Memory of the Future escrita por chrissie lowe


Capítulo 4
The Memories




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– Tem certeza do que está fazendo? – Perguntou a garota preocupada com o tanto de peça que aquele homem tirava e colocava no motor da nave.

– Mas é claro que tenho! – Exclamou ele sem soar muito convincente.

– Bom, tenho quase certeza de que não sabe.

– Te ofereço minha ajuda e ainda desconfia de mim?

– Não, claro que não. – Respondeu ela ironicamente. – Mas afinal, o que aconteceu com essa nave pra ela ficar assim?

– Eu não sei. Pode ser que os Cybermen tenham tentado destruí-la e não conseguiram. Mas conseguiram fazer um belo estrago pelo que estou vendo. – Respondeu ele ajustando os óculos que lhe dava um ar mais intelectual.

– Cyber o quê?

– Cybermen.

– Bom, mas como vai conseguir me ajudar se não consegue sequer sair desse lugar? Aliás, onde é que estamos mesmo? – Perguntou ela mudando de assunto, pois já havia muito que processar para ficar se preocupando com esses tais Cyber-sei-lá-o-quê.

– Ei! Estou quase resolvendo isso, está bem? – Disse ele indignado e apontando para o monte de peças e fios soltos no qual ele mexia. – E nós estamos em Londres, Inglaterra, Terra, 2006.

– Londres? Esse nome me parece familiar. – Disse ela tentando se lembrar de onde conhecia aquele nome.

– Hum, não sei como tiraram a sua memória, mas deve ser uma tecnologia bem avançada, pois a maioria dos dispositivos que conheço só consegue induzir uma amnésia momentânea. – Disse ele analisando a garota. – Não consegue se lembrar nem do próprio nome?

– Não. – Disse ela frustrada. – Mas não conhece ninguém que pode te ajudar a consertar sua nave?

– Não. – Respondeu ele cabisbaixo. – Todos que conhecia não estão mais aqui. Sou o último de minha espécie.

– Sua espécie? Como assim?

– Ora, não sou um humano. Sou um Senhor do Tempo. – Disse ele.

Ao dizer isso ele se lembrou de tudo o que aconteceu no passado, e sentiu-se entristecido mais uma vez.

– Senhor do Tempo? O que diabos é um Senhor do Tempo? – Perguntou ela.

– É o que eu sou e... Olha, por que não vai buscar uma roupa para se trocar? Deve ter alguma coisa no closet. – Disse ele desviando-se do assunto.

– Closet?

– Sim. Siga reto pelo corredor, vire a segunda esquerda, depois à direita e entre na quarta porta. – Indicou ele apontando com a chave de fenda sônica.

Ela se levantou e saiu em direção ao tal closet. Ela ainda não havia processado completamente o fato de ela estar em uma nave que é maior do lado de dentro do que de fora e ficou ainda mais perplexa ao ver o longo corredor a sua frente. Ela entrou e saiu andando, anotando mentalmente a indicação que o Doutor lhe dera, até que ela se viu parada em frente a uma porta. Ela abriu e lá se deparou com uma série de roupas, dos mais diversos tipos, cores, formatos e épocas. Boquiaberta, ela entrou e começou a procurar algo para vestir.

Na sala de controle, o Doutor usava a chave de fenda para fundir os últimos fios soltos da TARDIS e soltou uma exclamação animada ao concluir que havia feito tudo certo.

– Garota, venha cá, já solucionei nosso problema! – Exclamou ele alegremente. – Agora é só eu...

Antes que ele pudesse terminar, a garota entrou na sala e ele simplesmente ficara abismado com o que via.

De tantas roupas para escolher, ela escolhera aquela camiseta estampada com a bandeira do Reino Unido e um jeans azul claro que ficava largo demais em suas pernas. O cabelo loiro e os olhos castanhos também não ajudavam. “Tão parecida com ela”. Pensou ele se entristecendo novamente, mas sentindo-se um tanto irritado dessa vez.

– O que foi? Aconteceu alguma coisa? – Perguntou ela.

– Por que essas roupas? – Perguntou ele.

Ele mudara de feição. O Doutor não parecia mais o homem tranquilo e amigável com o qual ela estava se habituando. Por um momento, ela pôde ver raiva e frustração em seus olhos, e isso era assustador.

– Eu... Achei que ficaria bom e... – Dizia ela sem saber que resposta ele estava esperando obter.

– Mas quem é você? Por que foi parecer tanto com ela? – Perguntava ele mais pra si mesmo do que para ela.

– Olha, se não gostou eu posso voltar lá e trocar.

– Não. Fique do jeito que está. – Respondeu ele. – Continuando, acho que consegui consertar a TARDIS, estamos prontos para viajar. – Disse ele retornando à sua feição alegre de antes.

– Mas nem sabemos de onde eu vim ainda. – Disse ela ainda preocupada com o que acabara de presenciar.

– Ah, isso é fácil. Se eu estiver certo, e espero estar certo, independente do que usaram em você, deve ter algum vestígio de suas memórias dentro da sua mente. Afinal, nenhum humano seria capaz de desenvolver uma tecnologia que apagasse memórias para sempre. – Disse ele em um leve tom de desdém.

Ela arqueou uma das sobrancelhas em tom de desconfiança.

– Está bem. Então como espera descobrir se há mesmo alguma coisa perdida na minha mente?

– Fácil. – Respondeu ele se aproximando dela.

– Ei! O que está fazen...

– Shhh! Apenas relaxe. Vou conectar nossas mentes. Poderei ver tudo o que estiver aí dentro. – Explicou enquanto tocava delicadamente as têmporas da garota.

Ele fechou os olhos para se concentrar mais e ela ainda sem entender também fechou os dela. De início ele não conseguia ver nada. “Seja lá o que aconteceu com ela, usaram uma tecnologia poderosa.”. Pensou ele. Ele se concentrou ainda mais a fim de obter alguma coisa. Ao mesmo tempo, a garota conseguia sentir os esforços do Doutor e inicialmente vira o que ele viu. Nada.

Entretanto, pouco tempo depois ambos puderam ver algo. A imagem não era muito nítida, mas era possível determinar que era um homem. Um homem segurando um controle remoto com um grande botão vermelho no meio e um pequeno botão preto logo ao lado. Atrás dele, um cenário de caos. Um grande incêndio emergia no fundo, e era possível ouvir gritos e tiros. Ambos se sentiam assustados com o que viam, porém antes que pudessem fazer qualquer coisa, o homem deu um empurrão em quem fosse a pessoa na frente dele e disse:

– Eu sinto muito, mas é o melhor a ser feito... Claire.

A garota repentinamente abriu os olhos assustada com o que vira e, como se um turbilhão de pensamentos inundasse sua mente, se afastou, com o coração batendo a mil por hora, olhou para o Doutor e disse:

– Agora eu me lembro, Doutor. Eu sou... Claire.


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