Memory of the Future escrita por chrissie lowe


Capítulo 8
The Plan




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– No dia em que te mandei para o passado. – Começou George. – Eddie ficou muito abalado. Ele tentou esconder, mas estava claro que ele estava abalado. Por isso ele não se importou quando... Quando os Daleks o levaram.

Claire tapou a boca com as mãos tentando conter o choque e o pavor que as palavras de seu pai provocaram. Ela sabia que Daleks não deixavam prisioneiros por muito tempo. Somente o pior se passava em sua cabeça. Sua garganta e seus olhos ardiam e seu rosto queimava. Ela queria chorar, apenas chorar, mais nada. Então, sem forças, ela apenas ajoelhou-se no chão, cobriu o rosto com as mãos e caiu no choro.

Aquela cena deixava o Doutor ainda mais indeciso. Ele não podia deixá-la assim, podia? Além disso, ele não estava mais tão a fim de ir embora. “Ah Doutor, você não muda mesmo, hein?”. Pensou ele.

– Muito bem, onde os Daleks mantêm seus prisioneiros? – Perguntou ele descendo as escadas.

Claire tirou a mão do rosto e olhou surpresa para o Doutor.

– O... O que está fazendo? – Perguntou ela em meio aos soluços. – Achei que iria embora.

– Bom, podemos dizer que você conseguiu me convencer. – Respondeu ele. – Então, o que temos aqui que possa nos ajudar a resgatar Eddie? – Continuou ele indo em direção à mesa e revirando os papeis e analisando as telas dos tablets. – Puxa, vocês são bem rudimentares para o século 26, não?

– Usamos menos tecnologia possível. – Respondeu George seco. – Não podemos arriscar a ter Daleks nos rastreando.

– Está bem. Então é isso, formaremos um grupo de resgate e invadiremos a base Dalek. Quem é o mais forte daqui?

– Geoffrey, senhor Smith. – Respondeu Josh. – Mas não acho que Eddie ainda esteja... Você sabe.

– Senhor não! Doutor. – Corrigiu ele. – Não sou seu general ou algo do tipo.

– Então por que deveríamos ouvi-lo? – Desafiou Geoffrey. – Além do mais, Eddie já deve ter sido exterminado.

– Cale a boca! – Interrompeu Emma batendo no ombro de Geoffrey.

– Mas não podemos garantir que Eddie esteja vivo! – Continuou Susannah. – Me desculpe, Claire.

– E o que faremos? – Interrompeu Claire. – Sentamos e lamentamos a perda de mais um colega? Estou cansada disso! Se vocês não forem, tudo bem, eu irei sozinha!

– Sabe a loucura que está dizendo? – Retrucou George. – Não pode ir à base Dalek, é suicídio!

– Não importa o que diga, não mudarei de ideia. – Respondeu Claire decidida. – Não estou pedindo que venham comigo, só estou dizendo que não ficarei aqui apenas sentada esperando pelo próximo ataque.

Todos olharam tenso para ela. Ashleigh então se levantou e pôs a mão no ombro de Claire.

– Não sei o que está sentindo agora, mas... Não quero que você, e nem ninguém, sinta o que senti quando soube... Quando soube da Harriett. – Disse ela. – Nós, bem... Eu gostava mesmo dela. Então, pode contar comigo.

Claire sorriu para Ashleigh. Josh se levantou logo depois e juntou-se às colegas. Emma foi em seguida. Pouco depois, todos se encontravam no centro da sala, até mesmo Geoffrey, apesar de ainda não estar totalmente convencido.

– Quando nos chamou para participar da Resistência prometemos que lutaríamos não só por nós e nossos colegas, mas também em nome daqueles que partiram. Não sabemos se Eddie está vivo ou não, mas não deixaremos que lute sozinha. – Disse Josh.

– O que estamos esperando então? Vamos derrubar aquela base e trazer nosso amigo de volta! – Bradou Beth erguendo sua arma.

– Vamos! – Exclamaram todos empolgados.

A esperança deles se renovara. Eles sabiam que havia poucas chances de salvar Eddie ou derrotar todos os Daleks, mas não custava tentar. Além disso, eles agora tinham aquele estranho homem de cabelos espetados e terno marrom que já derrotara os Daleks uma vez.

– Muito bem Doutor, tem algum plano? – Perguntou Claire empolgada.

– Hum, não. – Respondeu ele.

– Mas você realmente derrotou os Daleks, não derrotou? – Perguntou Ashleigh preocupada.

– Sim, claro que sim. – Respondeu ele. – Olha, vocês sabem como é a base? Alguém já esteve lá?

– Não além das grades. – Respondeu Collin. – Já tentamos cortá-las, mas elas têm algum tipo de tecnologia que nenhuma de nossas armas consegue superar.

– Bom, então podemos ir atrás de Eddie e se necessário, somente se for mesmo necessário, iremos atrás dos Daleks.

– Então é isso? Vamos invadir a base apenas para salvar Eddie e depois cairemos fora? – Perguntou Geoffrey. – Pensei que fôssemos acabar com todos eles!

– Não temos como fazer isso agora. – Respondeu o Doutor. – Vocês estão sem plano, sem armas, sem provisões... Não tem como fazermos isso agora.

– Deve estar brincando!

– Não, Geoffrey. Ele tem razão. – Interrompeu Claire. – Não temos armas o suficiente. Não temos sequer um plano tático para derrubar todos eles. Além disso, de que adianta derrubar os Daleks daqui, se há tantos outros espalhados pelo mundo?

– E Eddie é o mais inteligente dentre nós, ele é mais apto a elaborar algum plano. – Concordou Flynn.

– E podemos contatar os rebeldes dos outros países. – Acrescentou Susannah. – Podemos operar todos em conjunto e derrubar todas as bases Dalek operantes!

O Doutor sentia-se animado com a determinação e energia dos jovens. Ele já estava velho e havia passado por muita coisa, por isso era revigorante vê-los daquele jeito. No entanto, ele sabia que toda essa energia era acompanhada pela vontade de matar. Era visível que eles queriam exterminar Daleks a qualquer custo, e isso o deixava um tanto preocupado.

– Então Doutor, o que acha? – Perguntou Beth.

– Acho que pode dar certo. – Respondeu ele disfarçando sua preocupação.

– Então vamos salvar Eddie! – Exclamou Collin.

– Pai, o que acha? – Perguntou Claire.

– Acho que estão sendo precipitados. – Respondeu George ríspido. – Atirarão em vocês assim que ultrapassarem aquelas grades.

– Mas, pai...

– Eu ainda não terminei. – Interrompeu ele. – Acho essa ideia uma loucura, mas não posso negar que Eddie é vital para o grupo, por isso, só por isso, apoiarei essa missão de resgate. Ficarei aqui para auxiliar vocês. – Terminou ele ainda um tanto cético.

Claire sorriu e, enquanto os outros começaram a se preparar para o resgate, ela aproximou-se do Doutor e disse:

– Obrigada por estar fazendo tudo isso. Você realmente não precisava.

Nisso, ela o abraçou, deixando-o extremamente sem reação.

– Bom, eu... Agora não tem como voltar atrás não é? – Disse ele sorrindo sem jeito para ela. – Então... Allons-y!


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