Memory of the Future escrita por chrissie lowe


Capítulo 10
The Confrontation




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Longe dali, o Doutor andava a passos firmes em busca dos Daleks. Com uma cópia do mapa que dera a Claire, ele seguiu em direção à ala principal. Depois de muito andar, deparou-se com uma grande porta em forma de arco e feita de ouro. “Desde quando Daleks eram exibidos assim?”. Pensou. Ele ficou alguns minutos encarando a porta, sem saber se entrava ou não. Mas então, decidido, apontou sua chave de fenda no controle ao lado da porta e a abriu, revelando centenas de Daleks dentro de um enorme salão branco e cheio de computadores.

Os Daleks se viraram ao perceber que a porta fora aberta e pareciam estar prestes a enlouquecer quando viram quem a abrira.

– É o Doutor! É o Doutor! – Gritavam vários deles ao mesmo tempo.

O Doutor não dizia nada, apenas olhava aquela horda de Daleks furiosos andando de um lado para o outro do salão, gritando o seu nome. Ele estava prestes a dizer alguma coisa, quando foi surpreendido por uma voz forte e ainda mais furiosa.

– SILÊNCIO! – Gritou a voz. – Afastem-se!

Então os Daleks pararam e abriram espaço para o dono da voz passar. O Doutor não conseguiu não ficar boquiaberto quando se deparou com um Dalek preto, muito maior do que outros. Ele se aproximava lentamente do Senhor do Tempo e o analisava com o seu olho.

– Não é possível! Os Senhores do Tempo ainda existem? – Exclamou o Dalek surpreso e furioso.

– O que está dizendo? Que tipo de Dalek é você? – Questionava o Doutor. – Como vieram parar aqui?

– Eu sou o Dalek Supremo, líder mundial do Grande Império Dalek! – Bradou ele orgulhosamente.

– E como vieram parar aqui? Por que conquistar um planeta nível cinco? – Perguntou ele.

– Não viemos aqui por opção, Doutor. Somos remanescentes da Última Grande Guerra do Tempo. – Respondeu ele.

– O período da Guerra está selado! Ninguém pode entrar ou sair de lá.

– Nós escapamos antes que a Guerra acabasse. Apoderamo-nos da tecnologia dos Senhores do Tempo e viajamos pelo tempo e espaço. No entanto...

– Não tinham ideia de como utilizar tal tecnologia. – Concluiu o Doutor. – Viajaram pelo tempo e espaço, mas não sabiam controlar o dispositivo, por isso acabaram parando aqui pelo acaso, não é?

– Nada acontece ao acaso, Doutor. – Retrucou o Dalek. – Mas isso não importa. O que importa é que quando chegamos, éramos apenas alguns Daleks enfraquecidos pela Guerra. Entretanto, os humanos eram primitivos, não demorou muito para que nos mostrássemos mais fortes do que eles e, em pouco tempo, já havíamos conquistado e subjugado essa raça fraca e covarde! Muitos tentaram nos derrubar, mas nenhuma arma que eles faziam produzia efeito contra nós, logo foi fácil exterminá-los. Além disso, nos multiplicamos com o passar dos séculos. Tornamo-nos maiores e em maior número, por isso conseguimos invadir e conquistar não só esse país, mas o mundo inteiro! Fomos destinados à grandeza, Doutor. Não paramos na Terra por acaso. Paramos aqui, pois estávamos destinados a propagar e perpetuar a força dos Daleks. Vida longa ao Império Dalek!

– VIDA LONGA AO IMPÉRIO DALEK! – Repetiram os outros Daleks.

O Doutor os olhava, abismado. Como deixara isso acontecer? A dor e a frustração em seus corações se transformaram em revolta. Revolta por ter sido cego. Revolta por não ter impedido que eles se multiplicassem e tomassem conta do planeta. E isso o deixava possesso.

– Mas e você, Doutor? – Perguntou o Dalek Supremo. – Como veio parar aqui? Como conseguiu sobreviver à Guerra?

– Eu pus um fim nela. – Respondeu ele.

– Você? Isso quer dizer que...

– Os Daleks foram destruídos. – Respondeu ele com certo tom de sadismo em sua voz.

O Doutor podia ver a fúria tomando conta dos Daleks. Como sua raça podia ter perdido para os ignorantes e obsoletos Senhores do Tempo?

– Mas então o que faz aqui? – Perguntou o Dalek cheio de ódio. – Por que não continuar no seu planeta imundo?

