Crônicas Para Voltar Sozinho escrita por Vine Dugaich


Capítulo 1
Hoje é Dia de Maria


Notas iniciais do capítulo

Muitos já viram essa história, portanto, quis postá-la como primeiro capítulo para não deixar nada "vazio" e "parado". A próxima história será sobre a mãe de Gabriel! Sim, a que morreu.

Podem escolher o que vocês querem também :)



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Ano de 1971. Numa cidade do interior de São Paulo. Estava uma manhã fresca. O sol brilhava. Era umas 6h10min. Maria estava pronta para ir mais uma vez ao trabalho. Ela pega a chave de casa que estava em cima da mesa da cozinha, então, ela sai de casa.
No caminho para o ponto de ônibus, Maria, como sempre, se encontra com sua amiga, Lucia.
[Maria] - Bom dia Lucia.
[Lucia] - Oi querida. Bom dia. - sorriu.
[Maria] - Essa semana o trabalho ta puxado né?
[Lucia] - Nossa, de mais da conta. - as duas continuaram andando - ontem mesmo, eu fiquei até as nove da noite trabalhando. - Maria e Lucia trabalhavam num hospital, elas eram auxiliares de enfermagem. - A toda hora, era um paciente novo que chegava. Quase fiquei louca - as duas riram.
Maria e Lucia chegaram no ponto de ônibus. Elas se olharam. Tinham algumas pessoas no ponto também.
[Lucia] - Será que vai ser aquele motorista feinho de novo? - riu
[Maria] - Ai Lucia. Só você mesmo. Mas... - riu - espero que seja outro mais bonitinho.
Era 6h30. De repente, o ônibus chega. Uma fila se formou na porta dele. A porta abre, os passageiros vão entrando. Maria era a próxima. Lucia, olha pelo ombro da amiga e vê que o motorista era outro.
[Lucia] - Querida, olha o motorista, é outro.
Maria virou a cabeça para cima, viu o motorista, então, ela parou. O motorista olhou para ela. Os dois se encararam por alguns segundos. Então, Lucia cutuca a amiga.
[Lucia] - Maria? Eeei, sobre logo. - Cutucou a amiga mais uma vez, que reagiu a cutucada.
[Maria] - Ah, me desculpa. Eu me distrai. - Maria subiu no ônibus, mas, não tirava os olhos do motorista. Ela chegou perto dele. - O-oi.
[motorista] - Bom dia! - sorriu.
Maria ficou com as bochechas coradas. Então, pegou o dinheiro, deu ao cobrador, e passou pela roleta. Ela se sentou num banco que ficava ao lado do cobrador. Só para ficar mais perto do motorista. Lucia entrou em seguida. Passou pela roleta e sentou do lado da amiga.
[Lucia] - Menina - cochichou - que motorista é esse?
Maria não respondeu, ficava olhando para ele a todo momento. O último passageiro passou pela roleta. O motorista e Maria continuaram se encarando por alguns minutos. De repente, o cobrador chama a atenção dele.
[cobrador] - Ei, vamos! - o motorista parou de olhar Maria, voltou sua atenção para a rua e continuou o caminho do ônibus.
No caminho para o trabalho, Maria e Lucia ficaram conversando. Claro, sobre o motorista.
[Lucia] - Ele fica te olhando. - riu baixinho - Acho que ele gostou de você.
[Maria] - Ai que isso. - Maria estava com vergonha - Será?
[Lucia] - Claro, até perdeu a noção do tempo. E você... também. - sorriu.
[Maria] - É... quem sabe.
[Lucia] - Ele é bem bonito. Moreno, parece ser alto. Olhos escuros e brilhantes. Hmmm, acho que ele ta bem encorpado também - riu - Olha, querida, você está com sorte.
[Maria] - Talvez. - Maria olhou para o motorista mais uma vez. Então, ela olha o espelho do retrovisor, e se impressiona. Ele estava olhando ela, pelo espelho também. Ela sorri, fica vermelha e abaixa a cabeça. Ele, volta a atenção para a rua.
O ônibus seguiu. Maria e Lucia ficaram conversando. Então, elas estavam chegando no ponto para descer. Lucia se levantou e foi indo na frente, enquanto Maria ia atrás. As duas ficaram na porta. O ônibus para, alguns passageiros descem, Lucia também, quando Maria ia descer, ela olha mais uma vez para o retrovisor, então, vê que mais uma vez, o motorista, estava olhando para ela. Os dois trocaram um longo sorriso. Maria desceu do ônibus.

