My Little Runner escrita por Angie


Capítulo 1
[Prólogo] Quem é você?


Notas iniciais do capítulo

Êeeeeeee, mais uma fanfic! Pois é trolhos, dessa vez eu vim com Maze Runner, uma coleção maravilhosa :3
Minha capa não é das melhores, mas ao menos eu tenho, certo?
De qualquer forma espero que aproveitem a leitura e me digam o que acharam. Aceito elogios e críticas, portanto se não gostar de algo pode me dizer que vou tentar melhorar, okay?
Na minha imaginação a Camille é essa da foto (Emily Rudd).
É isso, até lá em baixo ;)



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A sirene soou cedo, um barulho ensurdecedor que fez todos pularem da cama, figuradamente falando, já que a maioria ali dormia ao ar livre.

A caixa subia toda semana com os suprimentos, mas aquela sirene indicava algo diferente, indicava a chegada de um novo clareano.

Aquilo seria até normal se não fosse por um fato: O bilhete que viera com Teresa, antes de entrar em coma, anunciando ser a última. E era exatamente isso que perturbava os clareanos naquela manhã, e os faziam lançar um batalhão de perguntas à Alby e Newt.

—Ta legal, ta legal. Calem a boca seus trolhos! —Alby gritou e todos se calaram perante o líder. —Falem um de cada vez!

—Alby, o que está acontecendo aqui? —Winston, o encarregado dos retalhadores perguntou. —O bilhete que a "bela adormecida" trouxe não dizia que era a última?

Todos olharam atentamente, esperando a resposta. O mais velho suspirou, como se perguntasse a si mesmo por que tinha que explicar tudo para aqueles idiotas.

—Vai saber o que tem na cabeça daqueles desgraçados que nos puseram aqui. Eles só querem nos deixar mais confusos a cada dia.

—Como se já não tivéssemos confusão o bastante. —Newt murmurou.

—Primeiro aquela garota maluca aparece, depois três de nós conseguem sobreviver a uma noite inteira no labirinto. Agora é a terceira pessoa em apenas um mês a subir na caixa. Isso é coincidência? —Jeff, dos socorristas, ergueu uma sobrancelha e respondeu a própria pergunta. —Para mim não parece.

Então, finalmente, o barulho da sirene cessou. Todos se entreolharam.

—Bem, só vamos saber se formos olhar. —Minho sugeriu e foi em direção à caixa, sem esperar ninguém. Não era preciso, logo todos se amontoaram em volta.

—Ah... Pessoal... —Newt, que havia descido para buscar o calouro chamou, meio desconcertado. —Não tem nada.

—Nada? —Alby franziu o cenho e se aproximou mais.

—Nadica de nada. Está vazia. Parece que o bilhete da garota não mentia.

Ao contrário do que se imaginava, os clareanos ficaram em um silêncio mortal. Até Thomas o quebrar.

—O que é aquilo?! —apontou para um ponto branco no chão da caixa, ao lado esquerdo de Newt. O mesmo se virou e pegou o que parecia ser um bolinho de papel dobrado muitas vezes. Ele o abriu e, diferente do que aparentava, só havia uma frase no centro.

"A transferência do Grupo B será aplicada."

Automaticamente todos os olhares se voltaram para Thomas. O mesmo ficou desconcertado, mudando o peso do corpo de uma perna a outra.

—O quê? Por que estão olhando pra mim?

—Sei lá, da última vez que um bilhete assim chegou a garota chamou por você. —Chuck respondeu por todos.

—É, mas agora não tem garota nenhuma aqui. E eu já cansei de todo mundo me olhando como se eu fosse um vidente e soubesse tudo que está prestes a acontecer. Que mértila!

—Você ainda é um idiota tentando parecer zangado Tommy. —Minho riu e deu de ombros. —Mas tem razão.

Com essa afirmação todos se sentaram em volta da caixa e esperaram explicações. Por fim, Alby falou:

—Ta legal trolhos, temos que desvendar esse bilhete idiota. Aqui diz que será aplicado, então vamos esperar surpresas.

—Que tipo de surpresas? —alguém perguntou.

—Vai saber. De todo tipo.

—Maravilha. —Minho murmurou.

—Alguém sabe o que é Grupo B? —Caçarola perguntou mexendo em um dos muitos pelos em sua barba. —Se tem o B deve existir um Grupo A também.

—Talvez queiram ver nossas reações. —Thomas sugeriu não olhando para nenhum ponto é particular. —Aí diz “transferência do grupo B”. E se mandassem algo de outro lugar, desse tal grupo?

