__ Jamie... – gritei assim que enxerguei o loiro no corredor, ele me deu uma olhada de relance e continuou andando em passos rápidos. Por que eu deixei aquela cobra sair do banheiro?! Eu deveria ter impedido. Corri em sua direção e segurei em seu braço, ele puxou o mesmo com toda raiva que havia dentro de si e me fitou sedento de ódio.

__ Fica... Longe... – disse ele dando breves pausas, sua respiração estava ofegante, ele estava começando a me dar medo, não medo dele fazer algo comigo, mais medo do que ele poderia fazer com ele mesmo, para esquecer isso.

__ Não... – respondi, engoli em seco e senti meus olhos se encherem de lagrimas.

__ Me esquece, Maggie! – disse alto e em bom som, meus ouvidos não queriam acreditar naquilo.

__ Impossível... – relutei.

__ Não, não é. Seu cunhado te ajudará! – cuspiu as palavras e se afastou em passos largos, eu fiquei imóvel, sem saber oque fazer, oque falar, como agir. Aos poucos o vi sumindo no corredor e o som estridente do acelerador de seu carro ser pisado firme.

__ Maggie... – chamou Frida, enquanto se aproximava correndo juntamente com Austin, fitei-a com minha expressão destruída e desabei em seus braços.

__ Calma pequena. Vamos atrás dele! – Austin disse enquanto alisava meus cabelos e Frida me abraçava apertado, vamos atrás dele, mas ele não me quer perto dele.

***

Ver-te triste assim é muito ruim, ainda mais porque eu sei que fui eu que causei isso. Perdoa-me se deixei transparecer a ideia de que eu não me importo mais, isso não é verdade, você se tornou tão importante pra mim que eu não consigo idealizar uma vida sem você, eu não suporto essa ideia, mas me perdoa mesmo assim. Perdoa-me, sério mesmo, é que eu sou um desastre ambulante e nunca consigo fazer nada direito, eu sou assim mesmo cheia de defeitos, eu vivo fazendo burrice e a maior delas foi te deixar magoado assim, mas quero que saiba que nunca foi minha intenção, eu não queria errar assim com você. Perdoa-me se eu estiver sendo muito dramática, mas é que tá doendo muito ver que as coisas chegaram a esse ponto, e como eu já disse bilhões de vezes, eu faria qualquer coisa por você. Então, por favor, me perdoa. Queria que pudesse me ouvir!

__ Consegue imaginar algum lugar para qual ele possa ter ido? – perguntou Austin enquanto ajeitava o espelho retrovisor de seu carro, para me fitar de um ângulo melhor.

__ A montanha... – saiu sem ao menos eu pensar, ele me levou lá e parecia conhecer bem o lugar.

__ Aonde? – perguntou Frida.

__ A montanha que fomos à noite da festa... – respondi apontando para enorme montanha em nossa frente. Ele pisou o pé no acelerador enquanto eu dizia as coordenadas.

Assim que chegamos ao local, fitei o carro parado em nossa frente e um garoto totalmente perdido, deitado sobre o teto do mesmo, pedi para que Frida e Austin ficassem no carro, queria conversar com ele sozinha. Desci do carro, receosa de como seria recebida, caminhei em passos silenciosos e pude vê seu rosto focado nas nuvens no céu, seus olhos espelhavam o azul mais lindo e agora seus olhos me fitavam de um modo irreconhecível.

__ Sei que estraguei tudo, sempre estrago. Perdoe-me por errar tanto, por estar cada vez mais me afastando de ti. – falei sem deixar oportunidade para ele me expulsar ou se afastar, seus olhos brilharam de forma estranha e de repente seu corpo deu espaço para o meu subir no teto.

__ Eu deveria saber que não sentia o mesmo por mim... – as palavras dele, eram secas e afiadas.

__ Está louco em achar que não sinto! – balbuciei, seus olhos me fitaram de modo irônico.

__ Essa é sua forma de demonstrar? – perguntou se referindo a minha noite com Max.

__ Foi um erro. – respondi.

__ Você gostou? – perguntou me encarando de forma precisa.

__ Jamie, eu... – fora interrompida.

__ Responda. Responda com sinceridade! – pediu, suspirei já arrependida do que ia dizer.

__ Sim... – respondi com uma enorme dor no peito.

__ Então por que não evitamos essa conversa?! Ela não adiantará nada. – ele disse de modo triste, desceu do teto e se aproximou da beira da montanha.

