I Miss Everything About You escrita por Killer of Gods


Capítulo 1
I see your blue eyes everytime I close mine


Notas iniciais do capítulo

Aconselho a ler ouvindo essa música: https://www.youtube.com/watch?v=QLiYo_kDRGI



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Dean estava começando a entrar em desespero. Como se já não bastasse os Leviatãs estarem quase completando o macabro plano deles, os mesmos já saberem do plano dos Winchester, não terem certeza se o Crowley estava do lado deles ou não, Cass estava pior a cada dia.

Ele sempre trocava de assunto quando eles começavam a falar sobre os Leviatãs. Dean já não aguentava mais ver o velho amigo piorando. Ele tentava ajudar, mas isso parecia só deixar ele pior, e para Dean, ouvir Castiel dizendo que ele era amaldiçoado e que só trazia má sorte foi a gota d’água.

Ao ouvir o amigo dizer aquilo, Dean simplesmente explodiu por dentro e quase fez um discurso á Cass, que ouviu tudo quieto. Oras, e desde quando Dean era um poço de boa sorte?

Mas definitivamente ver o meio sorriso que Cass deu foi horrível. Ele ia começar a falar de qualquer animal, flores e frutos ou jogos estúpidos de novo.

— O quê? — Dean segurou um suspiro. Ele não aguentava mais ouvir sobre macacos.

— Bem, eu não quero deixá-lo desconfortável, — e lá vinha os macacos de novo. — mas eu detectei uma nota de perdão.

Dean quase gritou de felicidade por Cass ter falado isso, e não sobre macacos. Ele virou a cabeça antes de disser qualquer coisa.

— É, bem, eu provavelmente vou morrer amanhã, então...

Castiel fitou o homem a sua frente com seus profundos olhos azuis, pensando no que iria dizer a ele. Até que ele se lembrou de algo.

— Dean, posso te contar algo? — o loiro o encarou longamente antes de responder.

— É claro, Cass.

— Você se lembra do cara da pizza e da babá?

Dean quase não pode acreditar no que Castiel acabara de falar. Eles estavam no meio de uma guerra com os Leviatãs e o anjo queria falar de pornô?!

— Cara, isso não é hora para conversarmos sobre isso. — ele já estava sem paciência com o moreno.

— Eu só quero dizer, Dean, caso aconteça alguma coisa com você que... — o anjo parou de falar abruptamente, e inclinou a cabeça para o lado, do jeito que ele sempre fazia quando não entendia algo ou ficava confuso. E Dean se perdeu por alguns segundos na imensidão azul dos olhos de Cass.

— Vamos logo Cass, temos um Leviatã par...

Dean foi interrompido por Castiel, que começou a falar sem nem respirar direito.

— Eu te amo, Dean, como o cara da pizza amava a babá. Como... como o Bobby amou sua esposa. Eu te amo, como você ama torta e o seu carro.

O loiro congelou, ele não conseguia nem piscar. Sua boca secou nas várias vezes que ele a abriu e a fechou, sem conseguir disser nada. Mas que merda o anjo estava falando? Dean perdeu a capacidade de raciocinar e pensar. Ele só podia estar sonhando. Cass não disse aquilo que ele achou que disse.

Ele fitou o moreno, e abriu a boca mais uma vez, em mais uma tentativa de dizer algo.

— Mas que mer...— ele não conseguiu terminar de falar, pois o anjo desapareceu.

Nada. Era isso que se passava na cabeça de Dean no momento. Ele não conseguia pensar. Como assim Castiel disse que o amava? Isso só podia ser uma brincadeira de mau gosto.

"Pergunte a ele. Ele era seu namorado antes.". A lembrança da fala de Meg invadiu a cabeça de Dean. É claro que Dean já tinha notado que todo mundo insistia que ele e o anjo tinham algo. Balthazar disse com todas as letras que Castiel estava apaixonado por ele. É claro que na época Dean tinha certeza que era uma zoação de Balthazar.

De repente todas as indiretas e diretas que os outros já fizeram sobre eles borbulharam na cabeça do Winchester. Meg. Balthazar. Bobby. Samuel. Crowley. Uriel. Demônios e anjos. Até mesmo Sam já tinha "zoado" Dean em relação ao anjo. E várias vezes.

Então por que diabos Dean não conseguia definir o que ele sentia exatamente pelo anjo?

