Detenção escrita por biazacha


Capítulo 4
Problemas a Menos


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!

Sei que devia ter postado há dias já, mas essa semana os estudos e trabalhos me pegaram de jeito... acho que vou começar a postar uma vez por semana, prefiro isso do que postar duas vezes e deixar algo mal feito sabe?

Esse cap é algo que gostei muito de escrever, porque marca o início de uma amizade meio estranha, mas que vai ajudar muito nossa Elsa quando ela não souber o que fazer, espero que vocês gostem!

Ah, e queria agradecer as sugestões de vocês pro nome do faxineiro, por dois votos considerem que o Hiro tornou a vida do pobre Carl bem complicada. XD

Sem mais delongas, boa leitura!!



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–Você não acha que pegou pesado Elsinha? – perguntou Mavis, com a voz saindo abafada pelo telefone.

–Nem um pouco. – respondeu a garota sem hesitar – Se estivesse lá pra ver a atitude deles entenderia porque fui preparada.

–Preparada pra humilhar um de cada vez?

–Preparada pra enfiar um pouco de consciência pelo coletivo na cabecinha deles, nem que seja a força. – respondeu, se virando na cama e sentindo o fio se enrolar por seu corpo.

–Tá, mas e quanto ao Jack? – um som de risadas ao fundo irritou Elsa; ela franziu as sobrancelhas.

–Com ele eu vou ter de pegar mais pesado... mas como você está ocupada agora depois a gente conversa.

–Que isso? Eu não estou ocu... – começou a gótica, mas foi cortada.

–Tchau Mavis. – murmurou, antes de desligar.

Suspirando, ela se atrapalhou para colocar o aparelho na cômoda e voltou a se jogar em suas cobertas, com um humor cada vez pior. Não que ela fosse do tipo amiga ciumenta ou algo assim, era só que as garotas a sua volta sempre faziam bobagens e negligenciavam tudo por causa de homem e isso a tirava do sério.

Lá estava ela, enfrentando uma das responsabilidades mais espinhosas que já haviam colocado em suas costas e enquanto isso sua amiga estava a quatro casas de distância e não tinha nem ao menos ido dar uma olhada pessoalmente para saber como as coisas haviam ocorrido.

Caso ela estivesse aproveitando os momentos com Jonathan, o dono da casa em questão, ela não se importaria porque imaginava como o próximo ano seria difícil; mas o bando de risadas só mostrava que eles estavam em uma festinha com um bando de gente.

E pela lógica de garotas comprometidas um bando de gente é mais importante que sua melhor amiga quando estão na casa do seu namorado.

Mesmo sabendo que não precisava, se levantou para tomar o segundo banho no mesmo dia – tinha de colocar as ideias em ordem e relaxar os nós de tensão espalhados pelo corpo.

Durante o final de semana, havia recebido um e-mail com as piores detenções que acontecera na escola e armado formas de constranger os alunos com elas. Se fosse como a maioria que ama fofocar, provavelmente saberia num piscar de olhos quem eram os culpados - mas ela era Elsa Arendelle, a garota perfeita, exemplar, inteligente, educada e líder nata.

Assuntos como detenções e alunos suspensos passavam longe de sua gama de interesses.

Brincando com a espuma colorida pelos sais, começou a pensar em Frost. Se fosse um mero adolescente problemático ela sem dúvidas conseguiria dobrá-lo, mas sabia que não era o caso; o garoto já era uma máquina de traquinagens aos quatro anos de idade e ela tinha péssimas lembranças o suficiente para confirmar isso.

Nesse caso precisaria realmente de algo “pesado” como sua amiga havia dito - jogar sujo não fazia seu estilo, nada era ganho a partir do confronto direto e sim com a diplomacia e conscientização.

Mas situações desesperadas pedem medidas desesperadas.

Se arrependendo de não ter deixado a água gelada, ela afundou um pouco mais, ruminando uma estratégia em sua cabeça.

Anna chegou tarde naquele dia, trazendo Rapunzel consigo. As duas riam de mãos dadas e tinham cara de quem haviam feito mais do que apenas dançar e conversar – era complicado manter a irmã longe de coisas como bebidas e garotos despudorados quando todas as outras meninas pareciam viver por isso.

Se ao menos elas fossem tão parecidas, não teria tanta dor de cabeça por conta dela.

–Elsa! Você devia ter ido! – disse a irmã feliz, a abraçando.

–Indo onde Anna? – perguntou, se desvencilhando da menina que estava cheirando estranho. Ela não queria nem saber o motivo.

–Na festa do John, foi muito boa! – riu a prima, jogando sua cascata de fios loiros por sobre o ombro.