Os corações do Doutor batiam aceleradamente. As imagens de seu último ato na Guerra do Tempo enchiam suas memórias, assim como a dor e a raiva, ao mesmo tempo em que as batalhas e os horrores que ele presenciara na Guerra vinham em sua mente. Ele não se orgulhava do que fizera para acabar com ela, mas sabia que não tinha outra escolha.

– Meu planeta não existe mais. – Disse ele amargurado. – Ele se foi assim como o seu.

– Então só resta você? Como foi a sensação? Ter destruído o seu próprio planeta, seu próprio povo? Como é estar... Sozinho? – Perguntava o Dalek em tom provocador.

O Doutor encarou o Dalek, furioso. Mas, mesmo assim, sua mente fervilhava tentando arranjar algum modo de sair daquele lugar agora que ele já tinha as informações que queria. Nisso, ele olhou para o lado e viu o gerador perto da porta e perto o suficiente para ser atingida pela chave de fenda sônica.

– Eu nunca estou sozinho. E mesmo se estiver, sei que sou bem mais esperto que cem de você. – Respondeu ele dando um sorriso sarcástico.

E, antes que algum Dalek pudesse reagir, o Doutor correu em direção à porta e apontou a chave de fenda sônica para o gerador, que explodiu, levando os Daleks que estavam próximos pelos ares.

O Dalek Supremo soltou um grito furioso, seguido pelos outros Daleks.

– Peguem o Doutor! Destrua-o!

O Doutor saiu correndo em direção a porta, e assim que a atravessou, apontou a chave de fenda no controle que se encontrava na parede e selou a porta, deixando os Daleks presos em sua própria sala. Seguro de que não seria perseguido, o Doutor virou as costas para ir embora, no entanto, antes que ele desse o primeiro passo, um alarme estridente começou a tocar.

Em outro ponto da base, Claire e Eddie sentiram seus corações acelerarem ao ouvirem a sirene. Os Daleks agora sabiam que eles estavam ali.

– Geoffrey! Emma! Onde vocês estão? – Perguntou Claire desesperada.

– Claire! Estamos no ponto de partida. – Respondeu Geoffrey. – Eles sabem que estamos aqui, alguém deve ter sido visto! Onde você está?

– Estamos chegando, nos espere aí!

Então Claire desligou o walkie-talkie, mas assim que o guardou no bolso, viu que alguns Daleks se aproximavam dos dois.

– Eddie, temos que sair daqui!

Uma das pernas de Eddie estava muito machucada, por isso, Claire o apoiava nos ombros e os dois faziam um grande esforço para correr o mais rápido que podiam. No entanto, alguns Daleks os avistaram, deixando os dois em pânico.

– A humana está levando o prisioneiro! Extermine-a! – Gritava um deles.

Claire sacou a arma do bolso com muito esforço e atingiu em cheio o olho do Dalek que falava, lançando-o pelos ares e deixando os outros atordoados, permitindo que os dois escapassem.

Algum tempo depois, os dois chegaram ao local onde haviam começado, e Emma, Geoffrey e Collin os aguardavam tensos.

– Por que demoraram tanto? – Perguntou Geoffrey impaciente.

– Eddie não consegue correr, está com a perna machucada! – Exclamou Claire. – Está todo mundo aqui?

– Ashleigh e Josh ainda não voltaram. E nem o seu Doutor.

– Doutor? Do que ele está falando? – Perguntou Eddie confuso.

– Pessoal, me ajudem aqui! – Interrompeu uma voz no fundo do corredor.

Os cinco se viraram bruscamente e sentiram-se aliviados ao verem Josh. No entanto, o alívio durou pouco ao ver que ele carregava Ashleigh, com a perna ensanguentada, nos braços.

– O que houve?

– Alguns Daleks vigilantes nos emboscaram assim que o alarme disparou. Lutamos, mas um deles atingiu a perna de Ashleigh! – Respondeu Josh.

Ashleigh chorava de dor. Os jovens correram o mais rápido que podiam para tratar do ferimento da garota, e do de Eddie, quando se depararam com uma tropa de Daleks vindo em suas direções.

Geoffrey, Emma e Collin sacaram suas armas para dar cobertura aos outros e, felizmente, não foram atingidos. Todos se sentiram extremamente aliviados ao verem a porta e a luz do dia e aceleraram os passos.