Ele já tinha perdido as contas de quantas vezes se perdeu nos olhos de Castiel. Já era automático para Dean olhar, sempre que possível, para o anjo. Até para os lábios rachados do moreno Dean já se pegou olhando...

Mais que porra! Dean era heterossexual! O seu negócio é mulheres! Ele gosta, sente prazer e atração pelo sexo oposto!

E por que, sempre que Dean fechava os olhos, os olhos azuis de Castiel invadiam sua mente? Por que Dean se perguntava qual era o sabor dos lábios rachados do anjo? Dean sempre gostou e sempre irá gostar do sexo oposto. Ele é o Grande Dean Winchester. Nenhuma mulher recusava ele.

Caralho, a cabeça dele ia explodir! Dean não conseguia mais se concentrar, a lembrança de Cass dizendo que o amava não o deixava em paz!

— Porra Castiel! Será que você não pode aparecer aqui logo?

Ele não sabia mais o que estava fazendo, e só foi perceber que ele começou a gritar para Castiel alguns minutos depois.

— Castiel! Eu estou te chamando! Vamos, quero falar com você!

Dean não esperou realmente que ele fosse aparecer, na verdade, ele achou que Cass não ia mais falar com ele por um tempo. E a sua surpresa não podia ser maior quando ele ouviu o farfalhar de assas que sempre fazia seu coração acelerar.

— Castiel? — ele se virou para o anjo, que apareceu do outro lado do galpão, carregando algo em suas mãos.

— Eu nunca entendi o seu gosto com essas coisas. Mas eu li aqui que esse é um dos melhores que existe.

— Que merda você está falando, Cass? — somente agora o loiro percebeu que sua respiração estava acelerada.

O anjo se aproximou dele, e lhe esticou a mão. Dean demorou a perceber que era para ele pegar. Castiel estava lhe dando uma garrafa de whisky?

— Achei que você fosse querer. Deve ser bom, pois é caro. Eu realmente não faço a menor ideia... Na verdade, até hoje eu me pergunto o porquê de vocês humanos amarem essas bebidas tanto assim.

Cass estava tagarelando. Ele falava sem parar, deixando Dean confuso. Mas o que mais deixou o Winchester confuso foi o seu próximo ato. O moreno virou de costas e se afastou, ainda falando algo sobre bebidas alcoólicas. O que ele estava fazendo? Cass sempre invadia o seu espaço pessoal!

— Cass?

Dean começou a andar devagar em direção ao anjo, largando a garrafa de whisky em qualquer canto. Ele percebeu que Cass estava distraído, pois agora ele falava algo sobre uvas. O loiro continuou avançando em direção ao outro, quando ele parou abruptamente. Cass tinha se virado de novo, ficando de frente para Dean. Só então eles perceberam que estavam muito perto um do outro.

Dean tinha invadido o espaço pessoal de Castiel.

— ... só que isso não é o mais interessante. Você sabia que...

Mesmo com a proximidade, Cass não parou de falar. E Dean não percebeu o que fez até ser tarde demais. Ele se aproximou mais do anjo. Ele se aproximou até os seus lábios se encostarem, fazendo Castiel finalmente parar de falar.

Nenhum deles se moveu. Eles estavam estáticos. Os lábios só estavam encostados. Dean pode sentir os lábios rachados e secos de Castiel sobre os seus, que estavam molhados.

O que Dean Winchester estava fazendo? Ele estava beijando um homem?!

O mais baixo se afastou de Dean, mas ele acabou batendo suas costas na parede. Ele engoliu em seco, e soltou um longo suspiro ao notar o meio sorriso que o outro deu. Dean deu dois passos para a frente, e selou os lábios de Castiel outra vez. Dessa vez ele fechou os olhos e começou a mexer os lábios, esperando uma reação de Cass, que ainda estava congelado. Dean pressionou mais os seus lábios nos do moreno, e ele finalmente correspondeu. Ele deixou que Dean guiasse os movimentos, e só o acompanhava.

O loiro levou as mãos até as costas de Cass, o trazendo para mais perto. O anjo não sabia o que fazer. Droga, ele mal sabia o que estava acontecendo!

Dean separou os seus lábios dos dele, colando as suas testas. Ele demorou para abrir os olhos, e quando o fez, viu que Cass ainda mantinha os seus fechados. Castiel pareceu finalmente reagir, e ao perceber que Dean tinha encerrado o contado entre eles, ele levou os braços até a cintura do loiro, meio sem jeito, não querendo o soltar.