No trabalho, Maria estava no vestiário, guardando sua bolsa e colocando seu jaleco. Lucia também guarda sua bolsa no armário.
[Lucia] - É... e lá vamos nós. - riu.
De repente, outra mulher chega. Era Teresa.
[Maria] - Teresa - cumprimentou a amiga - Como vai?
[Teresa] - Ai meu bem. Ótima. - sorriu. - E vocês?
[Lucia] - Eu to bem.
[Maria] - Eu também... pronta pra mais um dia de trabalho.
[Teresa] - Ah, vocês vão na festa do hospital?
[Lucia] - Vamos sim.
[Maria] - É sábado agora né?
[Teresa] - Isso. Você vai?
[Maria] - Claro... não perco essa festa não.
[Lucia] - Será que vai poder levar a família?
[Teresa] - Pelo que eu soube, pode.
[Lucia] - Ai que bom. Minha irmã estava querendo ir. - riu.
[Teresa] - E você Maria. Vai levar alguém?
[Maria] - Não, não. Vou sozinha mesmo. Alias, vou acompanhar vocês né. - as três se olharam e riram.
Depois de se arrumarem, foram trabalhar. Maria ficava pensando no motorista do ônibus.

Na hora de ir embora, Maria foi falar com Lucia.
[Maria] - Você vai embora comigo?
[Lucia] - Não. Daqui vou direto para a casa da minha mãe.
[Maria] - A... está bem. - Maria pegou sua bolsa no armário, guardou o jaleco nele, fechou e trancou. - Tchau Lucia. Até amanhã então. - sorriu e foi embora.
Maria estava indo para o ponto de ônibus, estava pensando se teria a sorte de ver aquele motorista por mais uma vez. Ao chegar no ônibus, surpresa, bem, não era uma surpresa boa. Era o velho motorista, que antes levava Maria para o trabalho. Ela entra no ônibus.
[Maria] - Ora seu João, mudou de turno?
[João] - Tive que mudar. - sorriu.
Maria passa pela roleta e se senta. Ficou quieta a viagem toda. Mas, pensando no motorista do ônibus de manhã.
No outro dia, Maria foi pegar o ônibus, e para a felicidade da mesma, o motorista novo estava no ônibus. Todo dia, toda manhã, era este mesmo motorista. Maria estava muito feliz.

O final de semana chegou. Era sábado, dia da festa do hospital.
Maria estava pronta para ir. Então, ela vai até a sala, pega o telefone e começa a discar.
[Maria] - Alô? Lucia?
[Lucia] - Oooi... E ai já está pronta?
[Maria] - Já. Acabei de me arrumar agora.
[Lucia] - Ai que bom. Pode vir subindo até aqui a minha casa. Já estou terminando de me arrumar.
[Maria] - Ah ok. Vou subir então. Tchau.
[Lucia] - Tchau, até daqui a pouco.
As duas desligam o telefone.
Maria pega sua bolsa, a chave, tranca tudo e vai para a casa da amiga.
Lá, ela espera Lucia terminar de se arrumar.
Depois de alguns minutos, estavam todas prontas. De repente, a irmã de Lucia aparece.
[Lucia] - A minha irmã vai levar a gente.
[Maria] - Uhum. Vamos então?
[Lucia] - Vamos
Maria, Lucia e a irmã saíram e foram para a festa.

