Luke Castellan gostaria de lidar com questionamentos normais acerca das divindades. “Elas existem? Cuidam de nós? Existe algo além da morte? Existe um céu? Um inferno?”. Duvidas comuns, que pairam o imaginário comum de pessoas comuns. Mas ele não era uma pessoa comum, nem de longe, nem por um momento. Ele não precisava de perguntas, ele já tinha respostas.
Lidar com perguntas é muito melhor do que com certezas. Quando questiona-se existe tanto espaço, tantas possibilidades, rumos e caminhos inexplorados, construções e desconstruções. Mas quando você recebe as respostas tudo termina, um ponto final na infinidade de caminhos. Respostas são definitivas, quebram qualquer devaneio e limitam qualquer imaginação.
Luke não questionava-se sobre divindades, não precisava. Ele sabia que elas existiam. Não tinha duvidas no seu coração, apenas certezas, finitas e certeiras. Ora, ele mesmo era filho de deus. Maldito Hermes.
Cresceu com a certeza de que deuses existem, sem nunca ter espaço para divagar sobre, ele sabia que as divindades estão sempre por ai, tão palpáveis e acessíveis quanto qualquer outro mortal e, em alguns casos, muito menos graciosos e "santos" do que o esperado. Eles andavam, livres e despreocupados, desfrutando de sua posição inquestionável, fazendo coisas ruins, engravidando mulher inocentes ou seduzindo homens corruptíveis. Sem espaço para questões morais, afinal, eles eram seus próprios conceitos de moralidade, quem ousaria questionar a ética de um deus? Eles era tão sujos quanto qualquer mortal, podres, pecaminosos e voláteis; a única diferença de terem um poder aqui e ali e viverem eternamente. Isso não os tornava dignos de adoração, não na opinião de Luke. Ele jamais queimaria oferendas para seres desprezíveis, jamais diria uma palavra de devoção a divindades que divertiam-se com o sofrimento humano e dedicavam suas existências vazia a destruir lares e corações inocentes.
Era estranho pensar que os deuses era tão falhos quanto os humanos. Zeus era um pervertido, Hera invejosa, Afrodite banhada em luxuria, Ares em ira... Deuses não deveriam ser corruptíveis em pecado. Deuses deveriam ser a esperança humana, a luz no fim do túnel, a certeza de que é possível ser mais, ser melhor, de evoluir. Mas não, os deuses do olimpo era só uma confirmação certeira da podridão que dominava o mundo. Deuses sujos.
Luke concentrava seus pensamentos em lugares além, outros deuses, outras esperanças, gostava de questionar aquilo que lhe foi negado, pensar sobre salvação, sobre amor. Atraia-lhe muito ideia do Deus dos cristãos. Esse sim era um Deus que lhe trazia bons sentimentos. Uma chama de esperança. Um Deus supremo, trino e incorruptível. Perfeito. Que mesmo quando andou entre os mortais não banhou-se em pecado.
Jesus era um Deus que Luke gostaria de adorar. Alguém que, de fato, parecia valer a pena. Ele não era ruim como os deuses que, infelizmente, conhecia. Um homem bom, aquele que desceu de um trono de glória para fazer-se mortal e assumir a culpa de seus entes queridos. Aquilo era quase inimaginável para Luke, ele conhecia deuses que faziam de tudo para encobrir suas culpas, jogando-as sobre os ombros de mortais... Saber que um Deus perfeito assumiu os pecados dos homens para livra-los da dor eterna, uau, aquilo despertava em seu coração um sentimento que a muito tempo lhe fora negado. Devoção.
Quando o Espirito Santo avisou a mãe de Jesus que ela seria progenitora da criança Divina ela lidou bem, alegrou-se e glorificou ao Pai por escolhe-la, Jesus nasceu Deus numa família que o amou. Diferente de todos os outros filhos de deuses que ele conhecia. Os deuses do Olimpo não era bondosos assim, eles simplesmente tinha filhos com quem queria ter e largavam a criança a própria sorte, cada um que lide com seus medos, essa era a politica dos olimpianos.