Eles pareciam refletir.

—Sabe o que eu acho? Que você pensa demais trolho. Quero conversar com você. Newt venha também.

—O quê? Mas foi só uma sugestão. Por que acham que eu...

—O Alby só quer conversar sobre esse bilhete idiota. —Minho se adiantou. —Ande logo, amanhã continuamos o treinamento no labirinto. Hoje eu vou sozinho.

—É isso ai, mexam esses traseiros do lugar e voltem ao trabalho. Vamos manter a ordem por aqui. —Newt ordenara.

Como esperado, todos voltaram para suas tarefas normais após um rápido café da manhã. Thomas se encaminhou para a sede com Newt e Alby, decididos a encontrar um significado para o bilhete e Minho fora se preparar para a corrida diária no labirinto. Alguém lhe jogou uma mochila com suprimentos enquanto ele se alongava. Os demais corredores esperaram a ordem do encarregado.

—Beleza trolhos. —começou. —Nos encontramos daqui a algumas horas e vêem se não vão ficar com aquele bilhete na cabeça o dia todo, temos que nos concentrar em mais um dia no labirinto. Agora, corram!

Dito isso, todos entraram obedeceram. Minho atravessou a porta Oeste, e seguiu para a Área Oito. As horas se passaram normais, nenhuma mudança em especial, nada que desse um pingo de esperança de que pudessem sair dali. Voltaram para o almoço ao meio-dia. Uma hora depois ele voltou para dentro do labirinto.

Minho percorria facilmente os corredores com seus grandes muros, cortando a hera para nunca ter o risco de se perder, não que aquilo fosse acontecer com o encarregado. Parava, analisava o local por um tempo e continuava, diminuindo o ritmo de vez em quando para anotar algumas coisas. Dava uma pausa de uns 20 minutos e continuava.

***

A garota acordou perto do penhasco, atordoada esfregou a mão nos olhos para se libertar do torpor. Olhou ao redor e a confusão tomou conta de si.

—Mas que droga eu estou fazendo aqui? —colocou a mão na cabeça, sentindo uma dor aguda. Olhou para o céu, franziu o cenho e, ao conferir o relógio de pulso - que só os corredores e encarregados possuem - se surpreendeu ao notar que faltavam apenas umas 2 horas para os muros começarem a se fechar.

—Mértila! Tenho que voltar.

Mas tudo era tão confuso e amedrontador. Como ela viera parar no penhasco? A cabeça doía como nunca.

Tudo que pôde fazer foi correr feito louca em direção a clareira.

Precisava de respostas.

***

Minho já tomava a direção da clareira, a respiração pesada, suado devido ao cansaço de mais um dia.

***

Os passos apressados ecoavam no labirinto, a respiração entrecortada pela rapidez exagerada já começava a dar pequenos sinais.

***

Ele virava cada largo corredor como se tivesse nascido para fazer aquilo; nem mesmo parecia prestar atenção para onde ia, apenas sabia. Afinal, depois de dois anos aquilo seria meio óbvio para ele.

***

A garota corria sem parar, virava os corredores como se sempre fizesse isso, o que era, basicamente, verdade. E, em um momento ao virar à direita, bateu de cara com uma parede que, pelo que ela sabia, não devia estar lá. De imediato caiu de costas no chão com o impacto.

De onde veio essa parede? Pensou. Mas espera, paredes cambaleavam para trás? Pois logo então ela percebeu que a "parede" era na verdade o peito rijo e musculoso de um... GAROTO?!

—Mas que... —na mesma rapidez que começou a falar ele parou.

Ambos demoraram uns cinco segundos para processar a informação.

Ele encarava a garota ainda no chão, apoiada nos cotovelos. A mesma estava com os olhos arregalados.

—Bom, isso explica muita coisa. —Minho murmurou.

—O quê? —ela por fim falou, era uma voz doce e carregada de surpresa.

Ele não pôde deixar de reparar em como ela era bonita. O cabelo castanho escuro partido de lado, liso com as pontas repicadas se encaracolando. Os olhos azuis acinzentados, lábios pequenos e com um fraco rosado que davam um lindo contraste no rosto. A pele clara. Era menor do que ele. Sim, pequena e delicada, ele diria. Mas com belas e acentuadas curvas. Deveria ter uns 17 anos.

— Explica o quê? —ela repetiu. —Quem é você, como chegou aqui?

Minho arqueou uma sobrancelha.