–Punzie gostou do bartender. – confidenciou a irmã, cochichando com uma expressão zombeteira.

–Gostei nada! – exclamou a outra, para logo depois fazer uma cara culpada – Só... achei ele bonitinho. – Elsa pensou em seus tios, a ilustre família Corona, vendo a única filha e herdeira achando um cara que faz drinks “bonitinho”. Essas duas ainda dariam trabalho com seus namoros.

–O nome dele é Eugene. – continuou Anna rindo.

–Para! – gritou a outra; prevendo uma briga de meninas alcoolizadas, Elsa interveio.

–Que bom que se divertiram meninas, porque não vão se lavar para relaxarem um pouco? – em hipótese alguma iria dizer algo tão rude quanto elas estarem cheirando a álcool e tabaco, mas as duas precisavam se livrar daquelas roupas antes que os pais de Anna e Elsa as vissem.

–Antes de irmos... ligue pra Mavis ok?

–Porque? – perguntou, subitamente preocupada; uma série de coisas horrendas que acontecem nessas festas passou por sua cabeça... e a última coisa que ela tinha feito era ser seca e desligar na cara dela.

–Depois que falou com você ela parecia chateada e preocupada. – começou a prima, trançando um pedaço do longo cabelo – E pediu pra gente ligar pra ela e dizer como você estava quando a gente chegasse.

–Mas como você está a mesma Elsa de sempre, por favor ligue pra sua amiga pra ela dormir tranquila. – cutucou Anna, olhando pra mais velha de modo acusador.

Levemente culpada, ela voltou para seu quarto com uma tigela de cereais depois de se certificar que as meninas tinham mesmo ido tomar banho; pegou o celular e, sem saber ao certo como começar, resolveu mandar uma mensagem no lugar de ligar:

Eu disse que estou bem, não precisa se preocupar. Aproveite o tempo com Jonathan e mande lembranças minhas. Boa noite.”

Já ia se acomodar para comer checando seus planos para amanhã quando o aparelhinho vibrou. Tinha esquecido a famosa habilidade de Mavis para coisas como digitar absurdamente rápido no celular.

Não posso ter um namorado E uma melhor amiga ao mesmo tempo?

Aquilo a pegou de surpresa; não achava que tivesse imposto algum tipo de escolha a amiga, mesmo porque aquilo era ilógico; eram relacionamentos completamente diferentes.

Claro que pode. Mas ano que vem vai ter mais de mim e menos dele, então não esquente a cabeça com sua melhor amiga agora.

Depois de um tempo hesitante, ela mandou; sabia que se tivesse colocado carinhas ou algo assim soaria mais amistosa, mas era uma completa negação para esse tipo de coisa. Uma bolinha amarela fazendo careta nunca fez muito sentido para sua mente prática.

Em questão de segundos, recebeu a resposta:

Ai Elsinha, você é péssima pedindo desculpas, mas sabe que adoro seu orgulho. Me desculpe também, te amo amiga. ♥

Ler aquilo a fez morder o lábio inferior pensativa. Sim, aquilo provavelmente tinha sido um pedido de desculpas, mas o fato da amiga conseguir detectar isso melhor que ela mesma a deixava um tanto quanto constrangida às vezes.

Como não sabia o que dizer, resolveu deixar quieto. Mavis comprovadamente a conhecia e sabia que ela jamais mandaria um coraçãozinho ou algo do gênero.

Sua tigela já estava meio empapada com o que antes era uma mistura perfeita de leite e cereais de chocolate, mas ela se obrigou a comer mesmo assim. Quanto mais tarefas desempenhasse, mais limpo seria seu raciocínio – e um certo problema chamado Jack Frost exigia toda sua capacidade intelectual.

No dia seguinte descobriu que havia um caso especial entre os alunos, que seria atendida a parte; Merida DunBroch uma das mais célebres atletas da escola e que padecia de um único mal: matar aula.

Como não era exatamente uma pessoa “ruim”, coloca-la junto com os outros e suas péssimas influências ia mais atrapalhar do que ajudar. Ela era centrada e tinha responsabilidade... no arco e flecha. Seu foco eram as Olimpíadas e ela sem dúvidas tinha nível para isso.

O problema era que nas outras atividades escolares mostrava o comportamento inverso, era largada e inconsequente.

Nesse caso tinha esperança que uma simples conversa resolvesse a questão. Ela podia enfiar a cabeça entre os braços sobre a carteira e dormir, desde que continuasse em sala – ninguém cobrou de Elsa que ela garantisse bons resultados.

Antes de se encontrar com os demais foi falar com ela.

