Detenção escrita por biazacha


Capítulo 7
Surpresas Até Demais


Notas iniciais do capítulo

Nem sei por onde começar. :(

Resumo: machuquei minha mão direita, não podia escrever ou digitar e aí quando sai da licença tive que entregar tudo depois, fazer provas que tinha adiado... uma zona. Foi horrível, morri de dor e fiquei com medo de que comprometesse pra sempre, sei lá.

Mas por hora passou, estou fazendo fisioterapia e melhorei bastante.

Ainda estou respondendo aos comentários, mas queria agradecer do fundo do coração a todos os leitores, novos ou velhos, que mandaram reviews lindos, me perguntaram o que tinha acontecido por MP, gente que pegou desde o começo pra ler e deu um feedback em cada capítulo... sério não tem preço.

Eu ri e gritei com cada uma das reações DIVINAS que vocês tiveram com o último. Acho bom terem gostado do Elsinha Frost mesmo, porque o Jack adorou e ainda vai usar muito. UAHSUAHSUAHSUAHSUHA Sério, poucas vezes me diverti tanto lendo reviews.

Mas uma coisa acabou com esse coração aqui de vez: Lucy Kawaii só queria te achar e te dar um abraço pela recomendação que você fez. Sério, eu comecei a fic de brincadeira, como um presente e nunca achei que o pessoal ia se identificar tanto... eu ali naquela situação, morrendo de dor e preocupação até chorei quando vi. Fico feliz de ter gostado, de dar essa chance pra terceira pessoal (desculpa, minha primeira pessoa fica um bocado idiota) e de ter recomendado a fic pra todo mundo que curte um bom romance colegial... como é a primeira vez que escrevo algo assim pra valer, você não tem noção de como foi gratificante ler essas palavras, do fundo do coração sou eternamente grata.


Pra quem resistiu até o final dessas notas enormes, cap com mais de 3k porque vocês merecem!!! Boa leitura!!



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–E foi assim que você acabou casada com o Jack? – perguntou Merida, enquanto esperavam o sinal abrir para pedestres.

–Você não vai deixar isso para lá né? – perguntou Elsa cansada.

–Não. – depois de um breve momento de silêncio a ruiva riu e a outra foi forçada a abrir um leve sorriso.

Ainda estava conjecturando se o trato havia sido uma decisão sensata, mas não podia negar que sentia os efeitos primários; desde que recebera a tarefa de aconselhar aquela turma baderneira, não se sentiu tão leve como estava agora.

Pela primeira vez percebeu que andou negligenciando Mavis, que sem dúvidas precisava dela, que não se despediu adequadamente de Johnathan e não sabia ao certo quando ele iria embora, que mal falava com Anna ou Rapunzel, mesmo estando de férias e vendo as duas todos os dias.

Sua cabeça estava tão focada em encarar o problema que ignorou o resto. Agora que o “problema” lhe dera a solução de resolver as coisas com calma, ela estava tranquila.

Mesmo porque uma Elsa descansada sem dúvidas seria mais útil que uma Elsa com quatro pedras em cada mão como a de hoje que quase estragou tudo. Se tinha uma certeza naquele momento é que ela não queria ser essa Elsa cruel.

–Sei lá, sempre achei que vocês fossem amigos. – comentou a atleta espiando os lados da rua de modo atento.

–Não vamos atravessar até abrir. – advertiu a outra, prevendo o que aquela juba cor de cobre pretendia fazer ao mesmo tempo em que disfarçava a surpresa que o comentário lhe causou – E não entendo como podem achar que alguém como ele e alguém como eu somos amigos.

–Eu já estudo com vocês faz alguns anos... tudo bem, na maior parte do tempo em que estão juntos parecem estar brigando por alguma coisa bem idiota, mas existe um Jack e existe uma Elsa que só aparecem nesses momentos. Sei lá... mas soltos, autênticos.

–Na verdade no meu caso é mais estressada, posso garantir Merida.

–Pode mesmo? Você é sempre tão certinha, tão exemplo... até sua postura perfeita parece tensa. Em um minuto com o Jack você é mais expressiva do que em um dia inteiro. Talvez você tenha raiva dele por causa disso e nunca se deu conta.

–E pode me culpar por ter raiva dele por me deixar brava e descompensada?

