Escuridão escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 23
22-Florença




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Depois de horas de vôo e escala em vários aeroportos finalmente cheguei a Florença o berço do renascimento italiano,considerada uma das cidades mais belas da Itália.

Peguei um taxi e fui para um hotel ainda não queria ir ate o endereço que Rafael havia me dado,não queria acordar ninguém iria a casa de Isabelle por volta do final da tarde.

Então aproveitei e passei um email para a minha mãe,dizendo que havia chegado bem e estava em um hotel.

Fiquei olhando para o teto,mas um toque do telefone do quarto me tirou dos meus pensamentos.

–Sim?

–O senhor deseja algo?-perguntou uma voz feminina tentando ser atraente em um inglês com um forte sotaque italiano.

–Não obrigado e, por favor, não quero ser interrompido. - disse educadamente.

–Claro senhor Cullen, se precisar de algo é só pedir. -ela disse insinuando algo na voz, e rolei os olhos.

–Obrigado,mas só quero descansar.- disse enquanto ela se desculpava novamente e desligava o telefone.

Continuei a pensar então peguei o medalhão dos Artiolli e fiquei olhando-o.

–Eu sinto que estou perto de descobrir quem fui.- disse para mim mesmo.

Peguei meu mp4 e fechei as cortinas do quarto,e me deitei na cama fechando só olhos como se pudesse dormir,mas não conseguia tirar Lanna da minha cabeça,sua dor ao dizer que eu estava deixando-a,me doía imensamente,mas tinha que ser forte por nós dois,por mim e por ela,era para o seu próprio bem.

Os humanos tem memória curta, logo suas lembranças se apagariam,mas as minha ficariam eternas comigo para sempre.

Eu fiquei horas pensando em tudo que aconteceu conosco,todas as armadinhas do destino,ele com certeza estava contra nós, tinha que admitir.

Abri meus olhos e fui espiar pela janela do quarto,já estava na hora do crepúsculo,então tomei um longo banho,vesti uma roupa um pouco formal e coloquei um casaco longo e pesado,pois estava frio aquela noite,não que eu sentisse frio,mas precisava agir como humano.

Sai do hotel e peguei um taxi, fui em direção ao endereço que Rafael havia me dado. Ao sair do taxi, senti algo familiar naquela casa,algo que não sabia como ,mais sentia que já tinha visto aquela casa antes.

Era um lindo castelo em estilo italiano,ele parecia antigo ,mais estava altamente conservado, andei para a porta e toquei a campaninha,não demorou muito e uma linda adolescente muito parecida com a foto que Rafael havia me dado abriu a porta para mim.

–Isabelle Rossi?- perguntei meio confuso.

–Não,eu sou Elena. Isabelle e minha bisavó, entre vou chamá-la.-ela disse me mostrando o caminho para a sala de estar enquanto subia as escadas.

Fiquei olhando tudo e sentido que conhecia tudo que havia naquela casa,mas não conseguia me lembrar.

–Lukas Edoardo Médici Artiolli.-uma voz me chamou e me virei reconhecendo meu nome.

Isabelle não era mais como aparentava na foto,ela agora tinha cabelos brancos e o rosto cheio de rugas e caminhava com um pouco de dificuldade,sua neta a ajudou a se sentar enquanto ela sorria para mim.

–Elena, deixe-nos a sós, por favor. -disse Isabelle.

–Claro bisa,se precisar e só chamar.-disse Elena saindo da sala.

–Você não mudou nada durante esses 70 anos,já eu...-ela disse e sorriu.

–70 anos,então eu deveria estar com 87anos?!- disse assustado.

–Não Lukas ,você deveria ter 86 anos,assim como eu.-ela falou docemente para mim.

–Eu pensava que deveria ser um pouco mais novo.- disse abismado.

–Não querido, você nasceu no dia 20 de dezembro de 1923 em Florença, Itália, mas especificamente nesta casa.

–20 de dezembro?- perguntei confuso.

–Sim,eu nasci no mesmo mês só que dois dias antes de você.-ela disse.

–Por favor,me conte tudo não me lembro de nada.- disse me sentando aos seus pés.

–Você sempre se sentava aos meus pés desse jeito quando queria saber algo.-ela disse sorrindo e fazendo carinho em meus cabelos.-Por favor pegue um álbum que esta naquela gaveta.

–Claro.- disse caminhando humanamente para o móvel e voltando.

–Não precisa caminhar devagar para não me assustar, sei que você é um vampiro. -ela disse sorrindo.

–Como você soube?- perguntei me sentando os seus pés.

–As noticias correm meu caro.-ela disse abrindo o álbum de fotos.

