Gravity escrita por Ju Dantas


Capítulo 14
Capítulo 13




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Bella

Estávamos no táxi em direção ao meu apartamento, quando meu celular tocou.

— É Alice – eu atendi e fiz uma careta ao ouvir sua voz estridente.

— Precisa voltar agora para casa!

— Ei, não grita!

— Está preocupada com gritos? Não foi você que ouviu seus pais gritando a manhã inteira no meu ouvido.

— O quê? Como assim?

— Seus pais estão aqui te esperando e devo avisar que está muito ferrada, amiga.

— Ain, droga!

— Acho melhor vestir uma roupa neste seu novo maridinho, sair da cama e voltar imediatamente, eu não sei mais o que fazer com eles!

— Fica calma, já estamos em Seattle.

— Ufa, ainda bem!

— Eu devo chegar em alguns minutos.

— Graças a Deus!

Eu desliguei e olhei para Edward.

— Meus pais estão na minha casa.

— Tudo bem. Melhor enfrentar logo, não é? – Ele diz tranquilamente e eu não sei como pode estar tão calmo.

— Edward, acho melhor você não ir comigo.

— Bella...

— Falo sério, é melhor eu falar com meus pais sozinha primeiro.

— Eu falei que ia estar com você.

— Eu sei, mas acredite em mim, vai ser melhor.

Ele não falou nada, apesar de eu ver que não gostou muito. O carro parou em frente a minha casa.

— Tem certeza? - Edward indagou.

— Tenho. Eu saí do carro, mas ainda pude ouvir sua voz.

— Não se esqueça de comer. - Eu sorri.

Ao ver a cara dos meus pais, meu sorriso se desfez rapidinho.

— Antes que comecem a falar será que eu posso comer? Juro que posso desmaiar a qualquer momento – falei jogando minha mochila de qualquer jeito e indo para a cozinha.

Obviamente eles me seguiram.

— Você enlouqueceu? – Meu pai explodiu – não que eu seja contra seu casamento. Muito pelo contrário, mas não podia fazer as coisas direito, como pessoas normais?

— Eu não agi feito louca! - Rebati, enquanto abria a geladeira.

— Foi irresponsável.

— E daí? O resultado não ia ser o mesmo se esperássemos? Pelo menos agora está feito - eu peguei uma lasanha congelada e levei o microondas.

— Sim, e mal feito.

— E cadê o Edward? - Minha mãe perguntou.

— Ele queria vir conversar com vocês, eu o impedi.

— Ele vai ficar se escondendo atrás de você agora? - Meu pai questionou irônico.

— Justamente por isso pedi que ele não viesse, para não ouvir este tipo de asneira. Agora, se me derem licença, eu preciso comer!

Coloco o prato na minha frente e ataco a lasanha.

Meus pais continuam discutindo entre si, eu os bloqueio, me concentrando na comida. E um sono terrível me abate de repente.

Eu afasto o prato.

— Eu vou para o meu quarto. Estou morta de cansada.

Eles não tentaram me impedir, porém, se eu pensava que teria paz, estava completamente enganada porque Alice apareceu cinco minutos depois que entrei no quarto.

— Ai Bella, que vergonha! - Ela cobriu o rosto com as mãos e eu ri – que vexame.

— Pelo menos você não transou e engravidou do ex – falei irônica e ela ficou pálida.

— Credo, isola – bateu na madeira e deitou na minha cama. - Eu sinto muito por ter ficado bêbada daquele jeito e ter dado trabalho.

— Não se preocupe com isto. – Eu sorri maliciosamente – pelo menos foi o Jasper quem te trouxe.

Ela revirou os olhos.

— Pior ainda! Eu estava quase morta, toda pálida e com o cabelo horroroso, enquanto ele estava, todo lindo!

Eu ri, me aconchegando sob as cobertas.

— E cadê o Edward?

— Não sei. Ele ia vir comigo, eu não deixei.

—E está tudo bem?

— Não sei quando tudo ficará bem. Se ficará... – suspirei.

— Está arrependida? - Ela murmurou.

— Não. Sei lá... tenho medo. De ter sido precipitada. De meus pais terem razão e ter sido realmente uma decisão irresponsável.