–Cara, olha nossa idade! Nós temos que ser meio descompensados. – ela remexeu na bolsa e tirou chicletes; ofereceu um para a loira que negou educadamente e, dando de ombros, pegou outro para si – Eu entendo que você pensa na sua família, no seu boletim... mas quando crescermos nossa vida vai ser só resultados, metas e processos. Eu já comecei a sentir isso em cada competição de arco que entro, a pressão só aumenta; é claro que amo o que faço e jamais mudaria de vida, mas a diversão divide espaço com as obrigações agora.

–Todo mundo devia pensar nas obrigações quando se está no colegial. – rebateu Elsa, se sentindo desconfortável.

–E as pessoas pensam nas obrigações; sua irmã, amigos e até os baderneiros com quem tem que lidar, todos eles sabem que o amanhã não vai ser simples. Justamente por isso que aproveitam o agora. Certas coisas só se pode fazer quando se é jovem, quando não tem que pagar contas ou arranjar um emprego. Você devia curtir um pouco o hoje para poder encarar o futuro focada e sem arrependimentos. Ninguém vai querer uma pessoa fria e sem vivência. Você é legal Elsa e só de conversarmos um pouco dá para ver isso, mas se não deixar as pessoas te verem como mais do que a Princesa de Gelo, nunca vai ser inteiramente respeitada.

–Não acho que seja tão simples. – murmurou, ainda processando tudo aquilo que tinha ouvido.

–Nunca é. – respondeu, estourando um bola de chiclete logo em seguida – A gente se vê por aí.

Só quando a menina deu as costas e se foi que a outra percebeu que estavam no estacionamento do colégio. Não se lembrava de qual momento da conversa em que elas voltaram a andar e muito menos o caminho de volta para a escola.

Suspirou chateada; apesar de tudo tinha gostado do lugar e estava esperançosa de grava o caminho para ser capaz de retornar quando quisesse.

Antes de mais nada, foi com muito custo colocar as coisas em seu armário. Seus pés e ombros doíam e ela se sentia cansada. Seu estômago também protestava com a fome, afinal só havia bebido um milk-shake; talvez tivesse sido uma boa ideia aceitar a goma de mascar para disfarçar a fome, mas aquela altura Merida já estava longe e não havia formas de comer por ali, não com a escola toda fechada para as férias.

Mesmo assim, não queria chamar o carro naquele momento. Queria sentar e colocar as ideias um pouco em ordem, pois se voltasse naquele estado bastaria apenas uma olhada de sua família para saber que algo estava errado.

Não que tivesse problema no trato que haviam feito, mas sentia que de alguma forma era algo... extremamente pessoal. No fundo era bobagem encarar assim, mas aqueles dias foram meios loucos e ela se dava ao direito de pensar coisas bobas.Se Merida não estivesse no local, provavelmente seria uma coisa só entre ela e Jack.

O casal Frost” pensou com divertimento, pra logo depois ter um pequeno surto de pânico: seu cérebro tinha pifado ou algo assim para entrar naquela brincadeira idiota? Resolveu afastar aquele pensamento e focar em sua situação atual.

A verdade é que falar com funcionários, alunos e familiares deu para Elsa uma visão de mundo mais ampla do que a que ela tinha. Tantas histórias, problemas e pontos de vista que ela nunca havia considerado dançavam em algum canto de sua mente. Agora que estava mais calma e não tão obcecada com vencer Jack, a menina podia ver não só as coisas em que estava em falta, mas tudo que tinha sido acrescentado em seu repertório.

Ninguém pode ser um bom líder se não entender as pessoas. Mas ela não só era incapaz de entender Jack, como aparentemente havia se distanciado de si mesma – era a única maneira de explicar porque aquelas palavras simples, francas e diretas de Merida mexiam tanto consigo. Anna, Mavis e Punzie a amavam, mas passaram tempo demais ao seu lado para aceitar seus defeitos e amá-los também. Durante um bom tempo ela precisou de alguém de fora para lhe dizer algumas verdades e a colocar no foco.

Era uma sensação agradável? Não. Elsa se sentia fraca, tola e presunçosa, mas se não houvesse verdade nas palavras da outra já teria sido capaz de descartar a conversa.

Quando pensava nisso, lembrava de outra pessoa que dizia coisas que não podia ignorar: Jack Frost. Lembrava de cada briga, cada discussão, cada provocação em todos aqueles anos... e não eram poucas.

