O Chefe Da Minha Mãe escrita por Giolopes


Capítulo 3
Mauricinho...




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Na psicologia, a teoria mais conhecida a lidar com o sonho é a do Freud (psicanalista). Segundo ele, o sonho seria o cumprimento disfarçado de um desejo reprimido. Muitas vezes não pensamos que outras linhas teóricas trabalhem ou possam trabalhar com sonhos. Porém o sonho é um material importante e pode ser muito trabalhado em terapia, principalmente a comportamental…

Sonhos são engraçados às vezes. Você sonha com pessoas que nunca viu e nem sabe se existe, sonha com lugares loucos, cenas loucas e talvez até impossíveis na realidade. No momento eu sonhava acordada em entender as palavras dita pela professora que aparentava seus cinquenta anos, cabelos grisalhos, olhos escuros escondidos pelas suas rugas, uma roupa bem casual. Um som diferente soou sobre a universidade inteira. A professora se calou e focou em guardar suas coisas. Os alunos o mesmo fizeram e saíram da sala.

_ Quer mesmo ficar aqui? – a voz do meu querido amigo me despertou dos pensamentos e o encarei confusa. Franzi o cenho e ele sorriu.

_ Esse é o sinal para intervalo e todos saíram. Vai dá uma de caloura tímida?! – disse debochado e sorri irônica.

Ele ergueu sua mão, peguei a mesma e fui puxada para fora dali. Riamos do simples fato de vermos a professora se atrapalhando com sua bolsa e deixando varias coisas caírem no chão. Seria mais útil se fossemos a ajudar, mais era impossível com nossa crise de risos.

_ Atrapalhamos? – uma voz extremamente irritada e feminina perguntou assim que passamos pela porta da sala e paramos no imenso corredor.

Ambos encaramos Isa parada em nossa frente. Ela mirava nossas mãos juntas e demonstrava descontentamento com isso. Austin e Frida por sua vez não entenderam e franziam o cenho. Soltei a mão do mesmo e disfarcei o nervoso em meus olhos:

_ Jamie como psicólogo?! Isso é piada... – Austin disse talvez tentando quebrar o clima tenso e acho que conseguiu.

_ Piada foi você conseguir entrar na faculdade... – Jamie rebateu e ambos rimos. Isa ainda nos olhava estranho e com uma pitada de ciúmes.

O intervalo foi bem ligeiro. Fomos à piscina e no mesmo instante voltamos para sala. Assisti as ultimas aulas sobre Psicologia em silêncio e sem tirar os olhos da professora...

_ Está tudo bem? – por mais que eu tentasse, não conseguia evita-lo.

_ Sim... – respondi.

_ Está entendendo algo sobre a aula?

_ Sim...

_ Se apaixonou pela professora?

_ Sim... – percebi oque tinha respondido e o encarei de olhos arregalados, ele sorria bastante. Em que planeta eu estava?!

_ Declare-se para ela... – ele disse entre risos e bufei.

_ Idiota. – rebati rindo.

As aulas demoram de passar mais do que quando se é ensino médio. Os assuntos são mais complexos que parecem ser impossíveis. Finalmente era hora de ir embora, minha mãe havia me ligado e pediu para eu passar no trabalho dela. Ela trabalhava numa empresa de publicidade junto com minha irmã. Eu odiava ter que ir até o centro da cidade só para ouvir minha mãe me pedir favores ridículos.

_ Jamie, me dá uma carona? – pedi assim que me despedi dos outros. Jamie tinha uma linda BWM preta.

_ Trabalho da sua mãe? – perguntou sorrindo e assenti. _ Entra ai! – ele era a pessoa que mais me conhecia no mundo.

Adentrei o carro sendo vigiada pelos olhos obscuros da Isa no banco da frente. Sorri disfarçadamente e ela retribuiu bem falsa. Deu partida no mesmo e passou primeiramente na casa da namorada. Antes de descer ela fez questão de mostrar que ele era dela, dando-lhe um beijo de tirar o folego e revirei os olhos.

...

