Minha mãe me mostrou o cartão de crédito de Zeus, ela disse que é sem limite algum. E me sugeriu que estourássemos, eu não sei como, mas não discuti. Pegamos uma carona com um motorista particular e fomos para as compras, e eu vou te contar. Eu nunca me diverti tanto comprando roupas.

Antigamente, em Chicago, eu fazia compras com meu pai na feira, e a gente comprava roupas de segunda mão, porque ele não tinha dinheiro pra comprar algo melhor. Depois que chegamos em NY ele não só melhorou de vida, meu pai é rico mesmo. Ele é muito famoso, e seus quadros valem muito, mas mesmo assim eu só faço compras com a Melody no shopping, não que ela não seja legal, mas é que é meio brega e simples.

Mas isso foi com certeza fora de comparação, andamos muito, eu fiquei cansada um monte de vezes. Nem sei quantas vezes fiz a gente parar pra comer. Mas em compensação nós nos divertimos muito. Agora estamos passando pela 17° vez o cartão de meu padrasto.

- Vamos, Maggie, não compramos nem a metade das coisas. – ela disse.

- Ah mãe! Qual é? O que mais temos que comprar? – perguntei.

- Querida, nós compramos só roupas confortáveis para a sua gravidez. Mas vai demorar pra termos um tempo só pra nós duas de novo, sabia? – ela riu. – Temos que comprar roupas sensuais e modernas, saias, vestidos, quem sabe umas roupinhas para o bebê e é claro, e é claro, uma fantasia pra essa noite.

- É coisa demais! – gemi. – E eu vou ficar ridícula de fantasia!

- Não vai não, vai ficar linda! Entãovamos logo! – ela me apressou saindo da loja, eu a segui. – Acho que temos que chamar o carro para pegar essas coisas, e compramos mais, depois o motorista nos leva para a casa do seu pai, combinamos de que você ia dizer que ele vai ser avô, e eu estou louca para ver a cara dele. E ainda temos que voltar á tempo de nos arrumarmos para a festa.

- Mãe, quanto tempo a senhora passou planejando isso? – perguntei e ela deu de ombros. – Por que a senhora não deixa rolar?

- Ok, vamos deixar rolar! – ela disse entregando as coisas para o motorista.

- A senhora é bem diferente do que os outros lhe descrevem. – eu disse enquanto andávamos pelas ruas.

- É que ninguém nunca se esforçou à conviver comigo até hoje. – ela disse sorrindo. – E olhar pra você me faz ver que eu posso cometer uma loucura de vez em quando.

Rimos. Nós compramos diversas roupas, embora muitas não combinassem comigo, os sapatos cheios de glamour, vestidos elegantes, terninhos femininos, e todos os tipos de roupas, mas com glamour, maturidade e eu parecia uma executiva usando elas. E ainda fomos ao salão de beleza.

Lá eu fiz tudo que tinha direito. Meus cabelos não eram mais cacheados, eles ficaram apenas levemente ondulados em camadas, e aprendi a me maquiar. Pois é, vocês vão ter que se despedir da Maggie menininha, porque hoje eu estou me sentindo uma dama rica e glamurosa de NY.

- Maggie, você está fantástica! – minha mãe disse surpresa.

- A senhora também, mas nem conta, a senhora sempre foi elegante. – eu disse sorrindo e ela sorriu.

- Me sinto bonita quando estou com você! – ela disse suspirando. – O que nós podemos fazer agora?

- Que tal passar naquela lanchonete? – sugeri, mas ela balançou a cabeça.

- Você já comeu demais! – ela me puxou para uma loja de vestidos.

Começamos à ir atrás de uma fantasia para a festa, ela encontrou uma fantasia de rainha longa, mas eu achei melhor dar um jeito. Fui atrás de uma fantasia bem sexy pra ela. Achei uma fantasia de policial sexy e comecei a rir, ela ficou assustada quando eu mostrei, mas quando ela vestiu...

- Maggie, meio estranho! – ela reclamou.

- Mãe! – eu disse surpresa. – A senhora nunca esteve tão sexy, ta gostosa, sabia? Zeus vai ficar muito excitado...

- É essa aqui! – ela disse para a vendedora. – E a sua?

Mais a maior luta foi achar uma pra mim, as que não eram horríveis eram apertadas ou nem entravam na minha pessoa, eu ia ficar ridícula em um baile à fantasia! O que deu na cabeça dos deuses pra fazer isso? Só consigo imaginar uma festa na piscina sendo pior que isso.

Mas aí chegaram as filhas de Afrodite com a mãe, estavam furiosas por termos deixados ela lá no Empire State e ido sozinhas. E me senti um pouquinho culpada quando elas encontraram uma fantasia perfeita pra mim. De melindrosa, era amarela, com plumas pretas e um enfeite de cabelo, o vestido era curto e repleto de babados, assim não aparecia muito a minha barriga e me deixava incrível.

( desse jeito: http://www.mulherfeliz.com.br/wp-content/uploads/f-melindrosa.jpg)

- Vocês arrasaram! – eu disse fazendo elas darem pulinhos de alegria.

- Bem... Agora eu e minha filha temos que ir fazer uma coisa importante. – minha mãe disse, fazendo elas fazerem biquinho, as filhas de Afrodite são uma cópia dela! – Ok, querem ficar com o cartão de Zeus?

Foi uma boa jogada, em um instante elas esqueceram da gente. Rimos saindo e entramos no carro, nos dirigindo à casa do meu pai. Como eu já disse, ele é rico, então sua casa é enorme, não é uma mansão, AINDA, mas é enorme e muito bonita. Minha mãe sussurrou no meu ouvido:

- É melhor eu ficar aqui, quem sabe depois eu entre, mas esse momento é seu.

- Quem é vivo sempre aparece! Meu amor! – disse meu pai sorrindo ao me ver chegar. – Onde está meu genro?

- Ele está no Olimpo com o pai dele. – respondi dando um abraço forte nele, ele retribuiu, quase quebrando meus ossos. – Calminha aí, pai, você não quer mesmo esmagar seu neto, né?

- O quê? – ele perguntou incrédulo.

- Não é só você que tem direito à ter um filho, sabia? – eu sorri e ele sorriu de uma orelha à outra.

- Minha filhinha! Você me disse que ia demorar para você e Nico me darem netos... – ele começou.

- Pai, aconteceu, não foi planejado, é mesmo arriscado dois meio-sangues terem um filho. E além do mais, eu não sou mais sua “filhinha” – eu ri.

- Vai ser sempre minha filhinha! – ele me conduziu até dentro de casa. – Embora você vá ter um bebezinho, e falando em filhos, Melody pensou que você não iria vir visitá-la. Uma pena que ela saiu.

- Mande beijos pra ela e pra meu irmãozinho. – eu disse e ele sorriu.

- Pode deixar, querida.

Entramos, contei todas as novidades pra ele, e ele me contou sobre a Melody, sobre suas pinturas e sobre os planos de comprar uma casa de praia em Miami. Depois um tempo nós vimos que o carro de Melody já tinha estacionado. Foi engraçado ver ela e minha mãe conversando animadas no jardim.

- Elas são duas doidas. – riu meu pai.

- Pois é! – concordei. – Mas eu acho que já tenho que ir,

Nos despedimos e entrei novamente no carro com minha mão, fomos para o Empire State novamente, as coisas no Olimpo estavam corridas, e pelo visto a festa vai ser de arromba mesmo!