Será que era porque sentia raiva ou porque não se permitia esquecer aquilo que mexia com ela justamente por ter um fundo de verdade? Quando a chamavam de Princesa de Gelo, que garota estavam vendo?

E que garota ele via, para chamá-la de Elsinha Frost como se não fosse nada, como se existisse uma piada que só ambos conhecem? Ela queria entender de verdade, queria colocar as coisas em ordem – no ano seguinte estaria dando adeus ao colegial e nunca imaginou que fosse começar esse passo em meio a uma crise existencial, mas lá estava ela, cheia de questões como qualquer garota de sua idade.

Se existiu algo sobre o qual nunca teve dúvidas era si mesma e agora podia ver o quanto se cegou com essa postura. Ia lidar com Jack e ia lidar com Elsa, porque os dois precisavam ser desvendados para ela.

Seu telefone tocou, lhe assustando: no fim das contas eram apenas o pessoal de sua casa preocupados com ela. Então se deu conta de que passou mais de uma hora ali, sozinha na entrada da escola, pensando na vida.

Suspirou, com fome e exausta tanto física quanto mentalmente; achava que até o fim daquelas férias seria uma pessoa diferente, mas não precisava virar uma louca sem um pingo da noção de perigo. Podia ser assaltada, sequestrada...

Enquanto pensava nisso, uma buzina soou ao seu lado e a assustou novamente - mas dessa vez vergonhosamente exclamou algumas oitavas mais alto do que sua dignidade permitia.

–Elsa você está bem? Passei na sua casa e disseram que ainda estava aqui... não era minha intenção assustá-la, sinto muito. – ela encarou Hans de dentro de seu carro um tanto chocada; encontrar ele figurava na lista de “última coisa que esperava acontecer naquele dia”, mas pelo visto ela realmente iria dormir esgotada, porque as surpresas não paravam de surgir.

–Não se preocupe, só estive um pouco mais atarefada hoje do que de costume. Alguém está vindo me buscar agora.

–Não está não; liguei dizendo que estava vindo para cá agora, disse que te levaria até em casa.

–O quê?! Er.. agradeço a gentileza Hans, mas não é necessário ter esse trabalho extra por minha causa. – respondeu enquanto se xingava por dentro; acabara de falar com o pessoal de sua casa, porque ninguém informou isso?
–Vamos, não faça essa desfeita agora que já estou aqui. – ele deu um de seus sorrisos cheios de dentes que faz as meninas rirem e a deixa com vontade de revirar os olhos. Prevendo uma boa dose de bajulação e de “olhe pra mim, eu sou um bom moço” pela frente, ela travou um sorriso amarelo no rosto e entrou no carro.

Era confortável e o aroma do perfume dele impermeava o veículo. Mas ainda assim ela não podia evitar ficar meio tensa; sempre teve uma sensação estranha perto do garoto, como se ele tivesse algo um pouco “errado”.

Mal deu a partida e ele já começou um falatório interminável que tinha como objetivo impressioná-la, mas só a deixava entediada. Encarando as próprias unhas com o esmalte meio gasto, não se deu conta de que ele ia para qualquer lugar, menos sua casa.

Quando o carro parou e ela olhou para fora, quase teve um ataque; estavam em um restaurante em que costumava ir muitas vezes com sua família, sempre cheio de conhecidos.

–Hans o que é isso? – perguntou lutando para manter a calma.

–Vamos jantar alguma coisa Elsa. – disse ele com um sorriso enorme. Ela se repreendeu por ser tão boba e não prestar atenção na manobra dele.

–Fico grata pelo gesto, mas eu tenho de recusar. Foi um dia longo, estou cansada e preciso acordar cedo amanhã, talvez em uma próxima vez. – é claro que ela estava enrolando ele há tempos e essa desculpa de “uma próxima” em algum momento iria deixar de funcionar. Ela achava que estava encarando o momento naquele exato instante.

–Você vai o quê, chegar em casa, tomar um banho, comer qualquer coisa e dormir? Vamos lá, só quero garantir que se alimente bem. – ele se aproximou dela e isso a irritou; se afastar seria sinal de fraqueza, mas também não podia simplesmente deixar ele fazer o que quiser.

–Pode ligar para alguém em casa e se certificar que comerei algo decente, não se preocupe quanto a isso.