— Não adianta ficar remoendo isso agora. Está feito.

Sim, ela tinha razão. Eu só esperava que desse tudo certo. Comecei a sentir minhas pálpebras pesando Alice se levantou.

— Melhor eu ir, antes que você durma e eu fique falando sozinha.

Ela se foi e eu entrei embaixo das cobertas, apagando imediatamente.

Acordei desorientada, o quarto estava na penumbra. E não estava sozinha Dedos mornos retiraram os fios de cabelo do meu rosto E eu abri os olhos para ver Edward.

— Oi - murmurei sonolenta.

— O que está fazendo aqui, Bella? - Ele indagou suavemente.

— É minha casa.

— Não mais - ele sorriu.

E eu então me dei conta de que era verdade.

— E onde é minha casa agora?

— Onde eu estiver.

Gostava de como aquilo soava. No entanto algo não me agradou. Eu franzi a testa.

— Não quero ir para sua casa – afirmei enfaticamente.

— Não? - Ele levantou a sobrancelha.

— Não... é sua casa... não é nossa, entende?

— Certo, então teremos que dar um jeito nisto.

— Pode ser amanhã? - Pedi fechando os olhos. E ele me puxou para perto, beijando minha testa.

— Volte a dormir, Bella.

E eu obedeci.

Eu estava com sono. Estava, no passado. Antes de ele aparecer, antes de aspirar devagar seu cheiro único e inconfundível. Antes de sentir suas mãos nas minhas costas, e o toque morno dos seus lábios na minha testa. Com um suspiro eu me aconcheguei mais a ele.

— Edward? - Chamei baixinho.

— Hum?

— Não estou mais com sono.

— Durma Bella.

— É sério... o que eu faço?

Ele riu.

— Quer que eu faça um leite quente para você?

— Eu estava pensando em algo mais... prático – falei esfregando meus lábios em seu pescoço.

— Hum... o que eu posso fazer para te deixar com sono?

— Eu me lembro de algo que sempre funcionava - disse, passando a perna por seu quadril.

— Ah é?

Ele se livrou dos meus braços e eu gemi em frustração ao vê-lo se afastar. Não foi longe. Apenas se ajoelhou na minha frente. Eu estava somente de camiseta e ele afastou minhas pernas, retirando minha calcinha vagarosamente.

Mordi os lábios em expectativa, fechando os olhos. Eu já estava excitada antes de ele beijar meu joelho. Abri os olhos, fitando-o, vendo-o deslizar os lábios por minha coxa. Ofeguei.

— Está com sono? - Ele perguntou.

— Muito pelo contrário… oh... – gemi, jogando a cabeça para trás, ao sentir seu hálito quente. Por segundos intermináveis ele não fez nada. Meu ventre se contorceu em expectativa, então ele me tocou com os lábios e a língua. Uma lança aguda de prazer me sacudiu em pequenos espasmos que começavam aonde ele tocava e reverberavam por todo meu corpo, aquecendo tudo por onde passava. Icei os quadris da cama, querendo mais um pouco daquela tortura. - Oh Edward! – Era a única coisa coerente que eu conseguia balbuciar enquanto ele persistia com a carícia, aumentando a pressão até o prazer ficar insuportável e explodir num clímax longo e intenso que me tirou da terra por alguns instantes.

Meu corpo ainda tremia quando eu o senti em cima de mim, nu, os joelhos afastando minhas pernas e me penetrando devagar.

— Acorda Bella – ele falou roucamente contra meus lábios e eu abri os olhos, para encontrá-lo sorrindo.

— Achei que fosse para eu dormir.

— Não agora – ele me penetrou de novo. E de novo eu senti o prazer crescendo e se enroscando dentro de mim.

— Certamente que não – murmurei, mordiscando sua orelha e passando as pernas em volta de sua cintura, movendo-me com ele, no mesmo ritmo perfeito, nossos lábios se encontraram e se prenderam num beijo profundo sua língua penetrando minha boca, no mesmo ritmo dos nossos corpos. Até que tudo se transformasse em puro prazer, quente, intoxicante, intenso. E um outro orgasmo me atingiu ao mesmo tempo em que ele se enterrou uma última vez dentro de mim libertando o seu prazer e gemendo no meu ouvido. E não havia no mundo som mais perfeito do que o som de sua voz enquanto desmoronava sobre mim. Ele rolou para o lado me levando junto.

