Gravity escrita por Ju Dantas


Capítulo 10
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Olá, meninas, desculpa pela demora, mas agora as postagens voltaram e serão regulares!


abraços



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Passaram três dias até que eu tivesse noticias de Edward novamente.
E o pior foi ter que admitir pra mim mesma que eu sentia falta de tê-lo por perto.
Então, eu tentei não ficar muito animada quando o telefone tocou e eu reconheci seu número no visor.

Foi impossível.

— Oi Bella, tudo bem?
— Tudo e com você?
— Tudo bem. Queria saber se quer sair hoje à noite?
Eu senti um frio na espinha
Sair? Ele estava me convidando para sairmos, tipo um encontro?
— Como? - comecei a gaguejar sem saber o que pensar, quanto menos o que falar.
— Vai ter uma festa para comemorar o fechamento dos locais da próxima turnê.
Eu voltei a respirar
Claro. Obviamente ele não estava me convidando para um encontro.
Eu era bem tonta por deduzir algo desse tipo.
Senti meu rosto ficando vermelho de vergonha de mim mesma.
— E então, você vem?
Mordi os lábios com força.
E agora?
— Ok, eu vou.

****************


Eu olhava meu reflexo no espelho do elevador naquela noite, enquanto subia para o apartamento de Edward e perguntei por que diabos tinha aceitado aquele convite.

Aquela noite seria um desastre. Provavelmente Tanya estaria lá e ficaria uma situação estranha e constrangedora.
Eu deveria ter perguntado se ela estaria lá, achei melhor não.
Não queria que ele pensasse que eu estava com alguma implicância com a namorada dele. Porque eu não estava.

Foi ele que abriu a porta pra mim. Lindo. Ainda fazendo meu coração bater mais forte no peito sem ter por quê.

Ah, eu estava tão ferrada!

— Oi, você veio – ele sorriu.

Que droga, ele tinha mesmo que sorrir?

Eu o segui para dentro da sala cheia de gente, me sentindo meio sem graça.

— Eu disse que vinha, porém já estou achando que não foi uma boa idéia...

Ele me olhou de soslaio, enquanto levava a cerveja que segurava à boca.

— Eu nem posso beber, todos estão bebendo, vão me achar uma chata.

— Quer que eu jogue toda a cerveja no lixo e mande todos beberem coca? – brincou e eu ri.

— Todo mundo ia adorar isto, claro!

— Bom, eu posso parar de beber e ser solidário – ele fez que ia largar a garrafa, rapidamente eu levantei a mão.

— Não, não precisa. Eu tenho mesmo que aprender a resistir às tentações.

— Se você diz... – ele deu de ombros e tomou um longo gole.

Eu contive um suspiro. Sempre achei que havia algo de muito sexy em homens bebendo no gargalo.

De repente percebi que “resistir às tentações” abrangia muito mais do que ter que parar de fumar e de beber.
— Eu vou buscar uma coca pra você então, fique a vontade - ele se afastou e eu olhei em volta. Não vi Tanya Denali em lugar nenhum.

Sorri satisfeita.
Não porque não gostava dela, ou não quisesse a sua presença ali, mas porque realmente seria uma situação meio estranha.
Esta coisa de ex e atual.
Ainda mais quando a ex estava grávida.
Sim, muito estranho.
— Hei Bella – eu me virei e vi Jasper e Emmett se aproximando.

— Ei, vocês! – eu sorri me dando conta que não sentira falta só de Edward em todos aqueles anos, mas também da proximidade com a família dele.

— Esta história do bebê de vocês me pegou de surpresa – Emmett comentou e eu acho que vi Jasper, dar um chute na sua perna.
Eu ri, ficando meio vermelha
— Me pegou de surpresa também - falei, pegando a coca-cola que Edward colocou na minha mão – e então, vão voltar para a estrada hein?
Eu mudei de assunto deliberadamente, porque, sinceramente, ainda não me sentia totalmente à vontade com o assunto de gravidez.
Daí pra frente a conversa girou pra outros lugares, Edward desaparecia e aparecia, envolvido em conversas com seus amigos, Jasper e Emmett me apresentaram a várias pessoas cujos nomes não me lembraria depois. E percebi que estava muito feliz por estar ali com eles, depois de tanto tempo.
Quando terminamos um relacionamento a gente não perde apenas um namorado, acabava perdendo vários amigos também e isso é horrível.
As horas foram passando e eles foram ficando cada vez mais bêbados.
E eu completamente sóbria.
As pessoas foram indo embora, conforme a festa ia chegando ao fim. Emmett estava se agarrando com sua namorada Rosalie que chegara em algum momento durante a noite e Jasper desmaiou no sofá.