Em resposta ele olhou para frente e acenou; um casal bem chegado aos pais de ambos devolveu o gesto e ela praguejou bem baixinho. Ir embora agora não só seria descortês como levantaria perguntas para seus pais e não queria incomodá-los com algo bobo como um garoto. Ainda mais um garoto filho de amigos e que eles de certa forma aprovavam.

E assim, saiu do carro para fazer uma social e se preparar para um dos jantars mais tenebrosos de sua vida.

Como ali realmente não era incomum encontrar conhecidos de suas famílias, acabou sentada ao lado de Hans em uma mesa com mais seis pessoas, todos casais mais velhos e influentes, o que a obrigava a passar uma boa impressão.

Seus movimentos passaram a ser divididos entre comer, conversar com os outros de forma polida e reservada, além de educadamente consertar as besteiras que Hans dizia, que nas entrelinhas dava a entender que ambos também eram um par.

Ali, encurralada daquele modo, se deu conta de que não era uma vida simples. Ser uma Arendelle significava ter conforto, oportunidades e respeito, mas ao mesmo tempo significava manter a aparência, decoro e muitas vezes passar por situações desgastantes.

Uma Arendelle tinha que ter pose e não podia simplesmente tomar um milk-shake em um lugar qualquer perto da escola.

No ano seguinte se formaria e, uma vez em uma universidade, seria sua responsabilidade ir bem no curso, entrar em uma irmandade adequada, fazer os contatos certos. E para o resto da vida ter de lidar com momentos como aquele em que só se quer jogar tudo para o alto e sair gritando.

Mas ela não podia, não depois de tudo que seus pais fizeram para que ela e Anna tivessem uma infância feliz, cheia de cuidados e amor. Apesar de ocupados nunca foram ausentes e se esforçaram o dobro para estar ali por elas e por seus negócios ao mesmo tempo.

Cara, olha nossa idade! Nós temos que ser meio descompensados.” Elsa achava que tinha entendido a outra, mas só agora as coisas faziam sentido. Ela tinha dezessete anos, deviam estar arrumando as unhas lascadas e não naquela conversa fria, madura e um tanto quanto superficial. Qual foi a última vez que fez bolo de chocolate com Anna? Que chamou Mavis para assistir um filme com elas e comer ele, só para ver a amiga colocando uma quantidade absurda de geleia em tudo?

Qual foi a última vez que ela aproveitou um dia normal, sem obrigações, sem tentar fazer tudo certo o tempo todo? Sem ter que provar algo a alguém que ela mesma nem sabe mais ao certo quem é: seus pais, seus professores, seus colegas de escola?

Assim que as sobremesas surgiram, ela suspirou de alívio; conhecia bem o cardápio e pediu uma particularmente pequena e que podia ser comida rapidamente sem ser grosseira à mesa.

Como planejava, terminou antes de todos e, agradecendo pela noite, anunciou que ia se retirar; Hans colocou sua mão sobre a dela com força, e por trás do sorriso tinha algo afiado em seu olhar.

–Elsa, eu vou te levar para casa. – ela travou um pouco; esperava que ele fosse fazer uma cena, mas não estava preparada para nada tão direto. Isso a colocava em uma situação delicada, pois não estavam sozinhos à mesa.

–Não, eu vou pedir para chamarem um táxi; agradeço a companhia, mas preciso de tempo para terminar os detalhes de minha agenda amanhã.

–Não seja assim, eu te levo. Faz tempo que não cumprimento Anna e seus pais. – lá estava ele aumentando as coisas. Ela tinha que dar um basta.

–Hans vão pensar que você é meu namorado ou algo parecido com essa dedicação toda. – respondeu ela sorridente; todos na mesa riram com o gracejo e até mesmo ele foi forçado dar um sorriso falso a contragosto.

–Eu te levarei para casa Elsa. – respondeu ele, se levantando e segurando sua mão com força para seu completo pânico.

Mal sabia a menina que a ajuda estava a caminho.

Foi tudo bem rápido; antes que pudesse reagir, viu um movimento pelo canto do olho e quando deu por si Hans, a mesa e tudo nela estavam espatifados pelo chão, junto com uma garota loira alta e magra.

Seus acompanhantes começaram a protestar indignados, todos as cabeças no salão se viraram para encarar o ocorrido e funcionários foram ajudar, apressados.