— Está com sono agora? – Perguntou.

— Eu poderia dormir uma década.

Ele riu, beijando minha testa. Eu não sei se ele respondeu algo, porque eu já estava dormindo.

***

Eu acordei lentamente, me sentindo meio desorientada. O sol entrava pela janela, aquecendo meu rosto. Então me lembrei e abri os olhos, Edward não estava. Me levantei e senti um pouco de tontura, sem enjoo, o que foi ótimo. Em compensação sentia muita fome.

Encontrei Alice e meus pais na cozinha.

— Cadê o Edward? - Indaguei pegando cereal.

— Ele disse que foi resolver umas coisas – minha mãe respondeu. – A propósito, ele me contou que você não quer ir para casa dele.

Eu revirei os olhos. Edward linguarudo.

— E daí? - Resmunguei de boca cheia. – Aliás, não está na hora de voltarem para sua própria casa?

— Nós vamos aproveitar que estamos na cidade para resolvermos algumas questões. – Minha mãe disse.

— Ah que ótimo.

— Vocês vão ficar aqui? – Alice indagou curiosa.

— Não acho uma boa ideia.

— Eu não me importo, se é esta sua preocupação. Vai ter que maneirar nos barulhos, se é que me entende, eu preciso dormir para trabalhar!

— Ei! – Eu fiquei vermelha feito pimentão olhando para meus pais que pareciam não ter ouvido, pois estavam discutindo alguma notícia no jornal.

— Leva-se tempo para arrumar uma casa decente aqui em Seattle.

— Podemos procurar em Forks também – minha mãe sorriu empolgada e eu os olhei horrorizada ao perceber que estavam procurando casa para mim e Edward.

Encarei Alice e ela deu de ombros.

— A oferta de ficar aqui está de pé! Se bem que o apartamento do Edward é bem legal...

Peguei o telefone e saí da cozinha discando o número de Edward.

— Alô.

— Diga que não falou para os meus pais que eles estavam autorizados a procurar casa para nós.

— Eu não consegui falar não para sua mãe.

— Você é um frouxo.

— E eu tenho medo do seu pai quando ela me encara por muito tempo.

— Ah tá legal. Vamos ver quanto tempo aguenta a intromissão. Não vejo a hora de eles irem embora!

— Podemos vir para o meu apartamento.

— Ah, não quero. E o que está fazendo?

— Estou numa reunião com a gravadora.

— Gravadora?

— É, depois eu te conto. Tenho que desligar.

— Ok, que horas você... ele já tinha desligado.

Sem ter o que fazer, liguei o computador e fiz algo que não fazia há muito tempo. Fui fuçar na internet.

É claro que o assunto do momento entre os fãs da banda era nosso casamento. Passei horas lendo tudo aquilo com uma curiosidade mórbida. O pior era aqueles que não se contentavam em simplesmente relatar os acontecimentos e inventavam suas próprias histórias, cada uma mais sórdida que a outra. O nome da Tanya estava em todas, lógico. Agora ela era retratada como “a traída”. E falavam da minha gravidez. Inventando mil histórias estapafúrdias.

Me senti mal de repente. Olhando para todo aquele lixo, me sentindo acuada dentro da minha própria casa, era muito fácil sentir certo arrependimento da minha atitude impensada. Olhei a aliança no meu dedo, a mesma que surgira de não sei onde naquela capela em Las Vegas e que Edward colocara ali ao som dos assovios de nossos amigos. Parecia pesar muito neste momento. Mordi os lábios com força para não chorar. Por que eu me sentia assim? Tudo parecia tão simples em Las Vegas. Tão fácil. Tão certo. E agora eu não sabia para onde iríamos.

Fechei o note com força e fui para o banheiro. Não era muito chegada em banho de banheira, porém estava precisando relaxar e apaziguar aqueles sentimentos horríveis dentro de mim. Entrei na água quente e fechei os olhos, respirando devagar, tentando desfazer o nó na minha garganta. As lágrimas vieram mesmo assim. Ardiam em meus olhos e se desfaziam em meu rosto. Mergulhei na água quente e quando voltei à tona, Edward estava do meu lado.

