Detenção escrita por biazacha


Capítulo 5
Um Problema Chamado Jack


Notas iniciais do capítulo

Eu devia ter postado isso ontem gente , mil desculpas!!!

Acho que vou começar a usar aquela ferramenta de agendar sabe, porque as coisas andam corridas... o fim de bimestre promete ser absurdo. :o

Pra vocês terem uma noção, só fui saber que Frozen 2 não era boato dois dias depois da confirmação, a coisa tá mesmo feia! E só vi Frozen Fever hoje... aliás, pra quem quiser ver: http://www.noitosfera.com/2015/03/frozenfever.html


Finalmente o confronto Elsa e Jack.... bom, pelo menos o começo. Já adianto que vai começar bem mal, para o desespero de nossa maníaca por dever e perfeição.

Ainda estou respondendo os últimos reviews, mas agradeço demais por cada um deles!!

Boa leitura amorecos!



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–Boa tarde Princesa de Gelo. – disse Jack de modo galanteador, ensaiando uma reverência; os outros riram.

–Boa tarde Sr. Frost. – respondeu ela cortês e foi se sentar sem dar bola para a provocação barata; ele ia descobrir que ela também não era uma pessoa fácil de se dobrar.

Só precisava manter a calma e arranjar uma forma de quebrar a atitude dele.

Nos dias seguintes, um a um todos naquela sala foram derrotados. Depois do episódio de Hiro eles achavam que sabiam o que lhes esperava, mas eram surpreendidos pela garota que passara a vida planejando cada passo, como em um jogo de xadrez.

Sexta-feira Soluço e Astrid, obviamente os próximos da lista, entregaram por vontade própria uma lista de suas detenções, destacando o que cometeram, as consequências de seus atos e cartas de desculpas sinceras para alunos, professores e funcionários.

É claro que era esse o ponto no qual ela pretendia em que todos chegassem, naquele em que cada um consegue antever os danos vindos de suas atitudes egoístas e infantis, porém mesmo assim ficou levemente surpresa.

Tinha a impressão de que a atitude partia bem mais do garoto do que de sua namorada, porque se Elsa conseguia ver algo ali que reconhecesse, era o tipo de personalidade que torna complicado pedir desculpas.

Nem todos podiam contar com uma Mavis, que sabe sem ser dito, mas talvez Soluço seja essa pessoa para Astrid, motivo pelo qual dois alunos tão diferentes formam um casal.

Com isso, só sobrava Jack Frost para por em ordem. Era a hora do confronto que todos naquele recinto secretamente esperaram.

Desde o primeira vez em que entrara naquela sala, já saiu pensando nele e assim seguiu nos dias seguintes. Não em aspectos como seu sorriso maliciosamente branco ou o cabelo desleixado que ela tinha certeza que era proposital, mas sim em detalhes do Jack Frost que no geral nunca costumava considerar.

Apesar de pessoalmente acha-lo uma praga em forma de garoto, segundo Anna, Mavis e Rapunzel não era assim que o resto do colégio enxergava seu arqui-inimigo: descolado, divertido, leal, amigo, bonito, sagaz... a chuva de elogios era extensa e totalmente inexplicável para Elsa.

Para piorar a situação, Jack não costumava fazer as coisas e só seguir em frente - todo fim de ano ele dava cestas de Natal para os funcionários em nome de sua família, ele sempre juntava os alunos com mais dificuldade e montava animadas (e produtivas) tardes de estudo, além de ser presença garantida nos projetos sociais que envolviam visitas a orfanatos, asilos e abrigos de animais. (considerado que ela sempre fizera parte da comissão que organiza esses eventos e a lideraria no ano seguinte, aquilo era uma falha imensa em seus conhecimentos)

Com as crianças então, todos diziam que ele se dava muito bem – o que chamavam de bom coração para ela não era nada além de uma idade mental similar.

Resumindo: não dava pra atacar ele com golpes de moral e consciência... ela sem dúvidas estava límpida como gelo do Ártico.

“-Jack gosta de se divertir e de fazer os outros se divertirem. – dissera sua prima, enrolando uma das mechas gigantes nas pontas do dedos – Acho que o problema entre vocês é que a mensagem dele nunca chegou até você e o que era uma tentativa de te fazer rir, acabou se tornando um tormento e provocações rotineiras.