As três chegaram no salão. Entraram. Estava cheio de gente, era vários funcionários do hospital, incluindo os médicos e até faxineiros. Maria e Lucia se sentaram numa mesa com outras amigas. A irmã de Lucia ficou andando pelo salão.
Todas as amigas ficaram conversando, então, chegou a hora de servir a comida. A maioria do pessoal que estava no salão, foram pegar fila para a comida. Maria, Lucia e as outras amigas também foram.
Na fila, Maria ficou conversando com Lúcia. De repente, Maria começa a olhar as pessoas que estavam na fila, mais a frente. Ela vai passando os olhos por cada um, então, ela olha um homem, arregala os olhos. Sua respiração muda, ofega um pouco. Pensou: "É o motorista do ônibus?". Maria ficou encarando ele, de repente, o homem e para a surpresa ou melhor, para o desapontamento dela, não era o motorista, era um homem simples, apenas à fez lembrar do tal motorista. Maria voltou o foco a amiga e continuou a conversar.
Depois de terem comido, Maria continuou conversando com as amigas.
[Maria] - Então gente. Até que está boa a festa.
[Lucia] - É... Maria.
[Maria] - Oi?
[Lucia] - Eu e as meninas estávamos marcando de sair amanhã. Ir num bar que tem lá no centro. Lá pelas 19:30.
[Maria] - Ora, eu vou.
[Lucia] - Ai que bom. - Sorriu.
Maria ficou mais algum tempo na festa, depois foi embora.