Eu olhei em volta e vi Edward se despedindo de um rapaz que, se não me engano, chamava Riley e era o empresário deles.

— Eu preciso ir embora também.

— Está de carro?

— Não, eu vim de táxi.

— Eu vou te levar - ele pegou a chave do carro e seguiu porta a fora.

— Edward, realmente não precisa – eu disse quando entramos no elevador e ele sorriu pra mim.

— Eu te levo – insistiu e foi quando chegamos na garagem que eu percebi pelo seu andar meio cambaleante que ele também estava bêbado.

— Você está muito bêbado, Edward, não vai dirigir assim.
Ele riu me passando a chave
— Tem razão... estou bêbado.

— Eu posso pegar um táxi.

— Não, não vou deixar você ir sozinha.

— Isto é ridículo.

— Não, se quer dirigir, tudo bem, mas eu a acompanho.

— Edward, sério...

— Sem discussão – ele entrou no carro e eu bufei, entrando em seguida.

Edward ligou o som e uma antiga música deles encheu o ambiente.
Eu mordi os lábios com força.
Era tão... familiar aquela cena.
Nós dois em um carro, ouvindo música. Músicas que ele costumava fazer pra mim.
A diferença era que provavelmente àquela hora nós dois estaríamos meio bêbados.
E estaríamos acompanhando a letra da música e rindo de nossa própria desafinação alcoólica.
E então, ele me beijaria e tudo terminaria como sempre acabava naquela época
Com nós dois juntos, em qualquer lugar que fosse.
Parei o carro em frente ao meu prédio e desliguei o motor, ainda perdida naquelas lembranças, enquanto a música continuava a tocar.
Olhei para Edward e ele tinha a cabeça encostada no banco os olhos fechados.
— Esta música sempre me lembra você – ele disse de repente, abrindo os olhos e sorrindo
Eu queria dizer que era recíproco. Por isto mesmo tinha deletado todas as músicas dele do meu iPod, porém minha garganta estava fechada.
De repente ele estava se aproximando, a mão subindo para se infiltrar nos meus cabelos e me levando para mais perto.
E eu prendi a respiração, quando ele parou com os lábios a um centímetro dos meus, seu hálito quente banhando meu rosto e eu quase podia sentir seu gosto na minha língua.
— Será que é por isto que estou louco pra te beijar?
— Você está bêbado – murmurei.
Quanto a mim não havia nenhuma desculpa.
Não havia uma gota de álcool no meu sangue.
Eu estava totalmente sóbria e de posse dos meus sentidos.
Todo meu corpo estava terrivelmente vivo e em alerta.
E então ele riu e me beijou, os lábios movendo-se sobre os meus de forma precisa,

mandando um milhão de mensagens para o resto do meu corpo e eu estremeci.
Deixei meus braços escorregarem por seu pescoço, beijando-o de volta, sentindo meu corpo esquentar e derreter, esquecendo-me de todos os motivos para não estar ali, com os lábios dele deslizando por meu rosto, meu pescoço, seus dedos abrindo minha jaqueta para envolver meu seio e eu gemi, perdida...

Então, de algum lugar muito perto um celular tocou.
E foi como um balde de água fria na minha cabeça.

Eu abri os olhos, saindo da névoa que me envolvia, enquanto o barulho estridente aumentava.
— Droga! Atende isto! - Falei, me afastando e tentando fazer minha respiração voltar ao normal.
Edward atendeu o celular.
— Tanya? - eu gelei ao ouvir o nome.
Era só o que me faltava.
Senti como se tivesse levado um soco na cara, enquanto ele ouvia seja lá o que ela estava dizendo do outro lado do telefone.
— Certo... tudo bem... tchau.
Ele desligou.
— Bella, eu...
— Vá pro inferno! – rosnei, saindo do carro
— Bella...
Ele saiu do carro atrás de mim, parecendo confuso e frustrado.
Eu não me importava nem um pouco.
— Nós precisamos... conversar... A Tanya...
— Chama a Tanya pra conversar com você! – eu o empurrei e corri para dentro do prédio, só parando quando consegui me trancar no meu apartamento.