— Achei que teria que te resgatar - ele sorria, imediatamente franziu a testa ao ver meus olhos vermelhos – está chorando?

— Não – falei rápido – é por casa da água – menti, tentando sorrir. Ele passou os dedos na minha testa.

— Parece preocupada.

— Eu entrei na internet e...

— Leu toda aquela merda.

— Sim.

— Não devia fazer isto.

— Eu sei, eu estava curiosa... e entediada.

— Por quê? Alice e seus pais estavam aqui com você.

— Eu não sou uma boa companhia hoje. Meu humor não está muito bom.

Edward riu.

— Oscilação de humor. Hormônios. Natural.

— Como sabe? Leu naquele livrinho lá na sua casa?

— Eu li sim, talvez você devesse ler também.

— Talvez eu o faça já que não tenho nada para fazer.

— Pobre Bella, tão entediada – ele acariciou o meu cabelo.

— Não seja irônico. - Resmunguei jogando água nele – ops, desculpe.

— Ok, agora vou ter que entrar aí com você. - Eu dei de ombros, vendo-o se despir e entrar na banheira.

Ele sentou na minha frente e me puxou, eu escorreguei facilmente para o meio de suas pernas e encostei a cabeça em seu ombro.

— Por que estava chorando? - Perguntou no meu ouvido.

Mordi os lábios. As mãos dele deslizaram para minha barriga e meu ventre se contraiu, num misto de prazer físico e necessidade emocional. Era fácil esquecer os motivos de todos os arrependimentos quando ele me tocava assim, como se soubesse que era exatamente o que eu precisava. Sentir que não estava sozinha. E, embora ainda fosse algo tênue e frágil o que nos unia novamente, era Edward que estava ali. E era exatamente isto que me enchia de medo. Era ele. Sempre fora ele. A raiz de todos meus Problemas. De novo.

Soltei o ar devagar.

— Eu acho que não sei, apenas... às vezes é muito para mim, tudo isto. Ou pode ser a tal oscilação de humor provocada pelos hormônios...

Ele me fez encará-lo.

— Da próxima vez que você chorar, você não vai mentir para mim. Você vai dizer exatamente qual o problema e a gente tenta resolver juntos.

Eu sorri de seu rosto sério.

— Sim senhor.

— Estou falando sério, Bella.

— Eu sei – respondi suavemente. Uma suavidade que não era inerente a minha pessoa, mas que sempre vinha à tona quando ele estava por perto. Passei os dedos por sua sobrancelha franzida – eu queria beijar você agora.

Ele sorriu, me trazendo para mais perto, os dedos se infiltrando por baixo do meu cabelo

— Isto eu posso resolver – e ele me puxou pela nuca, me beijando devagar e profundamente. Todas as partes do meu corpo entraram em alerta instantâneo, e eu me virei para sentar em seu colo, passando o braço em volta do seu pescoço. Seus lábios soltaram os meus para deslizarem por meu rosto, minha garganta, meus ombros. Causando arrepios por onde passavam. Os dedos envolveram meus seios molhados, apertando os mamilos, enviando mil mensagens de puro prazer para meu cérebro entorpecido. E o prazer se espalhou por minha pele, quente, delicioso, se alojando no meio das minhas pernas. E, com suas mãos ocupadas em meu seio, eu mesma me toquei, não por muito tempo, pois rapidamente sua mão cobriu a minha.

— Deixe que eu faço para você – ele murmurou roucamente em meu ouvido, os dedos longos abrindo caminho para dentro de mim e eu arqueei a costas, perdida numa espiral de prazer sufocante. Minha respiração saía em arquejos e eu o fitei com os olhos semicerrados.

— Quero você dentro de mim... - Ele sacudiu a cabeça afirmativamente e me fez descer sobre a ereção firme, nossos corpos molhados se encaixando facilmente. Enterrei os dedos em seus cabelos e o beijei, faminta, movendo-me freneticamente sobre ele, e o orgasmo veio rápido, perfeito, delirante.