–Ai nossa, eu sou tão desastrada! – disse a culpada rindo enquanto Hans piscava atordoado.

Elsa não sabia ao certo se devia ir embora naquela situação ou prestar auxílio quando sentiu alguém puxando seu braço de leve. Era Hiro Hamada, que colocou o indicador em frente aos lábios em sinal de silêncio e a levou em direção a saída.

–Você tem alguma relação com aquilo?! – perguntou ela chocada.

–Pode deixar que a Honey vai segurar as pontas.

–Honey?!

–Uma amiga do meu irmão, vem! – disse ele sem esconder sua alegria pelo que poderia ser sua última travessura em muito tempo.

Do lado de fora um carro os esperava. Nele estava uma asiática de aspecto descolado e feições fechadas e um asiático tão bem apessoado que parecia ter saído de um dos pôsteres de boy bands coreanas que Anna adorava.

–Essa é a Go Go, nossa amiga e esse é Tadashi meu irmão. – apresentou o garoto sem formalidades – Essa é Elsa bem... minha monitora. – ele nitidamente ficou sem graça na última parte e ela conteve um sorriso. Sentia que podia esperar boas coisas vindas dele de agora em diante.

–E aí. – saudou a outra com a cabeça, estourando uma bola de chiclete que a fez lembrar de Merida no mesmo instante.

–Muito prazer. – cumprimentou o mais velho, dando um aperto de mão; no geral Elsa não tinha problemas para lidar com gente mais velha, mas a situação a deixava um pouco sem jeito. Há poucos dias atrás tinha dado uma dura tremenda no menino e lá estava ele, salvando sua pele e a apresentando ao irmão mais velho

–Agradeço por todo o trabalho que teve dando um jeito nesse cabeção.

–Hey! – protestou o menor, e eles começaram a trocar soquinhos.

Aqueles sorrisos, o ar de cumplicidade, as brincadeiras... era fácil para ela reconhecer um irmão mais velho protetor, assim como ela. Se pegou sorrindo também, ainda sem saber lidar com a súbita diferença de clima a sua volta.

O celular da outra garota tocou e ela conferiu o monitor arqueando uma das sobrancelhas. Elsa torceu para que a loira misteriosa não estivesse com problemas lá dentro.

–Honey está se virando, disse para a gente ir porque o princepezinho lá começou a procurar você. – Elsa não pode conter um suspiro; a um minuto atrás ele estava jogado no chão e sujo de comida e no instante seguinte saiu a sua captura? Aquilo não era normal.

–E o que estamos esperando? Vamos nessa! – agitou o menor radiante e os quatro se enfiaram em um carro pequeno e simpático, que disparou em uma velocidade superior a que ela esperava.

Afundou no banco, com a cabeça em um banho quente e uma proveitosa noite de sono – aquele dia tinha sido mais que agitado e ela merecia. Quando deu por si encontrou Hiro a encarando com curiosidade.

–Muito obrigada, de verdade. – disse ela, incrédula por não ter agradecido antes.

–Bom você me ajudou, eu te ajudo... quites. – respondeu dando de ombros – Só queria te fazer uma pergunta.

–A vontade. – respondeu, se preparando para explicar qual sua relação com Hans.

–Você e o Jack... ficou tudo bem?

Elsa abriu a boca e tonou a fechá-la; não tinha a menor ideia do que responder. Um “ficou tudo bem” não parecia o suficiente, mas ao mesmo tempo não sabia se seria uma boa contar o trato que fizeram. Diferente de Merida, ele realmente tinha sido um aluno problemático durante os dois primeiros anos do colegial.

Foi poupada de responder quando o celular do menino começou a tocar um rock pesado, ele atendeu, lançou um olhar sugestivo para ela e colou no viva-voz.

–Posso saber, Elsinha Frost, o que estava fazendo em um restaurante com outro homem? Honey me contou tudo! Mal viro as costas e me traiu com o primeiro que passa? – o queixo dela caiu, enquanto pode observar os outros três ocupantes do carro segurando o riso. Naquele momento ela só queria ser uma Elsa: a que dá um soco no meio da cara de Jack Frost.

Estava tão brava que nem percebeu que a provocação do menino fez os cantos de seus lábios curvarem para cima.


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Notas finais do capítulo

Qual a probabilidade do Hiro contar sobre o Elsinha Frost pra todo mundo? XD

Beijos!! (*--*)//