

Então ela me explicou seu plano mirabolante. Enquanto sua empolgação aumentava, eu ia me escondendo na cadeira. Aquilo era tenebroso e eu só tinha certeza de uma coisa, queria morrer amigo daquela baixinha.

No dia seguinte fiz tudo conforme Alice planejou. Enviei uma caixa de bombons suíços com um cartão para Bella. Gastei quase minha mesada toda naquele chocolate, mas está tudo bem! É por uma boa causa. Fiquei ansioso pela resposta da minha amada. Fui para a escola mais cedo e fiquei na sala de aula esperando ela chegar.

Todos os Alunos já haviam chegado menos ela. Comecei a ficar preocupado imaginando o que poderia ter acontecido, quando ela entrou na sala como um dragão, soltando fogo pelas ventas.

_ O que você pensa que é? Além da sua cara cheia de espinhas você quer que a minha fique igual chapisco? Já sei, você quer me ver gorda e feia não é? Mas, o seu plano não vai funcionar!

Ela despejou os bombons na minha cabeça e deu um tapa no meu rosto. Meu sangue ferveu, mas eu não reagi. Fechei os olhos e contei até dez pra não voar no pescoço dos otários que me zoavam. Fiquei sem saber o porquê do ataque sem lógica da Bella. Mas não pensem que eu desisti. Naquele momento eu jurei pra mim mesmo que aquela garota seria minha, ou eu não me chamava Edward Cullen.

Na hora do intervalo minha irmã veio correndo saber se o plano tinha dado certo. Contei minha desgraça e ela fez biquinho, para logo depois dar um sorriso de arrepiar os cabelos:
_ Oh, maninho, não fique triste, eu tenho mais cartas na manga. Você pode ter perdido essa batalha, mas ainda não perdeu a guerra!

Aí vem bomba! Tenho certeza de que a Alice tem um milhão de planos bolados na cabeça, só esperando a hora certa para usá-los. Já falei que tenho medo dela? Pois então, desta vez ela exagerou um pouquinho:

_ Você vai fazer uma serenata pra ela!

_ O quê?! Você ficou louca? Eu não canto nem no banheiro, imagina uma serenata...

_ Edward, você quer ou não conquistar aquele toco de gente?

_ Olha como você chama minha garota, viu? E eu não sei cantar...

_Claro que sabe. Você acha que eu não vi aquele vídeo que você gravou tocando e cantando “More than words”? Não me bate, mas eu vi sua coleção de vídeos no computador.

Por aquela eu não esperava. Alice estava brincando com fogo fuçando minhas coisas. Acho que eu teria que dar uma liçãozinha naquele pingo de gente. Estava matutando o plano da Alice, juntando os prós e os contras quando eu vi uma cena um pouco inusitada... Isabella e Jacob Black andando abraçados.

_ Eu aceito. Vou fazer essa maldita serenata. – Resolvi no impulso, por ciúmes e inveja. Eu é quem deveria estar com os braços nos ombros dela e não aquele cachorro do Black.
_ É assim que se fala maninho! Depois da aula vou te ajudar no ensaio. Bye!

O intervalo terminou e eu fiquei com a pulga atrás da orelha com aquela cena de Jacob e Bella juntos. Não consegui prestar atenção em nada do que o professor de matemática falava. Fiquei rabiscando uma folha no caderno, esperando o tempo passar.
Após a aula, encontrei uma Alice radiante sentada no capô do meu carro.
_ Pronto? Temos um repertório para ensaiar! Ela falou toda sorridente, aquilo me deu calafrios.
Chegamos a casa e fomos direto para meu quarto, peguei o violão e fiquei pensando na melhor canção. Todas que eu pensava a Alice ou chamava de cafona, ou chata demais. O que eu podia fazer se eu tinha um gosto exótico pra música?

Acabei aceitando a sugestão da Alice e ensaiamos uma música brasileira, Amor maior, do Jota Quest.
Quando deu meia-noite, saímos de fininho pra não acordar nossos pais e fomos para a casa dos Swan. Será que o pai dela atiraria em mim? Será que ela ia gostar? Minhas mãos suavam frio e meu estômago dava cambalhotas de tanto nervosismo. Enquanto eu segurava o violão, Alice tinha nas mãos um buquê de rosas colombianas. Tomei coragem e comecei a dedilhar a canção.

Quando eu estava cantando o refrão a luz do quarto de Isabella acendeu e ela abriu a janela bocejando e esfregando os olhos de sono.