_ Isabelle estava estranha hoje, não acha? – disse assim que desligou o veiculo e observei que já havíamos chegado ao centro.

_ Ela me odeia... – respondi sorrindo fraco e ajeitando a bolsa no ombro.

_ Tira isso da sua cabeça. Ela não te odeia. – ele disse levando sua mão até meus cabelos e os coçando carinhosamente.

_ Imagina. Ela só odeia me ver contigo... – rebati e depois suspirei.

_ Então não posso fazer nada por ela! – ele disse sorrindo e bagunçando meus cabelos propositalmente. Eu odiava isso.

Sorri como resposta e abri a porta do seu carro. Sua mão gelada tocou meu braço e me virei o encarando confusa:

_ Você sabe que nada vai me afastar de ti, certo? – perguntou com os olhos brilhantes e um tom bastante confiante.

_ Certo. – respondi depois de minutos em silencio, apenas admirando seus olhos e sua feição meiga. Aproximei-me de seu rosto e beijei sua bochecha. Ele retribuiu com um beijo em minha testa e sorri.

Sai do carro e sem espera-lo sumir na rua acima, atravessei a porta giratória da empresa. Fui até a recepção e anunciei que estava ali a pedido de Marisa Bernard, ela me deu permissão para subir até o escritório que minha mãe trabalha e fui para o elevador. Tudo ali era exageradamente chique e enorme que nem a universidade.

As pessoas daquele lugar corriam como loucos contra o tempo. Era fácil ouvir dizer que o chefe dali era muito exigente e severo. Suspirei com tamanha agonia do lugar e fui até onde estava minha mãe distraída com os papeis em mão:

_ O que foi dessa vez? – perguntei assim que me aproximei. Seus olhos me encaram superior e seus lábios sorriram ironicamente.

_ Boa tarde filha. Sim, estou bem e você? – ela fazia questão de me irritar.

_ Desembucha. – continuei e ela suspirou.

_ Estou sem tempo para nada hoje. Uma correria para entrega da revista nova revista. Então como uma boa filha, poderia comprar um cappuccino para mim? – perguntou. Revirei os olhos para não xinga-la. Ele me fez vim aqui só para isso?!

Olhei para o teto do espaço, pedindo paciência aos céus. Virei-me e voltei para o elevador. Eu contava de um até dez para não gritar a mulher que me pôs no mundo e fez questão de mostrar que não se satisfez com isso.

Caminhei pelo centro procurando um café que oferecesse um bom cappuccino e minha mãe não me fizesse voltar e comprar outro. Adentrei o “Le Castiglione Café” e fiz o pedido de dois cappuccinos. Já que eu estava aqui, também compraria um para mim. Missão cumprida.

Voltei todo trajeto até a empresa enquanto tomava meu cappuccino e levava o de minha mãe numa embalagem. Ao virar a curva, um idiota completo saiu de um hotel de cabeça erguida e mostrando o poder. Seu corpo se chocou ao meu e derrubou todo o liquido sobre minha roupa, meus olhos o encaram irritados e vi que ele vestia um terno escuro que não havia sujado nem um pouco...

_ Desculpe-me... – ele disse enquanto eu observava minha roupa de cima a baixo. O encarei suspirando e controlando a raiva.

_ Além desse terno ridículo, deveria acrescentar um, óculos nessa cara... – falei ríspida e encarei seu rosto com um sorriso um tanto galanteador.

_ Calma. Pago por sua roupa... – ele respondeu colocando as mãos nos bolsos. Revirei os olhos e joguei a embalagem do cappuccino no chão.

_ Não quero seu dinheiro, mauricinho. – rebati irritada.

_ Desastrada! – ele rebateu com um apelido um tanto inútil.

_ Você que não olha por onde anda, sai andando como quem quer dizer “sou o rei da rua” e eu que sou desastrada?! – respondi irônica e notei seus olhos azuis sem expressão.

_ Ainda por cima é desaforada... – ele disse sorrindo debochado.

_ Foda-se. Sai da minha frente, mauricinho de merda. – falei irritada e passei me batendo em seu corpo com força.

Cara idiota, sem noção, metido.


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