O Enigma de Hogwarts escrita por GG


Capítulo 1
01


Notas iniciais do capítulo

O primeiro capítulo é mais um teste para saber se alguém irá se interessar pela fanfic, espero que a resposta seja positiva. Boa leitura e até o próximo capítulo, se houver, não esqueçam de deixar um review com sua opinião sincera.



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Capítulo 01 — Problemas

Os Dursley tinham orgulho ao dizer que nunca houve uma gota de sangue mágico em todas as suas gerações. Absolutamente nenhum Dursley desenvolvera habilidades mágicas, nenhum Dursley manchou o sobrenome-trouxa tão respeitado por eles mesmos. Isso até Dudley Dursley, o filho amado e mimado de Vernon e Petunia Dursley, se apaixonar inacreditavelmente rápido por uma jovem bruxa bonita e talentosa. O namoro durou cinco meses e logo eles se casaram, mais três meses se passaram e a jovem ficou grávida, foi aí que contou tudo a Dudley, sobre suas origens, suas habilidades e tudo sobre sua vida inteira. E ele acabou aceitando tudo aquilo, afinal, ele estava apaixonado e nem ligou para tudo que aprendera, a desprezar "aquela laia", é claro que seus pais foram totalmente contra e se opuseram tanto quanto possível.

Todavia o casamento de Dudley e Sarah Dursley foi interrompido cerca de dois anos após o nascimento da primeira e única filha, Annabel. Numa noite Dudley levou a pequena menina para visitar os avós, que pouco gostavam dela, mas o garoto insistia bastante na aproximação deles, e todas as vezes algo estranho acontecia, o que indicava perfeitamente que a garota era bruxa como a mãe. E na mesma noite Sarah ficou sozinha, ela havia sido recrutada para juntar-se aos Comensais da Morte, que tramavam uma maneira de trazer seu Lorde de volta a vida, e recusou, foi então que eles a torturaram e depois a mataram brutalmente, deixando apenas uma carta provocativa que informava a morte da mulher e também havia sangue por toda a casa.

A única coisa que restou do relacionamento dos dois foi Annabel Dursley. Logo após a morte de sua mãe, a pequenina tornou-se uma criança abandonada e largada, o pai odiava ficar perto dela pois tudo na menininha lembrava a falecida mãe. Dois anos depois da morte da antiga esposa, Dudley casou-se novamente e constituiu uma nova família, encontrou um novo recomeço e Annabel ficou no meio de tudo isso, desenvolvendo suas habilidades mágicas, sem saber o que aquilo significava, e havia mais, era Metamorfomaga, o que significava que conseguia mudar de forma física sempre que podia mas não sabia muito bem como controlar tal dom e nem o entendia corretamente.

— ANNABEL DURSLEY! — gritou uma voz bastante irritada vinda do primeiro andar da casa, cortando o silêncio daquela manhã ensolarada. Annabel acordou sobressaltada, acabara de ter um pesadelo terrível e talvez nem tivesse sido tão terrível ter acordado, ao menos se livrara do pesadelo no qual via cenas fictícias da antiga casa em que morara com os pais, quando a mãe ainda era casada com o pai, a família inteira coberta de sangue e mais sangue, gritos e choros.

Só podia ser seu pai gritando-a, nem imaginava o que poderia ter feito daquela vez para deixá-lo tão irritado. Colocou apressadamente roupas casuais, trocando o pijama, e desceu as escadas pulando de dois em dois degraus, correu em direção a sala de estar, de onde deveria ter vindo o grito irado do Sr. Dursley.

A menina encontrou o pai rapidamente, ele segurava um envelope e estava com o rosto gordo vermelho, ele tendia ficar daquela maneira em momentos de ódio, irritação e/ou impaciência. Sr. Dursley fitava a filha odiosamente mas a roupa que trajava tirava todo o seu respeito, as calças de moletom pequenas demais para tanta gordura e a blusa que deixava uma parte da barriga exposta.

— Srta. Annabel Dursley, poderia me explicar o que significa isso? — perguntou Dudley parecendo prestes a explodir, e com "isso" referia-se ao envelope bonito e lustroso, a garota tombou a cabeça para tentar avaliá-lo melhor, mas nunca teria respostas para a pergunta feita pelo pai raivoso, ela também não sabia o que era.