_ Que porcaria é essa? Caiu da cama foi? Se você não consegue dormir não venha descontar em mim que eu não tenho culpa!

Continuei a cantar e ignorei seu acesso de raiva. Poderia vencê-la pelo cansaço. Mas o que veio a seguir, pegou-me de surpresa. Bella saiu da janela e depois de alguns segundos ela retornou e jogou um balde de água fria em cima de mim. Meu sangue ferveu por ela ter molhado meu violão.

_ Sua louca! Molhou meu violão...

_ Eu avisei pra você tirar sua bunda do meu quintal. SAIA JÁ DAQUI!!!!!!!!! OU EU VOU CHAMAR MEU PAI PRA TE PRENDER.

Estava tremendo de frio enquanto Alice se divertia rindo da minha cara.
_ Pimenta no olho do outro é refresco, não é, Alice? Você me paga, pois a culpa é toda sua!
Saí dali de cabeça baixa pensando que talvez fosse melhor esquecer Isabella e seguir em frente. Mas, só de pensar em esquecê-la meu coração doeu. Já estava apaixonado, não dava pra voltar atrás. O jeito foi pensar em uma estratégia diferente para chegar ao coração de pedra da minha amada.

POV Bella


Quando minha mãe disse que eu iria morar com meu pai em Forks, eu pensei que esse seria meu purgatório. Não que eu seja uma pessoa que necessite ser purgada, posso até ter acumulado um ou dois pecados, mas eu não sou uma pessoa má, eu não mereço esse castigo... Está bem, eu confesso, mereço sim, e é por isso que dói tanto. Eu poderia ter evitado essa desgraça, mas minha sina é ser uma pessoa egoísta e invejosa.
Você deve estar perguntado o que eu fiz pra me achar tão egocêntrica, eu vou contar.
Quando eu tinha dez anos, fiz os meus pais se separarem jogando um contra o outro para conseguir tudo que eu queria. Quando um negava, jogava na cara desse que o outro me daria, fiz o verdadeiro inferno na vida dos meus pais. E o pior, eu não me arrependo, se eu pudesse, faria tudo de novo. Talvez eu pudesse mudar um plano ou outro para conquistar mais vantagens, mas não me arrependeria de nada.

Minha mãe pediu o divórcio. Então nos mudamos de Forks para Jacksonville, para morar com a vovó Sara. Ali eu me encontrei, fui feliz e deixei um pouco de lado meu narcisismo. Vovó me mimava ao extremo, fazia todas as minhas vontades. Ela me deu uma mesada bem recheada e quando eu comecei o ensino médio, ganhei um carro novo com um chofer à minha disposição. Não tenho nem o que comentar, foi o melhor presente que eu poderia ganhar.
Mas meus atos de bondade duraram pouco. Logo quando eu comecei o ensino médio, fiz amizades que me desviaram do caminho do bem, mas a vida e suas emboscadas também foram responsáveis para que meu “pobre e humilde” coração se embrenhasse por caminhos tortuosos e vingativos.

Apaixonei-me pelo garoto mais cobiçado do colégio, o James. Ele era o capitão do time de futebol e o garoto mais lindo que eu já tinha conhecido, mas ele não tinha sentimentos por ninguém, sua maior diversão era quebrar corações de adolescentes ingênuas como eu.
Eu nunca tinha beijado ninguém, até que James ficou sabendo da minha queda, aliás, meu tombo por ele e ele se aproveitou da situação. Ele não apenas me seduziu no baile da primavera, mas também me usou e me jogou fora, literalmente. Daquele dia em diante eu jurei pra mim mesma que não deixaria que nenhum otário se aproveitasse de mim novamente, nada e ninguém me faria voltar atrás.

Fechei meu coração para garotos e resolvi pagar na mesma moeda. Depois disso, era eu quem sacaneava com os “pobres e humildes corações apaixonados”. Passei a seduzir e enganar todos os otários que caiam na minha rede, conquistava e depois humilhava. O último infeliz que eu ludibriei foi Alec. Esse me deu até dó. O garoto era uma gracinha, loiro de olhos verdes, com uma carinha de bebê, resumindo, outro idiota. Depois de seduzir a criança na piscina do colégio, eu o deixei pelado e levei as suas roupas embora. Passei pelo vestiário feminino e disse para todas as garotas que ali estavam, que havia um nadador profissional treinando na piscina, vocês já imaginam o que aconteceu depois, não é?