Eu fiquei abraçada a ele em silêncio, seus dedos deslizando devagar por minhas costas. Lá fora o sol se punha, mas eu não fazia a menor questão de me mexer, então meu estomago roncou. Edward riu e saiu da banheira me levando junto.

— Poxa, acho que me esqueci de almoçar – falei, sentindo um vazio enorme no estômago enquanto me enxugava – Edward me encarou - eu não estava a fim de confraternizar com a minha família – me justifiquei, fazendo uma careta e ele riu, indo para o quarto e eu o segui.

— Vamos sair para comer então.

— Não estou com vontade de sair...

Olhei-o enquanto ele revirava uma mochila cheia de roupas.

— Veio de mudança é?

Ele deu de ombros.

— Acho que a maioria está suja.

Eu ri, enquanto me vestia, me divertindo ao vê-lo tentar encontrar algo limpo na mala. Era tão típico dele.

De repente eu parei, sentindo um aperto no peito.

Não gostava daquilo. Aquela... sensação de dejà-vu. De já ter vivido isto um dia.

— O que foi? - Ele me fitou preocupado.

— Nada – desconversei – só fome. – Vê se acha logo uma roupa e vamos descer antes que eu desmaie – reclamei. De repente a porta se abriu e Alice entrou.

— Bella, sua mãe está te chamando... ops – ela parou ao ver Edward, que estava ocupado colocando uma camisa xadrez.

— Oi, Alice.

— Não bate mais não? - Falei irritada.

— Hei, foi mal.

Ela saiu rindo e Edward me encarou rindo também.

— Alice não tem a menor noção!

Ele fechou a camisa e puxou minha mão.

— Vamos comer e ver o que sua mãe quer.

Minha mãe colocou um prato na minha frente e eu nem vi o que era, fui logo devorando.

— Devia ter vindo almoçar.

— Não estava com fome – menti.

— Sei... - ela encarou Edward – Edward, um tal de Riley ligou. Pediu para você retornar.

— Certo - Ele pegou o celular e se afastou.

Encarei Alice, que lixava a unha distraída.

— Dá para você bater antes de entrar meu quarto? – Reclamei.

— Por quê? Está com medo que eu veja você e o Edward transando?

Eu engasguei, ficando vermelha olhando para minha mãe. Ela estava rindo também.

Edward voltou e estava meio sério.

— O que foi?

— Riley está vindo para cá.

— Ai que saco – resmunguei.

— Ele quer resolver umas coisas ainda hoje, se preferir a gente pode sair.

— Claro que não – Alice falou – aqui é sua casa também agora! Ou pelo menos por enquanto.

Eu revirei os olhos.

— Ele pode jantar com a gente – completou e eu quase gemi. Era só o que faltava.

— Não, nós vamos jantar fora. Temos que acertar os detalhes da turnê.

Eu respirei aliviada.

Passei a tarde tentando me livrar dos meus pais, que estavam animadíssimos procurando casas para mim.

Quando fui dormir, Edward ainda não tinha aparecido.

Acordei devagar e ao abrir os olhos Edward estava ali, me fitando com um sorriso preguiçoso e os olhos pesados de sono, o cabelo totalmente desgrenhado. Me deu uma vontade louca de me aproximar e beijar seu rosto de barba por fazer. E talvez eu tivesse feito exatamente isto se meu estômago não tivesse escolhido exatamente aquele momento para se rebelar

— Ah Droga!

Eu passei por cima dele e saí da cama, correndo para o banheiro e me ajoelhei no chão frio, enterrando a cabeça dentro do vaso.

— Bom dia – eu ouvi sua voz ao meu lado e suas mãos me ajudando a me levantar depois de ter vomitado tudo o que tinha no meu estômago.

— Está melhor? - Indagou meio preocupado.

— Odeio isto – resmunguei me apoiando na pia – achei que tivesse passado.

— Vai passar - ele acariciou meu cabelo. - Se estiver se sentindo bem, nós poderíamos aproveitar e ir para Forks ver meus pais.

— Forks?

— Sim, eu convenci seus pais a irem embora hoje e disse que nós também estamos indo ver meus pais.

— Não, eu estou ótima. - Falei mais animada – minha família está me enlouquecendo.