A garota tinha uma juba ruiva impressionante em forma de cabelo, o tipo que ocupava o sonho de muitas meninas e que sem dúvidas seria deslumbrante se fosse melhor cuidado.

Ela estava largada na cadeira como um moleque faria e comia uma maçã preguiçosamente.

–Srta. DunBroch? – começou ela delicadamente, para se fazer notada. A outra olhou para ela e forçou o que mastigava goela abaixo.

–Me chame de Merida, temos a mesma idade. – murmurou ela, não de um modo grosseiro apenas... franco. Franco demais.

–Certo Merida. – concordou, sem querer gerar atrito por algo tão insignificante – Meu nome é Elsa...

–Arendelle. Qualquer um no colégio conhece a Princesa de Gelo. – a alcunha fez ela se retesar por uns instantes e isso não passou despercebido aos olhos treinados da arqueira – Desculpe, você não parece uma má pessoa nem nada... só é meio inacessível.

–Perdão?! – a loira não foi capaz de ocultar a surpresa, afinal tudo em seu currículo indicava o contrário, que ela era alguém altamente acessível e confiável.

–Você parece uma adulta. Uma adulta daquelas quadradinhas e que sempre fazem tudo certo. Somos adolescentes sabe? – como se quisesse pontuar seu argumento, a ruiva deu uma nova mordida em sua fruta, fazendo um barulho deselegante enquanto mastigava.

Elsa por um momento pensou mesmo em responder, mas não iria por aquele caminho; elas estavam ali para tratar dos problemas de Merida e não qualquer um que porventura a menina teria.

Como se ser madura e centrada fossem problemas.

–Sabe porquê está aqui Merida? – perguntou ela docemente, mas dando a entender que o outro assunto estava encerrado.

–Minhas faltas. – respondeu a outra emburrada.

–Não, nada disso; uma pessoa falta quando não vai à escola. Você vem... mas não entra nas aulas.

–Tá legal, você venceu, eu cabulo. Feliz agora? – retrucou ela bufando.

–Você sabe que qualquer universidade vai te aceitar com sua perícia no arco certo?

–E...?

–E que você tem notas medianas; se não tiver presença vai se sabotar por nada. Fique na sala, durma, rabisque, leia revistinhas, qualquer coisa... você só precisa das presenças. Sua vaga está garantida se continuar se empenhando no esporte. – a outra ergueu uma das sobrancelhas, claramente chocada.

–Elsa Arendelle está me dizendo pra dormir em aula, rabiscar durante as explicações e ler revistinhas enquanto devia estar tomando notas? – já se estressando com aquela atleta, ela se segurou para não ser grossa.

–Estou falando para achar a alternativa que for melhor para manter-se em sua classe. Você tem um futuro promissor demais para desperdiça-lo por conta de algo mundano como achar as aulas entediantes.

–Hum... quem diria “os fins justificam os meios” hein? Não achei que você fosse nesse estilo.

–Não sou; mas também não sou ingênua de achar que minhas convicções podem ser aplicadas a qualquer um. – Merida riu e levantou, estendendo a mão direta para garota.

–Temos um trato Elsa? – meio surpresa com o gesto, ela o aceitou e envolveu a mão forte e calejada pelo arco da menina na sua.

–Temos um trato. – disse, sentindo um sorriso nascer em sua face.

Enquanto ia para sala esperar os outros problemáticos sabia que a menina cumpriria sua palavra; era um raciocínio simples e fácil, ninguém esperava que Merida fosse exemplar, seu único dever era não manchar as chances de conseguir uma bolsa de esportes em uma conceituada universidade.

Quando entrou se surpreendeu com Hiro lá dentro, silenciosamente sentado em seu lugar. Sentiu um aperto na boca do estômago; talvez tivesse realmente sido dura demais – diferente dos outros, ele tinha apenas 14 anos.

Mas ouviu as risadas dos gêmeos e de Melequento no corredor e não se permitiu sentir empatia; precisava ser rígida se quisesse dobrar cada um deles. Tinha consciência de que havia começado pelo mais fácil.

E o mais difícil... ainda não tinha ideia do que fazer com ele. Sua voz pode se fez audível enquanto ele contava uma piada e entrava na sala, de modo que aquela aula começou com todos rindo enquanto a garota secretamente sentia arrepios gélidos.


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Notas finais do capítulo

Então gente, deixei pra comentar no final... estava rolando alguns problemas porque as pessoas viam capas e nomes diferentes pra história; falei com o suporte e pelo visto (depois de dias) resolveu o bug. Mas agradeceria muito se me dissessem o que vocês veem pra ter certeza de que agora está tudo aqui.

Beijos!! (*--*)//



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