Infelizmente, esse caso repercutiu tanto que chegou aos ouvidos de minha mãe. E esse foi o meu castigo, morar com o meu pai na pacata Forks. Além de ter meu precioso carrinho confiscado.
Ainda bem que meu pai não é aquele tipo que pega no pé e gruda que nem chiclete. Ele trabalha muito e nas folgas vai pescar na reserva de La Push, então eu fico livre, leve e solta. Pelo menos a vovó não cortou minha mesada, assim posso me divertir fazendo compras.
Meu primeiro dia de aula na Forks High School pareceu que seria tranquilo. A chuva odiosa deu uma trégua, o sol não apareceu, mas pelo menos o clima ficou menos úmido. Quando desci da Pick-up do meu pai, parecia que haveria comício no estacionamento da escola. O mais engraçado foi ver a expressão de espanto da multidão.

Eu sei que sou bonita e sei também me vestir, então fico feliz com os olhares de admiração que me são dirigidos. Acho que as garotas daqui não conhecem salto alto. De todas as pessoas presentes, o que me chamou mais a atenção, e não foi por menos, foi um casal muito bem vestido que saiu de um Volvo prata chiquérrimo, meu sonho de consumo. Quando passei por eles, pude ouvir o comentário vindo do rapaz de cabelos acobreados:
_Nossa, acho que a novata conseguiu entrar para o livro dos recordes. Em seu primeiro dia ela já tem a escola aos seus pés.

Acho que ele não me viu ali, pois seu tom de voz tinha sarcasmo e seu rosto demonstrava um sentimento de aversão à minha pessoa. Continuei caminhando e não pude evitar um sorriso quando ouvi a garota de cabelos roxos comentar:

_Até parece, né, Edward, daqui a pouco você também vai babar a filhinha querida do xerife.

Eu ri internamente daquele comentário. Se minha mãe achava que eu iria parar com meus jogos nesse fim de mundo, ela estava enganada. E esse tal de Edward seria o primeiro da minha lista. Se ele ficasse babando atrás de mim, coitado, eu pisaria nele até ele implorar por misericórdia. E misericórdia é uma coisa que eu não tenho. Por ele ser um pedaço de mau-caminho e ter debochado da minha pessoa eu não deixaria de usar e abusar daquele coração.
Cheguei à secretaria, peguei meu horário e fui para minha primeira aula: Biologia. Cheguei à sala junto com professor. Ótimo, agora vêm aqueles momentos maçantes que dá vontade de sumir do mapa. O professor fez a desfeita de me apresentar para todos na sala.
_Esta é Isabella Swan, a filha do xerife. Deem boas vindas a sua nova colega de classe!
Após eu pagar um King Kong, o professor me indicou uma carteira vazia. Para minha surpresa o garoto do Volvo prata fazia aquela disciplina também, isso seria mamão com açúcar. Assentei-me jogando um charme e fiquei bolando meus próximos passos de extermínio.
Teve um momento da aula que eu ouvi uma movimentação estranha atrás de mim. Virei-me pra trás e avistei o meu “Alvo” encarando um garoto com cara de poucos amigos. Este me encarava como se eu fosse um pedaço de carne, outro otário, pensei comigo. Acho que esse castigo seria mais divertido do que eu havia imaginado. É uma pena que meu pai não morava em uma cidade maior, com shoppings como Port Angeles.

Na hora do intervalo fui disputada por vários grupos de patricinhas. Uma delas era Jessica, uma garota que fazia educação física comigo. No primeiro momento que olhei pra ela já sabia o seu tipo: chata, interesseira e cobiçadora, dessa eu manteria distância, então me assentei na mesa do lado oposto, com uma galera agitada e descontraída. Conheci Ângela, uma menina quieta e simpática, dessa eu poderia me aproximar, pensei. Enquanto estudava as pessoas ali presentes avistei o Edward há poucos metros conversando com a mesma garota baixinha que vi com ele no estacionamento. Que cabelo era aquele? Não posso negar, a baixinha tem estilo, talvez ela conheça um bom lugar para fazer compras e um bom salão de beleza. Quando eu puder vou me aproximar dela. Eu interesseira? Bobagem... Enquanto estudava aquela figura resolvi perguntar sobre o casal:

_Hey, Ângela, quem são aqueles dois ali? – Aponte para a mesa de Edward.