Edward riu e me puxou para dentro do boxe.

— Então melhor não perdermos tempo.

Eu ia dizer que se não quiséssemos perder tempo era melhor ele nem entrar embaixo de um chuveiro comigo. Deixei para lá.

***

Enquanto o carro percorria as ruas frias de Forks, minha mente se infestou de lembranças.

— Por que está com esta cara? - Edward perguntou.

Eu o fitei.

— A gente tem mesmo que ir para a casa dos seus pais agora?

— Está mal? - Indagou passando a mão na minha bochecha. Eu mordi os lábios.

— Não vou vomitar, se é o que te preocupa - o que não era bem uma verdade. Meu estômago estava mesmo começando a se revirar - eu só... eu parei de falar quando meu celular tocou. Eu ri ao ver o número no visor. - Oi, Alice.

— Por que não me avisou que ia viajar?

— Porque você estava em Nova York.

— Certo, eu vou te perdoar desta vez, porque está em lua de mel.

Eu revirei os olhos.

— Não é bem assim.

— Como não? Como você é tonta Bella.

Eu relanceei os olhos para Edward, ele sorria para mim daquele jeito despreocupado, os dedos brincando com meus cabelos. Eu queria estar sozinha para contar pra Alice como eu me sentia amedrontada por encontrar os pais dele

— É talvez eu seja.

— Tudo bem vou desligar. Já entendi que não pode falar. Mas quero saber tudo depois.

— Vai sonhando.

Eu desliguei e Edward riu.

— O que foi?

— Ela está reclamando que não a avisei que íamos viajar em “lua de mel” - eu falei irônica

Ele sorriu de lado.

— Oh... estamos em lua de mel?

— Não sei... o que você acha?

Ele sorriu mais e eu tive uma vontade imensa de beijá-lo, ali mesmo no carro e mordi meus lábios para não fazê-lo.

— Chegamos – ele anunciou e eu voltei à realidade. Estávamos em frente a casa de vidro dos pais de Edward e eu comecei a me sentir verdadeiramente nervosa. Meu estômago deu uma volta inteira e eu quase gemi ao sair do carro.

Juro que pensei que ele fosse sair inteiro pela boca quando os pais de Edward abriram a porta. Eles estavam sorrindo quando o abraçaram, como se não o vissem há muito tempo e eu fiquei ali na porta, me sentindo em outra época. Outra vida. Quantas vezes não havíamos protagonizado a mesma cena? Incontáveis vezes. E, naquele momento quando Esme Cullen me fitava afetuosamente, apesar de um pouco comedida, como se fôssemos meio estranhas e talvez fôssemos mesmo.

Neste momento, eu percebi que também tinha sentido uma falta imensa daquilo. E, sinceramente, não sei por que essa percepção me deixava tão mal.

— Oi Bella, que bom que está aqui querida - E ela me abraçou. Como fazia antes. E eu lutei contra o nó na minha garganta.

— Oi Esme. - Ela se afastou, ainda segurando meu ombro, como se me avaliando E eu fiquei vermelha imaginando o que eles estariam pensando sobre toda aquela confusão.

— Você está um pouco pálida. Está se sentindo bem? Eu tentei sorrir e engasguei ao responder.

— Acho que não... – E só tive tempo de me virar para Edward antes de vomitar o café da manhã.

Sentada sobre o vaso sanitário, vestindo apenas uma calcinha e uma camiseta, eu mordi os lábios nervosamente.

— Desculpe por ter vomitado em você.

— Parecia uma cena do exorcista - Edward riu através do barulho do chuveiro. Eu gemi, desalentada, me lembrando da cena. Não só Edward fora atingido como também o tapete da sala dos Cullen.

— Não me lembre. Pelo menos não foi em cima da sua mãe. Acha que teremos que pagar outro tapete?

Ele riu mais ainda.

— Aquele tapete está ali desde 1987 provavelmente. Não seria grande coisa trocá-lo.

— Eu sou uma pessoa horrível.

— Bella, você é uma grávida, não uma pessoa horrível.