O Winchester notou o gesto meio afobado do anjo, e foi impossível conter uma risada. Cass congelou outra vez. Ele tinha feito algo errado, e constatou isso ao abrir os olhos e ver o sorriso maroto que Dean tinha. Ele deixou a cabeça pender para o lado, como sempre fazia. Dean notou o quanto amava quando Cass fazia isso. O loiro tirou uma das mãos das costas do outro e levou até o rosto do anjo, sentido a pele áspera e a barba mal feita dele.

— Humanos precisam respirar, anjo. — ele disse em uma voz meio rouca, e então beijou Castiel outra vez.

Dean Winchester estava mesmo desejando outro homem? Beijando um homem? O que, afinal de contas, ele estava fazendo?

Cass apertou Dean contra si, o trazendo para mais perto, e esse gesto pareceu levar os pensamentos do loiro embora. Dean então pediu passagem para Cass, que logo foi permitida. Dean não soube explicar a felicidade que ele sentiu quando invadiu a boca do moreno, ele finalmente percebeu que ele sentia algo a mais por Cass, algo diferente, especial e único.

Dean não notou quanto tempo o beijo durou, mas os seus pulmões começaram a implorar por ar, e Dean cessou o beijo, depositando a sua cabeça no ombro de Castiel, o abraçando fortemente. O anjo ainda estava confuso e com medo. Com medo de que isso fosse mais um de seus sonhos, com medo de que Dean se afastasse e pedisse desculpas, falando que ele não deveria ter feito isso e que era para eles esquecerem.

Castiel não sabia quando ele tinha se apaixonado por Dean. Ele demorou para perceber o porquê de seus sentimentos por Dean serem diferentes dos seus sentimentos por Sam. E a felicidade que parecia explodir dentro dele sempre que Dean o chamava. O anjo havia caído de todos os jeitos possíveis.

— O que foi, Cass? — Dean sussurrou no ouvido do outro, ao notar que ele estava absorto em pensamentos.

— Eu estou sonhado?

— Por que você estaria sonhando? — O anjo se separou do humano, levando uma mão até o rosto.

— Não sei, talvez porque você não goste de mim do mesmo jeito que eu gosto de você. Eu só não quero sofrer mais, Dean. — Cass ficou de costas para o loiro.

— Porra Cass! Eu não vou disser que te amo, porque eu mesmo estou confuso aqui. Isso nunca aconteceu antes, cara! Eu nunca desejei um homem antes. — Dean tentou se aproximar do anjo outra vez, mas ele se distanciou do loiro. — Olhe para mim.

O moreno demorou para fazer algo, mas lentamente ele se virou para Dean. O olhar do loiro foi direto para a boca do anjo.

— Qual é o plano, contra os Leviatãs? — Ele disse, com a sua voz firme e rouca de sempre.

— Droga, Castiel! — Cass pendeu a cabeça e semicerrou os olhos, confuso.

— O que?

— Eu... quero te beijar de novo. — Dean fechou os olhos e suspirou, tentando mandar a vontade de beijar o anjo outra vez para longe.

— Dean, por favor, não me machuque mais.

— Não! Eu não quero te machucar, Cass!

Dean se aproximou do anjo, que dessa vez não recuou. O loiro abraçou fortemente o anjo, afundando o rosto no ombro dele, e Cass copiou o gesto.

— Eu estou tão confuso, Dean.

— Cass, eu também estou confuso. — ele tirou a cabeça do ombro do outro, e passou a encarar Cass. Eles estavam tão perto, que somente centímetros os mantinham separados.

Então Dean Winchester beijou Castiel mais uma vez. Dean nunca pensou que pudesse sentir tanto prazer ao beijar um homem. Mas não era um homem qualquer, era Castiel, o seu anjo da guarda. Ele então percebeu que ele não conseguia mais viver sem aquele anjo que nunca entendia as suas referências.

O beijo foi longo, e Cass estava tão feliz que decidiu se deixar levar pelo momento, mas Dean não ia deixar o anjo tão fácil, pois ele estava completamente viciado nele, ele precisava do anjo.

Eles se separaram, relutantes, e Dean lembrou o motivo de eles terem ido aquele galpão. Ele ia começar a explicar o plano, mas Cass falou antes.

— Eu aceito ajudar vocês a matarem o Dick.

Dean deu um sorriso, e começou a falar do plano, em meio a flertes, beijos roubados e sorrisos involuntários. Ah, Dean e Castiel estavam tão perdidos, e tão apaixonados.


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