Era domingo. Maria decidiu fazer uma faxina. Ela limpou a casa toda. Na hora do almoço foi para a casa dos pais, então, passou a tarde lá. Era quase 18:40. Maria foi voltou para casa. Ela se arrumou e foi para a casa de Lucia. De lá, as duas foram para o bar no centro da cidade.
Lá, Maria estava sentada numa mesa grande com as amigas. Conversando e rindo. Mais ao fundo do bar, havia um homem mexendo num rádio que estava ligado a dois alto falantes. Então começa a tocar Como Dois e Dois, de Roberto Carlos. Maria fechou os olhos por uns segundos e balançou a cabeça de um canto para outro. Depois tocava grandes "hits" nacionais e internacionais.
Maria foi ao banheiro. Quando saiu, ela começou olhar a porta de entrada do bar. Ao fundo começa a tocar Você, de Tim Maia. De repente, dois homens entram. Maria paralisa, fica encantada. Era o motorista do ônibus. O tal motorista viu Maria em pé. Os dois trocaram longos sorrisos. Ela, então, foi voltando para a mesa. Se sentou, porém, ficava olhando o motorista a todo momento.
Lucia cutuca o braço de Maria.
[Lucia] - Menina...não é aquele motorista novo? - Maria demorou um pouco pra responder.
[Maria] - É - sorriu.
[Lucia] - Nossa. Ele fica te olhando. E ai? Vai tentar a sorte?
Maria e Lucia se olharam e riram.
[Maria] - Ai, não sei. - Maria olhou mais uma vez para o motorista.
As amigas continuaram conversando.
O motorista e o amigo se sentaram numa mesa mais a frente da mesa de Maria. E como sempre, ficaram se olhando.
Passou-se alguns minutos. De repente, Lucia se levanta.
[Lucia] - Querida... eu vou lá fora fumar um pouco. Tudo bem?
[Maria] - Ah, eu vou com você. - Maria levanta, então, olha por mais uma vez o motorista.
As duas vão para fora do bar. Maria acende o cigarro e começa a fumar. As duas ficaram lá fora conversando. Lucia dá uma última tragada no cigarro, então, joga ele na rua.
[Lucia] - Ai, quer ficar um pouco mais aqui fora?
[Maria] - Sim, ta fresco aqui.
[Lucia] - Então tá. Alias, vou no banheiro. Já volto.
[Maria] - Está bem.
Lucia entrou novamente no bar. Maria encostou na parede e ficou esperando. Passou um minuto, Maria vai até a rua, fica de costas para a porta do bar, então, ela sente alguém saindo de lá. Ela se vira falando:
[Maria] - Ai eu estava pensando aqui... - Ela se virou e assustou. Era o motorista. Maria chegou um pouco para trás. - Ah... o-oi... meu Deus, desculpa, achei que fosse minha amiga.
[motorista] - Tudo bem - sorriu.- Alias, meu nome é Cláudio. - Ele olhou nos olhos de Maria. - E o seu?
[Maria] - A-ah.. é... - Maria ficou um pouco nervosa - Ma-maria.
[Cláudio] - Belo nome. É um prazer conhecê-la.
[Maria] - É... digo o mesmo. - os dois se olharam por mais uma vez e sorriram. - Você veio com seu amigo?
[Cláudio] - É meu irmão. Ele estava afim de vir aqui.
[Maria] - Entendi. Então... você é o motorista novo né?
[Cláudio] - Sim. E você? Onde trabalha?
[Maria] - Eu trabalho no hospital daqui da cidade.
[Cláudio] - Hmm. Sim.
Os dois pararam de conversar. Ficaram em silêncio por alguns segundos. De repente, Lucia aparece.
[Lucia] - Nossa, eu tropecei... - Lucia para de andar e vê que Maria estava junto de Cláudio. - Ah, minha nossa. Achei que você estava sozinha. Alias, oi.
[Cláudio] - Olá. Ah, meu nome é Cláudio. Eu te vi no ônibus.
[Lucia] - Isso. - Lucia sorriu e cumprimentou Cláudio. - É... Maria, eu vou entrar... eu to com um pouco de sede.
[Maria] - Está bem.
Lucia entrou, deixando Maria e Cláudio sozinhos novamente. Os dois ficaram conversando por um longo tempo, riram e se encararam. Começa a tocar How Can You Mend a Broken Heart, do Bee Gees. Maria começou a olhar Cláudio, olhava fixamente em seus olhos. A música continua ao fundo. Cláudio, então, segura na mão de Maria. Ele aproxima sua cabeça dá de Maria, quase a beijando. De repente, o irmão de Cláudio aparece. Maria se afasta dele e sorri. O irmão de Cláudio estava pedindo para ir embora.
[Cláudio] - É... - sorriu - eu tenho que ir embora.
[Maria] - Ah... tudo bem. - Maria abaixou a cabeça.
[Cláudio] - Te vejo amanhã?
[Maria] - O que?
[Cláudio] - Amanhã... no ônibus.
[Maria] - Ah sim. Claro. Então... até amanhã.
[Cláudio] - Até. - Maria e Cláudio trocaram mais um sorriso. Ele foi embora. Maria entrou no bar.
Lá dentro, ela conversou com as amigas e bebeu. Na hora de ir embora, já estava bem tarde.