—Como cheguei aqui? Eu que deveria lhe fazer essa pergunta. —ele se abaixou para chegar perto e ela se afastou bruscamente.

—Não encoste em mim!

—Calminha ai, não vou te machucar. —Ao tentar se aproximar novamente ela se preparou para chutá-lo naquele lugar. Foi quando ele se adiantou e a segurou. Prendendo-lhe o corpo com as pernas e agarrando os pulsos dela e pressionando-os contra o chão acima da cabeça. Ela se debatia em vão contra a força do garoto.

—O que pensa que está fazendo, seu idiota? —ela gritou. —Me solte!

—Pra depois você tentar me chutar? Não mesmo. —ela continuou tentando se libertar. —Pare de se debater trolha! —ele ralhou com ela. —Qual seu nome? De onde você veio? Ande, responda!

—Camille! Meu nome é Camille, droga! Eu vim da clareira, estou tão confusa quanto você, talvez até mais e não tenho a mínima ideia de como acabei no labirinto. A única coisa que eu sei agora é que temos que voltar antes que os malditos muros se fechem, caso contrário os verdugos vão cair matando para cima da gente. Satisfeito? Pode me soltar agora?

Ele hesitou, queria mais respostas, mas não conseguiu organizar um pensamento de cada vez. Como ela sabia de tudo aquilo?

—Mas que diabos... Você tem muito a explicar. Pode acreditar que tem.

—Explicar? Eu esperava que você me dissesse o que está havendo aqui.

—Na clareira tudo se resolverá. —ele disse se levantando.

É claro, a clareira. Ela pensou.

Minho estendeu uma mão para ajudá-la. Mão esta que foi prontamente ignorada. Ela se levantou sozinha e ambos seguiram silenciosamente o pouco caminho que restava.

Ele viu como ela tentou ficar o mais afastada dele possível. O observando atentamente com o canto dos olhos.

—Eu não mordo sabia, Cammie?

—Camille.

—Ainda é Cammie pra mim. —ela revirou os olhos e apertou o passo, ficando a frente dele. Algo que claramente dizia que não queria conversa.

Minho não pôde deixar de reparar como ela sabia o caminho. Como se já tivesse percorrido o labirinto por muito tempo. Estreitou os olhos. Com certeza ficaria de olho naquela garota. Mesmo com a atitude de auto isolação dela ele perguntou:

—Você disse que veio da clareira. Mas eu vim da clareira. E nunca te vi por lá.

Ela parou abruptamente e o encarou, para logo retomar o caminho.

—Impossível. —disse. —Estou com aquelas garotas há dois anos e nunca te...

—Epa, peraí. Garotas?

—Sim, garotas. Vê? Mais uma prova de que não é da clareira. Se fosse saberia disso.

—Ah, então você vai ter uma bela surpresinha.

Antes de ela perguntar o que ele queria dizer ambos avistaram os campos da fazenda, se entreolharam e correram para fora. Minho foi à frente, se encontrando com os outros clareanos que já se agrupavam ali perto.

Newt foi o primeiro a falar.

—Que demora é essa Minho? Por um segundo começamos a pensar que você queria passar mais uma noite naquele labirinto.

Minho revirou os olhos.

—Não preciso de babá. E eu não quero morrer por tão cedo.

—Ao menos encontrou um corredor diferente ou coisa parecida para compensar a demora? —um deles perguntou esperançoso.

Minho balançou a cabeça e lhes lançou um sorriso afetado.

—Não, mas eu encontrei outra coisinha...

Ele se virou e todos repetiram o gesto. Por um tempo indeterminado pareceu-se que haviam perdido a fala, encarando a garota paralisada um pouco atrás deles. Ela mantinha a mão nos lábios de pura surpresa e os olhos arregalados de pavor. Olhou ao redor constantemente.

—O que está acontecendo aqui? —disse num fiapo de voz, deu dois passos quase que involuntários para trás. —É sério, que brincadeira é essa? Onde estão as outras garotas, o que está acontecendo?

Ninguém respondeu, apenas desviavam constantemente o olhar de Minho para ela e dela para Minho repetidas vezes.

Então, em um momento de terror ela percebeu que não estava onde deveria. Percebeu que ali não era a clareira. Pelo menos, não a que costumava morar durante esses dois anos. Percebeu porque ninguém a respondia. Percebeu que a única coisa errada ali não era tudo ao seu redor.

Era ela.


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Notas finais do capítulo

Ei, o que acharam?
Logo o próximo sai, obrigada por lerem!