_São os irmãos Cullen. A baixinha de cabelo roxo é Alice, muito simpática e divertida, faço Literatura com ela. E o garoto é Edward, ele é muito sério e quieto, não dá bola pra ninguém, e olha que todas as garotas de Forks já tentaram.

_Ele é gay?

Ângela riu da minha pergunta e continuou:

_Acho que não, insociável seria a palavra mais adequada.

Enquanto bolava alguns planos de ataque ouvi os que estavam comigo comentar sobre um passeio a reserva de La Push.

_ Vamos Bella, vai ser legal. Não é todo dia que o clima fica favorável! – esse foi Mike Newton, achando que os ventos estavam a seu favor.
_ Tudo bem, eu vou. – Precisava conhecer os pontos turísticos daquele fim de mundo, então de turma seria mais legal. Esse também poderia ser um bom momento para colocar alguns planos em prática. Combinamos de ir depois da aula.

O passeio foi legal, conheci alguns garotos da reserva de La Push e o melhor quileute foi Jacob Black. Ele foi tão simpático comigo que acabei gostando dele. Calma aí, gostei do garoto pra ser meu amigo, um parceiro para futuras aventuras. Conversamos bastante, contei o porquê de estar morando em Forks e ele riu da minha ousadia.
_Bella, quero morrer amigo seu! Coitado de quem cair nas suas garras!
Ele me contou que era apaixonado por uma garota da tribo, Leah, mas a garota só tinha olhos para o ex-namorado Sam. Enquanto eu queria destruir corações, ele queria consertar. Continuamos nosso passeio beira-mar e descobrimos que seriamos grandes amigos, pois tínhamos muitos interesses em comum, como esportes radicais. Ele me mostrou um paredão onde os jovens quileutes praticam salto no penhasco, irado, fiquei doida pra pular, mas ele disse que era melhor marcarmos um dia de sol.
Despedi-me de Jake e combinamos de nos encontrar no colégio no dia seguinte. Quando cheguei a casa já era noite, tomei um banho e desci pra jantar. Meu pai havia feito espaguete. Acho que aquela gororoba estava mais pra lavagem de porco, eca. Resolvi ir dormi com fome, no dia seguinte teria que cozinhar pra não morrer de fome.

Depois de uma noite de sono, acordei com uma campainha insistente. Olhei para o rádio-relógio, era apenas 6 horas da manhã. Como meu pai já havia saído para o trabalho tive que atender.
_Entrega para Isabella Swan. – Era um entregador com um embrulho muito bonito nas mãos.
Peguei a caixa, assinei o papel da entrega e fechei a porta na cara do coitado. Ninguém mandou ele me acordar tão cedo.
Abri o embrulho era uma caixa com formato de coração cheia de bombons suíços com um cartão. Quando senti o cheiro daquele chocolate divino quase devorei a caixa instantaneamente, mas contive meu ímpeto e li o cartão primeiro.
“Para a mais bela de todas as Bellas.
Você conquistou meu coração!
Edward Cullen”
Acho que superestimei o garoto, seria mais fácil que imaginei. Mas como eu sou muito má, resolvi partir para a psicologia reversa. Guardei aqueles bombons e fui tomar banho. Coloquei meu melhor traje e fui fazer meu café da manhã. Fiz ovos mexidos com bacon e suco de laranja. Estava atrasada para a aula, então tive que correr. Quando cheguei correndo na sala, Edward me olhou com espanto quando eu comecei meu teatro:
_ O que você pensa que é? Além da sua cara cheia de espinhas você quer que a minha fique igual chapisco? Já sei, você quer me ver gorda e feia não é? Mas, o seu plano não vai funcionar!
Joguei os bombons naquela cabeça e dei um tapa no seu rosto. Acho que exagerei, mas eu não me importo. Ele fechou os olhos enquanto todos na sala zoavam a cara dele. Por fora eu era uma garota zangada, mas por dentro, eu dava pulos de alegria por provocar aquela cena. Fui para meu lugar e esperei a hora do intervalo para a segunda parte do plano.
Quando o intervalo começou, corri para encontrar Jacob.
_Hey garota da cidade grande, quanta pressa.
_Tudo bem, Jake? Fiquei tão feliz de te ver... - Fiz uma carinha de safada e ele percebeu que eu estava aprontando algo.
_Desembucha logo que eu já sei que vem bomba. – Ele falou rindo da minha cara.
_ Você precisa me ajudar. Edward Cullen está no papo, mas eu quero prolongar a tortura, então dá pra fingir que a gente tá se pegando?
Ele me olhou com uma cara de horror:
_Bella, você é muito má – depois de soltar uma gargalhada e chamar a atenção de todos no refeitório ele passou o braço no meu ombro me puxando para mais perto e cochichou no meu ouvido:
_Continue com seu teatro, porque o Cullen está me fuzilando com os olhos neste exato momento!
Eu fiquei extasiada com aquela informação. Continuei abraçada a Jake, o que não era muito confortável pra mim, mas o sacrifício valeria à pena. Também não poderia reclamar, Jake era um perfeito cavalheiro, em nenhum momento ele se aproveitou da situação, era por isso que eu adorava aquele garoto. Expliquei para ele meus próximos passos e ele concordou em me ajudar. O sinal tocou e eu fui para a aula de educação física. Jéssica estava lá.
_Que cena foi aquela na aula de biologia, Bella?
_Não é da sua conta, Jessica. – Odeio fofoqueiras!
A aula demorou mais do que eu suportava então inventei uma dor de barriga pra ir embora mais cedo. Cheguei a casa e encontrei um bilhete do meu pai na geladeira. Ele havia viajado pra resolver um problema na capital e só retornaria no outro dia. Se eu tivesse amigos por aqui, seria uma ótima ideia dar uma festa, eu estava ficando cansada com tanta monotonia.
Resolvi ocupar meu tempo lendo o livro para o trabalho de literatura. O morro dos ventos uivantes era um livro impressionante. Heathcliff era meu personagem favorito. Acho que era pela semelhança de ambos termos sofrido muito e alimentarmos um desejo de vingança.
Li tanto que acabei adormecendo encima do livro. Acordei com uma canção maravilhosa entrando pela minha janela. Sentei na cama e fiquei ouvindo aquela voz rouca e suave.