Eu me levantei, e vi minha imagem no espelho. Sim eu era uma grávida, embora não me sentisse uma. Como seria quando minha barriga crescesse e eu me tornasse enorme? Levantei a camiseta e a amarrei. Fiquei de lado, olhando meu ventre. Ainda não dava para notar nenhuma diferença. Passei a mão devagar, tentando imaginar que havia algo vivo ali. Crescendo Era assustador.

— Você acha que eu estou diferente? - Indaguei mirando minha imagem no espelho, ao ouvi-lo desligar o chuveiro e sair do boxe se enxugando.

— Hum – ele ficou atrás de mim me avaliando – eu acho que sim. Eu levantei a sobrancelha, especulativamente.

— Estou? Eu não vejo nada diferente me mim...

Ele sorriu e passou a mão na minha barriga. Meu ventre se contraiu com seu toque morno.

— Não fale que está aparecendo, porque não está.

—E u sei - sua mão subiu, contornando meus seios – seus seios estão diferentes.

Eu ofeguei.

— Estão?

— Maiores – respondeu apertando-os levemente e eu gemi, estremecendo ao sentir os dedos apertando os bicos levemente. Me encostei mais no seu corpo ainda meio molhado num movimento automático.

— Consegue me imaginar com um barrigão?

— Eu fico tentando imaginar.

Eu me virei para fitá-lo.

— Fica?

— Fico – respondeu com aquele sorriso que era só dele, meio envergonhado, meio malicioso. E eu fiquei na ponta dos pés para beijá-lo, porque era irresistível. Ele enlaçou minha cintura e me ergueu do chão, enquanto eu passava minhas pernas em volta do seu quadril.

— Daqui a alguns meses estarei bem pesada para você me pegar desse jeito – murmurei.

Edward riu, me colocando na cama e deitando em cima de mim.

— Está me chamando de fracote?

Eu gargalhei e ele me beijou de novo. E eu derreti.

— Acha que seus pais vão achar ruim se demorarmos? - Indaguei sem ar, enquanto ele já se antecipava tirando minhas roupas.

— Eles podem imaginar que você está mal.

— Oh, muito, muito mal – murmurei ao sentir sua língua em meu seio e seus dedos pousando em meio as minhas pernas, como se tocasse algo que fosse seu. E era mesmo. Gemi fracamente e ele voltou a encher minha boca de beijos molhados. Deslizei as mãos por suas costas, os músculos suaves ondulando sobre meus dedos e enterrei as unhas em suas nádegas.

— Acho que não quero esperar muito – murmurei quando finalmente seus lábios largaram os meus.

— Nem eu – respondeu, separando meus joelhos e me penetrando uma, duas, várias vezes. De repende ele parou. Eu abri os olhos, confusa.

— O que foi?

— Acha que podemos machucá-lo?

— Quem?

— O bebê.

— Oh... não. Acredito que não...

Ele não me pareceu muito convencido.

— Tem certeza?

— Eu tenho certeza de que se você parar agora eu te mato. – Reclamei, içando os quadris da cama, para que ele fosse ainda mais fundo apertando meus músculos internos em volta dele. Edward gemeu. Eu segurei seu rosto, beijando seus lábios e, devagar, me virei, ficando por cima.

— Não se preocupe, você nunca poderá nos machucar... - sussurrei, voltando a me mover, ditando o ritmo de nossas investidas, sentindo aquele prazer imensurável que era tê-lo dentro de mim. Fechei os olhos, jogando o cabelo para trás, perdida em sensações.

— Vem aqui – ele pediu roucamente e eu me inclinei sobre ele para que seus dentes mordiscassem meus seios, sua língua contornasse os mamilos intumescidos. Os dedos desceram até meus quadris e aumentaram o ritmo, então meu corpo foi dominado por espasmos de puro êxtase e desabei em cima dele ainda estremecendo de prazer.

***

Edward saiu com seu pai, para buscar algo que Esme pediu para o jantar e eu queria muito ter ido junto, mas não me ofereci para acompanhá-los. Não queria parecer uma chata grudenta. E o que a mãe dele poderia fazer comigo? Eu me sentei na varanda em frente a casa, respirando o ar frio. Esme aproximou-se e sentou do meu lado, me dando uma xícara.

— Tome, é apenas chá. Não vai enjoar.