Longe dali, o Doutor se encontrava em algum tipo de sala de controle. Ele vira a localização no mapa e pensava em como executar seu plano. Ele não podia ficar ali parado esperando que algum Dalek o encontrasse, por isso, sem pestanejar, apontou a chave de fenda sônica para os computadores e apertou um grande botão vermelho que se encontrava no centro do console. Satisfeito, saiu em busca da saída.

Os seis jovens saíram da base e deram sinal para que os outros se preparassem para fugir. Entretanto, Claire parou repentinamente.

– Esperem! E o Doutor?

– Não podemos ficar parados aqui, Claire! Ele pode se virar. – Respondeu Emma. – Temos que cuidar de Ashleigh e Eddie antes que piorem.

Claire não estava convencida. Eles não podiam deixá-lo ali a própria sorte. Ela não podia fazer isso, afinal, fora ela que o convencera a ficar. Por outro lado, Emma estava certa. Ashleigh e Eddie tinham que receber os primeiros socorros o mais depressa possível.

No entanto, antes que ela pudesse decidir, um Doutor muito afobado saíra da base e, por pouco, não os atropelou.

– Vamos! Saiam, saiam! – Gritou ele empurrando todos em direção às grades.

Ninguém entendeu o que se passava, mas obedeceram as ordens do Senhor do Tempo e foram de encontro aos colegas que esperavam dentro do jipe. Todos entraram apressadamente no carro e, assim que o motor começou a roncar, uma enorme explosão fez com que o chão tremesse violentamente, quase jogando os jovens e o Doutor para fora do carro.

Todos se viraram a fim de saber o que acontecera, e levaram um choque ao ver parte da base Dalek sendo consumida pelas chamas. Uma quantidade assustadora de fumaça subia os céus e chegavam cada vez mais perto de onde eles se encontravam. Sem pestanejar, Elliott pisou no acelerador e o jipe saiu a toda velocidade em direção ao esconderijo, deixando a base parcialmente destruída para trás.

Já no esconderijo, George cuidava dos ferimentos de Ashleigh e Eddie, que não eram poucos, e os outros simplesmente deitaram no chão, exaustos com o que acontecera.

Claire olhou para o Doutor no canto da sala, com o olhar muito sério e perguntou:

– Foi você que explodiu a base, não foi?

– Por que diz isso?

– Porque nenhum de nós fez isso, e não creio que algum Dalek queira destruir a própria base. – Respondeu ela. – O que pensou que estivesse fazendo? Disse que só resgataríamos Eddie! Não acredito que enfrentou os Daleks! – Exclamava ela indignada.

– Sim, eu encontrei os Daleks! – Exclamou o Doutor. – Eu tinha que saber o que eles queriam com esse lugar, o porquê de terem dominado a Terra. Explodir a base foi a melhor maneira que encontrei de atrasá-los.

– Quer dizer que nos usou? Você nunca pensou em ir lá para salvar Eddie, mas sim para descontar sua raiva nos Daleks, não é? Vamos, Doutor, admita!

O Doutor sentia sua alma fervilhar. Ele não estava com paciência para discutir com Claire. Então, ele apenas ouvia o que ela tinha pra dizer.

– Será que não percebe a gravidade do que fez? Você poderia ter morrido! Nós poderíamos ter morrido! – Exclamou ela apontando para os colegas. – Olha, acho que estava certo no final das contas. É melhor você não ficar aqui, Doutor. – Concluiu ela cabisbaixa.

– O que? Por que diz isso?

– Admita, Doutor. Não sei o que aconteceu entre você e os Daleks, só sei que se continuar com toda essa raiva, vai acabar matando alguém. – Disse ela. – Por isso, é melhor ir embora.

– Mas foi você quem me pediu para...

– Vá embora, Doutor! – Interrompeu a garota apontando para a porta.

– Mas, Claire, eu posso ajudar vocês. Temos que dar um fim nos Daleks!

– É o melhor para nós todos. – Disse ela.

Sem alternativa, o Doutor arrumou a gola do sobretudo e saiu em silêncio, com todos o encarando, impressionados com a firmeza de Claire.

Do lado de fora, o Doutor sentia raiva de Claire. Ele achava que ela estava exagerando em mandá-lo embora, principalmente porque ELA o havia convencido a ficar. E por causa dessa raiva, o Doutor não pensou duas vezes, e partiu de volta para a base e terminar com isso de uma vez por todas.


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