Segunda-feira, manhã. Maria estava deitada em sua cama, dormindo. O despertador toca, porém, Maria resmunga e desliga ele. Continua deitada e dormindo. Depois de algum tempo dormindo, repentinamente, Maria acorda. Ela dá um pulo da cama ao ver o horário. Era 6h50min. Maria se levanta.
[Maria] - Droga, perdi o ônibus.
Maria corre para o banheiro, escova os dentes rapidamente, depois sai do banheiro, tirando a camisola e correndo para a cômoda para pegar a outra roupa.
Depois de ter se trocado, Maria ajeita seu cabelo, pega sua bolsa, as chaves e vai saindo de casa.
Maria corre pela rua, vai direto para o ponto do ônibus. Enquanto ela corria, ficava pensando se tinha perdido o ônibus. Bem, Maria na verdade, poderia pegar o próximo ônibus, porém, o ônibus de antes era o que Cláudio dirigia.
Maria estava chegando na rua do ponto. Quando ela virou, uma surpresa. O ônibus estava lá. E era Cláudio que estava dirigindo. Maria sorriu e foi correndo até ele. Quando ela subiu no ônibus, viu que os passageiros estavam nervosos com Cláudio, alguns estavam gritando com ele, incluindo o cobrador. Maria se assustou com a situação. Cláudio olhou para ela e sorriu.
[Cláudio] - Se atrasou é?
[Maria] - Nossa... você me esperou?
[Cláudio] - Claro... meu dia não é o mesmo se eu não te levar para o trabalho.
Maria ficou vermelha. Então passou pela roleta. Ela viu que Lucia estava sentada num banco bem mais pra trás.
[Lucia] - Onde é que você estava?
[Maria] - Ai, eu me atrasei.
O ônibus seguiu. Na hora que Maria ia descer, alguns passageiros olharam feio para ela. Ela olhou para o retrovisor, Cláudio viu e piscou pra ela. Maria desceu.

Os dias passaram, Maria e Cláudio continuavam se encontrando no ônibus. Algumas vezes ficavam conversando. E outras deixavam o cobrador irritado. Algumas raras vezes, Maria se atrasava, o que fazia Cláudio a esperar, deixando todos nervosos.
Num dia que Maria foi pegar o ônibus. Uma surpresa. Bem, uma surpresa desagradável. Cláudio não estava dirigindo o ônibus. Maria ficou chateada. E continuou assim pelos próximos dias, Cláudio não estava mais dirigindo o ônibus que Maria pegava, até que um dia, Maria decidiu perguntar para o cobrador o que havia acontecido com Cláudio.
[cobrador] - Ele mudou de turno. Está dirigindo a noite agora.
Maria arregalou os olhos. Ela passa pela roleta e se senta. Maria fica chateada. De repente, Lucia senta do lado da amiga.
[Lucia] - Você tá bem?
[Maria] - Não sei.
[Lucia] - Quer dizer que agora ele mudou de horário?
[Maria] - É, foi o que o cobrador disse.
Maria abaixou a cabeça. O ônibus continuou seguindo. Maria e Lucia desceram e foram indo para o hospital. No caminho, Lucia parou Maria.
[Lucia] - Espera.
[Maria] - O que foi?
[Lucia] - Eu tenho um irmão.
[Maria] - Nossa Lucia. E o que tem?
[Lucia] - Ele pega ônibus de noite.
Os olhos de Maria começaram a brilhar.
[Maria] - E...
[Lucia] - Se tiver sorte, talvez o Cláudio seja o motorista. - Lucia e Maria sorriram - Olha, vou pedir pra ele ver quem é o motorista. Se for o Cláudio ai eu te aviso.
[Maria] - Sim... - as duas continuaram a andar - Eu deveria ter pedido o telefone dele antes.
[Lucia] - Eu peço para o meu irmão pegar.
[Maria] - Nossa, obrigada. Ai Lucia... eu não sei o que faria se não tivesse você.
[Lucia] - Que isso. Somos amigas. - sorriu.
Maria e Lucia chegaram no trabalho. Na hora do almoço, Lucia ligou para o irmão e o avisou sobre Cláudio. Agora só restava esperar.
Depois do trabalho, Maria foi direto para casa. Se trocou, deitou no sofá e cochilou. Ela acorda com o telefone tocando. Olha para o relógio, era 20h37min. Maria se levanta e atende o telefone. Era Lucia.
[Maria] - Lucia?
[Lucia] - Querida. Falei com meu irmão. - Maria arregalou os olhos. Seus olhos começaram a brilhar.
[Maria] - E... e ai? - Lucia ficou em silêncio por uns instantes - Fala!
[Lucia] - Você tem uma sorte! - Maria começou a sorrir intensamente - O Cláudio que esta dirigindo o ônibus - Lucia começou a rir. - Ah, meu irmão conseguiu pegar o telefone dele.
[Maria] - Ai, sério? Faz o seguinte, amanhã na hora de ir para o trabalho você me passa.
[Lucia] - Esta bem. Até amanhã então. - As duas desligam o telefone.
Maria vai para a cozinha preparar a janta. Ela passou a noite sorrindo.