— Sinto muito, mas eu não sei o que é isso. — disse a menina soando curiosa, queria saber do que se tratava afinal de contas.

— Você é uma mentirosa, Annabel, uma mentirosa! — rosnou Dudley encarando-a ferozmente.

— Não estou mentindo, pai! — disse a menina parecendo ultrajada, odiava ser chamada de algo que não era de verdade.

— Então por que seu nome está bem aqui? Está endereçado para "Srta. Annabel Dursley."! — ele gritou erguendo a carta.

— Realmente, eu não sei, juro que.... — a menina ia perdendo a voz, verdadeiramente não sabia quem lhe enviara uma carta, não tinha amigos, era uma criança solitária e isolada e ninguém mesmo iria dispor-se a mandar-lhe uma carta, fosse quem fosse era algum desconhecido, ela pressentia aquilo. — É sério, pai!

Não me chame de pai, não sou pai de uma mentirosa! — a menina estava prestes a chorar, o choro engasgado na garganta, mas segurou-se firmemente e fingiu não ter se ofendido ou magoado. — Esta foi a gota d'água, Annabel, você irá para casa dos seus avós passar umas semanas para ver se toma jeito.

— Por favor, não, por favor. — Annabel praticamente suplicava, não suportava ficar nem cinco minutos no mesmo cômodo que Petunia e Vernon Dursley, imagine "passar umas semanas" com os dois?! Seria algo terrível, insuportável e doloroso.

— Cala a boca. — gritou Dursley tão duramente que a menina nem ousou abrir a boca mais uma vez. — Vá arrumar suas coisas, e só volte quando eu mandar, seus avós estarão aqui logo, logo.

+++

Se existisse um prêmio de "pessoas mais repugnantes do mundo", com certeza Petunia e Vernon Dursley o ganhariam sem esforço algum. Eles odiavam profundamente a neta, Annabel, sempre que a viam lembravam automaticamente da falecida mãe da garota, que odiavam igualmente. E também por ela ser exatamente como Lily e Harry, uma bruxa.

Não gostavam muito da ideia de passar duas semanas com a menina na casa deles mas se era para tentar pôr rédeas na menina, e fazer com que a maldita carta não a encontrasse de maneira alguma, eles estavam totalmente dispostos a recebê-la na casa. Dariam um jeito na garota e aniquilariam qualquer magia nela, sem se importar com o trajeto para essa chegada na normalidade.

E quando Vernon estacionou o carro numa das duas vagas da casa de Dudley, encontraram Annabel e Dudley aguardando-os na varanda da frente da residência. A menina estava de cara emburrada, nas costas uma mochila cor-de-rosa com bolinhas, ao seu lado estava seu pai parecendo contente pelos pais terem ido ao seu socorro.

— Dudinha, meu amor! — exclamou Petunia Dursley sorrindo e correndo na direção do único filho, Annabel revirou os olhos. Como podia tratar seu pai dela forma? Ele já era velho demais para aqueles apelidos e tratamentos infantis, até a própria Annabel era, com seus 10, quase 11, anos de idade.

— Viemos buscar a pestinha. — disse Vernon após os cumprimentos, nenhum deles deu-se ao trabalho de abraçar a neta ou ao menos cumprimentá-la educada e gentilmente, como faziam as famílias normais.

— Pai, eu não quero ir, por favor.... — pediu a menina uma última vez, não se perdoaria se não tentasse pelo menos mais uma vez, não conseguiria conviver se não tentasse novamente.

— Eu já mandei calar a boca, Annabel. — ele praticamente rosnou para a menina. — E não me chame de pai, eu não sou pai de uma aberração.

— Duda, nos explique o quê....

— Ela recebeu aquela carta, pai! — disse Dudley e os pais entreolharam-se, sabiam exatamente o que significava e aquilo só deixava a situação pior, quando estavam no caminho até a casa do filho imaginavam que havia sido apenas uma das crises mágicas da menina mas se a carta chegara, significava que chegara também a hora dela juntar-se aos outros naquela escola de esquisitões, exatamente como Lily e Harry. — A carta que o primo Harry recebeu! — disse Duda pensando que os pais não tinham entendido.