Como eu podia ser tão burra?
Como eu pude deixá-lo me beijar de novo?
E o pior era que eu sabia bem onde estaríamos agora se a Tanya não tivesse ligado.

Ele estaria ali comigo. Me beijando. Me prensando contra a porta. Me jogando no tapete...

— Não! – gritei alto.
Precisava urgentemente dar um basta naquilo.
Antes que terminasse mal.
De novo.

E no dia seguinte, depois de uma noite mal dormida, eu convenci Zoe de que seria fantástico que nós duas tirássemos uma semana de folga e viajássemos para Vancouver.
— Por que parece que estamos fugindo? - Alice falou no carro.
Eu coloquei meu iPod
— Mais ou menos isto
— Oh... eu sabia!
— Alice, não me obrigue a ser grosseira com você de novo, ok?
— Ok, vou dar umas horas pra você fingir que é bem educada.
Eu ri e aumentei o volume.
Seria somente por uma semana.
Eu esperava sinceramente conseguir colocar minha cabeça no lugar naquele tempo.

Não foi uma boa semana, como eu esperava.
Ainda enjoava bastante e a toda hora Alice perguntava o que tinha acontecido com Edward, pra eu não atender as suas constantes ligações.
—Não aconteceu nada. Apenas... Preciso de espaço.
—Você não quer é me contar, eu tenho certeza que está rolando alguma coisa...
— Não está! E eu não sei por que diabos ele fica me ligando! Não temos nada pra falar
— Ele deve estar preocupado com você.
— Comigo? Por que estaria?
— Por que você está grávida?
— Gravidez não é doença, não é o que dizem?
Alice desistiu de insistir por hora e eu respirei aliviada.
Eu não precisava que ela ficasse me lembrando da existência de Edward o tempo todo.
E eu estava arrependida até os ossos por ter reagido daquele jeito quando a Tanya ligou.
Totalmente desnecessário aquele showzinho.
Eu não tinha ciúmes dela. Na verdade a minha raiva era mais direcionada a mim mesma.
Por que eu de novo tinha ficado com ele.
Uma coisa que eu prometera não fazer mais.
Era realmente lastimável. Era justamente por me deixar levar que eu estava grávida.


***************

Na manhã do nosso último dia, eu me sentia realmente doente, com meu estômago dando voltas, enquanto tentava tomar café da manhã no restaurante do hotel.
Alice tinha desaparecido misteriosamente e eu liguei no seu celular.
— Alô?
—Cadê você?
— É... eu... dei uma saída – ela falou com uma voz estranha.
— O que você tem? Está esquisita
— É... nada não... olha, só queria te dizer uma coisa... lembra que eu sou sua amiga, tá?
— Alice, tá usando drogas?
Ela havia desligado.
Eu fiquei olhando para o aparelho, sem entender.
Então, quando eu levantei o olhar, meu coração quase saiu pela boca ao ver Edward diante de mim.
— Oi Bella.

— O que está fazendo aqui?
Ele se sentou na minha frente.
— Precisamos conversar. E, já que você não atendia o telefone...
Eu fiquei vermelha
— E as desculpas esfarrapadas da Alice já estavam se esgotando.
— Eu...
— Tudo bem... eu até entendo que esteja brava.
— Eu não estou brava! Sério. Precisava apenas mudar de ares – menti.
Edward não me pareceu muito interessado em minhas explicações.
— Bella, eu estava esperando você voltar, para conversarmos, mas também precisava saber se já viu isto.
Ele colocou o celular na minha frente e o sangue fugiu do meu rosto.
Havia uma foto minha e de Edward juntos na sua casa.
“ Namorada de Edward Cullen esta grávida.”
Eu o encarei muito pálida.
— Como... meu Deus... como descobriram?
Edward deu de ombros.
 - Oh deus, eu não acredito nisto... É um pesadelo... – resmunguei horrorizada
— Eu sei. Estou tão puto com isto quanto você. Não gosto deste tipo de fofoca, acho que devemos tomar alguma providência para acabar com este falatório.

— O que devemos fazer? – eu o encarei, aturdida.
— Bella – ele estava muito sério quando se inclinou para frente, me fitando gravemente – acho que devemos nos casar.



Continua...


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