No outro dia, Maria acorda e se prepara para trabalhar. Depois, sai de casae vai se encontrar com Lucia. As duas ficam conversando, então, Lucia passa o telefone de Cláudio para Maria.
[Lucia] - Esse telefone deu uma confusão.
[Maria] - Por que?
[Lucia] - Meu irmão disse que deu uma confusão. Ou quase. - riu - Ele falou que na hora que entrou no ônibus, viu que o motorista era outro. Então ele disse que passou pela roleta e se sentou perto dele. Ai depois ele levantou e foi perguntar se era o Cláudio. E ele disse que era. Ai ele pediu o telefone dele de uma vez.
[Maria] - Nossa, e por que a confusão?
[Lucia] - O Cláudio achou que era meu irmão que queria o telefone pra ele. Meu irmão me disse que o cobrador perguntou pra ele se estava dando em cima do Cláudio. Foi uma vergonha que ele passou.
[Maria] - Nossa, me sinto um pouco culpada.
[Lucia] - Calma... Depois disso tudo, meu irmão explicou a história toda. Ai o Cláudio e o cobrador entenderam.
[Maria] - Meu Deus - suspirou - que bom né. - Maria e Lucia riram.
As duas pegaram o ônibus e foram para o trabalho.
Na hora do almoço. Maria pensou em ligar para Cláudio. Porém, não teve sucesso.
Chegou a hora de ir embora. Maria foi para casa. Ela estava chateada por não ter conseguido falar com Cláudio. Quando ela chegou em casa, escutou seu telefone tocar. Ela destrancou a porta e entrou correndo. Atendeu.
[Maria] - Alô?
"A senhorita chama-se Maria? Acorda toda manhã para pegar ônibus? Trabalha num hospital? Tem uma amiga que se chama Lucia?" - disse a voz misteriosa.
[Maria] - Quem é?
"Alguém importante" - respondeu a voz.
[Maria] - Meu Deus, responda.
"Sou eu, bobinha.Cláudio" - finalmente se revela.
[Maria] - Ai... nossa... já estava ficando assustada. - Maria sorri e suspira. - Espera, como você pegou o número do meu telefone?
[Cláudio] - O irmão da sua amiga me passou.
[Maria] - Ah sim. - Maria sentou no sofá - Ora, você não vai trabalhar?
[Cláudio] - Daqui uma hora. Mas... vamos continuar conversando...
[Maria] - É... se-seria um enorme prazer - Maria ficou vermelha.
Cláudio e Maria passaram o tempo conversando. Estava quase dando a hora de Cláudio ir para o trabalho.
[Cláudio] - Ei... que tal nos encontrarmos de novo?
Maria arregalou os olhos e se arrepiou.
[Maria] - Cla-claro... pode ser.
[Cláudio] - Sábado. As 19:30? No bar lá do centro?
[Maria] - Está ótimo. Pode ser.
[Cláudio] - Está marcado então. - Maria sorriu.
Os dois se despediram e desligaram o telefone. Maria foi se trocar e preparar o jantar.