Duda! — Petunia apressou-se em dizer, Annabel nunca escutara esse nome, Harry, primo de seu pai. Seu tio.

— Eu tenho....um tio?

— Se você não calar essa boca, eu juro que vou jogá-la no Rio Tâmisa! — prometeu Duda Dursley.

— Isso é pior do que eu imaginava, filho. — murmurou Vernon enquanto coçava o queixo gordo, a papa gordurosa do pescoço suada demais, Annabel franziu o nariz de nojo.

— Annabel, entre agora no carro, sem dar um pio. — ordenou Petunia gesticulando na direção do carro, a garota suspirou baixinho e obedeceu, sabia que acabaria piorando a situação se fosse desobedecer ou então resmungar, argumentar...

Os três Dursley esperaram a garota entrar no carro e bater a porta para que pudessem prosseguir com a conversa que a garota não podia escutar.

— Eu juro, juro por tudo que não deixarei aquela menina pôr as mãos naquela carta. — jurou Petunia solenemente, parecia realmente determinada a cumprir a sua promessa.

— Falharam com Harry, disseram que não o deixaria pegar a carta e....sabem no que deu. — ronronou Duda parecendo pouco convencido.

— Por que nos chamou então? — indagou Vernon parecendo ofendido com a declaração do filho, que não deixava de ser verdade, mas perguntava-se então por qual motivo ele recorrera aos pais.

— Tenho certeza de que desta vez não vão falhar. — atestou Dudley, estava sem saber o que fazer num momento daqueles.

— E você está certo. — disse Vernon confiantemente, ele apertou os ombros do filho como uma despedida. — Traremos ela de volta quando for o momento certo, filho.

— Perfeito. — ele disse acenando com a cabeça obesa.

Os Dursley se despediram rapidamente, Petunia e Vernon retornaram ao carro e encontraram Annabel recostada no banco traseiro, parecendo infeliz com aquela coisa toda.

— Tenho mesmo que ir? Vocês nem gostam de mim! — disse a menina tentando escapar daquela maldita tortura. Passar duas semanas inteirinhas na casa de número quatro da Rua dos Alfeneiros seria como uma morte lenta e dolorosa, talvez até pior.

— Não precisamos gostar. Só vamos tirar essa praga de você, garota. — ruge Petunia. — E eu já mandei calar a boca!

— Mas você mandaria o seu filhinho calar a boca, mamãe?! — perguntou Annabel com a voz perfeita de Dudley Dursley, havia usado o seu dom de transformar em outras pessoas apenas para irritar os avós.

— Vernon, pare o carro! — gritou Petunia Dursley assustada. — Pare!!

E o Sr. Vernon Dursley, com uma arrancada abrupta, parou o carro no acostamento da rodovia. Annabel voltou a sua forma normal, dando gargalhadas altas, para ódio dos dois que estavam no carro, ela os irritava, lhes tirava todo o resto de paciência que tinham.

— O que....como fez isso? — perguntou Vernon assustado enquanto encarava a neta fixamente, ela abriu um sorriso largo e aterrorizante aos olhos dos dois.

— Eu consigo me transformar em qualquer pessoa, até aquelas que nunca vi vida. — diz a menina alegremente.

— Ela é ainda pior do que Lily....e Harry. — indagou Petunia assombrada.

— Quem são eles? Lily e Harry?

— Isso não vem ao caso! — rugiu o Sr. Dursley encarando-a, e depois virou-se para olhar para a esposa ossuda, pegou sua mão e fixou os olhos nos dela. — Vamos dar um jeito, duas ou três semanas e a peste ficará irreconhecível. Nós podemos.

— Eu sei, eu sei, mas é que..... — Petunia parou por um momento e rapidamente se recompôs. — Vamos, Vernon, continue o caminho. Mal posso esperar para chegar.

Annabel bufou no banco de trás, olhando para o sorriso diabólico e zombeteiro que a avô lhe dava abertamente. Só tinha um objetivo durante aquelas semanas, pegar a carta e descobrir do que se tratava todo aquele alvoroço.

Ah, se não pegasse a carta não se chamaria Annabel Dursley!


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