–Estes eram seus pais. Seus pais eram Giulia Alessia Médici e Riccardo Edoardo Artiolli,e esta era a sua irmã caçula,Letizia Elena Médici Artiolli.- Isabelle falou olhando para a foto.

–O que houve com ela?- perguntei apontando para a menininha de olhos verdes e de cabelos negros iguais aos meus.

–Ela morreu quando tinha 15 anos, o guardião dela a matou, foi algo terrível abalou a todos.-disse Isabelle.

–Ele a machucou tanto,que se eu pudesse o mataria Belle.- disse sem pensar.

–Lukas,você esta se lembrando?-ela perguntou.

–Eu acho que sim, tive um leve vislumbre meio embaçado dela,ela parecia muito com a minha mãe.

–Sim querido,eu vou continuar.-ela disse e assenti.

“Os Artiolli eram a família mais poderosa de todo reino,pois eles guardavam o segredo da juventude eterna,quando você desapareceu aparentava ter 17 anos,mas na verdade você era um pouco mais velho.Quando paramos de tomar essa poção,voltamos a envelhecer aceleradamente e depois voltamos a envelhecer como todo mundo.”

–Nossa isso é fascinante.

–Eu sei,mas a poção se perdeu quando seu pai morrer,ele não revelou o segredo a ninguém.Mas continuando.

“Quando sua irmã morreu, você ficou sem chão e deprimido, fiquei ao seu lado,era meu dever lhe proteger de tudo,pois eu era a sua guardiã,alem de ser sua noiva.Eu o amava tanto que me doía muito pensar que você estava sofrendo,você me amava como uma irmã,e isso me deixava triste.

Certa vez eu lhe perguntei “se você não me ama como eu o amo, por que então aceitou se casar comigo?”E você respondeu... -e eu a interrompe.

–Que seria a melhor coisa do mundo me casar com alguém que eu amava como minha irmã.- disse e ela acariciou minha mão de leve.

–Foi exatamente isso Edoardo. -ela disse e sorriu.

“Eu aceitei de bom grado, por que sentia que podia fazer você me amar, mas em um belo dia surgi uma reunião em Forks, com o bando de caçadores de lá,e seu pai disse que não havia necessidade de me ausentar de Florença,para acompanhar você,mais eu sentia que iria acontecer algo, pedi a você que não fosse,mais você disse que ficaria tudo bem.”-ela sussurrou com a voz embargada.

–Você pensava que eu não voltaria para me casar.- disse vislumbrando a cena que ela me contava.

A lembrança não era clara,mais eu conseguia ver através dela.

–Sim,mas você me tranqüilizou,dizendo que voltaria.-ela disse.

“Naquela noite, tive um pesadelo horrível com você,sendo atacado por vários vampiros que o matavam, levantei assustada e troquei de roupa e despertei toda a guarda e fomos atrás de você,mas quando cheguei já era tarde.

Seus pais estavam mortos,e você havia desaparecido,só me restou a sua aliança de noivado.”-ela disse me mostrando a aliança que estava pendurada em um cordão.

–Foi horrível. Minha mãe me mandando correr junto com meu pai,ela saiu a nossa frente para ver se tinham inimigos,pois ela era a guardiã de meu pai,e minha naquele momento já que você não estava lá,mas algo pegou meu pai,e não consegui ver nada,depois ele estava no chão morto.

Minha mãe ficou descontrolada,ela caiu de joelhos pedido que o vampiro a matasse,mais ele não fez isso,então uma linda mulher apareceu e me jogou contra a arvore, senti uma dor forte e desmaiei,foi nesse impacto que minha aliança saiu.-eu disse segurando meu dedo anelar da mão direita,onde eu me lembrava que ficava aquela aliança.

–Você se lembra de mais alguma coisa?-Isabelle perguntou esperançosa.

–Eu só me lembro vagamente que depois que desmaie, vi a Bella me dizendo que ficaria tudo bem.E minha mãe sussurrando “obrigada por salva-lo”,e depois senti algo me morder e a dor começar,e quando acordei já não era mais Lukas Artiolli e sim,Lukas Cullen.

–Isabella salvou sua vida e agradeço muito por isso.-disse Isabelle pegando as minhas mãos e chorando.

–Não se preocupe Belle,vai ficar tudo bem, estou aqui.- disse a abraçando delicadamente.

–Que bom que você esta aqui, senti tanto a sua falta.-ela disse.

–Eu também,você sabe que apesar de não amá-la do jeito que desejava ,eu a amo como uma irmã,e minha amiga.- disse a abraçando delicadamente.

–Você foi o melhor amigo que tive.-ela disse.