Sábado. Dia do encontro. Maria estava muito feliz. Já era 15h20min. Maria saiu de casa e foi para o salão de beleza. Saiu de lá 17h00. Chegando em casa, ela sentou e começou a assistir TV, esperando chegar a hora pra se arrumar e ir para o encontro. Era 18h30, Maria foi se arrumar. 19h10min. Maria foi indo para o bar. Ela chegou lá bem no horário do encontro. Procurou por Cláudio, porém, ele não estava lá. Maria decidiu sentar numa mesa e esperar por ele. Como sempre, estava tocando música no bar. Maria esperou, esperou... e esperou. Nada de Cláudio chegar. Ela esperou mais um pouco, porém, nada. Então, Maria se levanta e vai saindo. Quando ela vai passar pela porta do bar, um susto. Maria dá de cara com Cláudio. Os dois se encaram, sorriem e ficam vermelhos.
[Cláudio] - É... me desculpa... eu... eu me atrasei.
[Maria] - É... eu notei. - Maria abaixou a cabeça
[Cláudio] - Me desculpe. Por favor. - Cláudio segurou nas mão de Maria e os dois se encararam.
[Maria] - Claro. - Maria sorriu.
[Cláudio] - Vamos nos sentar então.
Maria e Cláudio sentaram-se na mesa, um de frente para o outro. Eles ficaram conversando por um longo tempo. De repente, começa a tocar How Can You Mend a Broken Heart, do Bee Gees. Cláudio ficou atento à música.
[Cláudio] - Você lembra dessa música? - Ele se aproximou um pouco de Maria.
[Maria] - Nossa... não. - Maria sorriu e ficou vermelha.
Cláudio se aproximou do ouvido de Maria.
[Cláudio] - Era a música... - Maria foi ficando arrepiada - De quando... - Cláudio se afastou do ouvido de Maria e começou a olhar fixamente nos olhos dela. Os dois estavam prestes a se beijar - Quase nos beijamos. - Cláudio dá um beijo em Maria.

[...]
"I can still feel the breeze that rustles through the trees
And misty memories of days gone by
I could never see tomorrow
No one said a word about the sorrow"
[...]

Cláudio para de beijar Maria. Os dois se olham e começam a sorrir.
[Maria] - Agora eu lembro. - Maria deu um sorriso que ia de orelha a orelha.


[Maria] - E foi assim Léo. Esse foi o primeiro beijo que dei no seu avô.
Leonardo estava deitado no colo da avó. Ela estava mexendo nos cabelos do neto.
[Léo] - Nossa... que legal vó. - Léo e Maria sorriram. - E vó...
[Maria] - O que foi querido?
[Léo] - Como foi o pedido de namoro do meu vô?
[Maria] - Nossa... foi a coisa mais linda que já ouvi. Bem, fiquei com um pouco e vergonha também.
[Léo] - Nossa, por quê?
[Maria] - Ai Léo... uma vez eu voltei tarde pra casa, depois do trabalho. Ai adivinha... Peguei o ônibus que seu avô estava dirigindo.
[Léo] - E ai? Ele sabia que você ia pegar o ônibus do horário dele?
[Maria] - Sabia. - Maria olhou para Leonardo. - Bem... quando eu fui subir no ônibus... Seu avô ficou de pé. De repente os passageiros começaram a olhar, alguns ficaram em pé olhando. De repente seu vô se ajoelha e me pede em namoro. - Maria sorriu ao lembrar.
[Léo] - Nossa... e os passageiros? O que eles falaram?
[Maria] - Ai, alguns riram, outros ficaram reclamando...
[Léo] - Nossa... e como foi o casamento?
[Maria] - Léo, querido... isso já é história para outro dia. - Maria sorriu. Ela cutucou Leo e ele levantou. - Quer comer algo?
[Léo] - Quero - Léo arrumou o cabelo e sorriu.
Maria se levantou do sofá e foi para a cozinha.
De repente, a porta da sala abre. Era Cláudio.
[Cláudio] - Léo... - Cláudio se sentou do lado do neto. Colocou um dos braços em volta dele. - E ai? O que vocês dois estavam fazendo?
[Léo] - Nada não - Léo sorriu. - Era só uma história que minha vó estava contando.




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Notas finais do capítulo

Como eu falei, gente, não tenho dia previsto para postar. Só terá algo novo conforme minha imaginação e disponibilidade.



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