Conhecia aquela música, era uma das minhas favoritas, mas quem faria uma serenata pra mim?

Tomei coragem e fui até a janela. Vi Edward segurando um violão e Alice ao seu lado com um buquê de rosas.

Bocejei e esfreguei os olhos, fiz minha cara de raiva e gritei:
_ Que porcaria é essa? Caiu da cama foi? Se você não consegue dormir não venha descontar em mim que eu não tenho culpa! Sai daqui!
Pra falar a verdade, eu estava adorando aquela declaração, não sei por que, mas eu não podia dar trégua. Lembrei-me do que James fez comigo, de como ele foi romântico e gentil antes de me dar o golpe. Reuni forças e saí da janela, enquanto ele continuava cantando. Fui ao banheiro e enchi um balde com água. Voltei pra janela e joguei o balde de água fria em cima dele.
_ Sua louca! Molhou meu violão... – ô dó, até eu fiquei com pena do violão, só do violão, entendeu?
_ Eu avisei pra você tirar sua bunda do meu quintal. SAIA JÁ DAQUI!!!!!!!!! OU EU VOU CHAMAR MEU PAI PRA TE PRENDER.
Se ele soubesse que meu pai nem estava em casa... Fechei a janela e fiquei espiando pelo canto da cortina. Vi a baixinha rindo do irmão que agora tremia de frio.
_ Pimenta no olho do outro é refresco, né Alice? Você me paga, pois a culpa é toda sua!
Porque a culpa seria da Alice? Pensei que eu levaria o mérito pelo teatro tão bem encenado. Vi ele sair dali de cabeça baixa e meu coração ficou apertado com a imagem dele molhado com o violão nos ombros. Não sei por que, mas fiquei melancólica o resto da noite. Talvez eu devesse pegar mais leve da próxima vez. Se é que vai ter uma próxima vez. Depois de um banho desses, até eu desistiria.
Adormeci e sonhei. Estava sentada em uma clareira no meio da floresta com Edward. Estávamos sorrindo e de mãos dadas parecíamos um casal de namorados, felizes e apaixonados. Acordei suando frio. Pedindo pra Deus que aquele sonho não virasse realidade, era castigo demais pra eu suportar.


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Notas finais do capítulo

Então, amores,

o que acharam do primeiro capítulo?
A Bella é muito má, não é mesmo???
E o Edward, coitado! Bobinho e apaixonado.
Preparem-se porque a história está só começando.
Ainda teremos muitas loucuras para nos matar de rir.

Não se esqueçam de deixar um comentário, meu coração agradece :)

Bjos,

Narjara, Coruja Safira.



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