Memory of the Future escrita por chrissie lowe
Amanhecera. Os raios de sol refletiam no toldo de vidro da parada de ônibus em que a garota se encontrava. Porém, ela não estava sozinha. Agora que a chuva cessara, os moradores da região puderam sair de suas casas para irem trabalhar, e se assustaram com a garota que dormia profundamente no ponto de ônibus.
Um senhor, irritado com aquela cena, se aproximou da menina e começou a cutucá-la a fim de acordá-la. Ela acordou repentinamente e se assustou ao ver aquela gente olhando para ela.
– Ei! Tem gente querendo se sentar aqui. Vá dormir em outro lugar! – Exclamou o senhor apoiado pelos outros em sua volta.
Sem saber o que dizer, e vendo o olhar zangado daquela gente, ela simplesmente correu sem olhar para trás e sem sabe para onde ir.
Ao mesmo tempo, a TARDIS acabara de entrar na atmosfera terrestre, ainda descontrolada. O Doutor já havia desistido de fazer qualquer coisa. Bom, não que ele tenha realmente desistido, mas não havia muita escolha a não ser ficar pendurado na grade para não sair voando pela nave e acabar indo parar na piscina ou na biblioteca.
– O que aqueles Cybermen fizeram com você? – Perguntava ele.
E antes que ele pudesse pensar em algum motivo, ele sentiu o baque forte e duro da TARDIS chocando-se no asfalto.
Por outro lado, a garota ainda corria com medo de que alguém a estivesse perseguindo. No entanto, foi forçada a parar quando algo caiu do céu a poucos palmos de onde estava.
Era uma caixa. Pelo menos era o que ela achava que era. Uma caixa grande e azul bem na sua frente e soltando muita fumaça. Ela nunca havia visto uma coisa daquelas antes (ou será que já?) e começou a andar em volta da caixa para ver se algo aparecia.
De dentro da “caixa”, o Doutor estava estatelado no chão, confuso com a queda que acabara de acontecer. Ele se levantou lentamente e, ainda um tanto desorientado, virou a tela da TARDIS para ver onde eles se encontravam.
– Terra, é? – Disse ele ainda atordoado. – Bom, pelo menos não fomos parar em uma nave Dalek ou algo do tipo não é mesmo?
Então ele abriu a porta e a primeira coisa que viu foi uma garota loira de olhos grandes e castanhos, vestindo um conjunto de jaqueta e calça de couro, cinzas e pesadas e que estavam ensopados, bem na sua frente, parada e boquiaberta com o que estava vendo. No entanto, antes que ele pudesse abrir a boca pra falar, ela soltou um grito agudo e estridente, e com o susto ele acabou gritando de volta. Sorte deles que aquela rua estava vazia, pois ninguém seria capaz de entender a cena que acontecia naquele momento.
– O quê? Quem é você? – Perguntou ele.
– Eu... Eu... – Gaguejava ela ainda impressionada. – Eu não sei.
– Como assim não sabe? – Perguntou ele desconfiado. – E por que me olha desse jeito?
– Como... Como foi que entrou aí dentro? – Foi tudo o que ela conseguiu perguntar.
– Ora, pela porta. – Respondeu ele sem entender o que ela queria dizer. – Mas afinal, como veio parar aqui?
– Eu não sei! Não sei quem sou eu, o que vim fazer aqui... Eu só apareci na noite passada e...
– Ei, calma! Já entendi. – Disse ele tentando acalmá-la. – Perdeu a memória, foi isso?
– Bom, acho que sim. Quer dizer, a última coisa de que me lembro é de alguém me empurrando, mas depois nada vem na minha cabeça.
– Entendi. Bom, por que não entra e... A gente tenta dar um jeito de descobrir quem você é. Afinal, não é qualquer um que consegue se deparar comigo assim, então deve significar alguma coisa.
– O que? Eu e você nessa caixa? – Perguntou ela. – Como você quer que nós dois caibamos nisso?
– Ah, mas ela não é uma caixa! – Exclamou ele. – É a TARDIS!
– TARDIS? Como é que é, hein?
– Time And Relative Dimension In Space. – Disse ele todo orgulhoso. – Por que não entra pra ver?
Então ela entrou e não conseguia acreditar no que via.
De fora parecia apenas uma caixa, mas era imensa por dentro. Ela saiu para ver se isso era realmente possível, deu a volta pela cabine e voltou, ainda incrédula.
– Mas... Mas ela... Ela é...
– Eu sei, pode dizer. – Respondeu ele tentando esconder o prazer que sentia toda vez que alguém entrava na TARDIS pela primeira vez.
– Ela é menor por fora! – Exclamou ela.
– Bom, não era isso que eu estava esperando, mas tudo bem. – Comentou ele. – Vamos entre. Assim que consertar a TARDIS veremos como ajudar você.
Ela ainda estava confusa com o que acabara de acontecer. Aquele homem magrelo de cabelo espetado que literalmente caíra do céu e agora se oferecia para ajudá-la. Quando algo desse porte poderia acontecer? Bom, mas era bem melhor do que nada, por isso ela apenas olhou para ele, sorriu e entrou na TARDIS, logo seguida por ele.
– Mas afinal, quem é você? – Perguntou ela ao lembrar-se de que aquele homem era um completo desconhecido.
– Eu sou o Doutor. – Respondeu ele sorrindo levemente.
– Doutor? Doutor quem? – Perguntou ela sem entender.
– Exato. – Disse ele, deixando a garota ainda mais confusa.
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