Depois disso falamos sobre outras coisas,ela me mostrou mais fotos da minha família e outras coisas e já me lembrava de algumas coisas.

De como gostava de perfume de orquídea, o qual sempre usei e não sabia por que.

De como gostava de chocolate quente ,mais de preferência chocolate branco.

De como adorava correr a cavalo sem destino e de lutar esgrima.

Pelas fotos eu era o melhor da corte.

Estava me adaptando a minha antiga vida de príncipe Lukas, sem esquecer de Lukas Cullen.

E estava morrendo de saudades de todos ali, principalmente de uma moradora em especial.

Peguei o celular e liguei para a minha casa,era um pouco tarde lá,mas na minha casa ninguém dormia a não ser Nessie e Jake,mas tia Alice já deveria ter acordado todo mundo vendo minha decisão.

No terceiro toque minha mãe atendeu.

–Lukas, filho que saudade.-ela gritou feliz.

–Eu também estou morrendo de saudades mãe.

–Coloca no viva-voz Bells.-meu tio Emm gritava.

–Ta, ta,to colocando.

–Oi pessoal.- disse e todos gritavam de uma só vez, não conseguia entende-los eles falavam ao mesmo tempo.

–Gente, não to entendendo vocês. Falem um de cada vez. -pedi.

–Eu falo primeiro.-gritou tia Rose.

–Pode falar tia.

–Você encontrou meu vestido?-ela perguntou e todos começaram a brigar com ela.

–Sim tia Rosalie,e o da tia Alice também.-eu disse revirando os olhos ao ouvir os gritos das duas.

–Obrigada sobrinho te amo,e volta logo.-gritaram minhas tias ao telefone.

–Eu também amo vocês duas.

Eu conversei com todos,deixei para falar com Nessie no final.

–Carlie,que historia é essa de não se casar mais?- perguntei confuso.

Renesmee havia feito um barraco para se casar com Jacob e agora ela estava desistindo de tudo ou melhor “De seu grande sonho” como ela mesma dizia.

– Só vou me casar quando você voltar a namorar com a Lanna. Ficaria muito mais bonito se meus padrinhos de casamento estivessem juntos e felizes.

–Isso será impossível.- disse firme.

–Então não haverá casamento. -ela disse decidida.

–O que Jacob acha disso?- perguntei.

–Eu a apoio. -disse Jacob.

–Ótimo,quem deve estar feliz e o papai.- disse.

–Pelo contrario, quero que vocês dois se casem logo e me deixe ficar em paz com a sua mãe.-disse meu pai brincalhão.

–Ah Lukas,você pode voltar logo. Daqui há 2 semanas e o casamento da Louise e do Daniel,e ela disse que queria você aqui.-disse tia Alice.

–Tia não sei, tenho algumas coisas para resolver aqui.

–Faz uma forcinha Tony , Louise e Daniel iriam ficar bem felizes com a sua presença.-tia Alice pediu e suspirei.

–Vou tentar ,mas não prometo nada.

–Tudo bem, beijos.-ela disse carinhosa.

–Tudo bem filho,estou louca para abraçá-lo,e quero que você me conte tudo.-disse minha mãe.

–Eu vou contar mãe.-promete.

–E ai arrumou alguma gatinha ai?-ela perguntou e todos riram enquanto eu ficava sem graça.

–Não mãe. Estou apenas a negócios e não a passeio.

–Nunca se sabe , apenas abra o olho.-ela aconselhou e eu suspirei.

–Príncipe Lukas,esta na hora.-disse o motorista que Isabelle mandou para me acompanhar enquanto estivesse em Florença.

–Já estou indo Guilhermo.-eu disse.

–Príncipe?-todos da minha família gritaram.

–Longa historia pessoal. - disse e desliguei o telefone.

Minha temporada na Itália estava sendo emocionante conheci algumas pessoas da minha família biológica.

Eles eram ate simpáticos,mas queria voltar para o meu verdadeiro lar.

Eu sentia falta da futilidade da minha tia Rose.

Da alegria contagiante da minha tia Alice.

Das loucuras do meu tio Emm.

Do jeito emocionado e apaixonado do meu tio Jazz quando falava de guerra cível.

Do amor incondicional e sufocante da minha mãe.

Do senso super protetor do meu pai.

Dos carinhos da minha avó.

Dos conselhos do meu avô.

Das implicâncias do Jacob.

Ate do jeito de criança mimada da minha irmã.

E principalmente do meu anjo.

Odiava admitir,mas sentia falta dela e como sentia.

Mas devia esquecer tudo isso para seu bem e faria isso.

Me manteria firme na minha decisão.


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