__ Jamie, eu amo você! – eu mal pensara ao dizer isso.

__ Mas também o ama! – rebateu me olhando de forma confiante.

__ Não diga isso, não faz nem uma semana que o conheço! – falei, descendo do teto e me aproximando de seu corpo.

__ E já dormiu com ele, Mag. – rebateu num tom ofensivo, abaixei a cabeça e suspirei.

__ Me perdoe por ter te magoado, mas também está doendo em mim! E eu faria qualquer coisa pra você me perdoar, e me dar mais uma chance. – falei com os olhos marejados, engoli em seco e levantei meu olhar para fita-lo, seus olhos demonstravam felicidade e surpresa.

__ Tem um modo de eu te perdoar... – ele disse se aproximando e senti minha respiração elevar ao máximo, eu o queria perto de mim, mas meus pensamentos também se levavam para Max.

__ Qual? – perguntei.

__ Esquece isso tudo, esquece o Thompson... E namora comigo! – suas palavras caíram como um meteoro em minha cabeça, de repente um momento veio em minha cabeça.

FLASH ON:

__ Tchau. – eu disse dando um beijo em sua bochecha e abrindo a porta, mas senti seu braço me segurar e fui forçada á olha-lo.

__ Sobre não desistir de conquista-la, eu falei sério. Proporcionou-me a melhor noite da minha vida, Maggie Bernard. – disse se aproximando de meu rosto, segurando minha nuca e beijando meus lábios.

FLASH OFF:

__ Já está tudo apagado de minha memoria, sobre oque discutíamos?! – perguntei debochada, com uma enorme dor no peito, eu não sabia bem o porquê, ele sorriu amarelo e selou nossos lábios em um beijo inesperado, mas sem duvidas, delicioso.

***

Eu tentava, eu juro que tentava... Mas, o Thompson não saia da minha cabeça, como eu diria a ele que depois de uma noite dos sonhos com ele, eu havia aceitado namorar o garoto que antes era somente um amigo.

“Podemos conversar?” – MAGGIE.
“Claro minha querida.” – MAX.
“Te espero?” – MAGGIE.
“Já estou chegando.” – MAX.

Com certeza, esse não era o melhor papo que eu teria com ele. Tomei um banho rápido, vesti uma roupa simples, coloquei um gorro nos cabelos, ajeitei a maquiagem e calcei os sapatos, peguei meu celular e ouvi uma buzina estridente tocar em frente á minha casa, era ele...

***

Em poucos segundos estávamos em sua casa, meu olhar se cobria de medo, dor e angustia vê-lo sorrindo como se fosse ótimo me ter ali, me matava ainda mais, sua expressão mudou ao ver que eu não estava muito feliz, ele pegou minhas mãos carinhosamente e beijou meu pescoço, minha espinha se eriçou e suspirei confusa...

__ Por que está tão quieta? – perguntou em meu ouvido, engoli em seco e me afastei de seu toque.

__ É que... – fui interrompida pela campainha e pela empregada que veio até nós.

__ Senhor Thompson, a senhorita Carrie o espera na sala e disse que é importante. – e de repente tudo desabou, será que ela havia descoberto tudo?! Meus olhos o fitaram assustada.

__ Não se preocupe. Vou vê oque ela quer... – disse se aproximando e beijando minha testa.

Eu poderia ter ficado no quarto, mas a curiosidade me levou a ir até o corredor na busca de informações, e se o assunto fosse eu?!

__ O que quer Carrie? – perguntou Max, ele parecia irritado.

__ Te informar de que você será papai... – respondeu a garota.

__ Como é? – perguntou Max.

__ Isso mesmo, Max. Eu estou esperando um filho seu! – cuspiu as palavras e de repente o chão se abriu e eu estava caindo literalmente no inferno.

(...) Perdoe-me, mas sou fraca quando o assunto é você.