Inicialmente, Elsa realmente considerou a questão, com uma pontada de culpa e pena do menino que durante todo tempo só quis fazer as pessoas a sua volta se divertirem.

Entretanto ela logo começou a passar um filme mental com todas as excursões, palestras, gincanas e feiras nas quais teve trabalho dobrado por causa da “nobreza de espírito” de Jack e prometeu a si mesma que, não importa como, ela o faria engolir seu sorriso luminoso goela abaixo.

E foi com esse mantra que ela acordou na manhã de sexta, pronta para a revanche após tantos anos de travessuras e desordem.

–Bom, acho que chegou a minha vez de tomar um banho de consciência dado pela Princesa em pessoa hein? O que vai ser? Faxineiros, pais de alunos, filhos ou esposas de professores? Estou no barato de papear com alguém novo hoje. – ele abriu um daqueles sorrisos ofuscantes e terríveis que fazia as garotas darem risinhos. Seus pés balançavam sobre a carteira como se só ele ouvisse alguma música.

–Sabe Sr. Frost, não sei se seus colegas estão cientes, mas seus atos não ficaram impunes, não terminaram exatamente nas detenções e suspensões. – explicou ela, sentindo a vitória chegando triunfalmente.

–Claro, vão anotar tudo em nossos história o que pra alguém como a Princesa seria o equivalente a dar um tiro em um parente. Ou será que seria pior? – Melequento e Astrid contiveram o riso.

–Bom falar sobre família, pois é exatamente disso que se trata; desde um faxineiro que teve o aluguel atrasado até um professor que não consegue manter as atividades dos filhos porque gastou com despesas médicas, tudo isso foi repassado a suas famílias semana passada, assim que eles foram informados de suas.... aulas extras. – os outros trocaram olhares chocados e surpresos; Elsa sabia que os pais haviam sido orientados a não falar nada até que ela, a conselheira, achasse pertinente.

–Grande coisa, fizeram nossas pais desembolsarem uma grana, deixa eu contar uma novidade: somos ricos. – respondeu ele, mas sem metade da desenvoltura e ousadia de antes; ele sabia que Hiro era bolsista e que a família dos Gêmeos não era tão bem de vida como a dele. Mas o golpe final está por vir.

–Acontece Sr. Frost, que eu fui autorizada a entrar em contato com seus responsáveis e informá-los do andamento de nossos encontros, afinal eles mais do que ninguém se preocupam com a conduta de cada um sentado na minha frente. E não pude deixar de reparar no tom... distante de seus pais. Bem como no curioso fato de que apesar de morarem na mesma cidade, você mora em um lugar e o resto de sua família em outro.

O silêncio sepulcral caiu no recinto com o peso de uma bigorna – era como se todos os presentes tivessem prendido a respiração ao mesmo tempo. Sua alcunha Princesa do Gelo finalmente poderia ser justificada, afinal ela havia baixado a temperatura da sala mais de dez graus e arrancado a vida deles com aquela informação pesada dada de forma tão sutil.

Pelas reações dos outros, percebeu que aquele não era um assunto desconhecido... mas definitivamente era um território proibido.

Mentalmente, ela tinha visualizado diversos desfechos para aquela situação: Jack enfurecido, Jack rapidamente derrotado, Jack fazendo graça e fingindo que não dá a mínima... em todas era fácil explorar suas fraquezas e acabar com ele.

Porém nada a preparou para o que aconteceu: com um olhar ferido, ele ergueu o capaz de seu moletom, mas não a tempo de esconder dela a lágrima que escorria pelo rosto.

–Você não tinha esse direito Elsa. Isso foi baixo, principalmente pra você. – disse ele e saiu da sala em disparada, largando todos para trás.

Após um milésimo de segundo em absoluto choque, ela juntou as coisas rapidamente e foi atrás dele sem planejar nada ou ponderar a questão, apenas dizendo um apressado “Turma dispensada.” sem nem ao menos olhar para trás.


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Notas finais do capítulo

Não me matem por esse fim... Jack vai se recuperar, juro.

Até o próximo!! (*--*)//