Eu fiquei vermelha.

— Não se preocupe com a mancha no tapete – falou dando tapinhas na minha mão e eu sorri sem graça. – Continua enjoando muito?

Eu fiz uma careta, mais surreal do que estar na casa dos Cullen depois de anos, um lugar ao qual achei que nunca iria voltar, era conversar com a mãe de Edward sobre minha gravidez.

— Um pouco.

— De quantas semanas você está?

Ai Deus.

— Entrando na décima.

— Então já vai passar, não se preocupe. O Edward me falou que já foram a um médico.

— Sim, senhora.

—Deve ser assustador para você. Sei que foi inesperado.

— Sim, totalmente.

— Tudo ficará bem. Fizeram o certo, decidindo ficar juntos.

— Eu acho que sim.

— Edward me disse que estava preocupada com o que nós pensaríamos.

— Edward fala demais.

— Ele não sabe esconder nada, você sabe.

— Eu sei. Não ficaram bravos?

— Está falando sobre o casamento em Las Vegas?

— Também.

— Eu preferiria que tivessem se casado com a presença das famílias. Acho que terei que esperar por Jasper e Emmett se quiser ver isto.

— E a gravidez?

— Nós ficamos chocados quando ele nos contou. Achávamos que nunca mais iam ficar juntos.

— Eu também. Foi... um acidente. Desde o começo.

— Ele nos contou. Mas não nos interessa. Só quero que saiba que íamos apoiá-lo de qualquer maneira. Fosse qual fosse a sua decisão. Eu, de alguma maneira, sempre me preocupei com algo assim acontecendo. Por ele ser quem é...

— E aconteceu mesmo. Só não foi de propósito.

— Eu sei. E estou feliz que seja você.

Eu respirei fundo.

— Eu não sei... se vai dar certo. - Murmurei insegura.

Esme me fitou por alguns instantes e então se levantou.

— Espere aqui.

Ela entrou e voltou com uma caixa e colocou no meu colo.

Eu a abri e havia algumas roupinhas de bebê.

— São roupas do Edward. Eu as guardei. Como uma recordação. Agora estou dando a você.

— Não posso aceitar.

— E sempre quis que... um dia o bebê dele usasse também. Eu senti um nó se formando na minha garganta. Era estranho que as pessoas a nossa volta tivessem tanta confiança em algo que eu não tinha.

— Obrigada – respondi, fechando a caixa, meio sem graça.

Um carro parou em frente a casa e Edward e Carlisle saltaram dele.

Esme acompanhou o marido para dentro de casa e Edward sentou ao meu lado.

— O que é isto? - Indagou ao ver a caixa no meu colo.

— Nossa, minha mãe ainda guarda essas coisas?

— Sim, e agora é nosso. Ou do bebê. Algo assim.

— Pode ser uma menina, e estas roupas não servirão pra nada.

Eu franzi a testa, pensando pela primeira vez naquelas possibilidades reais. Um menino, ou uma menina. Meu coração falhou. Totalmente assustador.

— Eu nem pensei... é tão... surreal ainda.

— Nem eu pensei. Acho que não me importo na verdade.

— Acho que eu também não. Mas... se for uma menina ela pode usar também, não pode?

— Já vai parecer desde pequena com você.

Eu tive que rir.

— E isto significa que você não está mais achando que minha mãe está brava com você? - Edward tocou meu rosto.

— Ela disse que não está. E eu fiquei bem aliviada.

— E não vai vomitar mais em mim?

Eu dei um tapa em seu ombro e ele riu.

— Pelo menos se vomitar, não será mais no tapete da minha mãe.

— Não?

— Não. Vamos só jantar e iremos viajar.

— Viajar? Pra onde?

— É uma surpresa.

—Eu achei que... quisesse ficar aqui com seus pais.

— Bella, e eu que estivéssemos em lua de mel.

Eu levantei as sobrancelhas

— Oh, então é realmente uma lua de mel?

— Eu espero que sim. - E seu sorriso era, definitivamente delicioso. Eu senti um frio no estômago que não tinha nada a ver com vontade de vomitar. Pareciam borboletas. Oh, oh. Eu também mal podia esperar.


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